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Rosemary Noronha: a “Conceição” do Lula

Enquanto a pátria de chuteiras — apud Nelson Rodrigues — se prepara para a copa, e se aguarda o desfile de silicone nas passarelas midiáticas do samba, me deparo com esse tipo de insensatez — tal e qual a Conceição — aquela que ninguém viu — cantada por Cauby Peixoto, me lembro do velho, mas sempre atual Rui Barbosa, que dizia da vergonha em ser honesto. A omissão na Taba dos Tupiniquins é desonesta tanto quanto a omissão da mídia diante do “apagão” do comparecimento da “Rose” à vara da justiça. Acho sim, que o Brasil está acabando. José Mesquita – Editor Ps. A Juíza autorizou a ‘Segunda Dama’ a utilizar o estacionamento do foro. Um privilégio que o ‘Zé das Couves’ e a Maria que sobe o morro com a lata d’água na cabeça não têm.  A Rose do Lula parece com a Conceição do Cauby Peixoto, é do tipo ‘ninguém sabe, ninguém viu’. Às vezes, sinto que o jornalismo está muito decepcionante. Vejam bem, Rosemary Nóvoa Noronha tinha de se apresentar segunda-feira à 5ª Vara Federal de São Paulo, e nenhum jornal, rádio ou televisão se interessou em saber se ela compareceu ou não. Isso mesmo: nenhum jornalista foi destacado para fazer plantão na 5ª Vara Federal e entrevistar a mulher mais procurada do Brasil, que todo mundo quer ver e apenas Lula tenta completamente distante dela. Podíamos debochar, dizendo que já não se faz mais jornalista como antigamente, mas a realidade é ainda mais trágica. É uma grande verdade que os jornalistas estão perdendo a competitividade e a credibilidade. A inércia hoje fala mais alto. Por isso, se Rose compareceu ao cartório da 5ª Vara, conforme determinação da juíza Adriana Freisleben de Zanetti, foi igual à “Conceição” do Cauby Peixoto, ninguém sabe, ninguém viu. Há quinze dias (Rose tem de comparecer toda quinzena) apenas O Globo se interessou em entrevistá-la. O repórter Thiago Herdy chegou na 5ª Vara Federal e foi informado de que ela já havia assinado o termo de comparecimento. Mas como Rose pôde entrar na Vara, sem que os jornalistas e funcionários do cartório a vissem? É impossível que alguém consiga entrar ou sair de um cartório de Vara Judicial sem ser notado. A única explicação é que o comparecimento de Rose à 5ª Vara Federal está sendo fraudado. Ela não está se apresentando ao juízo. Algum serventuário, cooptado pelo defensor dela, tem levado o termo de comparecimento para que Rose o assine, em sistema “delivery”. E o que a juíza Adriana Freisleben de Zanetti está achando disso tudo? Será que ela sabe que Rose está sendo favorecida para não precisar comparecer? Que país é esse, Francelino Pereira? Fugindo da Imprensa Assim como Rose, também seu companheiro de viagens internacionais está fugindo da imprensa. Desde a Operação Porto Seguro, no final de novembro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se esconde dos jornalistas. Na Europa, chegou ao cúmulo de fugir pela lavanderia do hotel de luxo, desculpem a vergonha que ele passou. Semana passada, a cena se repetiu, Lula escapou pela saída dos fundos na Prefeitura de São Paulo, para não ter de prestar declarações à imprensa. O máximo que se conseguiu foi fotografá-lo na reunião com o Secretariado do prefeito Fernando Haddad. Segunda-feira, mais um vexame. Depois de se exibir, discursando a porta fechadas num hotel de São Paulo, perante um grupo de “intelectuais e autoridades” sul-americanos, novamente saiu do encontro pelos fundos, evitando ser abordado pelos jornalistas. Desde novembro, ele só tem dado entrevista à TVT, uma emissora de TV criada pelos sindicatos ligados do governo. Lula foge e se esconde porque não tem como explicar seu relacionamento com Rosemary. Logo que assumiu a presidência, em 2003, Lula transformou Rose numa mulher poderosa e influente. Além de torná-la chefe do Gabinete da Presidência em São Paulo e de nomear os parentes e amigos dela, Lula levou-a em visitas internacionais a 32 países, justamente nas viagens em que a primeira-dama Marisa Letícia não estava presente. Como explicar esse favorecimento? Desde novembro, quando veio a público sua trajetória de amores proibidos e atos de corrupção, Rosemary está escondida em lugar ermo e não sabido. Não sai nem para ir ao salão de beleza, que freqüentava duas vezes por semana. Não pode ir a lugar nenhum. É como se fosse prisioneira, sofrendo mais do que o Conde Montecristo… Carlos Newton/Tribuna da Imprensa

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Reforma política com Maluf e Valdemar Costa Neto?

  Brasil: da série “só doi quando eu rio”! Reforma Política ensaiada para inglês ver. Tem tudo pra não dá certo. Nem Fernando Henrique Cardoso, nem Lula ousaram tal empreitada que irá mexer com melindres advindos da Constituinte de 88, e com verbas, bilionárias, destinadas aos partidos políticos. Aliás, não lembro quem disse, “quando você não quiser resolver um problema, institua uma comissão”. Não menos hilária e folclórica é a estória segundo a qual, o camelo foi fruto de uma comissão criada para projetar o cavalo. Agora, o notório Maluf e o mensaleiro Valdemar Costa Neto integrando comissão da reforma política na Câmara Federal… Raposas organizando galinheiro. Aos Tupiniquins, resta, como grafou Nelson Rodrigues: “sentarem-se na sarjeta e chorarem lágrimas de crocodilos”. O Editor No fundo, não querem a reforma Por Carlos Chagas/Tribuna da Imprensa Embolou o meio campo. A Câmara dos Deputados instalou ontem sua comissão especial para propor a reforma política. Ótimo. Só que o Senado, duas semanas atrás, havia instalado a dele. Serão duas comissões redundantes, cada uma disposta a fazer aprovar no respectivo plenário as propostas afinal aceitas por suas maiorias. Depois, será o troca-troca: o projeto do Senado irá para a Câmara e o projeto da Câmara, para o Senado.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] O resultado óbvio parece que os deputados modificarão as propostas dos senadores e estes farão o mesmo com o texto daqueles. Como ficamos? No mesmo impasse de sempre, ou seja, condena-se ao fracasso mais essa tentativa de reforma política. Acresce que cada casa é ciosa de seus interesses. Na Câmara, reclama-se que o Senado pretende criar o distritão e o voto para deputado em listas partidárias, temas que não seriam da competência dos senadores. Já os deputados, como circula nos corredores do Congresso, dariam o troco acabando com a figura dos suplentes de senador. Ninguém sem voto teria a prerrogativa de ocupar uma cadeira no Senado, temporária ou definitivamente, obrigando-se a justiça eleitoral a realizar novas eleições no caso de abertura de vaga, mas ficando as bancadas sem substituto para o senador que se licenciar. Não vai dar certo essa dualidade de comissões, início do impasse anunciado. Deveriam os dois presidentes, José Sarney e Marco Maia, ter discutido a formação de uma comissão mista, capaz de dirimir uma série de dúvidas nas preliminares, de forma a que surgisse um só projeto. Observadores mais maliciosos concluem ser precisamente o impasse o objetivo da maioria da classe política. Deixar as coisas como estão, sem reforma alguma, situação que mais atende os desejos do conjunto. Ou Suas Excelências não se tem elegido sem a reforma?

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