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Eugénio de Andrade – Verso na tarde

Canto Eugénio de Andrade ¹ Não canto porque sonho. Canto porque és real. Canto o teu olhar maduro, o teu sorriso puro, a tua graça animal. Canto porque sou homem. Se não cantasse seria o mesmo bicho sadio embriagado na alegria da tua vinha sem vinho. Canto porque o amor apetece. Porque o feno amadurece nos teus braços deslumbrados. Porque o meu corpo estremece por vê-los nus e suados. ¹ José Frotinhas Rato * Fundão, Portugal – 19 de Janeiro de 1923 d.C + Porto, Portugal – 13 de Junho de 2005 d.C ganhou o Prêmio Camões da Língua Portuguesa em 2001 Ps. A grafia do nome do autor está no original de Portugal [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Eugênio Andrade – Versos na tarde

Sei que estou vivo Eugênio de Andrade ¹ Sei que estou vivo e cresço sobre a terra. não porque tenha mais poder, nem mais saber, nem mais haver. Como lábio que suplica outro lábio, como pequena e branca chama de silencio, como sopro obscuro do primeiro crepúsculo, sei que estou vivo, vivo sobre o teu peito, sobre os teus flancos, e cresço para ti. ¹ José Frotinhas Rato * Fundão, Portugal – 19 de Janeiro de 1923 d.C + Porto, Portugal – 13 de Junho de 2005 d.C ganhou o Prêmio Camões da Língua Portuguesa em 2001 [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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