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Cerveró indica propina de US$ 100 mi no governo FHC

Ex-diretor de Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró garantiu a investigadores da Operação Lava Jato que a compra do conglomerado de energia argentino Pérez Companc (PeCom) pela Petrobras em julho de 2002, por US$ 1,02 bilhão, “envolveu uma propina ao governo FHC de US$ 100 milhões”.  Cerveró atribuiu as informações a diretores da Perez Companc e a Oscar Vicente, executivo argentino que presidia a empresa. A declaração, citada em reportagem do jornal Valor, foi feita antes do acordo de delação premiada do ex-diretor com a PGR, e está em documento apreendido no gabinete do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) em novembro do ano passado. A Polícia Federal (PF) investiga como ele teve acesso ao material secreto da investigação. Compra de empresa argentina pela Petrobras em 2002 “envolveu uma propina ao governo FHC” Cerveró não esclarece no documento, contudo, quais integrantes do governo Fernando Henrique Cardoso receberam propina. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Delcídio, filiado ao PSDB antes de entrar para o PT, foi diretor de Gás e Energia da Petrobras de 2000 a 2001 e chefe de Cerveró. Ele é acusado de obstruir a delação premiada do ex-subordinado e está preso. Em depoimento, Delcídio informou que assumiu o cargo na estatal “a convite do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso”, passado a ele por Rodolpho Tourinho, na época à frente do Ministério de Minas e Energia e presidente do conselho de administração da empresa de petróleo. Tourinho, morto em 2015, era cota do PFL (agora Democratas) na Petrobras. O partido integrava a base aliada do governo Fernando Henrique. Em nota, Fernando Henrique Cardoso disse que as afirmações são “vagas” e que, “sem especificar pessoas envolvidas, servem apenas para confundir e não trazem elementos que permitam verificação”. Histórico A compra do grupo argentino Pérez Companc por US$ 1,1 bilhão gerou grande polêmica na ocasião. Ela foi anunciada em julho de 2002, no segundo semestre do último ano do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Analistas criticavam a negociação, já que a Argentina passava por profunda crise econômica e estava prestes a desvalorizar sua moeda e a dar o calote nos seus títulos externos. Na ocasião da negociação, a Petrobras tinha como presidente Francisco Gros, que defendia a negociação, apesar de a  Petrobras assumir dívidas de US$ 2,2 bilhões da empresa pertencente ao bilionário Gregório Pérez Companc. O mercado reagiu de forma negativa. A Perez Companc era a empresa mais endividada do setor de petróleo em todo o mundo. Seu passivo representava 73% do patrimônio. Na Petrobras, a taxa, que era de 33%, passou para 42% depois da aquisição, enquanto a média mundial era de 25%. Além disso, no primeiro trimestre de 2002, a empresa argentina havia registrado um prejuízo de US$ 309 milhões. Com isso, a companhia estava sendo pressionada pelos credores a reestruturar sua dívida no curto prazo de US$ 1,2 bilhão. As ações da Petrobras desabaram e o valor da estatal encolheu em US$ 1,9 bilhão, mais do que o US$ 1,1 bilhão que estava sendo pago aos Pérez Companc. Na época, apenas um profissional da área de petróleo elogiou a operação: o ex-genro de FHC, David Zylbersztajn, que comandava a Agência Nacional do Petróleo. “Foi uma bela jogada da Petrobras. Se ela não comprasse, outra compraria, e uma excelente oportunidade de negócio seria perdida”, afirmou. >> Os filhos, os genros e os negócios Fonte:JB

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Opinião – E o bê-a-bá…

Enquanto o apedeuta do agreste e o sociólogo da entregação batem – aquele, literalmente com a língua nos dentes, e esse, com a boca mole dos servis – boca, a educação a escolar vai pro brejo onde já se encontram as vacas do Renan. Relatório de órgão ligado a revela a tragédia da educação brasileira, que está atolada, no tal brejo, nos últimos lugares do “ranking” mundial. Pelos índices, os analistas acordam que a escola particular é ruim e a pública é inqualificável. Fico imaginando se essas provas fossem aplicadas a alguns paleolíticos membros da casa que já abrigou Machado de Assis.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A taba dos tupiniquins ficou em 52º no aprendizado de ciências, em 53º no de matemática e em 48º no de leitura, entre 56 países avaliados. O país, dos “literatos” “Paulos Coelhos e Sarneys”, causam inversões de valores tais, que colocam as inversões, Sergipe e Roraima à frente de São Paulo. Este, encolhido na garoa da mediocridade educacional, não conseguiu superar aqueles na média em nenhuma das três áreas – ciências, matemática e leitura. O estado mais desenvolvido do país, terra de Monteiro Lobato – nasceu em Taubaté – saliente-se, é o charco de onde jorrou o PT e é seguidamente governado pelo PSDB. Na terra do Ribamar, – comandado desde o cretáceo pelo ex-presidente da República, ex-governador, ex-presidente do Senado, o “aiiiiiiiiiinda” Senador José Sarney (PMDB), e ainda por cima (sic) Membro da Academia Brasileira de Letras -, o Maranhão, que nos honrou com Gonçalves Dias – nasceu em Caxias – os “Maribondos de Fogo” ferroaram os neurônios dos alunos. O Maranhão foi o pior dos piores em tudo! Em ciências, em matemática e em leitura. Uáu! Apesar disso, ou por causa disso, é que não é explicável a pirotecnia comemorativa governamental dos áulicos petistas, pelo fato do Brasil ter alcançado o “honroso” septuagésimo lugar, por sinal o último, entre os países com alto(sic) desenvolvimento humano, o tal do IDH. A mazela educacional brasileira trafega desde a carroçável qualificação dos professores, patina nos salários humilhantes pagos aos mestres e engarrafa na sala de estar da casa grande. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Brasileiro fazia vista grossa para corrupção quando economia ia bem

Especialista argentino Rodrigo Salazar lembra que FHC, Lula e Dilma enfrentaram escândalos, mas afirma que indignação popular só apareceu quando economia piorou. “Eleitor respaldou o PT quando ele dava bons resultados.” A indignação com a corrupção que assola o sistema político brasileiro é seletiva e brota em momentos de declínio econômico. Essa é a opinião do professor argentino Rodrigo Salazar, coordenador do curso de governança e assuntos públicos na unidade mexicana da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO). Para ele, a maioria dos brasileiros foi extremamente tolerante com irregularidades durante períodos de crescimento econômico nos mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e no início da gestão de Dilma Rousseff. Confira os principais trechos da entrevista concedida à DW Brasil, a terceira e última da série com especialistas em Brasil e América Latina de todo o mundo. O primeiro entrevistado foi o americano Peter Hakim. O segundo, o austríaco Bernhard Leubolt. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] DW Brasil: Como o senhor avalia a situação atual do Brasil? Rodrigo Salazar: O Brasil, assim como outras democracias da América Latina, ficou mais estável nas últimas décadas, mas o problema é que isso ainda depende muito do estado da economia – e as economias da região ainda continuam vulneráveis. Rodrigo Salazar, da unidade mexicana da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais Um governante pode passar de uma hora para a outra de um cenário em que goza de muita popularidade para outro em que passa a existir um clamor pela sua saída. A natureza dos regimes presidencialistas na América Latina joga muito peso na figura do chefe do Executivo, que é responsabilizado pessoalmente pelo estado das coisas, em especial na economia. A popularidade de um presidente ainda é muito ligada ao ciclo econômico. O que estamos presenciando no Brasil é um prenúncio do que vai acontecer em outros países da região, à medida que as economias começarem a ser afetadas pelos problemas da China e pela queda do preço das commodities. O Brasil não é o único, é só o primeiro. O Uruguai, a Argentina e outros países vão experimentar situações semelhantes, que misturam crise econômica com instabilidade política. Os escândalos de corrupção não estão sendo determinantes para a crise no governo? FHC, Lula e Dilma – em seu primeiro mandato – enfrentaram escândalos de corrupção, mas a população estava disposta a fazer vista grossa por causa dos bons resultados econômicos. Isso não é uma exclusividade do Brasil, pode ser observado na Argentina, na Bolívia e em outros países. Quando as coisas vão mal, as pessoas do nada começam a dizer “como é possível que a coisa toda seja administrada dessa maneira, como é possível tanta corrupção?”. Esse discurso é muito volátil. E isso piora no caso do PT, que sempre teve em sua história um discurso moralizador. Agora, quando se vê confrontado com seu antigo discurso, vira um alvo fácil da opinião pública. O atual modelo de presidencialismo de coalizão brasileiro está esgotado ou o problema foi como este governo lidou com esse sistema? É um modelo que combina um presidencialismo com um sistema partidário muito fragmentado. Bem ou mal, por 30 anos, apesar dos problemas, diferentes governos conseguiram lidar com essa fragmentação. Ele tem algumas virtudes, como deixar claro quem é governo e quem é oposição. O problema é que muitas das alianças formadas são puramente programáticas. É só ver o caso do PMDB; um partido em que não existe um programa, mas facções e personalidades. Isso abre a porta para o clientelismo em que os governos são obrigados a fazer pactos com o diabo. E isso acaba alimentando um padrão de escândalos de corrupção, em que o governo tem que pagar políticos para conseguir aprovar qualquer coisa e preservar maiorias parlamentares. E, para piorar, o modelo brasileiro se sustenta em alianças que são insustentáveis quando há pressões econômicas. Por que a política brasileira se tornou tão problemática e polarizada? Existe um clima de ódio na política? Parece-me que é um fenômeno esperado em uma situação na qual o governo sente o desgaste por causa do declínio econômico. Por anos, quando os presidentes brasileiros eram populares, a oposição não tinha um discurso convincente. Os eleitores são pragmáticos na América Latina, em especial no Brasil. Não é um eleitorado em sua maioria ideológico, que respaldava o PT pelas suas ideias e pela sua ideologia. Só respaldava o PT quando ele dava bons resultados. Quando isso passa, a oposição enxerga uma oportunidade para tentar reconquistar o terreno político perdido. Na atual conjuntura está mais fácil para ela encontrar adeptos. Fazem uso de um discurso que já foi feito antes, mas que passa a ser mais atraente. A oposição quer aproveitar o quanto antes, porque Dilma ainda tem mais três anos pela frente. Se eles não agarrarem a oportunidade agora, e promoverem um impeachment, a situação econômica pode melhorar até 2018 e Dilma pode voltar a ser popular – e o momento terá passado, arriscando que Lula ou outro candidato do PT possa ganhar mais uma vez. A oposição sente que é agora ou nunca. Do ponto de vista da direita e da oposição, faz sentido radicalizar agora. Nada garante que o eleitorado vai estar contra o governo em 2018. O senhor acredita que o impeachment de Dilma pode prosperar? Parece-me que não. Dilma não é Collor. Ela tem o PT por trás, que é um partido sólido e disciplinado. Essa é a principal diferença. Ela também pode conseguir chegar a um acordo com o PMDB para estabilizar a situação, entregando mais cargos e orçamento. Não parece possível conseguir tantos votos para tirar Dilma. Alguns oposicionistas apostam que protestos de rua marcados para este mês podem ser o gatilho para forçar o início de um processo de impeachment, como no caso do impeachment do ex-presidente Fernando Collor. Isso pode se repetir com Dilma? Talvez, mas teria que ser um cenário de protestos com violência extrema para provocar uma situação em que a própria Dilma chegue a uma conclusão de que não é mais

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Afagando cérebro – a oposição e o imponderável

Talvez influenciado pelo fato de estar sendo entrevistado por uma publicação estrangeira – em certos países e organismos multilaterais se conhece bem os avanços alcançados pelo Brasil nos últimos anos – o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, para a revista alemã Kapital, na semana passada, que a presidente Dilma Rousseff é “honrada”, e que o ex-presidente Lula é um líder “popular” cuja prisão, caso viesse a acontecer, poderia dividir o país. Foi o que bastou para que fosse imediatamente execrado pela parcela da opinião pública que ocupa, destilando bílis, os sites e portais mais reacionários – para dizer o mínimo – da internet brasileira. O que importa, não é saber – embora torçamos para que isso tenha ocorrido – se FHC foi sincero em suas considerações sobre a presidente Dilma, e, sim, prestar atenção à verdadeira avalanche de estupidez que suscitaram suas palavras. “Doido”, “senil”, “demente”, “gagá”, “caduco”, “bipolar” – odioso, preconceituoso e covarde, o fascismo despreza e confunde a idade com fraqueza e costuma ser particularmente impiedoso com os mais velhos, as mulheres e as crianças – “doente de Alzheimer”, e o já tradicional apelo do “morre de uma vez” foram alguns dos epítetos lançados pela malta nos grandes portais da internet, contra o ex-presidente da República.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Outros o acusaram de “pateta”, “traidor”, “idiota”, “maconheiro”, “THC”- lembrando sua defesa da descriminalização da Cannabis – e de “cara de pau”, “sem-vergonha”, e ladrão – acusando-o de estar “roubando também”, ou de já ter se encontrado secretamente com Lula para conchavos. E os mais “espertos”, a serviço da nefasta “via alternativa”, que espreita, como hiena, nos meandros da história, os países que se rendem aos que fomentam o caos e a cizânia, preferiram, como sempre, aproveitar a oportunidade para intensificar os ataques contra a democracia – “político é tudo lixo”, “farinha do mesmo saco”; defender a violência: “é preciso amarrar a boca do saco”, “matar todo mundo a paulada” e “jogar o saco no rio”; e propagar a teoria – esse é “esquerda caviar”, “comunista enrustido” – da conspiração, segundo a qual PT e PSDB representariam, na verdade, duas faces da mesma moeda, da “tática da tesoura stalinista”, de disfarçar parte da esquerda como direita; tomariam parte da estratégia de conquista da hegemonia, por meios pacíficos e “gramscianos”, do poder, e atuariam seguindo os padrões do “marxismo cultural”, como fantasiam, e pregam certas correntes da imbecilidade neo-direitista antinacional. Tudo isso coroado pelos pedidos de instalação no país de nova ditadura – agora com caráter “policial-jurídico-militar” – e os indefectíveis slogans da campanha – que já está no ar há muito tempo – de BOLSONARO 2018 para a Presidência da República. Na página do ex-capitão do Exército, no Facebook, por exemplo – que, significativamente, já tem mais de 3 vezes o número de curtidas (1.5 milhão contra 450.000) que a página oficial de FHC, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso aparece como defensor das drogas ao lado do ex-presidente uruguaio José Mujica, em contraponto ao próprio Deputado Bolsonaro, que se destaca, convenientemente, à direita, ao lado da figura do Presidente da Indonésia – país que pune o tráfico com a pena de morte – Joko Vidodo (que é, na verdade, um fabricante e exportador de móveis) em uniforme militar. Enquanto o setor de óleo e gás – de alta tecnologia – corre o risco de desmantelamento, a indústria naval é destruída, com o fechamento de estaleiros, a indústria de defesa se desarticula, com seus principais projetos sendo ameaçados, e as maiores empresas do Brasil são arrebentadas, milhares de seus fornecedores quebram, e se pretende impor a elas multas absurdas de bilhões de reais, para que não sobre pedra sobre pedra, eliminando-se milhares de empregos, brasileiros que fazem questão de ignorar que ainda somos – apesar de tudo – a oitava economia do mundo e o terceiro maior credor individual externo dos Estados Unidos, e que o nosso desemprego é de um terço de países como a Espanha, comemoram em grupos como o Direitas Já, Direita Brasil, Direita Conservadora, Direita Realista, Direita Política, Tradutores de Direita, Direita Forte, Rede da Direita Nacional, Canal de Direita, Professores de Direita, Direita Atual, Direita Ocidental, Extrema Direita Nacionalista Brasileira, Linhas Direitas, Jovens de Direita, Militantes de Direita, Garotas Direitas, Sou de Direita, Extrema-Direita, Direita Unida, Direita Única, Direita Blindada, Direita Conservadora, Direita Brasil, Rua Direita, Direita Nacional Brasileira, Vem pra Direita Brasil, Skins Direitista (sic) e dezenas de outras comunidades menores, os problemas do país, torcendo, muitas vezes, abertamente, pela derrocada da Nação, a quebra do Estado de Direito e a inviabilização da economia e da governabilidade. É principalmente quado o tufão se aproxima, que é preciso escutar a voz da razão. A reação – nos dois sentidos – contra as declarações de Fernando Henrique Cardoso na internet é apenas a ponta do iceberg de um quadro claro, para o qual os setores mais influentes da sociedade brasileira ainda não acordaram – ou só estão começando – talvez tardiamente – a atentar. O PSDB corre grandes riscos se não souber corrigir o rumo de sua nau em meio à tempestade que ele mesmo ajudou a conjurar, e mesmo com o risco de perder o mandato, já existe quem esteja, como a Senadora Lúcia Vânia, de Goiás, tomando a decisão de abandonar o barco no meio do caminho, alegando não acreditar em uma “oposição movida a ódio”, e fazendo apelo a mais “equilíbrio e sensatez”, diante da gravíssima situação política que está sendo enfrentada pelo país. Ao embarcar na “direitização” da classe média, e endossar, de forma atravessada, indireta, e, eventualmente, interesseira, o discurso da exageração da crise, da criminalização dos políticos, da judicialização da política, e da repetição da irresponsável e continua multiplicação, à estratosfera, de cifras (da ordem de dezenas de bilhões de reais) em pseudo prejuízos da corrupção que não correspondem aos fatos ou às provas efetivamente, inequivocamente, colhidas até agora, o PSDB – deixando-se seduzir pela perspectiva do caos – está brincando de afagar as cabeças de Cérbero

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‘Gangsterização da política’ marca o fim da Nova República, diz Safatle

A Nova República acabou. Qualquer análise honesta da situação brasileira atual deveria partir dessa constatação. O modelo de redemocratização brasileiro, que perdurou 30 anos, baseava-se em um certo equilíbrio produzido pelo imobilismo. Desde o momento em que FHC se sentou com ACM e o PFL para estabelecer a “governabilidade”, a sorte da Nova República estava selada. Frentes heteróclitas de partidos deveriam ser montadas acomodando antigos trânsfugas da ditadura e políticos vindos da oposição em um grande pacto movido por barganhas fisiológicas, loteamento de cargos e violência social brutal. O resultado foi um sistema de freios que transformou os dois maiores grupos oposicionistas à ditadura (o PT e o núcleo mais consistente do PMDB, a saber, o que deu no PSDB) em gestores da inércia. Com uma “governabilidade” como essa, as promessas de mudanças só poderiam gerar resultados bem menores do que as expectativas produzidas. Mas a Nova República tinha também um certo princípio de contenção por visibilidade. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]No auge da era FHC, José Arthur Giannotti cunhou a expressão “zona cinzenta de amoralidade” para falar do que ele entendia ser um espaço necessário de indeterminação das regras no interior da dita democracia com sua “gestão de recursos escassos”. Essa zona de amoralidade, mesmo tacitamente aceita, deveria saber respeitar uma certa “linha de tolerância”, pressuposta na opinião pública. Havia coisas que não poderiam aparecer, sob pena de insuflar a indignação nacional. (…) O primeiro sintoma do fim da Nova República é a pura e simples gangsterização da política e a brutalização das relações sociais. Não há mais “linha de tolerância” a respeitar, pois não é mais necessário um “pacto pelo imobilismo”. Pacto pressupõe negociação entre atores que têm força e querem coisas distintas. Mas todos os principais atores políticos da Nova República já estão neutralizados em seu risco de mudança. Os que não querem a mesma coisa não têm mais como transformar seu desejo em ação. Assim, como não há mais linha de tolerância a respeitar, o outrora impensável pode ser mostrado, desde que sirva para desestabilizar o governo de plantão. Por exemplo, foi como um sindicato de gângsteres que o Congresso Nacional e seu presidente agiram na semana passada ao convocar, para uma CPI de fantasia, a advogada de defesa de denunciantes da Operação Lava Jato, a fim de intimidá-la. De toda forma, só uma política gangsterizada pode aceitar que o presidente da Câmara seja um indiciado a usar seu cargo para, pura e simplesmente, intimidar a Justiça, como se estivesse na Chicago dos anos 1930.

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A nova marcha dos insensatos

Esperam-se, para o próximo dia 16 de agosto – mês do suicídio de Vargas e de tantas desgraças que já se abateram sobre o Brasil – novas manifestações pelo impeachment da Presidente da República, por parte de pessoas que  acusam o governo de  ser corrupto e comunista e de estar quebrando o país. Por Mauro Santayna Se esses brasileiros, antes de ficar repetindo sempre os mesmos comentários dos portais e redes sociais, procurassem fontes internacionais em que o mercado financeiro normalmente confia para tomar suas decisões, como o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, veriam que a história é bem diferente, e que se o PIB e a renda per capita caíram, e a dívida pública líquida praticamente dobrou, foi no governo Fernando Henrique Cardoso. Segundo o Banco Mundial, (worldbank1) o PIB do Brasil, que era de 534 bilhões de dólares, em 1994, caiu para 504 bilhões de dólares, quando Fernando Henrique Cardoso deixou o governo, oito anos depois. Para subir, extraordinariamente, destes 504 bilhões de dólares, em 2002, para 2 trilhões, 346 bilhões de dólares, em 2014, último dado oficial levantado pelo Banco Mundial, crescendo mais de 400% em dólares, em apenas 11 anos, depois que o PT chegou ao poder. E isso, apesar de o senhor Fernando Henrique Cardoso ter vendido mais de 100 bilhões de dólares em empresas brasileiras, muitas delas estratégicas, como a Telebras, a Vale do Rio Doce e parte da Petrobras, com financiamento do BNDES e uso de “moedas podres”, com o pretexto de sanear as finanças e aumentar o crescimento do país. Com a renda per capita ocorreu a mesma coisa. No lugar de crescer em oito anos, a renda per capita da população brasileira, também segundo o Banco Mundial – (worldbank2) – caiu de 3.426 dólares, em 1994, no início do governo, para 2.810 dólares, no último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em 2002. E aumentou, também, em mais de 400%, de 2.810 dólares, para 11.208 dólares, também segundo o World Bank, depois que o PT chegou ao poder. O salário mínimo, que em 1994, no final do governo Itamar Franco, valia 108 dólares, caiu 23%, para 81 dólares, no final do governo FHC e aumentou em três vezes, para mais de 250 dólares, agora. As reservas monetárias internacionais – o dinheiro que o país possui em moeda forte – que eram de 31,746 bilhões de dólares, no final do governo Itamar Franco, cresceram em apenas algumas centenas de milhões de dólares por ano, para 37.832 bilhões de dólares – (worldbank3) nos oito anos do governo FHC. Nessa época, elas eram de fato,  negativas, já que o Brasil, para chegar a esse montante, teve que fazer uma dívida de 40 bilhões de dólares com o FMI. Depois, elas se multiplicaram para 358,816 bilhões de dólares em 2013, e para 370,803 bilhões de dólares, em dados de ontem (Bacen), transformando o Brasil de devedor em credor do FMI,  depois do pagamento total da dívida com essa instituição em 2005, e de emprestarmos dinheiro para o Fundo Monetário Internacional, quando do pacote de ajuda à Grécia em 2008. E, também, no terceiro maior credor individual externo dos EUA, segundo consta, para quem quiser conferir, do próprio site oficial do tesouro norte-americano -(usa treasury). O IED – Investimento Estrangeiro Direto, que foi de 16,590 bilhões de dólares, em 2002, no último ano do Governo Fernando Henrique Cardoso, também subiu mais de quase 400%, para 80,842 bilhões de dólares, em 2013, depois que o PT chegou ao poder, ainda segundo dados do Banco Mundial: (worldbank4), passando de aproximadamente 175 bilhões de dólares nos anos FHC (mais ou menos 100 bilhões em venda de empresas nacionais) para 440 bilhões de dólares entre 2002 e 2014. A dívida pública líquida (o que o país deve, fora o que tem guardado no banco), que, apesar das privatizações, dobrou no Governo Fernando Henrique, para quase 60%, caiu para 35%, agora, 11 anos depois do PT chegar ao poder. Quanto à questão fiscal, não custa nada lembrar que a média de déficit público, sem desvalorização cambial, dos anos FHC, foi de 5,53%, e com desvalorização cambial, de 6,59%, bem maior que os 3,13% da média dos anos que se seguiram à sua saída do poder; e que o superavit primário entre 1995 e 2002 foi de 1,5%, muito menor que os 2,98% da média de 2003 e 2013 – segundo Ipeadata e o Banco Central. E, ao contrário do que muita gente pensa, o Brasil ocupa, hoje, apenas o quinquagésimo lugar do mundo, em dívida pública, em situação muito melhor do que os EUA, o Japão, a Zona do Euro, ou países como a Alemanha, a França, a Grã Bretanha – cujos jornais adoram ficar nos ditando regras e “conselhos” – ou o Canadá (economichelp). Também ao contrário do que muita gente pensa, a carga tributária no Brasil caiu ligeiramente, segundo Banco Mundial, de 2002, no final do governo FHC, para o último dado disponível, de dez anos depois (worldbank5), e não está entre a primeiras do mundo, assim como a dívida externa, que caiu mais de 10 pontos percentuais nos últimos dez anos, e é a segunda mais baixa, depois da China, entre os países do G20 (quandl). Não dá, para, em perfeito juízo, acreditar que os advogados, economistas, empresários, jornalistas, empreendedores, funcionários públicos, majoritariamente formados na universidade, que bateram panelas contra Dilma em suas varandas, no início do ano, acreditem mais nos boatos das redes sociais, do que no FMI e no Banco Mundial, organizações que podem ser taxadas de tudo, menos de terem sido “aparelhadas” pelo governo brasileiro e seus seguidores. Considerando-se estas informações, que estão, há muito tempo, publicamente disponíveis na internet, o grande mistério da economia brasileira, nos últimos 12 anos, é saber em que dados tantos jornalistas, economistas, e “analistas”, ouvidos a todo momento, por jornais, emissoras de rádio e televisão, se basearam, antes e agora, para tirar, como se extrai um coelho da cartola – ou da “cachola” –

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Dilma é honrada e não está envolvida em corrupção, diz FHC

Em entrevista a revista alemã por Deutsche Welle , FHC afirma que escândalos começaram no governo Lula, a quem ele atribui responsabilidade política pela atual crise no Brasil. FHC atribui a Lula a “responsabilidade política” pela instabilidade no País Em entrevista à revista alemã de economia Capital, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu a presidente Dilma Rousseff, afirmando que ela não está envolvida no escândalo de corrupção na Petrobras. “Não, não diretamente. Mas o partido dela, sim, claro. O tesoureiro está na cadeia”, afirma FHC em entrevista publicada – em alemão – na edição deste sábado 1 da revista. “Eu a considero uma pessoa honrada, e eu não tenho nenhuma consideração por ódio na política, também não pelo ódio dentro do meu partido, [ódio] que se volta agora contra o PT.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] FHC atribui ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a responsabilidade política pelo escândalo de corrupção na Petrobras. “Os escândalos começaram no governo dele”, argumenta. “Tudo começou bem antes, em 2004, com o Lula, com o escândalo do mensalão.” Questionado se Lula estaria envolvido, FHC responde: “Não sei em que medida. Politicamente responsável ele é com certeza. Os escândalos começaram no governo dele”. O ex-presidente, uma das principais lideranças do PSDB, afirma que era impossível que Lula não soubesse do mensalão. “Para colocá-lo atrás das grades, é necessário haver algo muito concreto. Talvez ele tenha que depor como testemunha. Isso já seria suficientemente desmoralizante”, comenta. Mas FHC afirma que seria ir longe demais colocar Lula na cadeia: “Isso dividiria o país. Lula é um líder popular. Não se deve quebrar esse símbolo, mesmo que isso fosse vantajoso para o meu próprio partido. É necessário sempre ter em mente o futuro do país.” Em outro ponto da entrevista, FHC elogia Lula. “Ele certamente tem muitos méritos e uma história pessoal emocionante. Um trabalhador humilde que conseguiu ser presidente da sétima maior economia do mundo.” Mais adiante, FHC afirma que Lula era como um Cristo. “Eles fizeram dele um deus, mas ele apenas levou adiante a minha política.” FHC diz ainda que há um lado bom na atual crise. “Os cidadãos veem: as instituições funcionam – Ministério Público, Polícia Federal, toda essa Operação Lava Jato.” por Deutsche Welle

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LAVA JATO, CIA, PF, e Moro devem dar golpe derrubando Dilma com vice assumindo. Somente militares poderiam impedir o golpe.

Acordei hoje com minha alma sentindo que vivemos um clima já de feriado ou de vésperas de grande decisão de Copa do Mundo… Pelo visto o golpe vai acabar ocorrendo e derrubarão Dilma, assumindo o vice, e acabei lendo dois textos que explicariam exatamente o que estaria em curso, algo muito maior do que pensamos como meros pobres mortais. Ilusão se pensam que o golpe vai ocorrer apenas devido a extrema direita golpista no Congresso, e na mídia, PSDB, FHC, Globo, Veja, a classe média furibunda babando ódio e raiva ou uivando contra Lula, o PT e Dilma… E a depender desta gente Dilma continuaria no governo até o final do mandato, mas o buraco é muito mais embaixo ou muito maior do que pensam os pobres coitados alienados ou manipulados, hipnotizados ou ludibriados, ou meros bonecos ou fantoches como sempre foram, bodes expiatórios…[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Vamos ver mais uma vez a armação golpista que fabricaram por ocasião da morte de Tancredo, com a choradeira toda somente para encobrir ou justificar a posse do vice, Sarney, sem que o titular tivesse tomado posse…a lavagem cerebral enorme que sempre rolou desde o golpe de 64 até hoje… E quando em meio a farra do plano cruzado, que durou somente mais seis dias após as eleições, espertamente foram eleitos como constituintes, na Constituinte Congressual que fabricaram, e rascunharem a Constituição golpista atual dando continuidade ao mesmo regime desde 64… E ainda na festa alienada dos caras pintadas fabricados pelas mídias golpistas de sempre derrubando Collor somente para impedir que Brizola pudesse ser o próximo presidente do Brasil, depois de Collor, em golpe claro, mas contando com a adesão do pt e da esquerda social democrata inaugurando os últimos vinte anos de roubalheira e entreguismo completo. A orquestração golpista atual é enorme e profunda, séria, teleguiada pelos interesses americanos claramente ou das grandes corporações americanas e globais e elas mandam em tudo até nos EUA, com o Obama sendo apenas outro fantoche ou boneco… tudo pelos negócios apenas… Um dos textos que chamaram nossa atenção revelando as causas prováveis do golpismo de uma forma irrefutável foi: “O desespero da oposição tem fundamento (por Alberto Kopittke)”. O desespero da oposição e das elites corruptas de sempre decorre devido ao fato do projeto nacional desenvolvimentista do PT acabar dando certo a partir do segundo semestre de 2016 e então eles não podem esperar mais e precisam interromper agora os governos do PT antes que nunca mais tenham chances eleitorais de vencerem alguma eleição. Mas precisam destroçar ou liquidar inclusive com o Lula de forma que ele não possa mais ser candidato na próxima eleição… O Brasil realmente sairia da crise a partir do segundo semestre do ano que vem e os frutos de grandes obras começariam a aparecer e o sucesso do PT e Lula seria completo. Se a crise atual é psicológica em grande parte, de 60 a 70 %, ou fabricada com fins golpistas, resta saber se a crise real não acabara explodindo depois, após a derrubada de Dilma e o banimento do PT e Lula, com o feitiço voltando-se contra os feiticeiros de plantão… E vão destroçar inclusive o Eduardo Cunha, e ele deve ser destronado como presidente da Câmara, para não atrapalhar o vice, Michel Temer, que curiosamente esteve nos EUA dias depois que a Dilma esteve lá, parece que recebendo as bênçãos do império… FHC e Lula estiveram lá também antes de tomarem posse nos seus governos… Tais elites e seus donos não aceitam o descolamento do PT do modelo neoliberal sendo imposto desde o golpe derrubando Collor para evitar Brizola, com os governos do PSDB e do PT até agora, ou até começarem este rumo nacional desenvolvimentista, e querem deter a todo custo já este rumo do PT e seus governos. O outro texto revelador do golpe é “O BRASIL E OS TELHADOS DE VIDRO DE SEUS REPRESENTANTES”, da Profa. Guilhermina Coimbra, publicado aqui na Tribuna da Imprensa Online, em POLÍTICA, o link para ser copiado ou compartilhado nas redes sociais é: https://www.facebook.com/tribunadaimprensaonline/posts/1655183668050112:0 O coração deste projeto nacional desenvolvimentista está sendo atingido pela operação Lava Jato da PF e por Moro, teleguiados pela CIA, e realmente tentam destroçar os projetos nacionais maiores tanto da PETROBRAS e do pré sal, quanto da energia nuclear, como o de uma empresa brasileira, a ODEBRECHT, ousando produzir armas ou trabalhando para o exército brasileiro a caminho de uma independência em tais setores, do petróleo, de armas e de energia nuclear, e os EUA não querem o Brasil voando por conta própria em tais áreas estratégicas para eles. Somente os militares poderiam deter o golpe sustentando Dilma e o projeto nacional desenvolvimentista que de certa forma repete Getúlio Vargas, Jango e Brizola, todos destroçados pela CIA e pelas elites corruptas e golpistas de sempre, ou intervindo diretamente assumindo novamente o governo num contra golpe. No entanto dificilmente farão isto sem forte apoio popular interno e sem apoio internacional, e da ONU, e dos EUA, até porque sempre agiram afinados com os americanos desde o golpe de 64 orquestrado pela CIA. É bem provável que lavem as mãos e fingindo-se de mortos… Preparem-se todos para vivermos novamente o clima festivo ou de oba oba como se os brasileiros tivessem ganhos mais uma Copa do Mundo, com novos caras pintadas e a bandeira nacional, alienados ou hipnotizados como sempre foram desde 64. Os espertos, os cabritos, somente conseguem tomar conta da horta graças a uma enorme maioria de otários ou beatos e fanáticos dominados pelas ideologias, primeiro as religiosas, e depois as políticas, mas também as ideologias econômicas ou do consumismo, das drogas, do futebol, das mídias, da música, das bebidas, etc., e quase nada mudou desde os militares. Completamos 51 anos sem uma Constituição legítima ou oriunda de uma Constituinte Soberana e Independente, e com isto sem democracia de fato. E a coisa pode ficar ainda pior com a extrema direita golpista que já acabou regularizando a terceirização detonando a CLT

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Movimentos e políticos avaliam postura de FHC: ‘o que não tem que ser salvo’

Um comentário feito pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em seu perfil no Facebook, no último fim de semana, suscitou uma reflexão mais profunda dos movimentos sociais e da classe política acerca dos possíveis reflexos na sociedade de uma ausência de pacto partidário em apoio ao governo. Movimentos e políticos avaliam postura de FHC: ‘o que não tem que ser salvo’ . FHC, dias após se colocar à disposição para dialogar com a Presidência e com o ex-presidente Lula, mudou a versão e afirmou pelas redes sociais que ‘qualquer conversa não pública com o governo pareceria conchavo na tentativa de salvar o que não deve ser salvo’. “É lamentável que se pronuncie [se referindo a Fernando Henrique Cardoso] desta forma”, conceitua o deputado federal Wadih Damous (PT/RJ). Antes mesmo de avaliar os efeitos da declaração de FHC, Damous ressalta que em nenhum momento o governo acenou por um pedido de ajuda ao ex-presidente. “Ele [FHC] se colocou como figura mesquinha. Um ex-presidente que, independente do partido, se recusa a conversar com o atual mandatário do país, para um possível pacto de governabilidade, demonstra que não está à altura das necessidades do povo”, disse o parlamentar.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Damous observou que FHC ainda vem demonstrando uma postura de “ambiguidade” na sua relação com o governo, mudando de opinião “a cada hora”. Na opinião do parlamentar, o diálogo é sempre importante, mas não “crucial” como medida para tirar o país de uma crise. “Tem que haver sim uma política econômica, respeito à Constituição. Isso sim supera a crise”, analisa o deputado. O grande desafio do Brasil na atual conjuntura, na visão da presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, é conseguir uma estabilidade política capaz de manter o mesmo rítmo de crescimento que tirou o país da miséria. Vitral diz que para a UNE, ficou muito evidente a escolha do eleitorado brasileiro pela manutenção de um projeto que mudou a vida da população. “Os movimentos sociais vão cobrar o programa eleito pra governar o país, mas isso não significa e nem tem nenhuma relação com derrubar um governo legitimamente eleito, pelo contrário, é dar apoio para os avanços continuarem”, salienta. A líder do movimento também não viu com bons olhos a declaração de FHC no Facebook e concluiu – “falta ao Brasil uma postura mais republicana”. Vitral acredita que a postura de FHC, assim como também do senador Aécio Neves (PSDB/MG), tenta “aglutinar o que há de mais conservador para derrotar o governo”. No entanto, ela ressalta que o país precisa de um diálogo que a presidenta Dilma ou mesmo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estejam tentando travar em favor dos melhores rumos para o país. “Ao mesmo tempo que a UNE, de forma crítica, sinaliza para o governo que o melhor caminho para sair da crise não é o corte na educação, a gente também não vai marchar ao lado de quem levantar uma bandeira do golpe militar ou qualquer outra que, de forma oportunista, tenta jogar na instabilidade, que não ajuda em quem quer ver o Brasil avançar”, avalia a líder estudantil. Vitral adiantou que a UNE está agendando para o dia 20 de agosto um grande encontro com os outros movimentos, tendo como pauta a enumeração de pontos críticos às medidas de ajuste fiscal, mas através de um projeto que levanta a bandeira da democracia. “A gente ainda quer denunciar essa tentativa de golpismo que rivaliza com o governo, vinda da direita e até de uma parcela da mídia. Isso que estão comentando não é impeachment, mas golpe”, destaca. Jornal do Brasil

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