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Neymar e Galáxias

Lá vou eu. Não entendo nada, ou quase nada de futebol, mas sei que, cada vez mais o Nobre Esporte Bretão é um esporte coletivo, principalmente depois do carrossel Holandês do Cruijff. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Também sei que estrelas fora de uma galáxia – uma eremita – mesmo tendo calor por dentro, sem gravidade esfria e morre. É a gravidade que mantém as coisas vivas no universo, e a gravidade só existe onde tem outras estrelas perto uma das outras. Uma estrela eremita morre sem gravidade e também de frio. A carreira do Neymar acabou. Ps. A última vez que fui a um jogo de futebol no velho PV – era só pular o muro do quintal de casa – comer um sanduba do Marechal, foi pra assistir Usina Ceará, salve Doca, e Gentilândia, salve Canhoteiro.

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Futebol – Alemanha – 7×0 não foi ao acaso

Opinião: Alemanha não produz jogadores de “time B” Alemanha vence Copa das Confederações na Rússia sem a maioria de seus principais jogadores Conquista da Copa das Confederações e do Europeu sub-21 são resultados de anos de trabalho fora dos gramados, inexistente em várias potências do futebol mundial, opina Ross Dunbar.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O futebol alemão vive um momento de glória após vencer dois torneios internacionais em 48 horas. Essas vitórias, porém, já vinham sendo trabalhadas há muito tempo. A Copa das Confederações foi erguida em São Petersburgo neste domingo, após a vitória de 1 a 0 sobre o Chile, enquanto na sexta-feira, a equipe alemã sub-21, cheia de estrelas, venceu o Europeu da categoria, derrotando a excelente Espanha pelo mesmo placar. E ainda poderá vir mais. O sub-19 começa nesta segunda-feira a disputa pelo Campeonato Europeu, enquanto a seleção feminina iniciará no final do mês a busca pelo sétimo título europeu seguido. A Alemanha também enviou uma equipe forte para a Copa do Mundo sub-20, que acabou sendo vencida pela Inglaterra. A impressão é que, apesar das impressionantes seleções de todas as partes do mundo, os campeões mundiais vinham treinando uma equipe reserva no mais alto nível. Manuel Neuer, Mats Hummels, Jérôme Boateng, Leroy Sané, Mesut Özil, Toni Kroos, Thomas Müller e outros receberam uma merecida folga neste verão europeu, enquanto o técnico Joachim Löw promovia mudanças para o torneio na Rússia. A maioria destes jogadores estava no centro da campanha vitoriosa na Copa do Mundo de 2014 e é inquestionável que a maior parte deles ainda será protagonista em 2018, na cabeça de Löw. Mas, seria tolo afirmar que eles são os únicos jogadores alemães de padrão internacional. Löw não precisou vasculhar as profundezas do futebol alemão para encontrar um time para a Copa das Confederações. Os 11 titulares que jogaram a final tinham média de idade de 24 anos, ou seja, longe de serem adolescentes. Os 11 da seleção alemã vitoriosa somam 193 aparições em partidas de seleção, totalizando entre eles mais de 2 mil jogos em times de ponta em algumas das principais ligas da Europa. Jonas Hector e Joshua Kimmich têm sido as primeiras escolhas de Löw para as laterais desde a Eurocopa de 2016. Julian Draxler, vencedor da Bola de Ouro como o melhor jogador do torneio na Rússia, possui experiência de alto nível em um punhado de clubes diferentes. O vencedor da Chuteira de Ouro do torneio, Timo Werner, marcou 21 gols na última temporada da Bundesliga, o campeonato alemão, pelo RB Leipzig, que estará na próxima Liga dos Campeões da Europa após terminar a competição em segundo lugar. Leon Goretzka e Lars Stindl tiveram temporadas excepcionais na Bundesliga. O goleiro Marc-André ter Stegen defende o Barcelona, enquanto Sebastian Rudy e Niklas Süle, que ajudaram o Hoffenheim a chegar em quarto lugar na Bundesliga, jogarão pelo Bayern de Munique na próxima temporada. Nenhum destes jogadores chega a ser um novato, nem mesmo algo próximo disso. Mas, nada disso pode ser definido como apenas sorte. A Federação Alemã de Futebol (DFB) merece aplausos por investir nas categorias de base. O programa de desenvolvimento dos jovens jogadores alemães foi transformado e relançado em 2013 com a visão estratégica de aumentar os padrões profissionais e trazer uniformidade a todas as federações regionais da Alemanha. As academias de futebol devem seguir padrões rigorosos estabelecidos pela DFB e consultores externos. Na temporada 2015-16, os clubes alemães investiram mais de 150 milhões de euros em seus departamentos para o desenvolvimento de jovens atletas. Para a nação mais robusta da Europa, com uma população de 81 milhões de habitantes, dar impulso a um bom número de profissionais bem treinados e de grande talento não chega a ser um feito extraordinário. A atual fartura de jogadores de alto nível é uma recompensa do planejamento racional em longo prazo, inexistente em várias das outras principais potências do futebol mundial. Considerar a equipe vencedora da Copa das Confederações como um time “B” seria um desrespeito com tudo o que os alemães conquistaram na última década. A Alemanha não produz jogadores “B”, mas sim, vencedores. Essa tendência já está estabelecida e continuará ainda pelos próximos anos. DW

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Por que a China está investindo bilhões para se tornar uma potência global do futebol?

Reconhecida por seus feitos na tecnologia e na indústria, a China prepara-se para um salto que está sendo tratado por especialistas como uma nova revolução: investimentos de bilhões de dólares devem colocar o gigante asiático em definitivo no mapa do futebol internacional, mesmo que ainda esteja longe de ser o país da bola. China desembolsou bilhões de dólares para estimular seu futebol nos últimos anos Direito de imagemAFP A segunda maior economia do mundo não tem medido esforços para abrir as portas de um mercado que, até pouco tempo atrás, a tinha como carta fora do baralho. Mas o jogou mudou. Desde o início de 2015, a China investiu US$ 2 bilhões (R$ 6,44 bilhões) no gigantesco mercado de futebol europeu para comprar fatias ou a totalidade de clubes como o AC de Milão (Itália), o Inter de Milão (Itália) e o Manchester City (Inglaterra).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Também há quem diga que o Liverpool e o Hull City, ambos da Inglaterra, estão na mira dos fundos de investimentos chineses. E, nos últimos meses, a jovem Superliga da China desembolsou algumas centenas de milhões de dólares para comprar o passe de grandes estrelas do futebol internacional, como o brasileiro Oscar, que deixou o Chelsea (Inglaterra) para jogar pelo Shanghai SIPG. A operação foi estimada em US$ 73 milhões (R$ 235 milhões), valor que, se confirmado, supera o antigo recorde da contratação do compatriota Hulk para o mesmo time. Prioridade O futebol na China virou uma prioridade do governo do presidente Xi Jinping, ele próprio um fã do esporte. Por trás dessa espécie de força-tarefa coletiva, que dominou o país nos últimos dois anos e envolve governo e empresas (estatais, ou não), há uma série de motivos. O primeiro deles está no fato de a economia chinesa vir reduzindo o ritmo de expansão, depois de décadas de crescimento de dois dígitos. Os chineses estão obcecados com a ideia de buscar novas fontes de renda para o país, sobretudo no setor de serviços, tecnologia e inovação ─ a bilionária indústria do esporte tem no futebol seu mercado mais bem-sucedido e um pouco de cada um desses elementos. Futebol virou prioridade do governo do presidente Xi Jinping Direito de imagemREUTERS ‘Soft power’ Para o especialista britânico Mark Dreyer, dono do site China Sports Insider, trata-se também de um gesto de aproximação com o público chinês e estrangeiro na forma de “soft power” (influência). “Além da necessidade de buscar outras maneiras de promover o crescimento, existe ainda um movimento populista, já a China que tem muitos fãs de futebol que há muito tempo lamentam o fato de a sua seleção nacional ser tão ruim”, diz Dreyer, que se mudou para a China em 2007 para cobrir a Olimpíada de 2008, em Pequim. Segundo o especialista, ocupar a 82ª posição no ranking mundial não combina com o “status” de segunda maior potência econômica do mundo. “E ser bom em futebol mundialmente ajuda muito mais com o “soft power” do que várias medalhas de ouro em esportes considerados menores”, destaca. Dreyer afirma ainda que promover o futebol vai ao encontro de outra iniciativa importante do governo na direção de um estilo de vida mais saudável. No final de 2014, Jinping declarou em alto e bom som que a China seria um potência do futebol. Mas foi no último ano que o mundo dos negócios no setor esquentou para valer. No ano passado, a Associação Chinesa de Futebol anunciou um plano ambicioso para colocar o país – hoje 78° no ranking internacional – entre os melhores do planeta até 2050. Image captionInvestimento em futebol é gesto de aproximação da China com público chinês e estrangeiro, diz especialista Direito de imagemREUTERS E o governo do Partido Comunista, ao divulgar o 13° Plano Quinquenal, indicou que a indústria do esporte deve alcançar US$ 433 bilhões (R$ 1,4 trilhão), ou 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, até 2020. Hoje, esse percentual estaria próximo de 0,6% do PIB. A previsão é de que até lá haverá 50 milhões de chineses jogando futebol, 20 mil centros de treinamento e 70 mil campos pelo país. A Copa da China 2017, que começou na terça-feira na cidade de Nanning, no sul do país, é um outro exemplo do que está por vir. Trata-se de um campeonato inédito que, apesar do número reduzido de participantes (quatro seleções internacionais) e da curta duração (cinco dias) não tem nada de acanhado. Por trás do novo evento, que pretende entrar para a lista dos maiores do mundo, tornar-se anual e contar com pelo menos oito seleções, estão grandes nomes de investidores chineses. Entre eles Wang Jialin, o homem mais rico do país e dono do grupo Wanda, que comprou no ano passado 20% do espanhol Atlético de Madrid. O grupo vem investindo maciçamente em tudo o que esteja relacionado ao futebol. E enquanto o país não consegue cumprir a determinação do seu líder máximo, a jovem Superliga da China, hoje com 16 clubes, talvez já possa ser considerada uma potência. Jogador argentino Carlos Tévez teve passe comprado por time chinês Direito de imagemALEJANDRO PAGNI Contratações caras A economia do futebol na China promete movimentar o mercado no resto do mundo. Nas últimas semanas, gerou furor na indústria futebolística ao anunciar contratações de destaque para grandes nomes do futebol internacional, muitos deles brasileiros. No mês passado foi a vez do argentino Carlos Tévez, ex-Manchester United, cujo passe foi comprado pelo Shanghai Shenhua. Diz-se que o brasileiro Ronaldinho Gaúcho teria recusado uma oferta de US$ 105 milhões (R$ 338 milhões), e o português Cristiano Ronaldo, eleito o melhor jogador do ano, de pouco mais de US$ 300 milhões (R$ 966,4 milhões). A ousadia, que para muitos nada mais é do que um exagero, deu origem a um grande debate sobre a necessidade de se imporem restrições ao salários que podem ser pagos nos clubes chineses. A autoridade máxima dos esportes está pensando em determinar um teto para eles para evitar gastos excessivos e garantir uma liga sustentável.

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Entenda o esquema que pode ter ‘comprado’ o futebol sul-americano

A cobertura jornalística internacional sobre o escândalo de corrupção na Fifa concentrou-se nas denúncias de suborno envolvendo altos executivos da entidade e personagens mais publicamente polêmicos, como Jack Warner, de Trinidad e Tobago, e o americano Chuck Blazer. O ex-presidente da Conmebol, Nicolas Leoz, é acusado de ser um dos principais beneficiários do esquema. No entanto, a maioria das prisões de dirigentes efetuadas durante o congresso da Fifa, em Zurique (Suíça), a pedido da Polícia Federal americana (FBI), esteve ligada aos meandros da batalha pelo controle comercial dos jogos de seleções no continente americano, em especial o mais importante torneio da região, a Copa América. Leia mais: Escândalo sobre sede olímpica de 2002 traz lições à Fifa Enquanto Warner, por exemplo, é acusado de receber uma propina de US$ 10 milhões para votar na candidatura da África do Sul à Copa do Mundo de 2010, um outro vice-presidente da Fifa, o paraguaio Eugenio Figueredo, é alvo de denúncias que envolvem dez vezes esse valor. Suborno Figueredo é um de pelo menos 11 dirigentes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) que, segundo suspeitas, teriam recebido vultosos pagamentos para garantir à empresa de marketing esportivo Traffic Sports os direitos comerciais sobre quatro edições da Copa América, incluindo a que teve início na quinta-feira, no Chile. Um grupo que inclui o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A Copa América (na qual o Brasil estreia neste domingo contra o Peru) é um dos mais assistidos torneios de futebol do mundo e, em 2011, estima-se que audiência cumulativa do torneio tenha sido de 5 bilhões de pessoas. Leoz e os outros dirigentes que são alvo da investigação do FBI Um torneio especial para celebrar o centenário de realização da primeira edição da Copa América, que será disputado nos EUA no ano que vem, representou um injeção extra de caixa de US$ 112,5 milhões para a Conmebol e a US Soccer. Desde 1986, os direitos comerciais estiveram sob controle da Traffic Sports. A empresa ainda tem o nome de quando vendia publicidade estática em pontos de ônibus mas evoluiu para uma das principais agências de marketing esportivo das Américas. Apenas para a Copa América de 2007, de acordo com informações averiguadas pelo FBI, a Traffic arrecadou cerca de US$ 75 milhões com a venda dos direitos de transmissão e marketing do torneio, com um lucro de quase US$ 30 milhões. E o mandado de prisão expedido pelas autoridades americanas acusa a companhia de, durante 30 anos, ter usado propinas para convencer os oficiais da Conmebol. Alega-se que os executivos da Traffic e outras companhias subornaram dois presidentes da Conmebol e presidentes de noves associações nacionais, incluindo Brasil e Argentina. O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, foi preso na Suíça a pedido das autoridades americanas Segundo denúncias, o caso mais antigo de pagamento de propina data de 1991, quando o paraguaio Nicolas Leoz, o então mandatária da Conmebol, pediu dinheiro ao fundador da Traffic, o brasileiro José Hawilla, para negociar os direitos comerciais. Hawilla é réu confesso no caso e colabora com as investigações do FBI desde 2013. Extrajudicial De acordo com a investigação do FBI, Leoz a partir daí pediu pagamentos adicionais a cada torneio. Estima-se que até 2011, quando deixou a Conmebol, Leoz tenha recebido US$ 1 milhão por Copa América. Detalhe: entre 1989 e 2007, o torneio foi disputado de dois em dois anos. Outros dirigentes também teriam se interessado e, durante os preparativos para a Copa América de 2007, disputada na Venezuela, o então presidente da federação de futebol do país, Rafael Esquivel, pediu US$ 1,7 milhão à Traffic. A agência pagou, segundo o FBI, usando esquemas de lavagem de dinheiro para não despertar suspeitas. O fundador e dono da Traffic, José Hawilla Em 2010, no entanto, a agência parecia derrotada: seis presidentes de federações tentaram levar os direitos comerciais para uma empresa de marketing rival, a Full Play. A resposta da Traffic foi levar a Conmebol e a Full Play à Justiça nos Estados Unidos, alegando que seu contrato com a entidade ia até a Copa América de 2015. O caso nunca chegou aos tribunais: a Traffic e a Full Play fizeram um acordo extrajudicial e se juntaram a uma terceira companhia, a Torneos y Competencias, para criar uma nova companhia (Datisa) e dividir as receitas comerciais. A partir daí, a investigação das autoridades americanas indica que a corrupção teria aumentado de forma significativa: os US$ 100 milhões que garantiram à Datisa os direitos até a Copa América de 2023 teriam sido divididos entre os presidentes das nove confederações sul-americanas (US$ 3 milhões para Brasil e Argentina e US$ 1,5 milhão para o restante a cada torneio, por exemplo). O total de propinas teria correspondido a um terço do que a Datisa pagou oficialmente pelos direitos oficiais da Copa América (317,5 milhões). Equivale a dizer que, em média, a Datisa pagou US$ 1 milhão por cada jogo, inclusive os da atual competição no Chile. Paul Sargeant/BBC News

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Futebol, Romário, FIFA e o Brasil caminha para o nada. Eis que nada, absolutamente nada, acontecerá para mudar o rumo dos acontecimentos

A Copa do Mundo 2014 no Brasil rendeu US$ 4,8 bilhões (R$ 15 bilhões) em quatro anos – o evento gerou um lucro de mais de US$ 2 bilhões para a Fifa, para uma organização sem fins lucrativos – que, no entanto, mantém uma grande reserva de dinheiro, que contabilizada mais de US$ 1,5 bilhão em 2014 – baseada na Suíça, onde é isenta de impostos.  O lucro total da organização entre 2011 e 2014, de US$ 5,7 bilhões, não é tão grande em comparação com o de megacorporações – a Coca-Cola, por exemplo, que patrocina a Fifa, lucrou US$ 46 bilhões só em 2014. No eixo deste mega negócio surge agora personagens acusados de terem praticado crime lesivo aos seus cofres. São: Ricardo Teixeira (indiciado pela Polícia Federal), Joseph Blatter (presidente renunciado da Fifa), Jérôme Valcke (investigado pela Justiça dos Estados Unidos), José Hawilla (réu confesso) e José Maria Marin (preso na Suíça). A organização anticorrupção Transparência Internacional (TI) concorda e afirma, em um relatório de 2011 sobre a Fifa, que a corrupção não só prejudica na imagem do esporte como também pode comprometer seu papel de “espalhar os valores do espírito esportivo”. Em meio às manchetes em todo mundo, a sujeira protagonizada por dirigentes relapsos e ardilosos, contrasta com a humildade de milhares de clubes de futebol que minguam o mínimo possível, para poder gerar craques e renovar a nova geração de futebol.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] São micros agremiações que disputa campeonatos miseráveis de terceira e quarta série, onde sequer dispõem de verba para o transporte dos atletas para o deslocamento entre estádios em meio a campeonatos longos e sem público, e sem renda. Abandonado a própria sorte a base do futebol mundial, raramente tem o patrocínio de clubes maiores que mantém escolinhas de base ou utilizam esses pequenos clubes como fábrica de atletas. Não pouco, centenas de milhares de agenciadores, exploram essa mão de obra desportiva de forma melancólica e criminosa, deixando querelas para os jogadores, que são na verdade o “artista do espetáculo”. Para se ter uma ideia, avalie quanto recebe de salário um jogador que disputa uma terceira divisão estadual ou nacional? Vejam as dívidas acumuladas por esses clubes? Há pouco o C.R. do Flamengo contratou o atacante estrangeiro Paolo Guerrero pela milionária quantia de R$ 1 milhão e 100 mil/mês. Mas deve milhões (?) Uma distorção, que se vê ate mesmo no próprio time, onde atletas que estão lado a lado desse atacante, ganham dois por cento ou menos do que ele. O futebol tem razões que a própria consciência desconhece, Felipão, despejado do futebol português, voltou ao Brasil e protagonizou o pior espetáculo de uma seleção em Copa da Mundo no 7 a 1 da Alemanha. Em seguida assinou contratou milionário com o combalido Grêmio, saiu, e agora está na China, enganando os mandarins do dólar/metal. Agora Romário – o senador, posa de bom menino, na carona do “caos do futebol”, coloca o dedo na “ferida” do escândalo da FIFA, faz seu marketing para se eleger prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Mas que passado tem este craque de bola, se na vida “social”, não foi tão craque! Raimundo, Vampeta, e tantos outros protagonizaram situações pontuais deprimentes, mas posam de “bom menino” ai nas emissoras de rádio e TV, comentando futebol, como se fossem os “mestres” dos mestres. O salário, bem este nunca foi pequeno, o português sim, “pequeníssimo”, uma agressão ao Aurélio. É o futebol na desonra, e no momento para se rediscutir de verdade, sua nobre finalidade. Por Roberto Monteiro Pinho/Tribuna da Imprensa

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Juca Kfouri: negócios da TV no futebol podem ser piores que os de empreiteiras

Juca Kfouri, que se restabelece de um problema sério de saúde justamente em meio ao caldeirão que se tornou o futebol – mundial e brasileiro – nestes dias, publica hoje um texto de “memórias”  sobre os personagens brasileiros deste “Fifalão”. Lembranças que terminam com uma frase demolidora: ” o mundo das transmissões esportivas pode ser mais sujo e pesado que o das empreiteiras” É impossível separar os muitos milhões que elas custam dos muito mais milhões que geram e dos vários milhões que, para consegui-las, se distribuem das gavetas para gavetas. Por mais que seja cultivada entre nós – sobretudo os que amam o jornalismo esportivo, onde comecei, como estagiário, minha vida profissional –  a esperança de que tudo se modifique, sabemos que o dinheiro é um Moloch e pode estar em curso – qualquer semelhança é mera coincidência, apenas uma mudança donos mundiais  do futebol. Preciosas, mesmo, são as gavetas da memória de Juca, das quais saem histórias do passado que ajudam a entender o presente. E a temer, sem que isso faça senão encorajar a luta destemida, pelo futuro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Jogar o jogo Juca Kfouri, na Folha Já contei as três histórias aqui, separadamente. José Maria Marin, então presidente da FPF, em 1985, depois de ter sido governador biônico de São Paulo, me garantiu, num voo para Assunção, que era impossível sair pobre do Palácio dos Bandeirantes. Íamos ambos a um jogo da seleção brasileira contra a paraguaia pelas eliminatórias da Copa de 1986. Dizia ele que independentemente da vontade do político, tudo que se fazia no Estado separava 10% ao governador e não seria ele a mudar tal estado de coisas. Nunca antes eu estivera com Marin. Dez anos depois, recebi a visita de J.Hawilla em meu escritório, pois eu acabara de iniciar minha carreira solo depois de 25 anos de Editora Abril. Roberto Civita me pedira para parar de criticar Ricardo Teixeira, porque eu inviabilizava que a TVA fizesse contratos com a CBF. Hawilla dizia não aguentar mais ter de acordar antes dos filhos para pegar aFolha, e esconder deles, caso tivesse alguma coluna minha contando seus malfeitos. Jurou que não era sócio de Ricardo Teixeira e garantiu que adoraria viver num mundo em que não fosse necessário comprar cartolas, mas que ele jogava o jogo. Tínhamos até pouco tempo antes deste encontro uma boa relação. E ele me propôs ser sócio da Traffic. Finalmente, em 1992, eu havia sido convidado para almoçar com o engenheiro Norberto Odebrecht. Então, além da “Placar”, eu dirigia a “Playboy”, que fizera reveladora reportagem sobre as empreiteiras brasileiras, de autoria do repórter Fernando Valeika de Barros. Era demolidora. Como ilustração, um muro de ouro, lama e sangue. O fundador de uma das maiores construtoras do país foi direto ao ponto, após elogiar a exatidão do que havia lido: “Você acha que eu gosto de ter de pagar para bandido liberar o que os governos me devem?” Antes de responder, me lembrei da conversa com Marin. Ao responder, com a arrogância que caracteriza a nós, jornalistas, primeiramente agradeci o elogio feito à reportagem. E em vez de responder, fiz nova pergunta: “Mas por que alguém tão poderoso como o senhor não denuncia os bandidos?”. “Porque eles acabam comigo e com milhares de empregos que mantenho no Brasil e no exterior.” Não me restou outra saída que não a de dizer que por essas e por outras é que sou jornalista, não empreendedor. Diga-se, a bem da verdade, que em nenhum momento da realização da matéria houve qualquer pressão por parte da Odebrecht, diferentemente do que fez a CBF para negociar direitos de TV com a Abril. Tudo isso para contar que o mundo das transmissões esportivas pode ser mais sujo e pesado que o das empreiteiras. Além de ter um charme, um glamour, ainda maior, uma gente esperta que, de repente, vai a Suíça e fica. Presa. E também para insistir que ou se criam novos métodos de governança ou tudo seguirá na mesma porque o Homem, como se sabe, é um projeto que não deu certo. Só nisso, Juca, faço-te um “meio reparo”. Ainda não deu certo, mas há de dar. Fonte: Tijolaço

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Quem é Loretta Lynch, a secretária de Justiça que escancarou a corrupção na Fifa

“Ninguém é grande demais para a cadeia. Ninguém está acima da lei.” Pouco mais de um mês após pronunciar essas palavras ao ser nomeada secretária de Justiça dos Estados Unidos, Loretta Lynch – a primeira mulher negra no cargo – coordenou a operação que prendeu oito cartolas da Fifa e foi considerada o maior escândalo da história do futebol. Lynch é a primeira mulher negra a ocupar o cargo de secretária de Justiça Filha de um pastor protestante, Lynch nasceu quando as leis de segregação racial ainda eram vigentes nos Estados Unidos, formou-se em Direito em Harvard e ocupa hoje o principal cargo do Departamento de Justiça americano. Ela atuava como procuradora-chefe federal no Brooklyn antes da promoção. Segundo o New York Times, Lynch supervisionou as investigações desde o início. A decisão de dar o “ok” para a operação ir em frente e de pedir à polícia suíça que executasse as prisões foi dela. Lynch dá entrevista sobre operação que prendeu cartolas da Fifa Oito dirigentes da Fifa foram presos na quarta-feira – entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Leia mais: José Maria Marin está entre dirigentes da Fifa presos na Suíça Leia mais: Entenda o escândalo de corrupção na Fifa Lynch nasceu na Carolina do Norte em 1959. À época, os negros dos Estados do sul dos EUA ainda era submetidos a leis de segregação entre brancos e negros. Apesar disso, seu pai, o reverendo Lorenzo Lynch, um pastor protestante, acreditava que a lei poderia ser uma força para a mudança. E, quando a futura secretária de Justiça era pequena, ele costumava levá-la aos tribunais locais. “Quando eu era criança, as pessoas nos diziam para ficar longe dos tribunais”, disse Lorenzo à BBC. Mas eu achava que era uma instituição positiva, e queria que ela tivesse uma visão diferente”, completou.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] As leis de segregação foram derrubadas no meio dos anos 1960, mas o racismo permaneceu. Leia mais: Fifa é alvo de denúncias há mais de duas décadas; veja histórico A mãe de Lynch, Lorine, lembra que as professoras da filha tinham dificuldade em aceitar sua inteligência. Lynch foi nomeada em momento de tensão racial nos EUA Quando ela estava na 2ª série – tinha 7 ou 8 anos – ela teve que fazer uma prova outra vez porque tinha ido bem demais na primeira. “As professoras acharam que algo estava errado, porque ela era afroamericana e os alunos brancos tinham tirado notas mais baixas”, disse Lorine à BBC. Na segunda prova, ela tirou uma nota maior ainda. Carreira Nada disso afetou as aspirações de Lynch. Durante toda a infância, ela sonhava em estudar em Harvard, onde estudou Literatura Inglesa antes de fazer Direito. Ela levou a sério a universidade. “Na faculdade, as pessoas costumam usar jeans, roupas despojadas, mas eu não lembro de uma vez em que Loretta estivesse desarrumada. Eu costumava implicar com ela perguntando se ela não tinha nenhuma roupa de brincar”, conta a advogada Karen Freeman-Wilson, que estudou com ela. Trigêmeas Os escritórios de advocacia de Nova York ainda eram muito masculinos e muito brancos quando ela começou a trabalhar no Cahill Gordon and Reindel, no meio dos anos 1980. Havia outras duas mulheres negras entre os associados e elas mesmas se referiam a elas como “as trigêmeas” – porque as recepcionistas do local, apesar de saber o nome de todos os 250 homens, não conseguiam diferenciá-las. Lynch foi indicada por Obama em novembro, mas Senado só aprovou indicação em abril Seu primeiro grande caso – em 1999, pouco depois de ser nomeada pelo então presidente Bill Clinton para a procuradoria do Distrito Leste de Nova York – lembra os que provocaram protestos recentemente nos EUA. O haitiano Abner Louim foi preso após uma briga fora de uma boate e acusado de bater em um policial. A polícia depois admitiu que a acusação era falsa e que Louim foi espancado. Calma sob pressão Durante o julgamento, um dos policiais envolvidos alegou que namorava uma negra e que isso mostraria ser pouco provável que ele tivesse violado os direitos de um negro. Alan Vinegrad, que trabalhou com Lynch no caso, diz que ela acusou o agente de “se esconder atrás da cor da pele de sua namorada”. Foi ousado, mas feito de um jeito “calmo e comedido”, segundo ele. Ao longo da carreira, ela esteve envolvida em processos contra terroristas e mafiosos, além de políticos acusado de corrupção – dos dois partidos dos EUA -, policiais que cometeram abusos contra prisioneiros e bancos acusados de fraude. Cartolas da Fifa foram presos nesta quarta-feira A capacidade de Lynch de se manter calma foi um dos pontos altos durante o longo processo de aprovação no Senado – ela foi indicada pelo presidente Barack Obama em novembro, mas sua nomeação só foi aprovada pelo Senado em abril. A demora teve relação com uma briga partidária – mas a Casa também foi acusada de racismo. “Muitos de nós olhamos o tratamento que ela recebeu e não nos sentimos bem, não sentimos que estava sendo justo”, disse a amiga Karen Freeman-Wilson. “Mas a reação dela foi ‘Tudo bem, vamos manter nossa cabeça e olhos no prêmio’”, completa. Fifa Nesta quarta-feira, exatamente um mês após assumir o cargo, Lynch ganhou as manchetes de todo o mundo com a prisões dos dirigentes da Fifa. “O indiciamento sugere que a corrupção é desenfreada, sistêmica e tem raízes profundas tanto no exterior como aqui nos Estados Unidos”, disse ela. “Essa corrupção começou há pelo menos duas gerações de executivos do futebol que, supostamente, abusaram de suas posições de confiança para obter milhões de dólares em subornos e propina.” O esquema, segundo ela, prejudicou profundamente uma vasta gama de vítimas, de ligas jovens de futebol a países em desenvolvimento que deveriam se beneficiar dos recursos gerados pelo esporte. “As ações de hoje (quarta-feira) deixam claro que o Departamento de Justiça pretende acabar com qualquer prática de corrupção, acabar com as más condutas e trazer malfeitores à Justiça”, disse

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Blatter adota na Fifa o bordão do ‘eu não sabia’

O escândalo da Fifa deve dar visibilidade planetária a um bordão bem conhecido dos brasileiros. Candidato à reeleição, o presidente da entidade máxima do futebol, Joseph Blatter, tenta vender a tese de que não sabia da podridão que acaba de levar à prisão sete representantes da cartolagem, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin. “É um momento muito difícil para a Fifa”, disse Blater nesta quinta-feira. “O que aconteceu ontem causou uma sombra sobre o futebol… Ações de certos indivíduos trouxeram humilhação e vergonha ao futebol. É preciso ações imediatas. Não podemos deixar que a reputação da Fifa seja levada a lama. Isso precisa acabar agora. Eu sei que muitas pessoas me consideram como responsável pelos problemas e pela reputação da comunidade global do futebol. Mas não podemos monitorar todos o tempo inteiro.” Como se vê, o hábito de tratar a plateia como um amontoado de idiotas não é uma exclusividade nacional.

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