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O navio invisível a radares encomendado pela Marinha dos EUA

O navio é maior e pode armazenar mais munição do que as embarcações de guerra usadas até agora pela Marinha americana. O USS Zumwalt durante um teste no dia 21 de março nas águas do rio Kennebec, no Maine, noroeste dos EUA (Foto: AP)  Ao mesmo tempo, ele é identificado pelos radares como se fosse um mero barco de pesca. Trata-se do USS Zumwalt (modelo DDG 1000), que começou a ser projetado na década de 1990 e é o primeiro de uma “nova geração de navios de guerra que devem se ajustar ao atual cenário político mundial”, afirma o fabricante, Bath Iron Works, em seu site. A embarcação de 14,5 mil toneladas e 185 metros passou por uma primeira prova em dezembro de 2015, navegando pelo rio Kennebec, no Estado do Maine.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Lawrence Pye, pescador de lagostas no local, disse à agência de notícias AP que seu radar captou a presença de um barco pesqueiro de apenas 12 a 15 metros de comprimento. “(Mas) quando você começa a se aproximar (do navio), vê que é simplesmente gigantesco”, disse o pescador. Clandestino O casco angular do navio é a chave para que a grande embarcação não seja detectada pelos radares (Foto: Getty) O USS Zumwalt é 29 metros maior que outro navio de guerra semelhante, o Arleigh Burke (DDG 51). Mas ele também é 50 vezes mais difícil de ser detectado em comparação aos atuais navios de guerra graças à sua forma angular, declarou o capitão James Downey ao jornal Portland Press Herald. Downey é o chefe do programa DDG 1000 para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O objetivo desse design “oculto” é que o navio possa navegar sem ser facilmente detectado em águas menos profundas, perto da costa. “Isto permite que ele chegue em segurança onde os DDG 51 não conseguiam, como o Golfo Pérsico, perto do Irã, ou o Mar Amarelo, perto da Coreia do Norte”, disse em janeiro de 2015 Ben Freeman, especialista em política externa e assessor da consultoria Third Way, em um artigo publicado na revista especializada National Defense. O navio de guerra foi batizado em homenagem ao almirante Elmo Zumwalt, chefe de operações navais dos EUA durante a guerra do Vietnã (Foto: Getty) Fabricar um navio bélico com essa capacidade custou cerca de US$ 3,4 bilhões, ou US$ 1 bilhão a mais do que o DDG 51. De acordo com alguns especialistas em engenharia naval, é por isso que o governo dos Estados Unidos desistiu de encomendar 32 navios e reduziu o pedido para apenas três. Mas seu design pontiagudo, de casco mais parecido aos navios de guerra franceses e soviéticos dos séculos 19 e 20, gerou preocupação entre vários especialistas que questionam a estabilidade do Zumwalt. Instável? Em 2007, três membros da Marinha dos Estados Unidos e uma engenheira da Universidade Virginia Tech publicaram um relatório que alertava sobre a instabilidade dos cascos estreitos com uma maior distância por cima da linha de flutuação, como é o caso do Zumwalt. Equipado com tecnologia de ponta, o Zumwalt é campas de lançar projéteis a 7.242 quilômetros por hora (Foto: Getty) “O aumento da altura das ondas (…) conduz a reduções drásticas na estabilidade do casco na parte superior”, sugeriram as conclusões da investigação. “Se as ondas vierem por trás, o navio poderá perder a estabilidade ao recuar e a popa começaria a sair da água, causando a virada (do navio)”, disse o arquiteto civil com experiência naval Ken Brower, à revista National Defense. O Departamento de Defesa dos Estados Unidos garante que todas as embarcações da Marinha são submetidas a uma análise detalhada e que o USS Zumwalt será testado de todas as formas necessárias. Por enquanto, a preocupação do fabricante é que o navio de guerra não seja “oculto” demais. O Zumwalt tem refletores para momentos em que o navio esteja navegando em meio a muita neblina, muito trânsito ou seja necessário que algum radar capte a enorme presença da embarcação. BBC

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