Arquivo

Mauro Mota – Versos na tarde – 19/03/2016

Chuva de vento Mauro Mota ¹ De que distância chega essa chuva de asas, tangida pela ventania? Vem de que tempo? Noturna agora a chuva morta bate na porta. (As biqueiras da infância, as lavadeiras correm, tiram as roupas do varal, relinchos do cavalo na campina, tangerinas e banhos no quintal, potes gorgolejando, tanajuras, os gansos, a lagoa, o milharal.) De onde vem essa chuva trazida na ventania? Que rosas fez abrir? Que cabelos molhou? Estendo-lhe a mão: a chuva fria. ¹ Mauro Mota *Recife, PE. – 1911 d.C +Recife,Pe. – 1984 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

Leia mais »