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Papa, Dom Odílio Scherer e a esquerda brasileira

Leio nos jornais que crescem as possibilidades do Arcebispo de São Paulo, Dom Odílio Scherer, vir a ser eleito o próximo Papa, na sucessão a Bento XVI. Por outras fontes, blogs e redes sociais, percebo uma resistência nada sutil da esquerda brasileira, que considera o prelado um “reacionário”. Quem não gosta do PT deve começar a rezar para que Dom Odílio seja o próximo Papa. Nada trará mais infelicidade às hordas petistas. Eu já vejo a questão por um ângulo. Ele, Dom Odílio, deve ter um santo forte. Nada melhor para avalizar conduta que não ter o aval dos esquerdoides de boutique. Mas, acredito que será um italiano jovem – para aqüentar o tranco de consertar a esbórnia administrativa financeira da empresa Vaticano S/A, e de quebra a questão da pedofilia na Igreja católica. O eleito deverá conhecer os meandros, escaninhos e reposteiros da Santa Sé, além de ostentar um conservadorismo arraigado para não abrir espaços aos reformistas – casamento gay, aborto, celibato, ordenação de mulheres, pesquisa em células tronco embrionárias, aborto de anencéfalos, os padrecos adeptos da tal teologia da libertação, homossexualidade “e outras cositas mas”. Ps 1. Seja qual for o eleito espero que não insista que a crise moral que assola o mundo possa ser resolvida com orações. Ps 2. Não esquecer que o Papa Emérito, renunciou para poder influenciar no conclave, o que não seria possível se estivesse morto. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Bento XVI, Richelieu e Maquiavel

Foi eleito para impedir reformistas. Desfez cientificamente os poucos ‘avanços’ que João Paulo II conseguiu. Morto, Herr Ratzinger, não poderia interferir na eleição do sucessor, que poderia vir a ser um reformista. Aposentado, mas, mais vivo que nunca, irá ser tal e qual um Richelieu redivivo, a eminência parda que decidirá quem será eleito sucessor. Outro conservador, claro. Maquiavel ainda é aprendiz. Nada se move, em nenhum aspecto de nenhuma instância de poder, que seja de forma aleatória e/ou casual. “Entre a notícia e o boato, a diferença é que a notícia pode ser forjada.” Teodoro Wanke [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Gisele Bünchen e Albertina Berkenbrock: Ministra fala de uma, mas esquece a outra

Por Deonisio da Silva ¹ Observatório da Imprensa  Infelizmente, nem a ministra que se ocupou da calcinha e do sutiã de Gisele Bündchen, de repente assuntos de Estado e não apenas de moda ou mais especificamente de lingerie, nem suas colegas de outros ministérios lançam mão da presença feminina no governo da presidente Dilma Rousseff para cuidar de outros temas, igualmente inerentes à condição feminina. Estão preocupadas com as celebridades, como identificou Ligia Martins de Almeida em artigo publicado neste Observatório (ver “O governo, a mídia e a calcinha”). Ou, mais ainda, com determinadas “celebridades”. Assim, a titular da Secretaria de Políticas para as Mulheres pisou na bola, para usar uma boa metáfora do futebol, e seu gesto pode ser pedra de tropeço no caminho para ganhar as classes médias, além, naturalmente, do gesto desnecessário. Há outras prioridades de proteção aos clientes dos produtos anunciados por Gisele Bündchen, que, aliás, é atriz e modelo que não precisa de tutela nem de proteção de governo algum. Quem precisa, são seus eventuais fregueses. Estado leigo Por exemplo: se alguém comprar aquelas peças com cartão de crédito e precisar depois financiar o saldo restante, vai pagar juros abusivos. E contra os juros, ministros ou ministras, nenhum deles acha imorais ou atentatórias a nada as taxas cobradas. Se comprar aquelas peças num shopping center, antes terá de pagar o estacionamento enquanto o carro lá estiver. E que diz o governo sobre o que é cobrado nesses estacionamentos? Nada, O povo paga para comprar. Para quem quer incentivar o consumo para sair da crise, um dado preocupante. Antes de comprar, paga-se para estacionar, gasta-se no pedágio para lá chegar, paga-se uma das gasolinas mais caras do mundo para movimentar o carro que leva o freguês à loja etc.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Se está em questão a condição feminina, eis outra pauta para as ministras. A menina Albertina Berkenbrock, aliás tão bonita como Gisele Bündchen, já beatificada pelo papa Bento 16, e prestes a ser canonizada, não tem recebido, nem do anterior, nem do atual governo, atenção alguma. Já Cesare Battisti, condenado com abundância de provas no Judiciário italiano, é tratado como inocente no Brasil. Combatendo a Máfia, os juízes italianos pagaram com a vida a aplicação das leis. Mas, ao enfrentarem o governo e o Estado brasileiros, encontraram dois inimigos aparentemente invencíveis, que movem céus e terras para proteger um criminoso, fazendo o Brasil como nação passar uma vergonha danada no exterior. Por que a ministra, tão preocupada com a calcinha e com o sutiã de Gisele Bündchen, já protegida pelo prestígio nacional e internacional que alcançou com muito talento e tantos trabalhos interessantes, não dá uma olhadinha na história de Albertina Berkenbrock? Afinal, conquanto o Estado seja e deva ser leigo, as autoridades não perdem tempo de tirar proveito de missas e de outras cerimônias tão comuns no maior país católico do mundo, do qual são atualmente ministras. Duas vezes Albertina Berkenbrock foi assassinada em 15 de junho de 1931, aos doze anos, defendendo a dignidade da mulher, embora fosse ainda adolescente, resistindo a estupro. Sua canonização terá importância ainda maior do que a beatificação, e repercussão imorredoura. No Brasil profundo, ainda hoje falto de escolas, Albertina teve formação cristã, recebida da família, aprendeu sobretudo a ser solidária com os filhos dos vizinhos, até mesmo os filhos daquele que a matou, foi pessoa de agradável convívio, aplicada aos estudos, e seu professor e catequista deu depoimentos comoventes sobre a doçura da menina, em casa, como na escola, na igreja, na rua. Mas Albertina Berkenbrock não está na mídia. E o fato de não estar, às vésperas da canonização, já é sintoma de que privilegiamos na mídia e também no Estado outras “celebridades”. Já que a ministra pôs os olhos numa gaúcha bonita para proibi-la, que tal a redenção? Que dê uma olhada na catarinense que já morreu duas vezes. Uma, pelas mãos do cruel assassino; outra, pela omissão de autoridades como as que temos. ¹ Deonísio da Silva é escritor, doutor em Letras pela Universidade de São Paulo, professor e um dos vice-reitores da Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro; autor de A Placenta e o Caixão, Avante, Soldados: Para Trás e Contos Reunidos (Editora LeYa)

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Homossexualidade: Bispo monta blog para combater gays

Sem ligar para a decisão homoafetiva do Supremo, o bispo de Guarulhos montou um blog na internet para lutar contra os gays. “A ditadura gay não vai poupar ninguém, nem mesmo nossos filhos”, adverte o bispo Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, da diocese de Guarulhos, que montou um blog na internet para lutar contra o movimento gay. Num dos artigos, por exemplo, o bispo explica os “riscos” que as famílias correm com o “kit gay”, que seria distribuído em escolas pelo ministério da Educação. O blog do religioso (www.domluizbergonzini.com.br) foi criado em 2010, quando ele resolveu intervir para valer na campanha presidencial, na esperança de evitar a vitória de Dilma Rousseff.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Aos 75 anos, ferrenho adversário do PT, que ele chama de “partido da morte”, Dom Luiz atua em três frentes: no púlpito da diocese; no blog, que considera “um instrumento da voz do Reino de Deus”; e nas páginas do jornal “Folha Diocesana”, do qual é fundador e diretor-responsável, na condição de jornalista profissional, com registro conquistado por atuar na função desde os tempos de padre, quando a profissão ainda não era regulamentada. Misturando fé e política, o bispo é declaradamente homofóbico e costuma alertar que “uma conspiração da Unesco transformará metade do mundo em homossexuais”. Sobre o chamado kit-gay que o ministro Haddad tentou distribuir e não conseguiu, diz Dom Luiz: “Se [o kit] não é assédio, aliciamento e molestamento sexual pró-sodomia, então o que é?”, indaga o bispo católico, que não tem problemas em se unir aos pastores evangélicos nessa luta contra os gays, sem se importar também com a recente decisão homoafetiva do Supremo Tribunal Federal. Se quer lutar contra os gays, na própria Igreja Católica não faltam adeptos dessa opção sexual, conforme é público e notório. Melhor faria se lutasse contra o celibato. Para arrefecer o radicalismo do bispo, agora circula na internet uma petição contra ele, a ser encaminhada ao Vaticano. Carlos Newton/Tribuna da Imprensa

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Confissões pelo celular

A Igreja Católica aprovou um aplicativo para iPhone que funciona como confessionário virtual. O programa, que foi colocado à venda na loja virtual da Apple por US$ 1,99 (R$ 3,32), guia os usuários através do sacramento da confissão – em que católicos admitem seus pecados – e permite que o fiel mantenha um registro de seus pecados. O aplicativo também permite que os usuários façam um exame de consciência com base em fatores como idade, sexo e estado civil – mas não tem como objetivo substituir a confissão inteiramente. Segundo seus idealizadores, a ideia é encorajar os usuários a compreender suas ações, e a buscar um padre para obter absolvição. – Nosso desejo é convidar os católicos a se envolverem com sua fé através da tecnologia digital – disse Patrick Leinen, membro da Little iApps. O lançamento foi feito após o Papa Bento XVI exortar os católicos a usarem a comunicação digital e mostrarem-se presentes online. O Globo [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Senado de Deus

Do impagável Tutty Vasques, no Estadão. A arquidiocese do Rio gastou R$ 15 milhões com móveis de grife, carro blindado, apartamento funcional, portas e paredes à prova de som, cartão de crédito corporativo… Enfim, como diz o Lula, não tem mais santo em lugar nenhum.

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Padre da Paraíba vai à web em cenas de orgia sexual

Será o Lugo do agreste? Enquanto os escândalos envolvendo membros da Igreja Católica se sucedem, o Vaticano continua inflexível quanto a discutir a questão do celibato. Até quando? Atos individuais contaminam a pregação da Igreja, colocando-a no alvo das demais religiões. A igreja católica, evidentemente, enquanto instituição, não pode ser responsabilizada nem tampouco cabe generalizar. Os homens que a fazem e a conduzem são falíveis. Os que se desviam do código canônico também não podem se contrapor às regras que já estavam postas quando resolveram abraçar o sacerdócio. Ninguém os obrigou a envergar a batina. O editor Padre Duarte, sacerdote da Igreja Católica residente na cidade paraibana de Santarém, foi à internet como protagonista de cenas inusitadas. São três vídeos. Juntos, exibem 49 minutos de uma orgia sexual. A filmagem é atribuída ao próprio padre, que aparece nu, junto com um casal. O caso sacode o interior da Paraíba desde a última sexta (8). Santarém fica a 468 km da capital, João Pessoa. Nesta segunda (11), a Diocese de Cajazeiras viu-se compelida a divulgar uma nota. O episódio foi às manchetes do Correio da Paraíba, um dos principais diários do Estado. O texto da diocese é assinado por três autoridades da Igreja local: Dom José Gonzáles Alonso, bispo diocesano de Cajazeiras; Agripino Ferreira de Assis, vigário geral da Diocese; e Janilson Rolim Veríssimo, coordenador da Pastoral da Comunicação. Na nota, disponível aqui, os três escrevem: “Pedimos perdão como Igreja pelo escândalo provocado”. Acrescentam que notícias “envolvendo a vida moral de qualquer padre nos dói profundamente…” “…Mostra a parte humana e pecadora dos membros da Igreja, sem tirar sua origem divina e santa (“Igreja santa e pecadora”)…” “…E nos provoca a todos, que temos fé, a rezar pelos pecadores e pela santificação dos padres”. A nota também informa que “padre Duarte não faz parte do clero da Diocese de Cajazeiras”. Foi ordenado “em outra Diocese”. Embora continue padre, “há dez anos não tem o exercício do ministério sacerdotal”. Segundo o texto, ele “apenas” dispõe de “licença para celebrar [missas] privadamente na capela de sua residência”. Antes, em entrevista telefônica a um programa chamado “Boca Quente”, da Rádio Difusora de Cajazeiras, padre Duarte defendera-se. Disse ter sido vítima de uma “armação“. Afirmou que teria sofrido um “assalto”. Os ladrões teriam levado o seu laptop. Segundo ele, recolheram-se na máquina imagens que, “montadas”, resultaram nos vídeos que ganharam a web. Padre Duarte disse ter acionada a Polícia Federal. Encareceu a retirada dos vídeos da internet. As imagens estavam disponíveis num sítio chamado “Blog Padre Duarte”. Depois de acionados à saciedade, os três vídeos foram retirados do ar por volta das 18h desta segunda-feira. blog Josias de Souza

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Bispo brasileiro troca a Teologia da Libertação pela Teologia da Inseminação e apóia Lugo, o fornicador de batina

Dom Tomás Balduino, bispo emérito de Goiás, é presidente da CPT (Comissão Pastoral da Terra). A CPT segue os ensinamentos da Escatologia da Libertação e é parceira do MST em alguns de seus crimes – além de apoiar todos os outros. A versão rural da Escatologia da Libertação é o que já batizei aqui de “Teologia Babuínica” – com todo respeito àqueles nossos parentes que têm a cara feia e o traseiro colorido. Pois bem. Balduíno teve a coragem de enviar uma carta de solidariedade ao grande “pai” do Paraguai, o presidente rompedor Fernando Lugo. Assim, como a gente vê, Balduíno troca a Teologia da Libertação dos pobres pela Teologia da Inseminação (como disse um leitor) das “pobras”. Acompanho política há um bom tempo. Lembro-me de poucos picaretas da estirpe deste tal Lugo. Ontem, como viram, distorceu o sentido de uma frase de Terêncio – “Sou homem: nada do que é humano me é estranho” – para tentar justificar as próprias imposturas. O dramaturgo e poeta latino nos deu um emblema de tolerância com as diferenças, não uma licença para a amoralidade. Mais: Lugo mergulhou fundo na canalhice: “pessoa humana imperfeita, resultado de processos históricos, perfil da minha cultura, assumirei com todas as responsabilidades as situações que me concernem”. Essa glossolalia quer dizer que o ex-bispo fornicador considera que todo o Paraguai – quiçá as “veias abertas” da América Latina… – é responsável por aquilo que ele faz com o seu bigolim, com a sua minhoquinha descuidada. Esse cara-de-pau, já coroa, já bispo, fez sexo com uma garota de 16 anos que ele havia crismado – ou que crismou depois… Não sei o que consegue ser pior. A carta de Balduíno é pura pornografia moral. Elogia Lugo por ter reconhecido o filho (um deles…) e recomenda: “Continue assim, caro Irmão, coerente com a inspiração evangélica, ao testemunhar, com clarividência e humanidade, o inestimável valor do relacionamento entre o homem e a mulher”. Os bispos paraguaios pediram perdão à população do país pelos atos de Lugo – que, afinal de contas, era um deles. Balduíno trata assim a hierarquia católica: “receio que este pedido de perdão não se refira às omissões da Igreja com relação aos poderosos da política e ao sofrimento do povo durante os anos de tirania do governo paraguaio.” E, claro, culpa a “mídia” por tudo – sobra até para a “mídia brasileira”… Os inimigos que estão fora de nossas fileiras inimigos são. Os que estão dentro são demônios. Balduíno se coloca como inimigo da Igreja e está dentro dela. Como se vê, as sandices do MST e da CPT no Brasil se explicam também pelas palavras de seu pastor. Essa gente corrói a Igreja por dentro. Segue a carta de Balduíno a Lugo, a quem ele abraça com “fraterna amizade” (cuidado com o estômago): do blog do Reinaldo Azevedo Caro Amigo Presidente Fernando Lugo,

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Igreja pega leve com Fernando Lugo

Palpiteira e dogmática em todo e qualquer assunto — até dos que não entende, por não praticar, como o casamento — a igreja católica, qual um PSDB teológico, opta pela dissimulação quando é chamada a se manifestar a respeito do seu (dela) ex-bispo. Nada contra, mas até que entre em vigor algum novo decreto canônico o celibato é questão fechada na taba de Herr Ratzinger. Os Tupiniquins, que não perdem a chance de uma gaiatice, já apelidam o país vizinho de Pairaguai. O editor Igreja pega leve com Lugo Filhos fora do casamento, todos nós os temos, não é mesmo? É o tipo de “acidente de percurso” que pega até os mais cautelosos na curva e que não faz distinção entre pessoas de bom ou mau caráter. E, muitas vezes, pela graça de Deus, o rebento não planejado acaba se tornando uma bênção na vida dos pais. Neste nosso canto de mundo, não damos muita bola para o que as pessoas fazem entre os lençóis. Arrisco dizer que, se Bill Clinton tivesse sido presidente do Brasil ou do Paraguai, seu maior problema em relação ao affair Monica Lewinsky teria sido renovar a fleuma ao abrir o jornal a cada café da manhã, a fim de digerir as piadas do Zé Simão. Vejo em uma pesquisa informal realizada por um site de notícias que a maioria dos internautas tapuias que se dispuseram a responder não vê nada de mais no fato de o presidente do Paraguai, o ex-bispo da Igreja Católica Fernando Lugo, 57, ser pai de um número até agora incerto de filhos bastardos. Apenas 5,36% acham que ele deveria perder seus direitos políticos. A maioria, 34,18%, acredita que Lugo deve ser obrigado a pagar pensão e não se fala mais nisso. Bem, só faltaria o presidente, que está sendo chamado de “o pai do Paraguai”, não se ter conscientizado de que terá de fazer muita hora extra se quiser ver toda a prole na universidade. Acontece que, além de presidente, Fernando Lugo é ex-clérigo. E que os filhos (aparentemente, existiriam até seis reivindicações conhecidas de paternidade até o momento) foram gerados quando ele ainda era representante da igreja. Na quarta-feira, a terceira mulher veio a público para revelar que teve um filho com ele. A ex-coordenadora de uma pastoral paraguaia, Damiana Morán, 39, disse que um de seus meninos, de um ano, é fruto de “uma explosão de sentimento” perpetrada em sintonia com o ex-bispo. O nome do rebento? Juan Pablo, em homenagem ao papa João Paulo 2º. Não é irônico que o bebê com o nome do santo padre tenha sido concebido no que a Igreja Católica define como pecado? De minha parte, folgo em saber que um ex-bispo e uma mulher aparentemente mais devota do que a média são tão falíveis quanto o resto de nós, que, por mais que nos esforcemos, estamos sempre operando aquém das expectativas da igreja. Essa mesma igreja que, na quarta-feira, por meio de dom Orani Tempesta, um dos porta-vozes da CNBB, emitiu a seguinte opinião sobre o caso: “Cada pessoa responde à fidelidade ou à infidelidade daquilo que promete. Acho que não cabe à igreja julgar ninguém, mas a cada um de nós, vendo as coisas, dizer se está sendo fiel àquilo com que se comprometeu”. Êpa, ôpa! Sinto aí um certo corporativismo em defesa do ex-colega. Se entendi direito, o bispo que virou presidente pode errar e se arrepender e não caberá a ninguém julgá-lo. Mas, quando os africanos decidem ser fiéis à ideia de usar preservativos para se defenderem de doenças sexualmente transmissíveis, aí a danação do inferno cai sobre eles. Ou, quando a mãe de uma menina estuprada pelo padrasto decide que a filha deve abortar, ela corre o risco de ser excomungada. E, quando os gays… Bem, deixa para lá, não é preciso ser teólogo para entender que existe tratamento VIP para uns e cadeira na geral do inferno para os menos privilegiados. blog da Barbara Gancia

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