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As cidades e as memórias

Por: Carlos Costa Artista plástico multimídia, arquiteto e colaborador bissexto desse blog. Não é preciso ter a visão dos antigos, ser um vidente das extintas civilizações primevas para desvendar o que nos trouxe dos meados do séc XVII até hoje. A cidade de hoje que já foi a de Nossa Senhora de Assunção mostra em toda a sua plenitude a face do desleixo, desmazelo e desprezo com que foi tratada nestas inumeras decadas de existência. Se não devemos imputar responsabilidades apenas aos seus dirigentes não podemos deles subtrai-las sob o risco de estarmos falseando a nossa história. Mas é essa mesma história que traz em seus tomos o relato da nossa incuria. A cidade que abrigou nossos antepassados e ainda é nosso sagrado lar há muito foi profanada também pela negligência, alienação e desleixo de quem aqui nasceu, fincou raizes, constituiu familia, abriu negocios, cresceu e multiplicou-se. No decorrer dos tempos a despeito de atos solidários e ações benfazejas de muitos, à construção e manutenção da integridade fisica desta capital outro contingente; este em maior número e a um só tempo corrosivo e mutilador, escolheu o caminho da des-memória e consequente depredação erroneamente respaldados numa equivocada leitura de modernidade-pós modernidade que gradualmente foi imposta à malha urbana e seu acervo arquitetonico. A partir destas ações bucaneiras e insensatas foi-se arrastando de roldão os redutos da natureza mais ancestral, icones de salubridade ambiental, que porisso mesmo deveriam desde o sempre, terem sido resguardados como patrimônio pessoal de cada um de nós Poderiamos ir longe neste no relato destes agravos à nossa cidade mas com isso estariamos talvez insultando a inteligência de tantos que leem estas postagem do ‘Estetica’. Sem duvida somos poucos os que compreendem e aceitam sem pejo, demonstrar seu afeto e amor por este rincão. Enquanto cidadãos e filhos desta taba de Alencar estamos preparados para lutar por sua preservação. Mesmo em menor numero que ‘as saúvas’ que consomem aos montes com insaciável agressividade não podemos esquecer a nossa vocação de guerreiros evocada na poesia de Thomaz Lopes contida em uma das estrofes do Hino do Estado do Ceará que assim; adverte, ensina e comanda: “Que importa que o teu barco seja um nada Na vastidão do oceano, Se à proa vão heróis e marinheiros. E vão no peito corações guerreiros?” [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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