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Maria do Rosário Pedreira – Poesia – 15/02/24

Boa noite. Maria do Rosário Pedreira Esta manhã encontrei o teu nome Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo doeu-me onde antes os teus dedos foram aves de verão e a tua boca deixou um rasto de canções. No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração que era o resto da vida – como um peixe respira na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos, mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota as forças, são frios os batentes nas portas da manhã. ¹Maria do Rosário Pedreira *Lisboa, Portugal – 1959

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Maria do Rosário Pedreira – Poesia – 08/01/24

Bom dia Devagar Maria do Rosário Nada entre nós tem o nome da pressa. Conhecemo-nos assim, devagar, o cuidado traçou os seus próprios labirintos. Sobre a pele é sempre a primeira vez que os gestos acontecem. Porém, se se abrir uma porta para o verão, vemos as mesmas coisas – o que fica para além da planície e da falésia; a ilha, um rebanho, um barco à espera de partir, uma palavra que nunca escreveremos. Entre nós o tempo desenha-se assim, devagar. Daríamos sempre pelo mais pequeno engano.

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Mária do Rosário Pedreira – Versos na tarde – 23/11/017

Esta manhã encontrei o teu nome Maria do Rosário Pedreira¹ Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos  e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo doeu-me onde antes os teus dedos foram aves de verão e a tua boca deixou um rasto de canções. No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração que era o resto da vida – como um peixe respira na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara  um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama  e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos, mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota as forças, são frios os batentes nas portas da manhã. ¹Maria do Rosário Pedreira * 1959, Lisboa

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