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Manuel Alegre – Poesia – 14/03/24

Boa noite. Gostava de morar na tua pele Manuel Alegre¹ Gostava de morar na tua pele desintegrar-me em ti e reintegrar-me não este exílio escrito no papel por não poder ser carne em tua carne. Gostava de fazer o que tu queres ser alma em tua alma em um só corpo não o perto e o distante entre dois seres não este haver sempre um e sempre o outro. Um corpo noutro corpo e ao fim nenhum tu és eu e eu sou tu e ambos ninguém seremos sempre dois sendo só um. Por isso esta ferida que faz bem este prazer que dói como outro algum e este estar-se tão dentro e sempre aquém. ¹Manuel Alegre de Melo Duarte *Águeda, Portugal – 12 de maio de 1936

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Manuel Alegre – Versos na Tarde – 19/08/2015

As Palavras Manuel Alegre ¹ Palavras tantas vezes perseguidas palavras tantas vezes violadas que não sabem cantar ajoelhadas que não se rendem mesmo se feridas. Palavras tantas vezes proibidas e no entanto as únicas espadas que ferem sempre mesmo se quebradas vencedoras ainda que vencidas. Palavras por quem eu já fui cativo na língua de Camões vos querem escravas palavras com que canto e onde estou vivo. Mas se tudo nos levam isto nos resta: estamos de pé dentro de vós palavras. Nem outra glória há maior do que esta. in O canto e as armas, 1967 ¹ Manuel Alegre * Águeda, Portugal – 12 de maio de 1936 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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