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Marly de Oliveira – Versos na tarde – 27/04/2013

Cerco de primavera Marly de Oliveira ¹ Molhava os cabelos negros nas águas da noite, quando cheio de sombra acendeste uns olhos cor de limão, iluminando o silêncio com o simples tocar de mão. Um rumor de vinho claro, de bocas e mãos unidas e um cheiro de mel e flor, rasparam, ai, como espada, meu corpo cheio de noite e o teu, perdido de amor. Por certo que não queria, mas tinha a cintura e jeito ao teu abraço achegados, e na sombra relumbrava a água verde dos teus olhos nos meus cabelos molhados. Tremores de vento e lua encabritavam-me o sangue, e penas de sal e fogo talavam o silêncio escuro, ferindo nossas cadeiras e amarfanhando o chão duro. Em frio e fogo de amor apenas luz se alongaram curvados talhes desnudos. E nas sombras o silêncio agitava como franjas seus longos braços agudos. ¹ Marly de Oliveira * Vitória, ES – 1935 d.C + Vitória, ES – 2007 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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