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Economia: O capitalismo não fracassou, mas sim a sua visão neoliberal

Há vinte anos, a queda do Comunismo no Leste Europeu parecia provar o triunfo do capitalismo. Mas teria sido uma ilusão? Os constantes choques no sistema financeiro internacional nos últimos anos levou a BBC a perguntar a uma série de especialistas se eles acham que o capitalismo ocidental fracassou. O capitalismo fracassou? ‘Falhamos como reguladores, supervisores, gerentes da governança corporativa’ ‘Temos que abandonar o mito do crescimento econômico infinito’, diz economista Economia Neste texto, José Antonio Ocampo, colombiano, economista, ex-secretário-geral adjunto da ONU e ex-secretário-executivo da Cepal, diz que o problema era a visão de que o capitalismo tinha de ser um sistema não regulado: O economista colombiano José Antonio Ocampo, professor da Universidade de Columbia, em Nova York, não crê que o capitalismo como modelo geral tenha fracassado. No entanto, em sua opinião, o que se mostrou como fracasso foi a visão mais neoliberal do capitalismo. “O que fracassou foi a ideia de que o capitalismo tinha de ser um sistema não regulado”, diz Ocampo, que trabalhou como secretário-geral adjunto da ONU para Assuntos Econômicos e Sociais, além de secretário-executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). “O capitalismo funciona bem quando faz parte de um sistema social mais amplo. Mas quando se pretende que o mercado esteja por cima das relações sociais ou políticas, o capitalismo falha”, afirma Ocampo. “A visão neoliberal foi um grande equívoco de todos os lados, que respondeu a interesses econômicos particulares fortes, e não a uma agenda social sustentável, como foi demonstrado ao fim no mundo em desenvolvimento, primeiramente, e no próprio mundo industrializado, depois”, diz. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]”Hoje, na América Latina, por exemplo, temos um capitalismo com muitíssimos mais graus de intervenção do que tínhamos nos anos 1990″, afirma o economista, que pesquisou a história econômica da região e sustenta que a crise da dívida latino-americana e a crise asiática levaram à volta das diversas formas de intervenção. América Latina Ocampo diz que a crise teve um impacto muito forte na América Latina, especialmente pela recessão de 2009. Mas, por outro lado, ele afirma que a região saiu ganhando. “Percebe-se os ganhos no fato de que não houve crise financeira nacional em nenhum país, tampouco colapsos na balança de pagamentos (embora na Venezuela tenha ocorrido algo parecido) e não houve novos estouros inflacionários”, diz. Para o colombiano, a América Latina saiu da recessão muito rapidamente. “Mas nisso creio que atuaram fatores internacionais favoráveis, em particular dois”, afirma. “Primeiramente, que a crise foi contida pela intervenção maciça dos bancos centrais e dos governos dos países industrializados, assim que, em termos de seu impacto financeiro, a crise durou somente um ano”, diz. “O segundo fator foi a recuperação muito rápida dos preços de produtos básicos, um processo que foi balizado pela China.” Assim sendo, essa recuperação ajudaria a explicar por que alguns países em desenvolvimento, entre os quais o Brasil, aparecem em uma posição tão forte, podendo inclusive ajudar financeiramente a Europa? Sobre isso, Ocampo tem uma visão que ele mesmo qualifica de “pessimista”. “A periferia adquiriu certos graus de autonomia, mas esses graus são, no entanto, limitados. Em outras palavras, a periferia não tem a capacidade de impulsionar a economia mundial suficientemente quando as principais economias estão em crise. Isso é o que estamos vendo agora”, afirma o economista. “A economia mundial está em vias de reestruturação, mas hoje, e eu diria isso de forma categórica, não temos uma autonomia total em relação ao mundo industrializado. A América Latina é uma região dinâmica, mas não é um motor.” Mudanças Para Ocampo, esse processo de reestruturação após a crise financeira teve pelo menos três consequências. A primeira foi a ratificação de novos centros econômicos importantes, notadamente a China, a quem qualifica, “sem a menor dúvida, de motor da economia mundial”. A segunda é que, segundo Ocampo, as crises proporcionam uma oportunidade para reforçar os trabalhos das instituições financeiras internacionais. Nesse sentido, houve “mudanças notáveis”, de acordo com o colombiano. “O FMI de hoje é muito diferente do de antes da crise, e ainda que fale muito a fazer, creio que ele vá adiante. Os bancos multilaterais de desenvolvimento foram apoiar os países em desenvolvimento em proporções poucos esperadas antes da crise. E há um novo impulso para algumas instituições regionais, como a Unasul”, diz. Finalmente, a volta a uma visão mais intervencionista não está ocorrendo em todo o mundo. “O debate nos Estados Unidos é contrário à visão intervencionista, e creio que vai fracassar, porque o capitalismo sem uma boa intervenção do Estado não é um sistema suficientemente sustentável.” BBC Brasil

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Economia: a Europa perde o sono

A partir da quebra do banco Lehman Brothers, verifica-se uma espécie de efeito-dominó sobre um conjunto de instituições bancárias e de crédito em diversos países. Passados menos de dois anos do início da atual crise de liquidez, principalmente de títulos bancários, a realidade dos países e economias afetadas mundo afora é bastante complexa e desconcertante. A discrepância se acentua quando olhamos para setembro de 2008, onde a situação das instituições financeiras norte-americanas revelava-se insustentável. É o que foi intitulado de crise do “sub-prime”, consequência direta da irresponsabilidade do mercado hipotecário nas áreas imobiliárias e da construção civil. Mesmo sem que não se queira cogitar dos aspectos sociais na crise atual, voltam ao cenário ambulatorial macroeconômico as paleolíticas propostas do FMI no que concerne a retomada das políticas públicas de caráter keynesiano e desenvolvimentistas. O Editor Nessun dorma… Por Antonio Delfim Netto ¹/VALOR É um fato conhecido que os competentes economistas alemães representam a fina flor do mais extremo monetarismo ao qual somam uma boa dose de conservadorismo. Foram ferozmente contra as concessões (com implicações econômicas) feitas por Helmut Kohl, quando aproveitou uma janela semiaberta e teve a coragem de reunificar a Alemanha, objetivo político de longo prazo absolutamente desdenhado pelos “puristas econômicos”. Quando a Alemanha decidiu participar do euro, 150 dos seus mais reconhecidos acadêmicos publicaram um célebre manifesto contra, com bons argumentos, mas que de novo ignorava solenemente o objetivo político de longo prazo, que era a pacificação de um continente que durante os últimos mil anos foi atormentado por guerras. Os argumentos eram respeitáveis e mostravam que o sucesso do euro dependia de um rigoroso controle da situação fiscal de cada país, preliminar para a construção de uma área monetária ótima: absoluto controle fiscal, liberdade de movimentos da mão de obra e de capitais e a cessão da emissão das moedas nacionais a um banco central autônomo, com uma nova unidade monetária, com relação à qual as taxas de câmbio de cada país seriam irrevogavelmente fixadas.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Nem o Fed, nem o BCE sabem, até agora, o que fazer. Eram contra, porque não acreditavam que os países se submeteriam a tal disciplina. Para impô-la, foi formalmente estabelecido e aprovado no acordo de Maastricht, que precedeu a introdução do euro, que: 1) nenhum país poderia ter déficit nominal superior a 3% do PIB; e 2) uma relação dívida/PIB maior do que 60%. Por que não funcionou? Porque os governos de vários países (em particular da Grécia) mentiram, como suspeitavam os economistas alemães! Iludiram aquelas condições com a conivência do sistema financeiro internacional e das agências de risco. Tudo veio à tona depois da “quebra” do Lehman Brothers, quando a “rede de patifarias” escondida nos derivativos tóxicos explodiu na cara dos bancos centrais, sob o nariz dos quais ela se realizara. É cada vez mais evidente que esses não se recuperaram do choque: nem o Federal Reserve dos EUA, nem o BCE da Eurolândia sabem, até agora, o que fazer. Nos EUA, parece que começa a haver uma mudança. Mais de uma dezena de instituições financeiras, que ativamente (com a conivência das agências de risco) assaltaram os incautos aplicadores, começam a ser investigadas e, seguramente, algumas serão responsabilizadas criminalmente. Trata-se de um problema moral, que não pode mais ser escondido pelo governo Obama como foi até agora. Tardiamente, ele propõe ao Congresso um novo pacote de estímulos para diminuir o sofrimento de 25 milhões de honestos trabalhadores (15 milhões com desemprego aberto e 10 milhões semiempregados), que acabaram desempregados com a política econômica (inspirada por distintos acadêmicos comprometidos com o sistema financeiro) que “salvou” os desonestos administradores. Até agora, o presidente do Fed, Ben Bernanke, não disse a que veio: apenas repete, repete e repete o velho refrão, “farei o que tenho de fazer”. Continua indeciso sobre como atender ao seu duplo mandato: manter alto o nível de emprego e manter baixa a taxa de inflação. O sinal de que ainda resta vida inteligente nos EUA veio num artigo no “Financial Times”, do secretário do Tesouro, Tim Geithner, onde afirmou que é hora dos governos deixarem de lado a paralisia política e esquecerem os medos infundados com a inflação. No fundo, ele está transmitindo aos bancos centrais, que continuam mesmerizados pelos seus modelitos, que a taxa de juros nominal já é nula e que a taxa de inflação está na “meta”, mas a taxa de desemprego é quase o dobro da famosa Nairu (a taxa de desemprego que não acelera a inflação). Logo, é uma eficaz política fiscal que deve ser ativada. É por isso que ele afirma que os EUA resistirão a um rápido ajuste fiscal em 2012 e recomenda a todos os países em dificuldades que façam o mesmo. Essa coordenação, se realizada, tornará mais potente e mais veloz os resultados. No Banco Central Europeu (BCE), a situação se agrava. Enquanto Trichet aguarda sua substituição formal por Mario Draghi, os representantes alemães (diante do iminente desastre político da chanceler Merkel) abandonam o barco, alegando “razões pessoais”. Primeiro foi Alex Weber (presidente do Bundesbank). Agora foi Juergen Stark, o que aperta ainda mais a “saia justa” de Merkel. Se não bastassem esses problemas, o ministro das Finanças da Holanda, Jan Kees de Jager, sugere claramente a expulsão da Grécia, a pedido: “Quando não conseguimos respeitar as regras do jogo, devemos deixá-lo”. O FMI, por sua inexperiente diretora-gerente, Christine Lagarde, lança dúvidas sobre a higidez dos bancos europeus que têm em carteira títulos gregos. Como todos sabem que ela conhece apenas os bancos franceses, produziu uma corrida sobre eles. Parece óbvio que ninguém se entende. Tem razão o dr. Tombini. Vamos pôr nossas barbas de molho e nos proteger da provável desintegração da economia mundial. Antonio Delfim Netto é professor emérito da FEA-USP, ex-ministro da Fazenda, Agricultura e Planejamento.  E-mail contatodelfimnetto@terra.com.br

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Economia: Crise dos EUA pode ser pior do que a de 2008

Cálculos do Centro para o Progresso Americano apontam recuo de 2,3% no PIB americano se o Congresso não aprovar elevação do teto da dívida A economia dos Estados Unidos pode afundar numa recessão mais profunda do que a do segundo semestre de 2008 se o Congresso americano não elevar o teto da dívida pública do país, de US$ 14,3 trilhões. Nos cálculos do economista Michael Etllinger, vice-presidente do Centro para o Progresso Americano, o Produto Interno Bruto (PIB) do país despencará para 2,3% negativos, em termos nominais, em agosto e setembro próximos. Essa retração na produção doméstica compensaria um inevitável cumprimento dos compromissos externos, por parte do governo americano. Porém, causaria um dano catastrófico para a economia dos EUA e do resto do mundo. “Enquanto Barack Obama for o presidente e Tim Geithner, o secretário de Tesouro, os EUA vão honrar sua dívida externa. Eles vão encontrar os recursos para rolar os compromissos de curto prazo e/ou para pagá-los, efetivamente, mesmo com maior sacrifício no âmbito doméstico”, afirmou Ettlinger ao Estado. Segundo ele, não existe “plano B”, para o caso de o acordo não ser fechado pelos líderes republicanos e democratas do Congresso até o próximo dia 2 de agosto. No último dia 14, o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, havia dito que a equipe de Obama preparava essa alternativa. Se não o fizesse, insistiu Carney, seria uma “irresponsabilidade”.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Para o economista, entretanto, não podem ser chamadas de “plano B” as únicas possibilidades. “Priorizar credores externos, manter a casa em ordem, dar o calote nas despesas sociais e de defesa e evitar que as coisas horríveis se tornem catastróficas.” Brasil. Como o impacto desse cenário se estenderia mundo afora, a exemplo das Depressões dos anos 30 e de 2008, Etllinger acredita na “generosidade” de países com amplas reservas internacionais e/ou fundos soberanos. A China seria uma óbvia fonte de ajuda. Mas o economista também considera possível uma iniciativa do Brasil. Em sua opinião, não interessa a nenhuma economia, especialmente às emergentes, conviver de novo com a queda das importações americanas e dos preços das commodities, com outro risco de colapso no sistema financeiro e com uma segunda queda na atividade mundial em apenas três anos. O socorro do Fundo Monetário Internacional, ainda que possível, seria uma alternativa mais remota, para Ettlinger. Conforme avaliou, não passaram de “blefes” as advertências das agências de classificação de risco Moody”s e Standard & Poor”s e do governo da China, na semana passada. As agências alertaram sobre a inevitável redução da nota da dívida pública americana – até ontem, ainda a mais alta – se o acordo sobre a elevação do teto não for concluído. O governo chinês apelou para o dever dos EUA de proteger seus credores externos. “Esses anúncios foram feitos apenas para pressionar os negociadores.” Apesar de considerar esse quadro mais pessimista e calcular seu efeito no PIB americano, Ettlinger acha provável o acordo entre os líderes do Congresso sobre a elevação do teto da dívida pública. A questão crucial, emendou, é saber se o acerto virá acompanhado por um pacote fiscal vigoroso. Em sua opinião, esse pacote poderá até mesmo permitir o aumento temporário de despesas com medidas fiscais de estímulo produtivo de curto prazo. Sem esse mecanismo, o Federal Reserve não terá saída senão adotar novas medidas de expansão monetária, na linha das que vigoraram até junho, para dar impulso à atividade econômica. Na semana passada, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, indicou essa possibilidade, mas recuou no dia seguinte. Segundo Ettlinger, a economia americana ainda está emitindo “sinais ambíguos”. Denise Chrispim Marin/O Estado de S.Paulo

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Imprensa amarela, mídia marrom

Há muito tempo que a França não tinha razão, desnorteada havia algumas décadas apesar da multissecular herança cartesiana. Graças à “loucura americana” que sumariamente condenou Dominique Strauss-Kahn como estuprador, a França levanta-se aliviada, honra lavada diante da sociedade mundial. Não se trata de machismo, chauvinismo, nem de antiamericanismo tardio. A reação francesa à surpreendente reviravolta da justiça nova-iorquina tem raízes históricas. Está no DNA da França esta proteína liberal, legalista, organicamente tolerante. Em 1759, no Candide, Voltaire revoltava-se contra a crueldade da inquisição portuguesa que executou o jesuíta Gabriel Malagrida por ter escrito um panfleto denunciando a perversidade humana como a culpada pela ira divina que destruiu Lisboa no terremoto de 1755. O mesmo Voltaire, quatro anos depois (1763), insurgiu-se contra a igreja católica que martirizou e matou Jean Calas como assassino do seu filho. Ele era inocente, o filósofo iluminista estava certo. Contra o sensacionalismo O repúdio ao fanatismo de massas ganhou na modernidade francesa um horror ao linchamento midiático. A vítima precursora foi o capitão Alfred Dreyfus, desonrado, humilhado e deportado para a Ilha do Diabo, em 1895, por culpa da imprensa da ultradireita nacionalista e clerical. Quem o reabilitou foi a grande imprensa liberal, a partir da mais famosa manchete de todos os tempos – “J’Accuse”, no jornal L’Aurore – com texto de Émile Zola.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Dreyfus tornou-se símbolo da inocência e os pasquins que o acusaram assumiram-se como os fantasmas que atormentam a consciência francesa. O caso Dreyfus não está esquecido, plasmou-se para sempre no imaginário político francês. Os vexames da Segunda Guerra Mundial começaram naquele momento. A clamorosa injustiça cometida nas primeiras condenações do capitão humilhou aqueles que acreditavam numa França justa, culta, defensora dos direitos humanos. Rui Barbosa, então exilado em Londres, foi um dos seus primeiros defensores. Em 1936, na época da Frente Popular de Leon Blum, outra abjeta cruzada de calúnias da imprensa de ultradireita levou ao suicídio o ministro socialista Roger Salengro. No 1º de maio de 1993, o ex-primeiro ministro Pierre Bérégovoy, também socialista, suicidou-se com um tiro na cabeça atormentado pelas denúncias de corrupção jamais comprovadas. (Uma das teorias atribuía aos socialistas radicais a campanha de difamação contra “Béré”, defensor de “um socialismo realizável, a esquerda do possível”). Este pode ser o verão da indignação, os franceses não se conformam com o vexame imposto a um experimentado político, brilhante intelectual, competente administrador, respeitado economista, igualmente socialista, admirado em todos os quadrantes do espectro político. A França não perdeu o comando do FMI e ainda pode recuperar o único candidato capaz de bater Sarkozy. Sua língua deixou de ser o idioma da cultura, sua cultura já não espelha a nossa civilização. Sua imprensa perdeu densidade, desqualificou-se, no entanto pode tornar-se o reduto de uma nova Resistência – contra o terror do sensacionalismo. Rede de simplificações Strauss-Kahn foi sumariamente julgado e condenado pela satânica associação da imprensa amarela – tablóides locais – com a mídia marrom – do ciberespaço –, que se impuseram a uma instituição outrora gloriosa, hoje combalida, por ironia classificada como Grande Imprensa. O grande jornalismo americano enfrentou e derrotou presidentes estúpidos, enfrentou e derrotou o reacionarismo de uma sociedade baseada exclusivamente em valores materiais, mas acovardou-se diante de um monstro por ela mesma criado: o mito do fim do papel. Se o papel desaparece, se a imprensa deixa de ser referência material e torna-se nuvem dissipável, então vale tudo. E este vale-tudo poderia ter levado Strauss-Kahn ao suicídio, como aconteceu antes como Salengro e Bérégovoy. A mídia americana entregou-se às consultorias de marketing das empresas de tecnologia, só pensa nos novos modelos de maquinetas que serão lançadas, aposta todas as suas fichas nos gadgets. Ela própria é um gadget que, um dia, um cracker de 13 anos desligará por brincadeira. As redes sociais são imbatíveis, a internet derruba muralhas, os déspotas estão em pânico, o sigilo acabou. Hugo Chávez, o caudilho venezuelano, provou o contrário. Durante o mês que permaneceu em Havana quase não tuitou, ninguém sabia o que se passava com ele, a Venezuela estava acéfala, em situação de ilegalidade, e nada mudou. O culto dos aparelhos criou uma formidável rede de simplificações – esta sim, invencível. Por Alberto Dines/Observatório da Imprensa

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A lição do caso Strauss-Kahn

No final, a mulher de DSK sorriu ao lado dele e celebrou sua libertação. Que homem faria o mesmo? Por Ruth de Aquino ¹  O homem que domina todas as conversas em Paris é Dominique Strauss-Kahn – e sua ressurreição. A mídia francesa ataca o moralismo americano e a condenação antecipada de DSK. A dúvida é se, inocentado, ele tentará ser eleito presidente da França em 2012 ou se o desgaste do sexo com a camareira do hotel foi forte demais. DSK está nesta página porque eu acreditei na versão da camareira da Guiné – assim como o FMI, o promotor americano e a maioria da imprensa mundial. Uma versão que vem sendo demolida aos poucos. Tudo leva a crer que eu, como tantos, me precipitei e cometi um erro ao analisar o caso pela ótica da africana descrita como “exemplar” no emprego e em sua comunidade. De “estuprador de muçulmana”, DSK teria passado a ser apenas o cliente pão-duro de uma prostituta imigrante e mentirosa, namorada de um presidiário traficante de drogas. Isso, claro, se as últimas informações surgidas sobre o escândalo forem verdadeiras – porque, como percebemos, indícios não são provas. A mídia está escaldada. Todos aprendemos com esse episódio. DSK também aprendeu, espera-se. O mais provável é que nunca se saiba o que realmente aconteceu na suíte 2.806 do Hotel Sofitel entre DSK e Nafissatou Diallo. Ela é mesmo prostituta? O sexo foi consensual? DSK foi violento ao cobrar o serviço sexual e ela quis se vingar?[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Ele não pagou o que devia? Ela quis chantageá-lo após o sexo oral e ele não cedeu à pressão de uma oportunista? Sabe-se que o ex-diretor do FMI não foi execrado apenas pela palavra da camareira. O passado o condenou. Outras mulheres, que ele supostamente tentou seduzir à força, resolveram falar – e contribuí­ram para dar veracidade ao crime de estupro. A convicção do promotor americano parecia forte. Sem provas definitivas, como a Justiça dos Estados Unidos poderia algemar um passageiro já embarcado na primeira classe do avião com destino à Europa, proibir liberdade sob fiança e, depois, submetê-lo à prisão domiciliar, em troca de um cheque-depósito de US$ 5 milhões? DSK foi obrigado a usar bracelete eletrônico. Em Manhattan, vizinhos do apartamento alugado por sua mulher se recusaram a tê-lo no prédio. De executivo poderoso e político influente, tinha se tornado, para a opinião pública, um homem asqueroso e inconveniente. Caso o processo seja realmente anulado, DSK poderá exigir dos Estados Unidos uma indenização bilionária por danos morais. A reviravolta deixa uma lição conhecida. Com todas as evidências em contrário, o réu pode ser inocente. Mesmo condenado em tribunal, a Justiça pode errar. Inocentes chegam a ficar muitos anos na prisão. A sociedade adora culpados, especialmente quando são ricos e poderosos. Hoje, em reuniões sociais, há sempre uma turma barulhenta que odeia o empresário Eike Batista simplesmente porque ele nasceu rico, ficou mais rico ainda e admite abertamente que quer ser o homem mais rico do mundo. Não importa se é empreendedor, se cria empregos. Dar R$ 20 milhões por ano para a pacificação no Rio de Janeiro até 2014 se torna um acinte, prova de culpa em troca de favores escusos, jamais uma benfeitoria ou uma aposta na cidade onde vive. Para essa turma, Eike já nasceu condenado. É vilão. DSK foi aparentemente injustiçado, mas não dá para exaltar suas qualidades como homem. Não é louvável seu alegado ataque a uma jornalista francesa, Tristane Banon, que o acusou formalmente na quarta-feira passada de tentar estuprá-la em 2003. O episódio recente no hotel de Manhattan não engrandece a biografia de DSK. Não engrandece a Justiça americana. Nem muito menos a camareira imigrante. Está difícil encontrar um mocinho ou uma mocinha nesse filme. Talvez a única “mocinha” seja a mulher de DSK, Anne Sinclair, que ficou a seu lado, leal e fiel. Um leitor me pediu para discorrer sobre o que leva uma mulher a sorrir para as câmeras depois de sofrer uma traição pública. Eis algo surpreendente. Que homem no mundo pagaria a fiança e celebraria libertação de sua mulher num restaurante caro se ela admitisse ter feito sexo consensual com o faxineiro? ¹ RUTH DE AQUINO  é colunista de ÉPOCA raquino@edglobo.com.br

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G8: a reunião surrealista

Espetáculo surrealista O presidente da França, Nicolas Sarkozy, abriu com grande pompa a Cúpula do G-8, as oito nações mais ricas do planeta, em Deauville, belo e elegante balneário turístico na costa da Normandia. Há dois séculos, Napoleão III adorava frequentá-lo, e sua mulher, Eugénie de Montijo, ali se banhava de maiô guarnecido de grandes saias. Sarkozy tem motivos para se rejubilar. Normalmente, um outro francês estaria presente nessa cúpula do G-8, Dominique Strauss-Kahn (DSK), o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), cuja presença teria com certeza eclipsado a de Sarkozy. Mas DSK, depois de uma vertigem inexplicável, teve a ideia, há 10 dias, de violentar uma jovem negra em sua suíte no Hotel Sofitel em Nova York. Num instante, DSK caiu na sarjeta como um boneco desengonçado. Ele desapareceu das telas. E Sarkozy reina sozinho, grandioso e eterno sobre a cúpula do G-8, sobre o “planeta dos ricos”. Esse “planeta dos ricos” tem uma aparência curiosa. Entre os oito ricos, há seis pobres, depois de excluídos a Rússia e o Canadá. Examinemos esses pobres: a dívida pública do Japão é de 200% de seu Produto Interno Bruto (PIB), belo desempenho, e seu déficit orçamentário de 10% do PIB. Os Estados Unidos, comprovado colosso, tem uma dívida interna da ordem de 90% do seu PIB e um déficit orçamentário de 9%. Para a Alemanha, essas cifras são de 83% e 3,3%.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Para a Inglaterra, 80% e 10%. Na Itália, a dívida pública se avizinha de 119% do PIB e o déficit orçamentário de 4,6%. Na França, as duas cifras são 82% e 7%. Desastre, portanto. E ainda mais surpreendente quando se comparam esses balanços ridículos com os de países que não fazem parte do clube dos ricos, aqueles chamados de “emergentes” (China, Índia, Brasil, África do Sul) cujas finanças estão mais sadias que as dos países do Norte. Um exemplo: as reservas cambiais da China somam US$ 3 trilhões. Esses US$ 3 trilhões estão investidos, aliás, em grande parte, em bônus do Tesouro americano. Deauville é, portanto, um espetáculo surrealista. À mesa dos oito ricos se banqueteiam e peroram oito “mendigos”, enquanto no serviço, no subterrâneo, estão os verdadeiros ricos, a China e países do Sul, que não têm acesso ao banquete. Estamos num mundo da ilusão, do discurso, da mentira. Os “ricos” fazem como se estivessem no ano de 1920 ou de 1950 quando o resto do planeta morria de fome. Os oito países de Deauville lembram aristocratas decaídos que continuam a viajar nos carros suntuosos do Orient Express quando, na realidade, mal têm com que pagar uma velha charrete puxada por um burro cambaio. Mas os países ricos não perderam a pose. Eles seguem em frente com seu número de prestidigitação. Eles são tão bons oradores que os outros, os dito “pobres”, ainda os escutam. O caso do Fundo Monetário Internacional é, desse ponto de vista, notável. Eis um organismo internacional criado em 1954 e confiado em seguida aos “ricos” que são tão mais inteligentes, para manter o equilíbrio financeiro mundial e ajudar os “países pobres” – os países do Sul – a fecharem suas contas orçamentárias, a pagarem suas dívidas, etc. Hoje, porém, que os “ricos” estão “pobres”, seria lógico que a direção do FMI não coubesse aos europeus, como ocorre há 60 anos em nome de uma tradição não escrita, mas aos novos países ricos, aos emergentes. E o que acreditam que ocorrerá? Acham que o FMI vai para um indiano, um mexicano, um ruictro? Absolutamente. Ele retornará a um europeu (quase certamente à ministra das Finanças da França, Christine Lagarde). Por quê? Como vou saber? Tradução de Celso Paciornik Gilles Lapouge/O Estado de S.Paulo

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A camareira e o chefão do FMI

A camareira subversiva Ela jamais sonhou com a fama. No espaço de uma vida, não se tornaria uma celebridade nem em seu bairro, o Bronx – quanto mais no mundo. Africana, muçulmana, mãe de uma adolescente, a camareira de 32 anos que limpava as suítes do Sofitel em Nova York já achava seu green card um privilégio. Pelas fotos divulgadas na internet, não é especialmente bonita. Mas, para brancos poderosos e prepotentes, reúne qualidades de sedução particulares: é jeitosa, negra e faxineira. Nunca denunciaria um ataque sexual. Conhece seu lugar. Nafissatou Diallo é o nome da camareira que derrubou o francês Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor-gerente do FMI e pré-candidato socialista à Presidência na França. Algemado e com a cara de tédio típica dos parisienses, DSK deixou pelos fundos o palco das finanças e da política (leia mais) . Ele se diz inocente. Mas, pelo encontro casual com Nafissatou em sua suíte de US$ 3 mil, encara agora sete acusações, de crimes sexuais a cárcere privado. Seria a camareira uma arma secreta de Sarkozy, o futuro papai do bebê de Carla, para tirar do páreo um adversário perigoso? O FMI nomeará um novo diretor, quem sabe uma diretora, se quiser evitar mulherengos. Os socialistas franceses estão escandalizados, mas na direção oposta. Criticam o abuso da polícia americana contra DSK, presumidamente culpado com base na palavra de uma empregada.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Eles são brancos e não se entendem. Existe um oceano, físico e cultural, entre os Estados Unidos e a França. A mídia francesa é leniente com os desvios na vida particular de seus políticos. Se DSK fosse denunciado por uma camareira em Paris, em nenhuma hipótese seria detido antes de ser julgado, por presunção de inocência. Nos EUA, há a presunção inicial de que a vítima fala a verdade. Me interesso mais pela camareira do que por DSK. Vi muitos se perguntando: será que o ex-diretor do FMI, conhecido pela habilidade em negociações, seria tão idiota e tresloucado a ponto de atacar a moça ao sair nu do banheiro? Mas começam a emergir casos semelhantes de mulheres menos corajosas que a africana. A loura jornalista francesa Tristane Banon, afilhada da segunda mulher de DSK, tinha 22 anos em 2002 quando diz ter sido atacada por ele: “Parecia um chimpanzé no cio”. Kristin Davis, ex-cafetina americana, afirmou que uma prostituta brasileira a aconselhou a não mandar mais mulheres para ele: “É bruto”. Africana e muçulmana, a mulher que derrubou Strauss-Kahn desafiou as regras dos poderosos Nafissatou não sabia que aquele senhor de cabelos brancos era DSK. Está com medo, escondida, sob a proteção da polícia de Nova York. Queria ficar anônima, mas seu nome e fotos se espalharam. É filha de um comerciante da etnia peule – 40% da população da Guiné, na África Ocidental. Emigrou com o marido para os EUA em 1998. Separada, vive sozinha com a filha de 15 anos num conjunto popular no Bronx. Há três anos trabalha no Sofitel da Times Square. Tem fama de trabalhadora e séria. Uma prima, Mamadou Diallo, afirmou: “Ela é uma boa muçulmana. Realmente bonita, como várias mulheres peules, mas não aceitamos esse tipo de comportamento em nossa cultura. Strauss-Kahn atacou a pessoa errada”. Para quem alega ser improvável que um homem tente obrigar uma mulher estranha a fazer sexo oral – afinal, é arriscado colocar-se dentro de uma boca relutante, cheia de dentes –, é bom lembrar que DSK é francês. Sexo oral na França é tão popular que, no ano passado, uma ex-ministra da Justiça de Sarkozy, em entrevista na TV, quis dizer “inflação”, mas trocou por “felação”. Ela desculpou-se dizendo ter falado “muito depressa”, mas a gafe correu mundo. Um quarto de hotel num país estrangeiro é um hiato na vida. Artistas, políticos e executivos nômades podem interpretar suítes de hotel como lugares tão solitários e protegidos que convidam a transgressões. Estão de passagem. O mais provável é que DSK tenha se apoiado em sua soberba e na presunção de impunidade para dar vazão a seus instintos. Julgava saber de cor o manual da supremacia e da submissão. DSK não imaginava que aquela camareira fosse subversiva. Como poderia aquela emergente inverter as regras e desafiar o poder? Ruth de Aquino/Época

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O Brasil, o FMI… E o povo?

Clique para ampliar Depois de fazer 17 acordos para a tomada de empréstimos e até de aplicar pelo menos dois calotes, o Brasil agora vai ao FMI (Fundo Monetário Internacional) para investir. Aplicará US$ 10 bilhões, equivalentes a 5% das reservas nacionais, hoje situadas em US$ 200 bilhões. Numa leitura simplista, isso poderia levar à ufanista impressão de que o país venceu suas dificuldades e está investindo seus excedentes no banco onde no passado costumava tomar emprestado. Excelente figura para um governo populista, especialmente na chegada do período eleitoral, quando ocorre o maior volume de distribuição de “bondades”. Espera-se, no entanto, que esta decisão de investir no Fundo não tenha nada em relação às próximas eleições. Que seja apenas uma opção técnica e de política internacional compatível com o atual estágio da economia brasileira. E que esse desembolso não venha a prejudicar o cumprimento das tarefas internas do governo. Num país como o nosso que, apesar das muitas riquezas potenciais, sempre viveu de chapéu na mão, soa falso encontrar o governo emprestando dinheiro público para solucionar o problema da economia internacional. A crença geral é de que não temos nem para solucionar nossas dificuldades. Se tivéssemos, certamente a saúde, a segurança pública, a educação e tantos outros setores não seriam o caos que tanto sofrimento causa ao povo. O presidente Lula e seus auxiliares da área econômica terão de se desdobrar para explicar ao povo a razão de estarem mandando o dinheiro brasileiro para o FMI em vez de aplicá-lo nas necessidades sociais. Terão, inclusive, de esclarecer quais os fatores que os levaram a investir no Fundo, tão xingado por eles próprios, em seus tempos de oposicionistas. Diziam, naquela época, que o FMI, com os juros que cobrava da dívida brasileira, era o grande culpado da miséria nacional. Mas, quando chegaram ao poder, pagaram o resto que o Brasil ainda devia e, hoje, vão colocar lá o nosso dinheiro. Da mesma forma, é inadmissível que os cofres públicos brasileiros continuem realizando empréstimos para os países vizinhos que, na maioria das vezes, comem o nosso dinheiro e ainda colocam-se contra nossos interesses. Recentemente viu-se a Bolívia expropriando a preço vil as instalações da Petrobras naquele país e promovendo uma alta injustificada no preço do gás natural vendido o Brasil. O Paraguai teve o Brasil como tema da campanha eleitoral do atual presidente, que insiste em elevar as tarifas de Itaipu, a hidrelétrica que o Brasil construiu na divisa com aquele país e se comprometeu a comprar a energia que o Paraguai não consegue consumir. O Equador também tentou dar o calote e Chávez está pleiteando dinheiro brasileiro para a Venezuela. Não há questão humanitária ou de desenvolvimento regional que justifique um país necessitado deixar de atender o seu povo para aplicar no exterior. Se continuar aplicando o nosso dinheiro para solucionar os problemas de outros países, o governo corre o risco de transformar-se num verdadeiro algoz do seu próprio povo. E isso não é bom para ninguém, nem mesmo para os governantes… Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves é dirigente da ASPOMIL (Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo) do Reporter Diário

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Economia brasileira – Brasil empresta US$ 10 bi ao FMI

Quem viveu viu, Brasil credor do FMI, eu estou vendo!!!! Anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Brasil vai adquirir bônus do Fundo Monetário, informou ele. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quarta-feira (10) que o Brasil emprestará US$ 10 bilhões ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e, com isso, voltará a ser credor da instituição de crédito internacional, algo que não acontecia desde 1982. Os financiamentos ao FMI serão feitos por meio da compra de bônus (uma forma de título) do Fundo, informou Mantega. Ajuda à comunidade internacional De acordo com Mantega, os recursos serão emprestados pelo FMI a outros países em desenvolvimento com “escassez de capital“. “É a primeira vez que isso acontece no caso brasileiro. O Brasil está encontrando as condições de solidez para emprestar recursos ao FMI. No passado, era o contrário: o FMI que socorria o Brasil quando era um país menos sólido. Agora, o Brasil acumulou as reservas para ajudar a comunidade internacional”, disse o ministro. Aplicação das reservas Segundo o ministro da Fazenda, a operação será realizada assim que o FMI concluir o formato de emissão dos novos bônus que serão emitidos. “Assim que o FMI terminar essses bônus, faremos esse aporte de US$ 10 bilhões. Na realidade, é uma aplicação que o Brasil está fazendo com parte das reservas”, disse Mantega. De acordo com ele, as aplicações no FMI não terão impacto nas reservas internacionais, que continuarão sendo contabilizados como uma “disponbilidade de recursos”. Rendimento Mantega não informou qual o rendimento que o Fundo Monetário Internacional oferecerá pelos bônus. “Não vamos esperar um grande rendimento, se não o FMI teria de repassar a um custo mais elevado aos países que precisam”, disse o ministro. Segundo ele, o Banco Central efetuará o resgate de parte das aplicações das reservas internacionais (que estão acima de US$ 200 bilhões aplicadas em títulos de outros países) para fazer o aporte ao FMI. Mobilização de recursos O Ministério da Fazenda informou que a contribuição do governo brasileiro para o FMI faz parte de um “esforço” para a mobilização de recursos para o FMI atender a outros países em dificuldades. Além do Brasil, a China comprará US$ 50 bilhões neste tipo de novo bônus, e a Rússia outros US$ 10 bilhões. A necessidade de captação de recursos por parte do FMI, de acordo com o Ministério da Fazenda, é de US$ 500 bilhões. em relação aos níveis anteiores à crise financeira. O governo lembra que essa foi uma das concordâncias da cúpula do G-20 de Londres, realizada no início de abril. do G1

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