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Sete sugestões de visitas para a trupe de senadores liderada por Aécio

O PSDB é craque em vexames internacionais. Quando FHC era presidente da República e Celso Lafer nosso ministro das Relações Exteriores, o país tirou os sapatos para entrar nos EUA. O episódio deixou claro o quanto éramos subservientes e o quanto o governo não se dava ao respeito em nível internacional. Liderados pelo candidato derrotado à presidência Aécio Neves, o PSDB e seus aliados fizeram o país pagar outro mico. Alguns senadores foram à Venezuela denunciar que o país vizinho é uma “ditadura”. Desceram no aeroporto por uma porta, deram uma volta de van pela cidade, fizeram cara de sérios para sair no Jornal Nacional, e voltaram pela outra porta. E uma viagem custeada com dinheiro público. Este blogue, porém, achou que a iniciativa merece repeteco. E decidiu fazer uma lista de outros lugares pelo mundo para os senadores demo-tucanos visitarem. Mas dessa vez, detalhe, provavelmente não iriam aparecer no JN. 1 – Guantánamo: Os EUA mantêm em condições subhumanas e expostos a comprovadas sessões de tortura supostos prisioneiros de guerra sem que eles tenham direito à defesa. O governo estadunidense se recusa a tratar o assunto de forma democrática e já sofreu pressão internacional até mesmo do Vaticano, que pediu uma “solução humanitária adequada”. Nunca Aécio ou o PSDB foram aos EUA pressionar Clinton, Bush, Obama ou quem quer que seja. 2 – Palestina: com os territórios de Gaza e da Cisjordânia ocupados desde 1967, o povo palestino sofre com a restrição de direitos básicos e milhares de pessoas e crianças já foram assassinados neste período. A chacina choca a comunidade internacional e Aécio nunca fez um discurso condenando o fato. Sequer postou um tuíte em solidariedade quando a mais sangrenta operação militar israelense na última década deixou 2.205 palestinos mortos. 3 – Síria: Hoje é na Síria que se vive uma das catástrofes humanas mais eloquentes. Calcula-se em 4 milhões o número de pessoas que fogem ou fugiram do país numa guerra que foi insuflada pela chamada comunidade internacional. Ao invés de tentar buscar soluções para isso, a Europa deixa que as pessoas se afoguem no Mediterrâneo. Aécio e sua trupe poderiam ir para os portos da Itália e pressionar os países europeus a darem tratamento humanitário àqueles seres humanos. 4 – Haiti: O país que já era um dos mais pobres do continente foi arrasado por um grande terremoto em 2010 e hoje busca quase sem apoio nenhum sua reconstrução. Ao invés de buscar soluções e fazer, inclusive, as críticas que o governo brasileiro merece neste caso por integrar as tropas de paz da ONU que estão no país, a trupe de senadores faz coro e recebe para o diálogo os líderes do Revoltados on Line que recentemente agrediram um haitiano que trabalhava num posto de gasolina de Canoas, Rio Grande do Sul. A agressão não mereceu uma menção sequer do dileto senador tucano. 5 – Egito: Já que o problema de Aécio e sua trupe é com a falta de democracia na Venezuela, o Egito seria um lugar perfeito para a visita. O país viveu um golpe de Estado e centenas de pessoas que atuavam no então governo eleito ou estão condenadas à morte ou foram executadas. Entre elas, o ex-presidente Mohamed Mursi. Seria o caso de Aécio e seus amigos irem à Praça Tahir e pedir o fim do golpe. 6 – México: 43 estudantes foram assassinados na cidade de Ayotzinapa em setembro de 2014, num dos atos mais bárbaros de que se tem notícia no continente. As investigações estão sendo realizadas sem nenhum tipo de seriedade e as punições provavelmente não ocorrerão. O país, aliás, tem 26 mil cidadãos desaparecidos, segundo registros oficiais. Qual foi a ação da trupe de Aécio neste episódio? 7 – Periferia de SP: O Brasil é um dos países onde se mata mais jovens no mundo. Boa parte deles são negros e pobres, moram nas periferias das grandes cidades, em especial de São Paulo, e são executados pela polícia. Como se trata de um estado governado pelo PSDB, seria altamente eficiente um protesto do grupo de Aécio, até porque ele também conta com o senador Aloysio Nunes. Mas até hoje nem um post em rede social sequer sobre o tema. Ao contrário, a trupe de Aécio quer diminuir a maioridade penal para colocar mais jovens na cadeia. Como a Globo não acompanharia essas visitas, a Fórum se compromete a fazê-lo. A Venezuela tem seus problemas, mas querer transformar o país no centro dos problemas do mundo é muita patetice até para a trupe do Aécio. Blog do Rovai

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Como o México se tornou a ‘menina dos olhos’ da indústria automobilística global?

O México tornou-se objeto de desejo da indústria automobilística global. O setor, um dos motores da economia, está passando por um novo boom A americana Ford e a japonesa Toyota anunciaram no mês passado a construção de novas plantas no país, totalizando investimentos da ordem de US$ 4 bilhões (R$ 12 bilhões). Levando-se em conta os últimos dois anos, são mais de US$ 20 bilhões (R$ 60 bilhões) aplicados em novas fábricas ou na expansão das já existentes. O México, o 4º maior exportador de veículos do mundo, desbancou o Brasil no ano passado e passou a ocupar o 7º lugar no ranking de produção. Em 2014, o país fabricou quatro em cada 100 automóveis do mundo. Produção global de veículos em 2014 China: 23.722.890 / + 7,3% (variação sobre o ano anterior) Estados Unidos: 11.660.699 / 5,4% Índia: 9.774.558 / 1,5% Alemanha: 5.907.548 / 3,3% Coreia do Sul: 4.524.932 / 0,1% Índia: 3.840.160 / -1,5% México: 3.365.306 / 10,2% Brasil: 3.146.118 / -15,3% Espanha: 2.402.978 / 11,1% Canadá: 2.393.890 / 0,6% E, a este ritmo, estima-se que o México possa chegar à 4ª posição em menos de uma década, logo depois de China, Estados Unidos e Japão. Há seis anos, o país ocupava o 10º lugar. A subida no ranking se deve ao aumento da produção, em parte explicado pela chegada de novas montadoras ao país.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Hoje, oito fabricantes globais de veículos produzem automóveis no México. E o número deve crescer ainda mais, com o lançamento das fábricas, no ano que vem, da sul-coreana Kia e da alemã Audi. Já em 2017, chega a nipo-americana Infiniti; no ano seguinte, é a vez da alemã Mercedes Benz. Em 2019, a alemã BMW e a japonesa Toyota inauguram suas plantas no país. O setor, essencial e emblemático para a economia do país, representa cerca de 3% do PIB (Produto Interno Bruto, ou a soma dos bens e serviços) e emprega 1,7 milhões de pessoas, incluindo empregos diretos e indiretos. Leia mais: Emergente ‘da vez’, México levanta debate sobre crescimento Razões para o sucesso A indústria automotiva representa quase 3% do PIB do México e emprega 1,7 milhão de pessoas Em primeiro lugar, a localização geográfica do país, às portas do mercado de automóveis dos Estados Unidos ─ o maior do mundo, com boas ligações com o Atlântico e o Pacífico, e com a Ásia, faz do México um ímã para as montadoras. Segundo, sua vasta rede de acordos de livre comércio, que lhe dão acesso a 45 países, também tornou o país um local atraente para os investidores. O terceiro ponto, consenso entre os representantes da indústria, é o custo. “Não só é mão de obra barata, mas também pesam a eficiência e a qualidade dos produtos mexicanos”, disse Luis Lozano, analista de indústria automotiva mexicana da consultoria PwC, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC. O apoio a nível estatal vem desempenhando um papel importante nesse sentido. A indústria automobilística “tem sido uma das mais privilegiadas em termos de política pública para aproveitar e promover o seu crescimento e desenvolvimento”, disse Armando Soto, presidente da consultoria Kaso & Associates, à BBC Mundo. Na opinião de Soto, outro fator importante para compreender o boom do setor é a “estabilidade macroeconômica e financeira” do México. Indústria premium Tratados de livre comércio despertam interesse das montadoras no México Outra surpresa é de que o México conseguiu atrair o interesse de marcas de luxo. Audi, BMW, Infiniti, Lincoln, Mercedes Benz…algumas das montadoras do setor premium decidiram transferir parte da sua produção para o país. A alemã Audi é uma delas. A montadora está construindo no Estado de Puebla uma fábrica que deve se tornar operacional no ano que vem. Inaugurada a planta, a produção do SUV Q5 deve migrar de sua sede em Ingolstadt, no sul da Alemanha, para o leste do México. Dali sairão para o mundo, exceto a China, 150 mil unidades do utilitário. Estima-se que cerca de 99% da produção será exportada. “Fomos os primeiros deste segmento a vir para o México porque estamos confiantes de que o país está pronto para dar o próximo passo”, disse à BBC Mundo Javier Valadez, porta-voz da Audi México. “O México está na vanguarda no aspecto do capital humano”, acrescentou Valadez, “segundo estatísticas oficiais, mais engenheiros se formam aqui do que na Alemanha por ano”. Leia mais: Eufóricos com México, analistas apontam vantagens sobre modelo brasileiro “Carros lixo” Alemã Audi constrói fábrica que deve estar operacional no ano que vem Mas há um paradoxo no modelo mexicano: ele é essencialmente exportador. Oito em cada dez veículos fabricados no país são vendidos no exterior. Ainda que no primeiro trimestre 3.500 veículos tenham sido vendidos por dia, marca recorde para o país, o mercado interno ainda não “decolou”. O Canadá, por exemplo, com um terço da população mexicana, vendeu 60% mais veículos no ano passado. Há dez anos, o país não consegue superar a barreira dos 1,2 milhão de veículos novos vendidos anualmente. E um dos motivos são os chamados “carros chocolate”. Ou “carros lixo”, como descreveu Eduardo Solís, presidente da Associação Mexicana da Indústria Automotiva (AMIA). “A importação desses automóveis dos Estados Unidos provocou um dano brutal em nosso mercado doméstico. Trata-se de lixo veicular, porque nos Estados Unidos esses carros não têm outro destino senão o ferro-velho, mas acabam sendo vendidos aqui”, disse Solís à BBC Mundo. Solís se refere aos 7,5 milhões de carros importados dos Estados Unidos nos últimos nove anos que não podem mais circular naquele país por questões ambientais, mas trafegam pelas ruas do México. Com modelo essencialmente exportador, México manda para fora oito em cada dez veículos que fabrica Em média, a frota mexicana tem idade média de 16 anos, o dobro da dos Estados Unidos. As importações de usados durante os últimos dez anos representam 75% das vendas de veículos no mercado local. Por trás disso, dizem especialistas, está a falta de acesso ao crédito, problema enfrentado por milhões de

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Economia: Brasil supera o México na captação de recursos

Enquanto a crise aperta, por um desses insondáveis mistérios da economia, o Brasil, zil, zil, vai caminhando contra o vento. Apesar ou por causa do apeduta? O Brasil bateu o recorde de captação anual de investimentos estrangeiros diretos (IED) em 2008. O fluxo foi de US$ 41,7 bilhões, a maior cifra já registrada. A alta foi de 20,6% em comparação aos US$ 34,6 bilhões do ano precedente, de acordo com a Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). O resultado do Brasil vai em direção contrária à tendência mundial, cujo fluxo caiu 21%. Segundo a agência da ONU, parte foi resultado de fusões e aquisições, que cresceram 13,6% no país, totalizando US$ 9,7 bilhões em 2008 contra US$ 8,6 bilhões no ano precedente. O fluxo de IED para o Brasil deve cair este ano, sem surpresa. O Banco Central trabalha com estimativa de US$ 30 bilhões. Em 2008, o fluxo de investimento estrangeiro ficou em torno dos US$ 37 bilhões – marca recorde. A Unctad vê boas oportunidades nos mercados emergentes para atrair investidores mesmo em meio da crise. Mas alerta que as políticas de investimentos adotadas pelos governos tem um papel central para isso. Assis Moreira, de Genebra – VALOR Online Investimento global cai 21% em 2008

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