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Eleições 2018: Globo faz jogo de Alckmin e Serra e corta asas de Aécio?

Globo faz jogo de Alckmin e Serra e corta asas de Aécio? Bem, eu imitaria o amigo Paulo Nogueira, do Diario do Centro do Mundo, e parodiaria o general Wellington: quem acredita que a Globo não será mais golpista, acredita em tudo. Entretanto, a Globo é muito inteligente. Sabe a hora de recuar, de adular, de posar de isenta. Quando Lula ganhou a primeira vez, em 2002, a Globo passou os primeiros meses mais lulista do que qualquer petista, sobretudo porque o presidente passou o primeiro ano fazendo um duro “ajuste fiscal” na economia. A mídia dá três milhões de pancadas no ferro (PT), e um peteleco suave na fechadura (PSDB). Denúncia contra o PT vai para o Jornal Nacional, sem direito à defesa. Denúncia contra o PSDB pode até aparecer às vezes, escondida no miolo de um jornal, mas é abafada na TV e dão mais tempo à defesa do que à acusação. Dito isso, não me surpreenderia se, com o esvaziamento das marchas golpistas, e a repercussão negativa causada por um bando de retardados pedindo intervenção militar (e até mesmo um doente pedindo, do alto de um carro de som, o fim do sufrágio universal e atacando Montesquieu), a Globo decida recuar do apoio ao impeachment, que é a bandeira de Aécio. Talvez pegue mal fazê-lo este ano, aos 50 anos da empresa. Ou não. Talvez a Globo queira comemorar seus 50 anos de golpismo com mais um golpe. Enfim, o fato é que saiu a notícia de mais uma estrepolia aérea de Aécio Neves. A análise do 247, de que a Globo está fazendo o jogo de Alkcmin e Serra, que tentam abater Aécio Neves agora para virem como candidatos a presidente em 2018, não me parece absurda. * No Brasil 247. GLOBO DENUNCIA NOVO ESCÂNDALO AÉREO DE AÉCIO Segundo nota do jornalista Leandro Loyola, da revista Época, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) utilizou gratuitamente aeronaves do governo de Minas Gerais entre 2011 e 2012, com a finalidade de escapar de engarrafamentos; “Ao menos ele não voou até o aeroporto em Cláudio – aquele que foi desapropriado em seu governo nas terras do tio dele”, pontua a nota, escrita com uma ironia que pode ter significados maiores; um deles pode ser o desembarque da Globo do golpismo liderado por Aécio no presente e também de seu projeto presidencial em 2018, ano em que a disputa pela vaga do PSDB se dará entre Geraldo Alckmin, José Serra e Marconi Perillo. O site da revista Época, das Organizações Globo, publica, neste sábado, uma irônica nota sobre o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Assinada pelo jornalista Leandro Loyola, ela informa que Aécio voou de graça, em aeronaves do governo de Minas, entre 2011 e 2012, para escapar de engarrafamentos. Leia abaixo a nota que faz menção ao Aeroporto de Cláudio, construído pelo governo mineiro, numa área próxima a uma das fazendas do senador: Senador Aécio usou helicóptero do governo de Minas para escapar de engarrafamento O senador tucano Aécio Neves voou em helicópteros do governo de Minas Gerais por cinco vezes para se deslocar em Belo Horizonte e pegou carona num avião – também do governo – para viajar da capital mineira até Brasília. Os passeios começaram logo após Aécio deixar o governo de Minas e se estenderam até 2012. Aécio diz que está tudo dentro da normalidade. Ao menos ele não voou até o aeroporto em Cláudio – aquele que foi desapropriado em seu governo nas terras do tio dele. O tom irônico da nota pode ter significados maiores. O mais imediato, o desembarque da Globo do projeto golpista de Aécio, que, na última semana, sugeriu três motivos diferentes para eventual impeachment da presidente Dilma Rousseff (leia mais sobre isso em artigo sobre a coluna de André Singer deste sábado). Voando de graça, em aeronaves públicas, “para escapar de engarrafamento”, Aécio perde completamente a autoridade moral para falar em impeachment da presidente Dilma Rousseff. O recado da Globo também pode ter significados a médio prazo. Um processo de impeachment não interessa nada a três postulantes do PSDB à presidência da República: os governadores Geraldo Alckmin, de São Paulo, e Marconi Perillo, de Goiás, além do senador José Serra (PSDB-SP). Ao que tudo indica, Aécio foi abatido em pleno voo na trama do impeachment e também em seu projeto presidencial de 2018.

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Site anti-PT revela modus-operandi dos tucanos

As informações que vão aos poucos pingando sobre o site “Implicante”, contratado por uma mesada de R$ 70 mil paga pelo governo do Estado de São Paulo para atacar o PT nas redes sociais, revelam como funciona o modus-operandi dos probos e intocáveis tucanos paulistas na área da comunicação. Trata-se de uma verdadeira parceria público-privada-conjugal em que os caciques tucanos agem com a mão do gato na sua cruzada anti-PT. Quem banca a farra, que já dura desde maio de 2013, no final das contas, somos nós, os contribuintes. Não sai barato: pelo valor da mesada, dá R$ 1.680.000,oo em dois anos. O esquema foi montado quando a jornalista Cristina Ikonomidis, ex-secretária adjunta de Comunicação Institucional do ex-governador José Serra, trabalhava na Secretaria de Cultura do governador Geraldo Alckmin. Na função de chefe de comunicação da Cultura, Cristina estava lá quando a empresa Appendix Comunicação, criada pelo advogado e blogueiro Fernando Gouveia, que usa o pseudônimo “Gravataí Merengue“, e é responsável pelo site “Implicante”, foi contratado pela Propeg, uma das três grandes agências que cuidam da publicidade oficial do governo Alckmin. Perdoem-me os leitores, mas a história toda é meio confusa mesmo. Vamos por partes: * Na semana passada, a Folha deu a primeira matéria sobre o “Implicante“, que tem meio milhão de seguidores no Facebook e se especializou em difundir na rede notícias, artigos, memes, vídeos e montagens contra o PT e seus dirigentes, com vigorosa atuação na última campanha presidencial, aquela em que os tucanos tanto reclamaram da baixaria dos adversários. Na versão oficial, a Appendix foi contratada pela Propeg para fazer “revisão, desenvolvimento e atualização das estruturas digitais”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] * Nesta quarta-feira, o jornal faz novas revelações: Cristina Ikonomidis, que deixou o governo em setembro de 2013, agora é sócia de Fernando Gouveia na empresa. E mais: pelo menos uma das ordens de serviço que liberaram pagamentos à Appendix foi assinada pelo jornalista Juliano Nóbrega, então secretário adjunto de Comunicação de Alckmin, o mesmo cargo que Cristina ocupara no governo Serra. Detalhe: Juliano é marido de Cristina, que agora é dona de 40% das ações da empresa de Gouveia. * Nóbrega não soube dizer quem indicou o site do “Gravataí Merengue” para prestar serviços de comunicação ao governo do PSDB e diz que os pagamentos à Appendix faziam parte da sua função. Já o governo do Estado de São Paulo limita-se a terceirizar a responsabilidade, alegando que quem contratou a Appendix foi a Propeg, embora relatórios oficiais, a que a Folha teve acesso, revelem que o blogueiro presta contas diretamente à Subsecretaria de Comunicação, que autoriza os pagamentos à empresa. Entenderam? É provável que esta “empresa de comunicação” de Gouveia e Ikonomidis não tenha sido a única contratada com as mesmas finalidades pouco republicanas pelas agências que servem ao governo de São Paulo. Sob o título “Alckmin dá mesada a Dória”, o blog do jornalista Paulo Henrique Amorim reproduz hoje contrato da mesma Sub-secretaria de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo, sob a rubrica “gastos com publicidade”, destinando R$ 595.175,00 à “Doria Editora Ltda.”, no período de março a setembro de 2014, o ano eleitoral. Nada acontece por acaso. Fernando Gouveia, o Gravataí Merengue”, a sua sócia Cristina Ikonomudis, casada com Juliano Nóbrega, e o promoter empresarial tucano João Doria Junior, profissionais da mais alta confiança de José Serra e Geraldo Alckmin, não têm mesmo do que reclamar da vida. Só revelam um modo tucano de operar a comunicação antipetista com o dinheiro do contribuinte. E vamos que vamos. Vida que segue. Blog Balaio do Kotscho/R7

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Lava Jato fecha cerco a Sabesp e Metrô. Tucanos e imprensa se calam

Ministério Público abre três investigações para apurar suspeita de pagamento de propinas pelo doleiro Youssef em obras paulistas. Metrô: a quantia de R$ 7,9 milhões, também suspeita de referir-se a propina, está associada à obra da Vila Prudente O Ministério Público de São Paulo abriu três investigações para apurar suspeita de pagamento de propinas pelo doleiro Alberto Youssef em obras paulistas. Duas miram contratos de estatais do governo paulista sob gestão do PSDB: a empresa de saneamento e abastecimento Sabesp, e o Metrô. Com Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, os tucanos estão no poder há mais de 20 anos no estado. Quando o primeiro tucano assumiu São Paulo , em 1995, já havia perto de 45 quilômetros de metrô. Desde então, meros 33 quilômetros foram acrescentados. Um ritmo de tartaruga. Mas em passos gigantes nas denúncias de corrupção. A terceira envolve obras na Petrobras em unidades paulistas, já em investigação no âmbito federal. Obras da Sabesp e Metrô aparecem entre 747 contratos listados em uma planilha apreendida com Youssef em março pela Polícia Federal durante a Operação Lava Jato. A planilha registra as empreiteiras ligadas às obras, muitas nada tendo a ver com a Petrobras, ao lado de valores com indícios de suborno, segundo os promotores. Existem R$ 28,8 milhões suspeitos de serem propina na Sabesp. Os valores aparecem ao lado de três obras, a estação de tratamento de água Jurubatuba, no Guarujá, a adutora Guaraú-Jaguará, na Grande São Paulo, e tubulação da Sabesp, em Franca. Na parte referente ao Metrô, a quantia de R$ 7,9 milhões, também suspeita de referir-se a propina, está associada à obra da Vila Prudente. Se as investigações confirmarem as suspeitas, é mais um escândalo a somar-se aos subornos de Alstom e Siemens.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Outro doleiro pego na Operação Lava Jato, Raul Henrique Srour, conforme outra investigação internacional feita pela Procuradoria de Luxemburgo, movimentou dinheiro irregular da Siemens, também suspeito de tratar-se de intermediação de propinas, no paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas, conforme já noticiamos aqui. A análise da planilha de Youssef ainda não terminou e outras investigações podem ser abertas pelo Ministério Público paulista nos próximos dias, segundo o promotor de Justiça Otávio Ferreira Garcia. A notícia, divulgada discretamente pelo jornal Folha de S. Paulo, chega em um mau momento político para o governador Geraldo Alckmin, às voltas com o racionamento de água em São Paulo. Como se não bastasse a falta de investimentos na ampliação e segurança do abastecimento – com a opção da Sabesp de distribuir mais lucros aos acionistas nos últimos anos, inclusive da Bolsa de Valores de Nova York –, a suspeita de que o dinheiro da tarifa d’água tenha ido para bolsos escusos no esquema Youssef não contribui para melhorar o humor do paulistano na hora em que abre a torneira e não sai água. Esperamos que a imprensa amiga dos tucanos não abafe o caso e que venham as condenações na Justiça, com devolução dos lucros obtidos fora dos trilhos e aplicação rigorosa das penas estabelecidas em lei. O exemplo servirá para começar a demolir um grande obstáculo ao transporte de massa em São Paulo. por Helena Sthephanowitz

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Tremsalão: Documento mostra como Alstom distribuiu propina

Um documento apreendido na sede da Alstom, na França, indica que integrantes da Secretaria de Energia e três diretorias da EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia) foram subornados para que a companhia obtivesse em 1998 um contrato de US$ 45,7 milhões (R$52 milhões, em valores da época) com a estatal paulista. Até agora, a Polícia Federal só havia chegado até o intermediador da propina, o lobista Romeu Pinto Jr., que admitiu ter recebido recursos da Alstom para pagar suborno, mas alegou desconhecer os destinatários. Ele sustenta que entregou os valores a motoboys enviados por pessoas que não conhecia. O documento traz detalhes da divisão e do caminho do dinheiro. Segundo o papel, a Secretaria de Energia, chamada de “SE”, recebeu 3% do contrato (R$ 1,56 milhão). Já as diretorias financeira, administrativa e técnica da EPTE aparecem como destinatárias de 1,5% (R$ 780 mil), 1% (R$ 520 mil) e 0,13% (R$ 67,6 mil), respectivamente. À época da assinatura do contrato, em abril de 1998, o secretário de Energia era Andrea Matarazzo, que ocupou o cargo por seis meses. Ele nega ter recebido propina. Editoria de Arte/Folhapress O documento menciona os destinatários do suborno por meio de siglas. “SE” era a forma como a Alstom chamava a Secretaria de Energia em comunicações internas, segundo papéis do inquérito da PF. As diretorias são designadas pelas siglas DF, DT e DA. A Folha consultou Jean-Pierre Courtadon, que foi vice-presidente da Alstom-Cegelec, e ele confirmou que DA, DT e DF costumavam designar diretorias administrativas, técnica e financeira. Courtadon é investigado no Brasil sob suspeita de ter repassado propina, o que ele nega. Apuração na Suíça concluiu que ele não fez repasses a políticos e inocentou-o. Entre 1998 e 1999, as diretorias administrativa, técnica e financeira da EPTE eram ocupadas por Carlos Eduardo Epaminondas França, Sidney Simonaggio e Vicente Okazaki, respectivamente. Como as negociações para o contrato se estenderam por anos, não dá para saber se o documento designa esses diretores ou outros. ENIGMA O mistério do documento é a sigla “F”, apontada como recebedora de 2% do valor do contrato (R$ 1,04 milhão). Entre os executivos que assinaram o contrato, há um cujo sobrenome começa com “F”: Henrique Fingerman.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Ele foi diretor financeiro da EPTE até maio de 1998 e assumiu a presidência da empresa em seguida. Fingerman, como Matarazzo, já foi indiciado pela PF sob suspeita de corrupção. O valor do suborno no documento chega a R$ 6,4 milhões, ou 12,3% do contrato. O maior valor, segundo a PF, foi pago a Robson Marinho, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (R$ 2,07 milhões) e chefe da Casa Civil do governo Mário Covas (PSDB) entre 1995 e 1997. A investigação brasileira sobre a Alstom começou em 2008 para apurar suspeita de que a companhia havia pago propina para reativar em 1998 aditivo de contrato que fora assinado em 1983 para construção de três subestações de energia. A lei limita a duração de contratos a cinco anos. O documento obtido pela Folha foi usado nos processos francês e suíço contra a Alstom. O da França foi arquivado porque até 2000 era permitido pagar comissões para obter negócios no exterior. O da Suíça resultou numa multa para a Alstom de US$ 42,7 milhões em 2011. A multa não contemplou a suspeita de suborno no Brasil porque a apuração aqui não foi encerrada. O promotor Silvio Marques, que atua no caso, diz já ter visto o documento na Suíça. ” Ele nunca foi usado porque ninguém sabia o significado das siglas”. O documento aponta que a empresa MCA, usada por Romeu Pinto Jr. para intermediar a propina, recebeu 7,5% do valor do contrato diretamente da Alstom francesa. Contas secretas que a Alstom tinha na Suíça remeteram mais US$ 516 mil para a MCA. A Alstom do Brasil também participou do processo. A empresa Acqua Lux, que pertence a Sabino Indelicato, recebeu R$ 1,82 milhão (3,5% do contrato). Investigadores suspeitam que Indelicado seja laranja de Robson Marinho. Mario Cesar Carvalho e Flávio Ferreira/Folha de S.Paulo

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Eleições 2014: Serra ‘serra’ cada vez mais a oposição

Oposição pra valer até agora só quem faz é o tomate. Ouve-se o espocar de fogos e o rufar de tambores pras bandas do PT e aliados. Ou cúmplices. O certo mesmo é que com a oposição cada vez mais dividida, Dona Dilma, até agora, navega em águas serenas rumo à reeleição. Boa parte dessa tranqüilidade do PT deve ser creditada à raiva iracunda que José Serra destila em Aécio Neves. É mágoa ancestral. Dilma deleita-se com o atual quadro político. A única oposição real à sua reeleição é a volta da inflação que desrespeita qualquer marketing político, pois é resultado da incompetência declarada desse governo. Ouve-se em alguns lugares rumores que Serra será candidato a presidente em 2014. Mas não pelo PSDB A manobra é fazer de Serra o candidato “novo”, oriundo de uma sigla resultante da fusão do PPS com o PMN. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Globo consegue o que a ditadura não conseguiu: calar imprensa alternativa

Meu advogado, Cesar Kloury, me proíbe de discutir especificidades sobre a sentença da Justiça carioca que me condenou a pagar 30 mil reais ao diretor de Central Globo de Jornalismo, Ali Kamel, supostamente por mover contra ele uma “campanha difamatória” em 28 posts do Viomundo, todos ligados a críticas políticas que fiz a Kamel em circunstâncias diretamente relacionadas à campanha presidencial de 2006, quando eu era repórter da Globo. Azenha denuncia a Globo Lembro: eu não era um qualquer, na Globo, então. Era recém-chegado de ser correspondente da emissora em Nova York. Fui o repórter destacado para cobrir o candidato tucano Geraldo Alckmin durante a campanha de 2006. Ouvi, na redação de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de economia deveriam ser “esquecidas”– tirar o pé, foi a frase — porque supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula. Vi colegas, como Mariana Kotscho e Cecília Negrão, reclamando que a cobertura da emissora nas eleições presidenciais não era imparcial. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Um importante repórter da emissora ligava para o então ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, dizendo que a Globo pretendia entregar a eleição para o tucano Geraldo Alckmin. Ouvi o telefonema. Mais tarde, instado pelo próprio ministro, confirmei o que era também minha impressão. Pessoalmente, tive uma reportagem potencialmente danosa para o então candidato a governador de São Paulo, José Serra, censurada. A reportagem dava conta de que Serra, enquanto ministro, tinha autorizado a maior parte das doações irregulares de ambulâncias a prefeituras. MANIPULAÇÕES Quando uma produtora localizou no interior de Minas Gerais o ex-assessor do ministro da Saúde Serra, Platão Fischer-Puller, que poderia esclarecer aspectos obscuros sobre a gestão do ministro no governo FHC, ela foi desencorajada a perseguí-lo, enquanto todos os recursos da emissora foram destinados a denunciar o contador do PT Delúbio Soares e o ex-ministro da Saúde Humberto Costa, este posteriormente absolvido de todas as acusações. Tive reportagem sobre Carlinhos Cachoeira — muito mais tarde revelado como fonte da revista Veja para escândalos do governo Lula — ‘deslocada’ de telejornal mais nobre da emissora para o Bom Dia Brasil, como pode atestar o então editor Marco Aurélio Mello. Num episódio específico, fui perseguido na redação por um feitor munido de um rádio de comunicação com o qual falava diretamente com o Rio de Janeiro: tratava-se de obter minha assinatura para um abaixo-assinado em apoio a Ali Kamel sobre a cobertura das eleições de 2006. Considero que isso caracteriza assédio moral, já que o beneficiado pelo abaixo-assinado era chefe e poderia promover ou prejudicar subordinados de acordo com a adesão. Argumentei, então, que o comentarista de política da Globo, Arnaldo Jabor, havia dito em plena campanha eleitoral que Lula era comparável ao ditador da Coréia do Norte, Kim Il-Sung, e que não acreditava ser essa postura compatível com a suposta imparcialidade da emissora. Resposta do editor, que hoje ocupa importante cargo na hierarquia da Globo: Jabor era o “palhaço” da casa, não deveria ser levado a sério. VAZAMENTO DE FOTOS No dia do primeiro turno das eleições, alertado por colega, ouvi uma gravação entre o delegado da Polícia Federal Edmilson Bruno e um grupo de jornalistas, na qual eles combinavam como deveria ser feito o vazamento das fotos do dinheiro que teria sido usado pelo PT para comprar um dossiê contra o candidato Serra. Achei o assunto relevante e reproduzi uma transcrição — confesso, defeituosa pela pressa – no Viomundo. Fui advertido por telefone pelo atual chefão da Globo, Carlos Henrique Schroeder, de que não deveria ter revelado em meu blog pessoal, hospedado na Globo.com, informações levantadas durante meu trabalho como repórter da emissora. Contestei: a gravação, em minha opinião, era jornalisticamente relevante para o entendimento de todo o contexto do vazamento, que se deu exatamente na véspera do primeiro turno. Enojado com o que havia testemunhado ao longo de 2006, inclusive com a represália exercida contra colegas — dentre os quais Rodrigo Vianna, Marco Aurélio Mello e Carlos Dornelles — e interessado especialmente em conhecer o mundo da blogosfera — pedi antecipadamente a rescisão de meu contrato com a emissora, na qual ganhava salário de alto executivo, com mais de um ano de antecedência, assumindo o compromisso de não trabalhar para outra emissora antes do vencimento do contrato pelo qual já não recebia salário. ASSASSINATO DE CARÁTER Ou seja, fiz isso apesar dos grandes danos para minha carreira profissional e meu sustento pessoal. Apesar das mentiras, ilações e tentativas de assassinato de caráter, perpretradas pelo jornal O Globo* e colunistas associados de Veja, friso: sempre vivi de meu salário. Este site sempre foi mantido graças a meu próprio salário de jornalista-trabalhador. O objetivo do Viomundo sempre foi o de defender o interesse público e os movimentos sociais, sub-representados na mídia corporativa. Declaramos oficialmente: não recebemos patrocínio de governos ou empresas públicas ou estatais, ao contrário da Folha, de O Globo ou do Estadão. Nem do governo federal, nem de governos estaduais ou municipais. Porém, para tudo existe um limite. A ação que me foi movida pela TV Globo (nominalmente por Ali Kamel) me custou R$ 30 mil reais em honorários advocatícios. Fora o que eventualmente terei de gastar para derrotá-la. Agora, pensem comigo: qual é o limite das Organizações Globo para gastar com advogados? O objetivo da emissora, ainda que por vias tortas, é claro: intimidar e calar aqueles que são capazes de desvendar o que se passa nos bastidores dela, justamente por terem fontes e conhecimento das engrenagens globais. Sou arrimo de família: sustento mãe, irmão, ajudo irmã, filhas e mantenho este site graças a dinheiro de meu próprio bolso e da valiosa colaboração gratuita de milhares de leitores. Cheguei ao extremo de meu limite financeiro, o que obviamente não é o caso das Organizações Globo, que concentram pelo menos 50% de todas as verbas publicitárias do Brasil, com o equivalente poder político, midiático e lobístico. DITADURA Durante a ditadura militar, implantada com o

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Eleições 2014: Dilma ri à socapa

Aécio não entusiasma deputados tucanos de SP O PSDB chega à ante-sala de 2014 sem ter absorvido o acontecido em 2010. Decorridos mais de dois anos da tempestade, veio a cobrança. O tucanato paulista serve ao mineiro Aécio Neves o pão que o Tinhoso amassou. Nesta segunda (25), dia em que Aécio fará palestra para o tucanatode de São Paulo, a repórter Luiza Bandeira traz à luz uma enquete com 35 deputados federais e estaduais do PSDB. Perguntou-se quantos, afinal, apoiam a candidatura presidencial Aécio. Apenas oito disseram categoricamente apoiar o minero. Doze elogiam Aécio, mas não fecham questão quanto ao apoio. Outros 15 negam-se a dizer quem irão apoiar. Quer dizer: antes de se entender com aliados externos, o PSDB terá de arrumar a própria casa –trocar as lâmpadas quebradas, desentortar a vara do trombone, limpar o vômito do tapete e verifcar se não ficou um José Serra Escondido dentro do sofá. Josias de Souza

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Eleições 2014 e o oligopólio tucano

Desde o ano 2000, antes de Lula chegar à Presidência, portanto, os únicos dois nomes que o PSDB oferece aos paulistanos em qualquer eleição para prefeito, governador ou presidente da República são José Serra e Geraldo Alckmin. O atual governador de São Paulo foi candidato a prefeito na capital em 2000 e 2008. Serra disputou a prefeitura em 2004 e 2012. Antes, já havia tentado em 1988 e 1996. Repare: só eleitores paulistanos com mais de 37 anos de idade tiveram a chance de votar num tucano que não fosse Serra ou Alckmin para prefeito. Foi na longínqua candidatura do hoje verde Fabio Feldmann em 1992, lembra? Nas eleições para o Planalto ou para o Bandeirantes, a situação é parecida. Em 2002, Serra saiu para presidente, Alckmin para governador. Em 2006, inverteram: Alckmin para presidente, Serra para governador. Em 2010, desinverteram: Serra novamente para presidente, Alckmin novamente para governador. Hoje acontece a abertura do congresso estadual do PSDB paulista. A expectativa é que Serra apareça e faça seu primeiro discurso após a eleição municipal de outubro. Os tucanos devem aproveitar para discutir estratégias para 2014. Qual é a grande articulação em curso?[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Bingo. Dar um jeito para lançar Serra para presidente (a tática agora é falar em prévias ou primárias); e garantir as condições para a reeleição de Alckmin governador. Nem é justo dizer que o PSDB tem problemas para formar quadros competitivos. Depois do petista Fernando Haddad, o maior vencedor da eleição paulistana foi o neopeemedebista Gabriel Chalita, tucano até outro dia. O Rio de Janeiro reelegeu o prefeito com a segunda maior votação proporcional em capitais, Eduardo Paes, tucano até outro dia. Em Curitiba, a surpresa foi a vitória de Gustavo Fruet (PDT), tucano até outro dia. Por que eles só conseguiram subir ao primeiro escalão da política após sair do PSDB? Poderia ser um tema para o congresso de hoje. Mas não é. Ricardo Mendonça/Folha de S.Paulo

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Eleições 2014: José Serra no PPS?

O PT agradecerá penhoradamente a Serra e Aécio por facilitarem a reeleição de Dona Dilma. José Mesquita – Editor José Serra enfrenta resistência à candidatura no PPS Apesar de o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), dizer que receberia o ex-governador José Serra (PSDB) “de braços abertos” caso ele queira se filiar ao partido, há uma ala que rejeita a hipótese de o tucano se tornar o candidato da legenda à Presidência em 2014. A avaliação de alguns membros do PPS é a de que Serra, que já perdeu duas disputas ao Planalto, é um nome já desgastado. “(José) Serra é um retrocesso do ponto de vista de uma política inovadora que o PPS está buscando”, disse o vereador de São Paulo Ricardo Young, para quem o tucano representa a “velha política”. Ex-integrante do PV e ligado ao Movimento da Nova Política, da ex-senadora Marina Silva (sem partido), Young defende que o PPS coligue com um eventual novo partido de Marina ou participe da criação de uma nova legenda que agregue o grupo dela.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] “Preterido” “O Serra acabou de sair de uma disputa presidencial. Não teria sentido ele ser preterido no PSDB e virar candidato do PPS”, disse o deputado federal Arnaldo Jordy (PA). “Não há um projeto presidencial para o Serra dentro do partido”, afirma o vereador de Recife e ex-deputado federal Raul Jungmann. Serra avalia trocar de partido para viabilizar sua candidatura à Presidência, já que a tendência é que o candidato do PSDB seja o senador Aécio Neves (MG). Uma avaliação dentro do partido é que a transferência de José Serra seja uma bandeira pessoal de Roberto Freire, amigo do tucano. Freire nega, entretanto, que haja resistência ao nome do ex-governador. O deputado também afirma que a ida de Serra não deve ser condicionada à candidatura dele à Presidência, mas não descarta a hipótese. Outras opções consideradas pelo PPS para 2014 são apoiar o próprio adversário interno de Serra, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), ou o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), numa tentativa de rachar a base do governo Dilma Rousseff. Transcrito da Folha de S.Paulo

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