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Pablo Neruda – Versos na tarde – 18/07/2015

Sê Pablo Neruda ¹ Se não puderes ser um pinheiro, no topo de uma colina, Sê um arbusto no vale mas sê O melhor arbusto à margem do regato. Sê um ramo, se não puderes ser uma árvore. Se não puderes ser um ramo, sê um pouco de relva E dá alegria a algum caminho. Se não puderes ser uma estrada, Sê apenas uma senda, Se não puderes ser o Sol, sê uma estrela. Não é pelo tamanho que terás êxito ou fracasso… Mas sê o melhor no que quer que sejas. ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Pablo Neruda – Versos na tarde – 07/03/2015

Se tu me esqueces Pablo Neruda ¹ Quero que saibas uma coisa. Tu já sabes o que é: se olho a lua de cristal, o ramo rubro do lento outono em minha janela, se toco junto ao fogo a implacável cinza ou o enrugado corpo da madeira, tudo me leva a ti, como se tudo o que existe aromas, luz, metais, fossem pequenos barcos que navegam para essas tuas ilhas que me aguardam. Pois ora, se pouco a pouco deixas de me amar, de te amar, pouco a pouco, deixarei. Se de repente me esqueces, não me procures, já te esqueci também. Se consideras longo e louco o vento de bandeiras que canta em minha vida e te decides a me deixar na margem do coração no qual tenho raízes, pensa que nesse dia a essa hora levantarei os braços me nascerão raízes procurando outra terra. Porém, se cada dia, cada hora, sentes que a mim estás destinada com doçura implacável. Se cada dia se ergue uma flor a teus lábios me buscando, ai, amor meu, ai minha, em mim todo esse fogo se repete, em mim nada se apaga nem se esquece, do teu amor, amada, o meu se nutre, e enquanto vivas estará em teus braços e sem sair dos meus. ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C Prêmio Nobel de Literatura em 1971 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Pablo Neruda – Versos na tarde – 28/02/2015

Poema Pablo Neruda ¹ Plena mulher, maçã carnal, lua quente, espesso aroma de algas, lodo e luz pisados, que obscura claridade se abre entre tuas colunas? que antiga noite o homem toca com seus sentidos? Ai, amar é uma viagem com água e com estrelas, com ar opresso e bruscas tempestades de farinha: amar é um combate de relâmpagos e dois corpos por um só mel derrotados. Beijo a beijo percorro teu pequeno infinito, tuas margens, teus rios, teus povoados pequenos, e o fogo genital transformado em delícia corre pelos tênues caminhos do sangue até precipitar-se como um cravo noturno, até ser e não ser senão na sombra de um raio. ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C Prêmio Nobel de Literatura em 1971 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Pablo Neruda – Versos na tarde – 12/02/2015

Tédio Pablo Neruda ¹ Ir levando no caminho os amores perdidos e os sonhos idos e os fatais sinais do olvido. Ir seguindo na dúvida das horas apagadas, pensando que todas as coisas se tornaram amargas para alongarmos mais a via dolorosa. E sempre, sempre, sempre recordar a fragrância das horas que passam sem dúvidas e sem ânsias e que deixamos longe na estéril errância ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C

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Pablo Neruda – Versos na tarde – 12/09/2014

Soneto XXVII Pablo Neruda ¹ Cantas e a sol e a céu com teu canto tua voz debulha o cereal do dia, falam os pinheiros com sua língua verde: trinam todas as aves do inverno. O mar enche seus porões de passos, de sinos, cadeias e gemidos, tilintam metais e utensílios, chiam as rodas da caravana. Mas só tua voz escuto e sobe tua voz com vôo e precisão de flecha, desce tua voz com gravidade de chuva, tua voz esparge altíssimas espadas volta tua voz pesada de violetas e logo me acompanha pelo céu. ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C Prêmio Nobel de Literatura em 1971 [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Pablo Neruda – Versos na tarde – 18/04/2014

Soneto – LIII Pablo Neruda ¹ Aqui está o pão, o vinho, a mesa, a morada: o ofício do homem, a mulher e a vida: a este lugar corria a paz vertiginosa, por esta luz arde a comum queimadura. Honra a tuas duas mãos que voam preparando os brancos resultados do canto e a cozinha, salve! a inteireza de teus pés corredores, viva! a bailarina que baila com a escova. Aqueles bruscos rios com águas e ameaças, aquele atormentado pavilhão da espuma, aqueles incendiários favos e recifes são hoje este repouso de teu sangue no meu, este leito estrelado e azul como a noite esta simplicidade sem fim da ternura. ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C Prêmio Nobel de Literatura em 1971 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Pablo Neruda – Versos na tarde – 24/02/2014

Se cada dia cai Pablo Neruda ¹ Se cada dia cai, dentro de cada noite, há um poço onde a claridade está presa. há que sentar-se na beira do poço da sombra e pescar luz caída com paciência. ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C Prêmio Nobel de Literatura em 1971 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Neruda – Versos na tarde – 25/02/2013

Poema Neruda ¹ Alta y metálica es tu línea em las orillas del oceano y del ayre como um alambre de tempestades y tension. Pero, América, tambien eres nocturna, azul e pantanosa: cienega y cielo, uma agonia de corazones aplastados como negras naranjas rotas em tu silêncio de bodega. ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C Prêmio Nobel de Literatura em 1971 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Pablo Neruda – Versos na tarde – 26/01/2013

Cantas e a sol e a céu com teu canto Pablo Neruda ¹ Cantas e a sol e a céu com teu canto tua voz debulha o cereal do dia, falam os pinheiros com sua língua verde: trinam todas as aves do inverno. O mar enche seus porões de passos, de sinos, cadeias e gemidos, tilintam metais e utensílios, chiam as rodas da caravana. Mas só tua voz escuto e sobe tua voz com vôo e precisão de flecha, desce tua voz com gravidade de chuva, tua voz esparge altíssimas espadas volta tua voz pesada de violetas e logo me acompanha pelo céu. ¹ Neftalí Ricardo Reyes * Parral, Chile – 12 de Julho de 1904 d.C + Santiago, Chile – 23 de Setembro de 1973 d.C Prêmio Nobel de Literatura em 1971 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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