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T.S. Eliot – Poesia – Versos na tarde – 30/05/2017

A Terra Desolada, 1922 T.S Eliot¹ IV. O Sermão do fogo O dossel do rio se rompeu: os derradeiros dedos das folhas Agarram-se às úmidas entranhas dos barrancos. Impressentido, O vento cruza a terra estiolada. As ninfas já partiram. Doce Tâmisa, corre suave, até que meu canto eu termine. O rio não suporta garrafas vazias, restos de comida, Lenços de seda, caixas de papelão, pontas de cigarro E outros testemunhos das noites de verão. As ninfas já partiram. E seus amigos, os ociosos herdeiros de magnatas municipais, Partiram sem deixar vestígios. Às margens do Léman sentei-me e lá chorei . . . Doce Tâmisa, corre suave, até que meu canto eu termine, Doce Tâmisa, corre suave, pois falarei baixinho e quase nada te direi. Atrás de mim, porém, numa rajada fria, escuto O chocalhar dos ossos, e um riso ressequido tangencia o rio. Um rato rasteja macio entre as ervas daninhas, Arrastando seu viscoso ventre sobre a margem Enquanto eu pesco no canal sombrio Durante um crepúsculo de inverno, rodeando por detrás o gasômetro, A meditar sobre o naufrágio do rei meu irmão E sobre a morte do rei meu pai que antes dele pereceu. Brancos corpos nus sobre úmidos solos pegajosos E ossos dispersos numa seca e estreita água-furtada, Que apenas vez por outra os pés dos ratos embaralham. Atrás de mim, porém, de quando em quando escuto O rumor das buzinas e motores, que trarão na primavera Sweeney de volta aos braços da Senhora Porter. ‘Ó a Lua que luminosa brilha Sobre a Senhora Porter e sua filha, ambas A banhar os pés em borbulhante soda.’ Et O ces voix d’enfants chantant dans la coupole! Tiuit tiuit tiuit Tiu tiu tiu tiu tiu tiu Tão rudemente violada. Tradução: Ivan Junqueira ¹Thomas Stearns Eliot * Nuneaton, Reino Unido – 22 de novembro de 1819 + Chelsea, Londres, Reino Unido – 22 de dezembro de 1880 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Edmund Waller – Versos na tarde – 24/02/2015

Canção Edmund Waller ¹ Vai, rosa linda, a quem, sem dó de mim, protela o amor ainda, diz-lhe que te comparo a ela porque eu a julgo doce e bela. Diz-lhe em seguida, pois moça e avessa a ser olhada, que a flor nascida nalgum deserto em meio ao nada há de morrer sem ser louvada. Longe da luz, beleza alguma tem valor: por isso a induz a que se deixe amar, a expor os seus encantos sem rubor. E morre para que ela então veja o fim das coisas – mesmo a mais rara – que, embora durem quanto as rosas, são belas, doces e graciosas. Tradução de Nelson Ascher Edmund Waller ¹ * Londres, Inglaterra – 1606 d.C + Londres, Inglaterra – 1687 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Shakespeare – Versos na tarde – 10/11/2013

Fragmento Shakespeare¹ O tempo é muito lento para os que esperam Muito rápido para os que tem medo Muito longo para os que lamentam Muito curto para os que festejam Mas, para os que amam, o tempo é eterno. ¹William Shakespeare * Stratford-Avon, Inglaterra – 23 de Abril de 1564 d.C + Londres, Inglaterra – 23 de Abril de 1616 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Shakespeare – Versos na tarde – 03/10/2013

SONETO LXXXVIII William Shakespeare¹ Quando me tratas mau e, desprezado, Sinto que o meu valor vês com desdém, Lutando contra mim, fico a teu lado E, inda perjuro, provo que és um bem. Conhecendo melhor meus próprios erros, A te apoiar te ponho a par da história De ocultas faltas, onde estou enfermo; Então, ao me perder, tens toda a glória. Mas lucro também tiro desse ofício: Curvando sobre ti amor tamanho, Mal que me faço me traz benefício, Pois o que ganhas duas vezes ganho. Assim é o meu amor e a ti o reporto: Por ti todas as culpas eu suporto. ¹William Shakespeare * Stratford-Avon, Inglaterra – 23 de Abril de 1564 d.C + Londres, Inglaterra – 23 de Abril de 1616 d.C >> Biografia de Shakespeare [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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