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Ferreira Gullar – Poesia – 16/08/24

Boa noite. Um Ferreira Gullar¹ Aqui me tenho Como não me conheço nem me quis sem começo nem fim aqui me tenho sem mim nada lembro nem sei à luz presente sou apenas um bicho transparente ¹José Ribamar Ferreira * São Luiz, MA. – 10 de Setembro de 1930 d.C

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Ferreira Gullar – Poesia – 06/04/24

Boa noite Como dois e dois Ferreira Gullar Como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a liberdade pequena Como teus olhos são claros e a tua pele, morena como é azul o oceano e a lagoa, serena como um tempo de alegria por trás do terror me acena e a noite carrega o dia no seu colo de açucena – sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena. “Dois e Dois: Quatro”, de Ferreira Gullar. (no livro “Melhores Poemas de Ferreira Gullar”, de Alfredo Bosi / Editora Global, 1.ª edição | 2012).

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Ferreira Gullar – Poesia – 21/10/23

Boa noite Não há vagas Ferreira Gullar O preço do feijão não cabe no poema. O preço do arroz não cabe no. Não cabem no poema o gás a luz o telefone a sonegação do leite da carne do açúcar do pão O funcionário público não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em arquivos. Como não cabe no poema o operário que esmerila seu dia de aço e carvão nas oficinas escuras – porque o poema, senhores, está fechado: “não há vagas” Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem preço O poema, senhores, não fede nem cheira

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Ferreira Gullar – Verso na tarde – 01/07/2017

Estranheza do Mundo Ferreira Gullar¹ Olho a árvore e indago: está aí para quê? O mundo é sem sentido quanto mais vasto é. Esta pedra esta folha este mar sem tamanho fecham-se em si, me repelem. Pervago em um mundo estranho. Mas em meio à estranheza do mundo, descubro uma nova beleza com que me deslumbro: é teu doce sorriso é tua pele macia são teus olhos brilhando é essa tua alegria. Olho a árvore e já não pergunto “para quê”? A estranheza do mundo se dissipa em você. ¹José Ribamar Ferreira * São Luiz, MA. – 10 de Setembro de 1930 + Rio de Janeiro, RJ. – 4 de dezembro de 2016 Biografia de Ferreira Gullart [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Ferreira Gullar – Versos na tarde – 13/07/2015

Poemas portugueses V Ferreira Gullar¹ Prometi-me possuí-la muito embora ela me redimisse ou me cegasse. Busquei-a na catástrofe da aurora, e na fonte e no muro onde sua face, entre a alucinação e a paz sonora da água e do musgo, solitária nasce. Mas sempre que me acerco vai-se embora como se me temesse ou me odiasse. Assim persigo-a, lúcido e demente. Se por detrás da tarde transparente seus pés vislumbro, logo nos desvãos das nuvens fogem, luminosos e ágeis! Vocabulário e corpo – deuses frágeis – eu colho a ausência que me queima as mãos. ¹José Ribamar Ferreira * São Luiz, MA. – 10 de Setembro de 1930 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Ferreira Gullar – Versos na tarde – 07/06/2015

Estranheza do Mundo Ferreira Gullar ¹ Olho a árvore e indago: está aí para quê? O mundo é sem sentido quanto mais vasto é. Esta pedra esta folha este mar sem tamanho fecham-se em si, me repelem. Pervago em um mundo estranho. Mas em meio à estranheza do mundo, descubro uma nova beleza com que me deslumbro: é teu doce sorriso é tua pele macia são teus olhos brilhando é essa tua alegria. Olho a árvore e já não pergunto “para quê”? A estranheza do mundo se dissipa em você. ¹ José Ribamar Ferreira * São Luiz, MA. – 10 de Setembro de 1930 d.C >> biografia de Ferreira Gullar [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Ferreira Gullar – Versos na tarde – 25/04/2015

Dois e dois: Quatro Ferreira Gullar¹ Como dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena embora o pão seja caro e a liberdade pequena Como teus olhos são claros e a tua pele, morena como é azul o oceano e a lagoa, serena como um tempo de alegria por trás do terror me acena e a noite carrega o dia no seu colo de açucena – sei que dois e dois são quatro sei que a vida vale a pena mesmo que o pão seja caro e a liberdade, pequena. ¹ José Ribamar Ferreira * São Luiz, MA. – 10 de Setembro de 1930 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Ferreira Gullar – Versos na tarde – 25/05/2014

Quando Ferreira Gullar ¹ com minhas mãos de labareda te acendo e em rosa embaixo te espetalas quando com meu aceso archote e cego penetro a noite de tua flor que exala urina e mel que busco eu com toda essa assassina fúria de macho? que busco eu em fogo aqui em baixo? senão colher com a repentina mão de delírio uma outra flor: a do sorriso que no alto o teu rosto ilumina? ¹ José Ribamar Ferreira * São Luiz, MA. – 10 de Setembro de 1930 d.C >> biografia de Ferreira Gullar [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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