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Michelangelo Buonarroti – Versos na tarde – 06/12/2016

Soneto Michelangelo Buonarroti¹ Trad. de Jorge de Sena Forçoso é que a piedade enfim me venha, pra que d’alheias culpas mais não ria, seguro em meu valor, sem outro guia, alma perdida que de si desdenha. Não sei que outra bandeira me mantenha não vencedor, mas salvo da porfia com que o tumulto adverso me seguia, se não é Teu poder que me sustenha. O carne, ó sangue, ó lenho, ó dor extrema! Justo por vós se torne o meu pecado do qual nasci e os pais que foram meus. Só Tu és bom: socorra tão suprema piedade o meu predito iníquo estado: tão perto a morte, e ainda tão longe Deus. ¹Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni * Caprese, Itália – 06 de Março 1475 + Roma, Itália 18 de fevereiro de 1564 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Um dos maiores artitas de toda a história da humanidade. Escultor cuja obra ‘Davi’ é, por sí só, um triunfo reservado somente aos gênios foi também inigualável no desenho, na arquitetura e na pintura. Michelangelo, também, literariamente, se destacou como um dos grandes poetas da Itália. A produção poética do autor da emocionante escultura ‘Pietá’, registra sonetos inspirados pela angústia religiosa e pelo amor. Já sexagenário, se mantinha fortemente apaixonado, de forma platônica, por Vittoria Colonna, “a divina”, para quem escreveu sonetos. Vittoria, também era poeta. Imortalizada, na poesia pelo gênio renascentista, provocou incendiária paixão que transformou-o de escultor em poeta.

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