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Economia: FMI prevê que Brexit vai frear economia mundial

Insegurança causada pela decisão dos britânicos de deixar a UE é o principal motivo mencionado pelo Fundo para reduzir suas previsões de crescimento econômico mundial. O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou nesta terça-feira (19/07) suas projeções de crescimento para a economia mundial para os próximos dois anos, citando como motivo a insegurança causada pela decisão do Reino Unido de deixar a União Europeia (UE).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Este é o quinto corte consecutivo, e o FMI afirma agora que espera um crescimento global de 3,1% em 2016 e de 3,4% em 2017, um recuo de 0,1 ponto percentual, para cada ano, em relação às projeções anteriores, segundo o relatório Panorama Econômico Mundial (WEO, em inglês). Segundo o Fundo, apesar de melhoras no Japão e na Europa no início de 2016, “o resultado do referendo no Reino Unido, que surpreendeu os mercados financeiros globais, implica a materialização de um risco descendente importante para a economia mundial”. Para o FMI, o Brexit atingirá sobretudo a economia do próprio Reino Unido. A instituição cortou sua previsão de crescimento do país em 2016 em 0,2 ponto percentual, para 1,7%. Para 2017, o corte é ainda maior, de 0,9 ponto percentual, para 1,3%. No caso da zona do euro, a projeção para 2016 se manteve praticamente inalterada, com recuo de 0,1 ponto percentual, para 1,6%. Na projeção para 2017 houve um corte de 0,2 ponto percentual, chegando a 1,4%. Já a economia dos Estados Unidos deverá crescer 2,2% este ano, um recuo de 0,2 ponto percentual, e 2,5% em 2017, mesma previsão de abril. May é a esperança de um final feliz para o Brexit Nova primeira-ministra britânica quer unificar o Partido Conservador e disse que vai fazer o que for preciso para uma saída segura do país da União Europeia.  A nova primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, foi ministra do Interior durante seis anos. A ausência de ataques terroristas de grande porte e o combate à corrupção policial são sinais do sucesso dela na pasta. No entanto, ela não atingiu o objetivo de reduzir a migração para menos de 100 mil pessoas por ano, uma questão-chave da campanha pelo Brexit.

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Panama Papers: G-20 vai atuar contra os países que não divulgarem informações fiscais

Grupo de países ricos e emergentes pede à OCDE para identificar os não colaboradores. O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, chega à cúpula do G-20 na sexta-feira em Washington. Foto: MANDEL NGAN AFP Os países do G-20 advertiram esta sexta-feira que tomarão “medidas defensivas” contra os países que não aderirem ao programa de troca automática de informações fiscais. A cúpula de Washington esteve marcada pelo forte vazamento de dados de contas opacas radicadas no Panamá para evitar o pagamento de impostos e pela constatação da fragilidade da recuperação econômica global. O fato até agora não foi suficiente para consolidar a recuperação ou erradicar as artimanhas fiscais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] MAIS INFORMAÇÕES Vazamento de dados sobre paraísos fiscais expõe envolvidos na Lava Jato Panamá, um país feito por e para os advogados Em meio a escândalo, Obama defende medidas contra evasão fiscal Uma imagem da quinta-feira à tarde serviu para mostrar como a evasão fiscal está espalhada e é sistêmica na economia global. Dos cinco ministros que apresentaram uma iniciativa para saber quem está por trás das empresas, e evitar artimanhas fiscais, dois, o britânico George Osborne e o espanhol Luís de Guindos, tinham membros de seus Governos atingidos pelos Panama Papers. O primeiro-ministro David Cameron admitiu que se beneficiou do fundo de investimento dirigido por seu pai em um paraíso fiscal, enquanto que o ministro da Indústria espanhol José Manuel Soria, renunciou na sexta-feira depois ficar conhecido que foi administrador de uma empresa no paraíso fiscal de Jersey. “Pedimos à OCDE para estabelecer os critérios até nossa reunião de julho para identificar jurisdições não cooperativas”, aponta o comunicado do G-20, o grupo que integra os países ricos e emergentes, e acrescenta que “medidas defensivas” serão estudadas contra esses países. O objetivo dos países é que já exista uma implementação generalizada dessas normas de troca de informações fiscais em 2017 ou 2018. O Panamá, centro do escândalo nos dias de hoje, ainda não se comprometeu oficialmente, embora o secretário-geral da OCDE, Ángel Gurría, disse na quinta-feira à imprensa que tinha recebido informações de que fariam isso. O acordo por uma maior transparência faz parte do pacote de medidas destinadas acombater a erosão fiscal e a transferência de lucros de empresas (Beps, segundo a sigla em inglês deste plano). A parte complicada desta batalha contra as manobras que quer evitar o pagamento de impostos nos lugares onde os rendimentos são gerados é que muitas dessas operações são legais, como revelou na semana passada o presidente dos EUA, Barack Obama. “Esse é o problema”, disse ele. Vazios legais, artifícios contábeis e incentivos fiscais significam uma perda de arrecadação de até 230 bilhões de euros anuais só no imposto de empresas, de acordo com estimativas da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Na cúpula de novembro da Turquia, o G-20 aceitou as recomendações da OCDE para combater as ações das multinacionais que procuram enganar o fisco. As principais economias desenvolvidas e emergentes também constaram o crescimento “modesto e desigual” da economia mundial e deram impulso aos estímulos monetários sem procedentes realizados pelos grandes bancos centrais. Amanda Mars/El Pais

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G20: Saída da Grã-Bretanha da UE geraria ‘choque global’

Os ministros das Finanças do grupo que reúne as maiores economias do mundo – o G20 – fizeram um alerta de que a saída da Grã-Bretanha da União Europeia (UE) poderia representar um “choque” para a economia global. Os britânicos devem definir em referendo no dia 23 de junho se saem ou ficam no bloco europeu. O alerta do G20 foi incluído na declaração conjunta divulgada neste sábado após um encontro de dois dias na China, na qual o ministro da Fazenda brasileiro, Nelson Barbosa, esteve presente.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O ministro das Finanças britânico, George Osborne, ressaltou em entrevista à BBC durante o evento, que a questão do referendo é de “extrema gravidade”. “Os líderes financeiros das maiores economias do mundo deram seu veredito unânime dizendo que a saída da Grã-Bretanha seria um choque para a economia global. E se seria um choque para a economia global, imagina o que seria para a Grã-Bretanha”, disse. “Seria uma jornada aventureira pelo desconhecido (…). Isso é extremamente grave”. Osborne negou que o governo britânico tenha pedido para o G20 incluir a questão do referendo em seu comunicado oficial. “Há países na mesa (de negociações), como os Estados Unidos (…) e a China que francamente não fazem o que qualquer um pede para eles fazerem”, disse. Segundo uma autoridade ligada a comitiva britânica, a questão teria sido levantada no encontro do G20 justamente pelos americanos e chineses, além de Christine Lagarde, presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI). O premiê britânico David Cameron é a favor da permanência na UE Image copyright Getty O primeiro-ministro britânico, David Cameron, do Partido Conservador, apoia a permanência do país na UE. Há, porém, outros líderes do mesmo partido que são a favor de uma saída do bloco, como o prefeito de Londres, Boris Johnson Para o ex-ministro das Finanças Nigel Lawson, o alerta do G20 não faz sentido porque 15 de seus membros nem sequer fazem parte da UE. “Os britânicos não vão gostar que o G20 diga o que eles devem fazer. E essa ideia de que a saída da Grã-Bretanha da UE pode causar um choque econômico é absurda”, disse. “Quinze membros do G20 estão fora da UE e isso não causou choque econômico. Na realidade, a maior parte deles está indo melhor economicamente do que muitos membros da UE.” Para o líder do Partido Independente do Reino Unido (Ukip), Nigel Farage, que também defende a saída do bloco europeu, o anúncio do G20 “não foi uma surpresa”. “São camaradas se ajudando”, diz ele. “Isso não impressiona os eleitores.” BBC

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Brasil passa outras nações e já é uma das 10 economias mais importantes do FMI

Discretamente, com exceção da blogosfera – o maior jornal econômico do país deu a notícia em uma página interna do terceiro caderno, com uma nota de rodapé de menos de 8 centímetros de altura. O Brasil está aumentando suas quotas – logo, o seu poder – no Fundo Monetário Internacional, segundo informou, na semana passada, a instituição, que finalmente concluiu uma reforma destinada a dar a cada país uma posição um pouco mais congruente com o seu peso na economia mundial.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Para tristeza dos saudosistas do tempo em que as missões do FMI eram frequentes, seus técnicos mandavam e desmandavam no governo e eram recebidos aqui como vice-reis – devíamos no final do governo FHC 40 bilhões de dólares ao Fundo – faremos parte, a partir deste ano, do clube que reúne as 10 maiores economias do Fundo Monetário Internacional. Nós e a China, a Rússia e a Índia, nossos parceiros no Banco dos BRICS, além dos EUA, da Alemanha, do Reino Unido, da França, da Itália e do Japão. Enquanto isso, nunca é demais lembrar, apesar da conversa fiada no espaço de comentários da internet e na primeira página da maioria dos jornais e revistas, nosso país continua a ser, também, o terceiro maior credor individual externo dos EUA, com 264 bilhões de dólares – mais de um trilhão de reais – emprestados ao Tio Sam, como se pode ver na última edição da página oficial do Tesouro dos Estados Unidos, no “link”http://ticdata.treasury.gov/Publish/mfh.txt Por:Mauro Santayana/JB

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A concentração da riqueza e a iminência da convulsão social

Estudos da ONG britânica Oxfam apontavam que, há cinco anos, a riqueza de 388 pessoas era equiparada com a quantidade de capital que a metade mais pobre da população mundial possuía. Hoje, este número caiu para 62 pessoas. Neste grupo de 62 pessoas que possuem riqueza equivalente ao que possui a metade mais pobre da população mundial, estão dois brasileiros. Todos os dois ganharam dinheiro nesses últimos cinco anos especulando no mercado financeiro. Um deles tinha uma casa de câmbio medíocre em Santos. O outro quebrou duas vezes entre os anos 70 e 80, e se recuperou ganhando dinheiro no mercado financeiro.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O que significa que esses dois não ganharam dinheiro dando emprego ao povo, e sim sangrando o povo. Somente 62 pessoas que possuem riqueza equivalente ao que possui a metade mais pobre da população mundial. Dos outros 60 que têm riqueza que se equipara ao que possui a metade da população mais pobre do mundo, a grande maioria também deve ter ganhado dinheiro no mercado financeiro, que é o mundo sem trabalho, onde os ricos faturam explorando o valor do dinheiro, o que significa sacrificando o povo. Com este cenário, não há dúvida de que as previsões mais lógicas são as seguintes: ou o mundo financeiro quebra nos próximos anos, podendo dar sinais já no segundo semestre deste ano, ou a invasão que a Europa vem sofrendo dos desempregados miseráveis, basicamente do Oriente, vai proporcionar claramente uma guerra, um confronto mundial. Guardadas as devidas proporções, é mais ou menos a mesma coisa que acontece num país de 200 milhões de habitantes onde os ricos ganharam dinheiro corrompendo ou no mercado financeiro. O que se percebe é que a crise social neste país está chegando. Basta ver a pérola que o FMI, com seus doutos sociólogos e financistas, diz: o mundo tem três grandes problemas, o não crescimento da China, a crise social dos países do Oriente e o Brasil. Imaginem os senhores, o Brasil passou a ser ofensor do mundo. Com dados do JB

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Quatro ameaças ao crescimento constante da economia chinesa

A queda acentuada da bolsa de valores de Xangai, nesta semana, e o seu impacto global levantaram temores sobre a saúde da economia chinesa. Investidores, consumidores e endividados na China podem ser afetados pelos atuais problemas Além disso, a China desvalorizou a moeda local, o yuan, numa tentativa de tornar suas exportações mais competitivas após as vendas internacionais do país terem registrado queda. A produção interna também caiu. Em dia menos tenso, o mercado financeiro de Xangai fechou em -1,3% nesta quarta-feira, mesmo após estímulos promovidos pelo governo, e a baixa foi acompanhada pelas bolsas europeias – mas não pelas americanas e pelo Ibovespa. Este último subiu 2,7%. Mas analistas preveem que a volatilidade continuará nos mercados internacionais. Seria o fim do milagre chinês? Não, opina John Ross, professor do Instituto de Estudos Financeiros Chongyang da Universidade Renmin, de Pequim, em entrevista à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Economia chinesa 7% é taxa de crescimento estimada da China 3 vezes mais que o crescimento atual dos EUA 10% foi o crescimento do país durante a crise de 2008 “A China está crescendo a 6,5% ou 7%, três vezes mais do que os Estados Unidos e quatro vezes mais que a Europa. É uma economia que tem saído de um ritmo de crescimento ‘super sensacional’ de 10% por ano para um ‘sensacional’, que é o atual”, disse Ross. Leia mais: Impacto da queda da bolsa chinesa no mundo Outro dado comparativo: enquanto Estados Unidos e Europa têm taxas de juros de quase zero para estimular suas economias há quase sete anos, a China reduziu sua principal taxa de juro em 0,25 ponto percentual, para 4,6%. Mas isso não significa que não haja problemas na China. E, devido ao papel central que desempenha no comércio global, um recuo em sua economia tem consequências em todo o mundo, Brasil incluído. Image copyrightBBC World Service O futuro da segunda maior economia do mundo depende da solução de quatro temas-chave: 1. Queda de investimentos e mudança de modelo de crescimento O crescimento econômico chinês nos últimos dez anos sedeve muito mais ao investimento do que à exportação de produtos ‘Made in China’. Neste período, o país teve um ritmo impressionante de crescimento de dois dígitos. O investimento aumentou durante a crise financeira de 2008 – representava 35% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2000 e ultrapassou os 50% após a queda do banco de investimentos americano Lehman Brothers. Banco Central chinês desvalorizou iuan numa tentativa de tornar exportações mais atraentes Em comparação, o consumo interno como motor do crescimento mal superou os 30% neste período. Uma economia baseada excessivamente no investimento pode estimular bolhas imobiliárias, dívidas insustentáveis e problemas financeiros. Consciente dos limites deste modelo, o governo iniciou em 2010 uma transição a outro, mais baseado no crescimento do consumo interno. Segundo Kamel Mellahi, especialista em mercados emergentes da britânica Warwick Business School, os problemas chineses que causam temores no mundo são fruto dos inevitáveis desajustes produzidos por essa mudança. “Uma mudança num país das dimensões da China é mais fácil de propor que de executar. O mundo vai ter que se adaptar a esses altos e baixos porque vai levar tempo”, disse. Leia mais: Novo método para classificação acaba com conceito de ‘emergentes’ 2. Desvalorização e exportações O sinal de alarme sobre a China soou forte com a desvalorização cambial realizada em agosto. Em junho, as exportações caíram 8,3% devido a queda da demanda mundial e alta do custo de trabalho chinês, consequência da mudança do modelo que estipula aumentos salariais para estimular o consumo. Deflação pode afetar diretamente grandes e pequenos empresários endividados que deverão vender produtos com preços menores Em 11 de agosto, o Banco Central chinês iniciou um processo de desvalorização do yuan que se prolongou por três dias. A cotação da moeda caiu 3%, e gerou-se um temor global de uma “guerra cambial” – quando países desvalorizam suas moedas para ganhar vantagem competitiva para suas exportações. Muitos analistas avaliam que a desvalorização está mais vinculada ao desejo chinês de resposicionar o yuan como divisa internacional, incorporando-a às moedas com direitos especiais de giro do Fundo Monetário Internacional (FMI). Até agora, apenas euro, libra, iene e dólar americano têm essa classificação. “É uma estratégia a longo prazo para situar o yuan neste cenário”, disse Mellahi. Com uma moeda atada ao valor do dólar, a China sofreu com a valorização da moeda americana nos últimos 12 meses, que encareceu sua própria moeda em cerca de 10%. Mas desvalorizar a moeda até recuperar esse valor tornaria a dívida do país insustentável. Leia mais: Quatro conquistas e um fracasso dos Brics 3. Dívida e inflação Um dos efeitos mais perigosos do modelo baseado no investimento é a emissão de títulos de dívida necessária para sustentá-lo, algo que pode sair do controle. Há outro perigo concreto que enfrenta a economia chinesa: deflação. Os preços médios têm caído nos últimos 40 meses. Incertezas sobre saúde da economia chinesa causaram pânico entre investidores Este fenômeno pode levar a um processo deflacionário, no qual uma empresa teria que vender seus produtos por menos do que pagou por eles, o que aumentaria o montante de sua dívida e o perigo de falências. Leia mais: Como o terremoto financeiro chinês pode afetar o Brasil? 4. Desemprego Um fator estratégico para o governo chinês é o nível de desemprego, crucial para a paz social – e um dos debates sobre a mudança do modelo econômico chinês é o impacto que ele terá no mercado de trabalho. Segundo dados oficiais, a taxa de desemprego variou pouco nos últimos cinco anos. Em 2014, foi de 4,09%, pouco mais alta que os 4,05% registrados em 2013. Desemprego tornou-se um problema após mudança no modelo do crescimento chinês Mas o Labour China Bulletin (LCB), editado em Hong Kong e especializado em assuntos trabalhistas, diz que esse índice subestima o número real de desempregados. “O índice oficial registra apenas o número de pessoas que buscam emprego em

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Economia: Rendição da Grécia, miséria do euro e do capitalismo

Humilhação imposta a Atenas é aviltante até nos detalhes. Mas esclarece algo: limitar-se à lógica da aristocracia financeira é o túmulo dos projetos transformadores. Os governantes da Europa que retornaram de Bruxelas a suas capitais, após a maratona de negociações que manteve a Grécia na zona do euro, com enorme custo para a soberania política do país, definiram um novo cenário político para o continente. Ele é ameaçador. Ao forçar o governo de Alexis Tripras a uma rendição abjeta – ignorando os pedidos de alguns de seus vizinhos, em particular a França – a Alemanha exerceu com estrondo, talvez pela primeira vez após a reunificação, seu poder no palco europeu. Desde que o Syriza, partido grego de esquerda, foi eleito, em janeiro, sobre uma plataforma de acabar com as políticas de “austeridade” impostas pela União Europeia (UE), tornou-se óbvio que Angela Merkel, a chanceler alemã e governante de facto da Europa, reteve a chave que permitiria resolver a crise. Por duas vezes nos últimos meses – primeiro em março e depois na semana passada – expressei a esperança de que a chanceler ultrapassasse a ideologia econômica conservadora alemã, uma espécie de “ordoliberalismo”, e os preconceitos germânicos contra os europeus do Sul. Ele poderia conceber uma solução que, embora obtendo concessões significativas do governo grego, preservasse os ideais de comunalidade e solidariedade que supostamente sustentam a UE. Tragicamente, a chanceler foi incapaz de corresponder ao desafio.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ao invés de adotar o manto de uma estadista europeia, ela colocou-se ao lado de seu ministro de Finanças linha-dura, Wolfgang Schäuble, forçando Atenas a rastejar diante de seus credores, sob pena de deixar a zona do euro – uma opção à qual a sociedade grega se opunha. Agora que Tsipras voltou a Atenas, ele enfrenta a tarefa indesejável de persuadir o parlamento grego a aprovar o que talvez seja o acordo mais impositivo e invasivo entre uma nação avançada e seus credores desde a Segunda Guerra Mundial. Se o Parlamento grego recusar a ceder ao acerto, o país não receberá mais dinheiro, seu governo será forçado a dar calote em mais empréstimos, seus bancos entrarão em colapso e ele será forçado a lançar sua própria moeda. Uma declaração de seis páginas emitida na tarde de segunda-feira pelos governantes da zona do euro estabeleceu os termos da rendição grega. O documento foi redigido em termos que parecem escolhidos para infligir humilhação máxima sobre Tsipras e seus companheiros do Syriza. Tome-se, por exemplo, o papel de um dos credores da Grécia, o Fundo Monetário Internacional (FMI), que muitos gregos culpam pelas políticas de “austeridade” impostas como condições, nos empréstimos de 2010 e 2012. Nas últimas duas semanas, à medida em ia sendo forçado a recuar em todos os pontos, Tsipras insistiu que, sob um novo acordo, a Grécia poderia ao menos ver o FMI pelas costas. Ao contrário. A declaração frisa que quando estados-membros da zona do euro requerem assistência do Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, em inglês – um fundo de resgate, baseado em Luxemburgo e estabelecido em 2012), eles estão obrigados a pedir ajuda ao FMI. “Esta é uma pré-condição para que o eurogrupo aceite um novo programa do ESM”, diz o texto, e prossegue: “Portanto, a Grécia requerirá apoio contínuo do FMI (monitoramento e financiamento) a partir de maço de 2016”. E sobre a reestruturação da vasta dívida grega, que Tsipras também queria tornar parte do acordo? A declaração diz que o eurogrupo (essencialmente, os ministros de Finanças da eurozona) aceitam considerar a sustentabilidade da dívidas, mas apenas após a implementação, pela Grécia, dos termos do novo empréstimo, para satisfação das “instituições” que irão supervisioná-lo – ou seja, atemida “troika”, que reúne o Banco Central Europeu (BCE), a Comissão Europeia e o FMI. “O eurogrupo permanece pronto a considerar, se necessário, possíveis medidas adicionais, visando assegurar que as necessidades de financiamento [da Grécia] permanecerão em nível sustentável”, diz a declaração. “Estas medidas estarão condicionadas à completa implementação das medidas a serem acordadas num possível novo programa, e serão consideradas após a primeira conclusão positiva de uma revisão”. Mesmo neste caso, as ações a ser consideradas serão modestas. “O encontro do euro frisa que reduções nominais da dívida não podem ser adotadas”, prossegue o texto. Os credores aceitaram algum recuo num único aspecto. Modificaram ligeiramente uma proposta que obrigará a Grécia a transferir ativos nacionais avaliados em 50 bilhões de euros para um novo fundo de privatização, com sede fora da Grécia, administrado por estrangeiros e encarregado de leiloar bens pela melhor oferta. Quando o tema emergiu, no sábado, num documento interno do ministro das Finanças alemão que vazou, houve quem enxergasse a imposição como um objeto de barganha, suscitado para forçar concessões do Syriza em outras áreas. De maneira alguma. Nas negociações da madrugada, entre Merkel, Tsipras, o presidente francês François Hollande e o presidente do Conselho Europeu, Donal Tusk, a chanceler alemã teria dito que o fundo era uma das “linhas vermelhas” da qual não recuaria. Sob pressão dos franceses e gregos, os alemães aceitaram ao final que localizar o fundo de privatização fora da Grécia seria uma humilhação muito extrema. Insistiram, no entanto, no essencial. A declaração emitida na segunda esclarece que o fundo terá sede em Atenas e será “gereniado pelas autoridades gregas, sob supervisão das Instituições Europeias relevantes”. Exceto por esta mínima concessão, os gregos foram submetidos a uma lição cruciante sobre o funcionamento de uma zona monetária que, para muitos países europeus, converteu-se em camisa de forças. Os alemães têm as chaves dos cadeados que trancam as correias. No combativo estilo que o tornou famoso, Yanis Varoufakis, o ex-ministro das Finanças grego descreveu o acordo como um “novo tratado de Versalhes” e ligou-o a um “golpe de Estado”. Tal linguagem deveria se usada com cuidado, ao descrever um continente que assistiu a tanto conflito, extremismo e ditadura. Não houve uma guerra, e a Grécia ainda é uma democracia. Mesmo agora, o parlamento grego tem poderes para rejeitar o acordo e coordenar uma

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Economia: Grécia: Tsipras e Putin fecham acordo de 2.000 milhões para prolongar gasoduto russo

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, conseguiu um acordo de 2.000 milhões de euros sobre a extensão do gasoduto russo na Grécia, um acordo que não é bem visto em Bruxelas. O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, conseguiu um acordo de 2.000 milhões de euros sobre a extensão do gasoduto russo na Grécia, um acordo que não é bem visto em Bruxelas. Tsipras foi recebido por Vladimir Putin durante uma hora e meia, à margem do fórum económico internacional organizado pela Rússia, e disse esperar que este projeto, cujo financiamento será avançado por Moscou, abra a porta a “vastas possibilidades de cooperação”. “Sabemos a situação difícil em que estão e em que o vosso povo se encontra”, afirmou por sua vez o chefe de Estado russo que se congratulou com o reforço “de iniciativa grega” da cooperação entre os dois países. O protocolo, assinado pelo ministro grego da energia, Panagiotis Lafazanis, prevê prolongar o gasoduto TurkStream, entre a Rússia e a Turquia, até ao território grego a partir do próximo ano. Se este acordo de princípio se confirmar, os trabalhos devem ser realizados por uma sociedade detida em partes iguais pela Rússia e pela Grécia mas financiada totalmente por um crédito do banco de desenvolvimento russo VEB, de acordo com o ministro russo da energia, Alexandre Novak.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A aproximação de Atenas a Moscou não se limita, no entanto, ao gás. Segundo o porta-voz do Kremlin Dmitri Peskov, citado pelas agências russas, os dois chefes de estado discutiram também meios para organizar a importação russa da produção agrícola grega, ainda que não esteja em causa dar uma ajuda financeira direta. Este acordo surge num momento em que Atenas está num braço-de-ferro com Bruxelas para evitar um possível incumprimento de pagamentos por parte da Grécia, depois de os ministros das Finanças da zona euro terem estado reunidos no Luxemburgo na quinta-feira, num encontro que terminou sem acordo. A menos de duas semanas de expirar o programa de assistência financeira do país e da data limite para a Grécia pagar 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (ambas a 30 de junho), Atenas continua longe de chegar a um compromisso com os seus credores internacionais. As reformas que mais afastam Atenas e credores prendem-se com cortes nas pensões, sobretudo nos complementos das reformas mais baixas, e subidas no IVA (imposto sobre o consumo, especialmente nos medicamentos e eletricidade). No excedente orçamental primário (que exclui os juros da dívida) há um entendimento no valor a alcançar, mas é preciso chegar a acordo quanto às medidas para lá chegar. O Governo grego quer ainda uma estratégia para lidar com a elevada dívida do país, o que poderia ser feito através de uma nova reestruturação, uma solução que parece ser tema ‘tabu’ na Europa. Sem acordo, a Grécia – com os cofres públicos praticamente sem dinheiro – fica à beira do descumprimento e mesmo de uma saída da zona euro (o famoso ‘Grexit’).

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El País comenta a visita de Dilma aos EUA

No próximo dia 30 de junho, a presidenta Dilma estará em Washington, em visita oficial a Barack Obama.O colunista do El País, Juan de Onis, fez algumas observaçõespertinentes a este encontro. Como Onis não é diretamente ligado às nossas futricas domésticas, achei interessante recortar e reproduzir aqui trechos de seu texto. Chaves para a histórica visita de Dilma aos EUA A viagem da presidenta a Washington pode ser boa não só para o Brasil, mas para toda a América Latina, incluindo Cuba (…) O mundo financeiro norte-americano, que tem investimentos no valor de 60 bilhões de dólares no Brasil (cerca de 190 bilhões de reais), não quer nem ouvir falar de impeachment. O que deseja é uma recuperação econômica rápida. Obama, certamente, oferecerá seu apoio às medidas de ajuste fiscal das deterioradas finanças brasileiras, que Dilma está conduzindo com uma nova equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. (…) Há consenso em Washington que o programa de ajuste fiscal depende da recuperação da confiança na economia brasileira. Isso ficou claro durante a visita ao Brasil em maio de Christine Lagarde, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI). Depois de elogiar a redução da pobreza e da desigualdade graças aos programas sociais do Brasil, Lagarde apoiou incondicionalmente o programa econômico de Dilma: “Avaliei com satisfação o ambicioso plano de ajuste fiscal do Governo. Este irá ajudar a estabilizar a dívida pública e, posteriormente, reduzi-la. Isso é acompanhado de uma política monetária disciplinada, destinada a impedir o aumento da inflação”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] (…) O Brasil continua sendo um mercado importante para os bens e serviços tecnológicos importados dos EUA, embora pudesse substituir muitas dessas importações com produção doméstica nacional se melhorasse sua eficiência e competitividade. O aumento das exportações brasileiras também depende dessas reformas internas. (…) E a China escolheu o Brasil como seu parceiro estratégico na América Latina, com um plano de investimentos de mais de 50 bilhões de dólares em infraestrutura e tecnologia. Durante sua viagem em maio ao Brasil, Colômbia, Peru e Chile, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, deixou claro que o grande projeto de Pequim é aumentar a influência chinesa na região, através da construção de ferrovias, portos e infraestrutura de telecomunicações que integrem a logística continental, um antigo desejo sul-americano que nunca se concretizou. Esse movimento da China no xadrez geopolítico global não é visto com indiferença pelos Estados Unidos e abre novos horizontes econômicos em uma região tradicionalmente mais próxima dos investimentos norte-americanos. A China não vai jogar os EUA para escanteio na região, mas será um novo ator com grande peso financeiro. Haverá colaboração suficiente entre os dois para promover o desenvolvimento latino-americano? É sobre isso — e especificamente sobre o Brasil — que Dilma e Obama vão discutir em 30 de junho. (…) Ao eliminar Cuba de sua lista de países que praticam o terrorismo, os EUA estão preparando o terreno para novos investimentos privados na ilha. Outros países, como Espanha e Canadá, já estão aproveitando as oportunidades de turismo e comércio com Cuba. Mas o Brasil ultrapassou os EUA com um financiamento de 400 milhões de dólares para a construção de um grande porto no Mariel, na costa norte de Cuba. (…) Além da grande indústria agrícola, o Brasil conduziu uma política bem desenvolvida de apoio à agricultura familiar, com mais de três milhões de pequenos proprietários rurais que recebem empréstimos subsidiados e assistência técnica para produzir alimentos. (…) Esta é uma grande oportunidade para que Brasil e Estados Unidos colaborem para impulsionar a economia cubana, oferecendo financiamento e tecnologias que Cuba necessita. Seria um exemplo de que a aproximação vai além de apertos de mão e fotos sorridentes de Obama com Raúl Castro. Cuba precisa de acesso ao mercado vizinho dos EUA para sair do fundo do poço, mas para isso também necessita produzir mais e exportar mais de forma competitiva. É outra questão que Dilma poderia discutir com Obama, se houver uma vontade real de cooperar. *** Por Miguel do Rosário/Tijolaço Eu destaquei em itálico um trecho em que o colunista, sem querer, fez um alerta: há, obviamente, conflitos de interesses entre Brasil e EUA, ou mesmo entre Brasil e China. Interessa a esses gigantes que nós continuemos importando produtos tecnológicos, então esse é um cuidado que devemos ter: precisamos jogar o jogo da geopolítica sem comprometer o investimento interno em novas tecnologias, para não ficarmos para trás. Por outro lado, a visita de Dilma à Obama pode representar um importante trunfo político do governo. Novos acordos comerciais e políticos com a maior potência mundial corresponderiam ao fim de alguns barulhos golpistas aqui dentro, porque o grande capital exigiria um mínimo de estabilidade para obter retorno de seus investimentos. O colunista enfatiza que os investidores americanos “não querem nem ouvir falar de impeachment no Brasil”, porque entendem (pelo jeito, mais do que a nossa mídia irresponsável) que isso corresponderia a um longo período de instabilidades e caos, gerando prejuízos incalculáveis para todos que têm dinheiro investido em negócios aqui, e os americanos têm, segundo o colunista, quase R$ 200 bilhões investidos aqui dentro. Essa informação nos ajuda a entender o recuo do PSDB. O Tio Sam deve ter puxado a orelha de alguns tucanos, alertando que impeachment é coisa de república de banana. Diante da magnitude dos investimentos feitos por empresas norte-americanas no Brasil nos últimos anos, uma aventura irresponsável desse porte não encontraria suporte político nem da comunidade de investidores, nem do governo dos Estados Unidos. A teoria confirma o que eu vinha observando desde que o presidente do BID, Luis Alberto Moreno, fez elogios ao governo Dilma. O mundo encheu o saco do pessimismo golpista da nossa mídia. O Brasil tem uma grande economia, repleta de anticorpos para todo o tipo de dificuldade, e o país voltará a crescer em breve. Não interessa a ninguém, nem aos EUA, nem à China, nem sobretudo aos brasileiros, essas campanhas golpistas de desestabilização.

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Analista diz que Alemanha planeja secretamente participar do BRICS

A ideia seria detonar cada vez mais o Dólar entrando para o BRICS; EUA temem que a potência da Europa entre para o grupo O analista financeiro Jim Willie sensacionalmente afirma que a Alemanha está se preparando para abandonar o sistema unipolar apoiado pela NATO e os EUA em favor de unir as nações BRICS, e que é por isso que a NSA foi pego espionando Angela Merkel e outros líderes alemães. Em entrevista à dos EUA Watchdog Greg Hunter, Willie, um analista de estatística que tem um PhD em estatísticas, afirmou que a verdadeira razão por trás do recente escândalo de vigilância da NSA segmentação Alemanha foi centrado em torno do medo dos Estados Unidos de que o grande centro financeiro da Europa está olhando para escapar a partir de um colapso do dólar inevitável. “Eu acho que eles estão olhando para obter detalhes sobre ajudar a Rússia sobre dumping ao dólar. Eu acho que eles estão à procura de detalhes para um movimento secreto para a Alemanha para fugir do dólar e juntar os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Isso é exatamente o que eu acho que eles vão fazer “, disse Willie.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No início deste mês, os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), anunciou a criação de um novo $ 100.000.000.000 dólar anti-dólar alternativa banco FMI a ser baseada em Xangai e presidido por Moscou. Putin lançou o novo sistema, dizendo que foi projetado para “ajudar a prevenir o assédio dos países que não concordam com algumas decisões de política externa feitas pelos Estados Unidos e seus aliados,” um sinal claro de que a Rússia e outros países do BRICS estão se movendo para criar um novo sistema econômico que é contraditório com o FMI eo Banco Mundial. Oferecendo uma visão sobre a atitude da elite ocidental em relação à Rússia, comentários feitos por nomes como o ex-embaixador americano no Iraque Christopher R. Hill sugerem que Moscou está cada vez mais sendo visto como um Estado pária. Em abril, Hill disse que a resposta da Rússia à Ucrânia crise fez com que Moscou tinha traído a “nova ordem mundial” tem sido uma parte de nos últimos 25 anos. Em outro sinal de que as nações BRICS estão se movendo para criar um modelo inteiramente novo multi-polar contraditório para o oeste, os cinco países também estão construindo um backbone de Internet alternativa que irá contornar os Estados Unidos, a fim de evitar a NSA de espionagem. Willie também liga o movimento da Alemanha para a filmagem da semana passada para baixo da Malásia Airlines Flight 17, que tem sido explorada por os EUA e Grã-Bretanha para pressionar por sanções mais severas sobre a Rússia, apesar do fato de que eles tiveram pouco efeito até agora e só parecem ser prejudicar os interesses comerciais dos países da Europa continental. “Aqui está o grande, grande conseqüência. Os EUA estão basicamente dizendo Europa você tem duas opções aqui. Junte-se a nós com a guerra contra a Rússia. Junte-se a nós com as sanções contra a Rússia. Junte-se a nós em constante guerra e conflitos, isolamento e destruição à sua economia e da negação do seu abastecimento de energia e remoção de contratos. Junte-se a nós com esta guerra e sanções, porque nós realmente gostaria que você mantenha o regime dólar indo. Eles vão dizer que estava cansado do dólar. . . . Estamos empurrando Alemanha. Não se preocupe com a França, não se preocupe com a Inglaterra, se preocupar com a Alemanha. Alemanha tem 3.000 empresas que fazem negócios ativo no momento. Elesnão vão se juntar a sanções-período. ” Portal americano Info Wars

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