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Cachoeira é intimado a depor em processo contra governador de Goiás

Empresário e mais seis pessoas devem participar de audiência, em Goiânia. Marconi Perillo é investigado por suposta ligação com contraventor. Carlinhos Cachoeira durante sessão da CPI do Congresso Nacional (Foto: Globonews/Reprodução) O contraventor Carlos Augusto Ramos, oCarlinhos Cachoeira, foi intimado a depor por determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acatou o pedido do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. O empresário será testemunha no inquérito que investiga suposta relação entre ele e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O gabinete do ministro responsável pelo inquérito, Humberto Martins, confirmou aoG1 que ele expediu uma carta de ordem para que a Justiça de Goiás ouça o contraventor e outras seis pessoas envolvidas no esquema deflagrado pela Operação Monte Carlo. A audiência, que será comanda pelo juiz federal Alderico Rocha Santos, está marcada para a próxima quarta-feira (17), às 14h20, em Goiânia. saiba mais Grupo de Cachoeira é condenado a perder R$ 100 milhões em bens Operação Monte Carlo faz 1 ano com todos os condenados em liberdade Contador do grupo de Carlinhos Cachoeira deixa a prisão, em Goiás Governador de Goiás diz que ‘verdade prevaleceu’ na CPI do Cachoeira Ao deixar prisão em Goiás, Carlinhos Cachoeira promete fazer revelações Perillo diz que processará relator da CPI do Cachoeira por danos morais Relator da CPI pedirá indiciamento do governador de Goiás e mais 45 Governadores têm foro privilegiado e só podem ser investigados e julgados pelo STJ. Essa é a primeira vez que Cachoeira é intimado a depor em um processo que averigua a suposta relação dele com uma autoridade detentora de privilégios. Roberto Gurgel entendeu que o procedimento referente a Marconi Perilloprecisa de novas diligências, entre elas o depoimento dessas pessoas intimadas. O inquérito investiga suposta corrupção passiva. Além de Carlinhos Cachoeira, foram intimados a comparecer à audiência o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu; o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcêz (PSDB); o ex-presidente do Detran Edivaldo Cardoso; e mais três pessoas envolvidas na venda de uma casa do governador num condomínio fechado de luxo da capital. A comercialização do imóvel deve ser um dos pontos principais da diligência. A defesa de Marconi Perillo foi intimada sobre a realização da audiência. O advogado do governador de Goiás, Antônio Carlos de Almeida Castro, afirmou ao G1 que comparecerá à diligência, mas o seu cliente não deve ir, até porque não é obrigado a se apresentar ao juiz. Governador de Goiás Marconi Perillo (Foto: Reprodução/Globonews) “Estamos muito tranquilos quanto ao inquérito. No que diz respeito ao governador não há nada que se preocupar”, ressaltou. O advogado afirmou ainda que essa audiência é um desdobramento do fato do próprio Marconi Perillo ter pedido a abertura de um inquérito. “É um procedimento normal”, declarou. O G1 tenta contato com os advogados de todos os outros envolvidos, mas nenhum atendeu às ligações. Cachoeira e as outras seis testemunhas são obrigados a comparecer à audiência. Se não justificarem uma possível falta, o juiz responsável pelos depoimentos pode determinar a condução coercitiva dos sete à 5ª Vara Federal em Goiânia, onde serão ouvidos. Alderico Rocha Santos, que comandará a audiência, condenou Carlinhos Cachoeira a 39 anos e 8 meses de prisão devido ao crimes denunciados pela Operação Monte Carlo. O contraventor ganhou o direito de recorrer da setença em liberdade. O procurador-geral da República, após concluir as investigações, decidirá se oferece ou não denúncia contra Marconi Perillo. Caso o Superior Tribunal de Justiça aceite uma eventual denúncia, o inquérito é convertido em ação penal e o governador passa à condição de réu. Venda de casa Interceptações telefônicas apontam que o verdadeiro comprador do imóvel que pertencia a Marconi Perillo foi Cachoeira e, para isso, ele teria usado laranjas na transação. No entanto, quatro versões sobre a venda da casa foram apresentadas na CPI mista instalada no Congresso Nacional, no ano passado. Casa que pertenceu a Marconi Perillo, em Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) Uma delas foi a contada pelo delegado Matheus Mella, da Polícia Federal, que coordenou a Operação Monte Carlo. Ele afirmou que a residência foi comprada por um sobrinho de Carlinhos Cachoeira. O governador Marconi Perillo teria recebido R$ 1,4 milhão em três cheques. Na versão de Perillo, quem intermediou a venda foi o ex-vereador de Goiânia Wladimir Garcez, mas a escritura saiu em nome do empresário Walter Paulo Santiago. O governador confirmou que recebeu R$ 1,4 milhão em três cheques. Já Garcez declarou que comprou a casa para si e que pediu dinheiro emprestado a Cachoeira e a Cláudio Abreu, ex-diretor da empresa Delta. Depois, segundo ele, percebeu que não possuía dinheiro suficiente para pagar a dívida e revendeu o imóvel a Walter Paulo Santiago. Em depoimento à CPI, Walter Paulo afirmou que pagou em dinheiro pela casa para Wladimir Garcez e Lúcio Fiúza, ex-assessor do Perillo. O empresário declarou que, depois de comprar o imóvel, emprestou a residência a Garcez, que, por sua vez, a emprestou a uma amiga, Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira. Paula ResendeDo G1 GO

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Eleições 2014: A Oposição segundo Arthur Virgílio

Oposição Recentemente, o senador Aécio Neves proferiu discurso de densa repercussão. Conceitual e ao mesmo tempo prático, abordou temas como a injusta concentração de recursos na União, em desfavor de Estados e Municípios. Incessantemente aparteado, reafirmou sua habilidade política. É forte nome para a disputa de 2014, junto com Alckmin, Serra, Perillo. O PSDB será insensato se não realizar prévias, acolhendo para delas participarem os nomes dispostos ao cotejo democrático. Não há sentido em escolha que passe ao largo da militância. Poucos são menos sábios que milhares de cérebros e corações. Lula, “vendeu” Dilma afrontando a legislação eleitoral.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Pelas primárias, teríamos obtido espaço legal e privilegiado para nossas propostas, transformando pré-candidatos em líderes que, depois, se uniriam em torno do vencedor para lhe dar peso político e votos. A providência que se requer de um partido que venceu duas eleições presidenciais, mas perdeu as três últimas, é que se una com maturidade e vigor. Discurso afinado com a sociedade promove nomes e gera perspectiva de vitória; personalismos dão no contrário. Os adversários não têm limites na luta para conservar o poder que garante “empregos” e oportunidades “empresariais” a tantos “companheiros”. A autofagia é caminho curto para nova derrota, péssima para o PSDB e seus aliados, pior ainda para o País. Nossa democracia prescinde de PRIs e “mexicanização”. Choque de egos leva ao insucesso. As lideranças se unem sincera e firmemente ou a luta perde o sentido e a perspectiva de poder se esvai. Correr o país; debater com a sociedade, inclusive pelas mídias sociais; ser claro em matéria econômica; reformas; políticas sociais; meio ambiente; Amazônia; ciência e tecnologia. Falar aos empresários, trabalhadores, jovens e mulheres. No Congresso, oposição não episódica, dura que, entretanto, não boicote o País. O senador Jorge Viana disse a Aécio ser ele o tipo de oposicionista que qualquer governo gostaria de ter. O líder mineiro haverá de provar o contrário: oposição efetiva é aquela que nenhum governo gosta de enfrentar. O destino do PSDB está em suas próprias mãos. Honremos Covas e as conquistas do período Fernando Henrique. O destino do País poderá cruzar-se com o nosso, se trocarmos o nanismo pela grandeza. Arthur Virgílio é diplomata. Foi líder do PSDB no Senado blog do Noblat

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Agaciel Maia era o Papai Noel do Senado

Brasil: da série “O tamanho do Buraco”! Em um Senado que já foi presidido por Antonio Carlos Magalhães e Jader Barbalho, absolve Renan Calheiros, coloca Sarney na Presidência, fica a impressão de que as indignadas perorações de seus (deles) membros é pura encenação “pra inglês ver!” Nenhuma destas vestais sequer desconfiou que essas coisas estivessem acontecendo? Durante 28 anos de mandato Pedro Simon não sabia de nada? Qual a moral dessa turma pra investigar a Petrobras? Existe na realidade é um corporativismo socializante e indulgente. A pantomima que ocupa a tribuna através de verborrágicos discursos que beiram a patetice explícita é uma cultura da casa legislativa onde todos sabem da existência de atos indecentes praticados por funcionários subalternos. Os senadores querem nos convencer do célebre petralhismo do “assinei sem ler”? No casamento da filha do senhor Agaciel Mais, fizeram-se presentes além do Sarney vários “indignados” com os desmandos no senado como o apoplético José Agripino, o boiadeiro Renan Calheiros e mais Ademir Santana e Edson Lobão. Por essas e outras, o apedeuta reina. E faz escola do “eu não sabia de nada”! Os atos do senado são secretos. A miséria dos Tupiniquins está exposta! O editor Poder longevo fez de Agaciel um temido ‘Papai Noel’ Destituído da direção-geral do Senado em março, após 14 anos de exercício da função, Agaciel Maia tornou-se um personagem temido. O primeiro-secretário Heráclito Fortes (DEM-PI) resume o fenômeno numa frase: “Ninguém fica tanto tempo num cargo como esse se não virar um Papai Noel”. Descobre-se agora que muitos dos “presentes” de Agaciel foram embrulhados em papéis secretos. Atos que produziram despesas sem a publicidade exigida por lei. A gravidade do malfeito contrasta com o desinteresse da grossa maioria dos senadores em apurar responsabilidades e identificar beneficiários. Em 2 de junho, a direção do Senado convocou uma reunião para que os senadores inquirissem dois ex-diretores da Casa. Um deles era Agaciel. O outro João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos). Ambos frequentam as manchetes associados a graves irregularidades. Os depoimentos foram sugeridos pelo líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Depois de alguma relutância, o presidente José Sarney (PMDB-AP) aquiesceu. Coube ao tucano Marconi Perillo (GO), vice-presidente do Senado, conduzir a tomada de depoimentos. Foi gravada. Transcrita, ocupou 31 folhas. Dos 81 senadores apenas 4 interessaram-se pela arguição -Marconi, Virgílio, Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Tião Viana (PT-AC). Virgílio estranhou o excesso de cadeiras vazias. Insinuou que os colegas se haviam agachado diante do poder de fogo de Agaciel. Olhar fixo em Agaciel, o líder tucano disse que ele próprio fora ameaçado. Seriam levadas aos jornais despesas médicas que o Senado tivera com sua mãe. Instou Agaciel a divulgar os dados: “Quem me ameaça perde”. Agaciel não se deu por achado: “Sim, eu sei. O senhor é valente”. Negou a autoria da ameaça. “Já vi que para alguns aí deu certo, porque muita gente se encolheu. Comigo funciona diferente”, Virgílio insistiu. Incomodado com a reiteração do tema, Agaciel afirmou: “O senhor acha que os outros senadores estão intimidados. Eu acho que tem […] um certo respeito pelo trabalho que fiz”. Prosseguiu: Os outros senadores “[…] não estão aqui não é porque estejam intimidados, porque não tenho [essa] capacidade”. Tião Viana ecoou Virgílio: “Andaram aí uns canalhas de plantão disseminando […] que as minhas despesas médicas chegavam a meio milhão”. Quando questionado objetivamente acerca da existência de boletins secretos, Agaciel soou peremptório: “Só existe boletim administrativo, não existe secreto. Não existe isso”. Perguntou-se também ao ex-diretor João Zoghbi se as nomeações de todos os parentes que pendurara na folha do Senado haviam sido publicadas nos boletins internos. E ele: “Foi publicada”. Insistiu-se: “O senhor tem prova?” Zoghbi reiterou: “No momento, não. Mas tenho o boletim do Senado”. A julgar pelo levantamento feito por encomenda do primeiro-secretário Heráclito, os dois diretores não disseram a verdade. Desencaravaram-se, por ora, cerca de 280 atos administrativos secretos. Dois deles serviram para contratar um par de parentes de Zoghbi. Já se sabia que sete parentes do ex-mandachuva do setor de Recursos Humanos haviam passado pelo Senado. Eram desconhecidas, porém, as nomeações dos filhos João Carlos Zoghbi Jr. e Luis Fernando Zoghbi. Estavam lotados, até março, na diretoria-geral de Agaciel. Secretamente. O presidente José Sarney e o ex-presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) também foram lançados no caldeirão dos atos secretos. Sarney teve um neto nomeado à sombra. Renan, uma amiga alagoana. A despeito disso, a amizade que nutrem por Agaciel não foi abalada. Na noite da última quarta (10), a filha de Agaciel, Mayanna Maia, casou-se com o jovem Rodrigo Cruz. Sarney, padrinho da noiva, e Renan foram à cerimônia como convidados de honra. No Senado, Sarney e Renan são vistos como os dois mais vistosos “padrinhos” da ascensão que fez de Agaciel o reverenciado “Papai Noel” da Casa. blog do Josias de Souza

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