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O país dos elegantes, Tríplex e Avenida Foch

“Eu confesso que não sei a verdade: não sei se Lula é ou não dono de um triplex no Guarujá como não sei se FHC é ou não dono de um apartamento na Avenue Foch, em Paris.” Por:  Flávio de Castro Sei apenas que a presunção de ser dono de um triplex no Guarujá é inequivocamente associada à corrupção e a presunção de ser dono de um apartamento em Paris não tem nada a ver, obviamente, com corrupção. Especialmente se o apê do Guarujá for um tanto novo-rico e o apê de Paris, um tanto elegante. A questão é estética. Lula carregando uma caixa de isopor e sendo dono de um barco de lata é uma cômica farofa. Se FHC carregasse uma caixa de isopor e fosse dono de um barco de lata seria uma concessão à humildade.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A questão é classista. Um Odebrecht sentado à mesa com FHC é um empresário rico. O mesmo Odebrecht sentado à mesa com Lula é um pagador de propina. Nada disso tem a ver com corrupção. Nada disso revela qualquer preocupação com o país. A cada dia que passa, é mais evidente que o que está em discussão é quem são os verdadeiros donos do poder. E os donos legítimos do poder são os elegantes. Aqueles com relação aos quais não interessa saber como amealharam riqueza porque, simplesmente, a riqueza lhes cai bem. A casa grande tem um perfume que inebria toda a lavoura arcaica e sensibiliza até a senzala. É o que estamos assistindo. Tudo o mais, tudo o que não é casa grande é Lula e os amigos de Lula! A questão é preconceito. Vejam como um fraque cai naturalmente bem em FHC. Um fraque assim em Lula, certamente, deveria ter sido roubado. O Brasil é o país dos elegantes. De uma elegância classista, racista e preconceituosa deitada eternamente no berço esplêndido do aristocrático século XIX. [FHC, por favor, levante a gravata do seu lado direito, está um pouco torta, isso, perfeito!] ” Flávio de Castro professor de arquitetura da UNIFEMM.

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Itamar Franco é só mais um

Sempre desconfio das vestais e dos arautos gasguitos e furibundos da própria pureza. O mais trágico é se aceitar candidamente que político tenha direito a aposentadoria, inclusive tendo exercido algum cargo por poucas horas. Há uma cruel distorção nesse fato, considerando-se o quanto é pago de aposentadoria ao cidadão comum. O Editor Itamar recebia aposentadoria até a posse. Ato publicado na página 50 do Diário Oficial da União de 24 de fevereiro confirma notícia da coluna de Claudio Humberto, deste domingo (27), sobre o valor da aposentadoria abiscoitada pelo ex-presidente Itamar Franco, até assumir o atual mandato de senador. O valor citado no ato oficial é de R$ 13.027,53, correspondentes a 48,75% do subsídio parlamentar. Hoje, o senador usou seu twitter para “desafiar” a comprovação da notícia, numa aparente demonstração de ignorância sobre seus próprios vencimentos. Veja a reprodução do ato oficial clicando aqui. A assessoria do ex-presidente informou que o valor de R$ 13.027,53 seria o valor que ele passaria a receber a partir de fevereiro, caso não tivesse assumido o mandato, e que até janeiro esse valor era de R$ 8.049,64, correspondentes aos mesmo 48,75% dos subsídios vigentes de senador. coluna Claudio Humberto [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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