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Redator-chefe do ‘Charlie Hebdo’ : “Estamos diante de novas formas de totalitarismo”

Gérard Biard fala um ano depois do ataque terrorista contra o jornal francês. Gerard Biard é o redator-chefe da revista satírica francesa Charlie Hebdo, que faz agora em um ano sofreu um atentado no que morreram 12 pessoas. Biard repasa o que supôs neste ano para o semanário e sua forma de entender o humor. MAIS INFORMAÇÕES Um Deus assassino e em fuga na capa do ‘Charlie Hebdo’ 67 jornalistas foram assassinados neste ano por exercer sua profissão Estado Islâmico obriga Europa a mudar regras da luta antiterrorista[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Pergunta. Um ano depois da matança que dizimou a redação do Charlie Hebdo, o que você não quer ouvir no dia 7 de janeiro de 2016? Resposta. Tenho medo até de ouvir isso. Diante desses atos de terrorismo, sempre acabamos encontrando explicações e justificativas que de fato soam como desculpas. É inaceitável. Para mim, trata-se apenas de rejeitar uma ideologia totalitária baseada em dogmas religiosos. P. No entanto, qualquer explicação não serve como desculpa… R. É verdade, mas o Estado Islâmico tem milhares de razões para nos odiar, por isso procurar explicações é um exercício que não tem fim e, repito, sempre há o risco de buscar as “razões corretas”. Estas não existem, pois o único objetivo é impor a sociedades democráticas uma ideologia religiosa radical. P. Você se refere ao fascismo islâmico? R. Eu, que sou de origem italiana, rejeito a palavra “fascismo” porque tem muitas conotações em um contexto histórico. “Totalitarismo” me parece mais adequado e a palavra abrange muito mais do que o estalinismo e os fascismos do século XX. Infelizmente, estamos diante de novas formas de totalitarismo no século XXI. P. Como você viveu os atentados de 13 de novembro de 2015 em Paris? Como uma repetição do 7 de janeiro? R. Eu estava na redação do Libération para comemorar sua mudança de endereço, muito perto da Sala Bataclan e dos cafés do XI distrito de Paris. Éramos 300 jornalistas e estávamos todos em um estado de estupefação: era impossível acreditar no que as redes de informação contínua nos mostravam. Nossa obsessão no Charlie Hebdo dessa vez foi falar das matanças sem ser sinistros. Nossa mensagem foi simples: “Eles que se f…”. Isso foi dito pela redação do Charlie Hebdo, mas também por todos aqueles franceses que saem para beber e vão a concertos. E o “eles” se refere, evidentemente, àqueles fanáticos que querem impor um novo totalitarismo religioso na França e no resto do mundo, porque a França, é claro, não é nada mais do que um símbolo e não é o único país ameaçado. “Não existe uma tradução satisfatória para o ‘secularismo’ francês em outro idioma” P. Como você explicaria o conceito de laicidade para um público que não é francês? R. Começaria por dizer que não existe uma tradução satisfatória em outra língua. Em inglês, secularism não é suficiente para traduzir “laicismo”. Depois, nós sempre temos que estar conscientes de que há duas visões da separação entre Igreja e Estado: na França, a religião não deve se imiscuir nos assuntos do Estado, enquanto que num país como os EUA, é o Estado que não deve se imiscuir nos assuntos religiosos. São visões opostas e é por isso que é tão difícil falar de laicismo em um país anglo-saxão. P. Outras capas do Charlie Hebdo causaram polêmica, como a do pequeno Aylan que morreu em uma praia na Turquia… R. Sim, porque mais uma vez nos acusaram de ter blasfemado. Quisemos mudar voluntariamente o significado do que, em nossa opinião, tinha se tornado “uma imagem piedosa”, e estamos orgulhosos de manter essa tradição de desenho de imprensa. P. A linha editorial do Charlie Hebdo mudou a partir de janeiro de 2015? “Agora nos esforçamos para ser mais didáticos” R. No que diz respeito ao fundo, não queremos mudar. Mas assumimos o fato de que 70% das pessoas que nos leem não nos conheciam antes de 7 de janeiro de 2015. Muitos franceses, mas também muitos europeus, aos quais temos de transmitir a mensagem de um jornal satírico quando na verdade não existe um equivalente no Velho Continente. É verdade que nos esforçamos para ser mais didáticos, mas nunca deixaremos de fazer o que sempre fizemos. El País

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Grupo ligado a Al-Qaeda usa falas de Trump para recrutar jihadistas

Vídeo divulgado pelo Al-Shabab usa discursos anti-islâmicos da pré-campanha presidencial de Donald Trump para incitar jovens dos EUA a se unirem ao grupo.  Donald Trump minimizou sua aparição no vídeo do grupo jihadista (Foto: Flickr/TPNN) Um vídeo publicado na última sexta-feira, 1º, pelo grupo terrorista Al-Shabab, um aliado da Al-Qaeda, usa imagens e falas do pré-candidato republicano à presidência dos EUA Donald Trump para incitar jovens muçulmanos e negros dos EUA a se unirem ao grupo. O Al-Shabab se filiou à Al-Qaeda e age em países da África. O grupo foi responsável peloataque que deixou 60 mortos no shopping Westgate em 2013, em Nairóbi, no Quênia.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Com 51 minutos de duração, o vídeo do grupo alerta sobre o aumento do racismo e da aversão ao Islã no país e usa como exemplo a proposta de Trump para barrar a entrada muçulmanos nos EUA. O vídeo também alerta sobre o aumento das injustiças contra negros nos EUA, mostrando cenas de violência policial, protestos raciais e negros na prisão, alguns fazendo orações religiosas. Também foram usados trechos de discursos de Malcom X, ícone da luta pelos direitos dos negros dos EUA. No vídeo os jihadistas afirmam que “há uma nuvem pesada no horizonte” americano. Segundo eles, o país se tornará cada vez mais intolerante e a única saída é se unir à luta jihadista para combater o “ódio maligno” que tomou o país. Uma fala do jihadista americano Anwar al-Awlaki, morto em 2011, em um ataque aéreo dos EUA no Iêmen, também é usada na gravação. “Ontem os EUA eram uma terra de escravidão, segregação, linchamento e Ku Klux Klan. Amanhã será a terra da discriminação religiosa e campos de concentração”, disse al-Awlaki. Neste momento, são mostradas imagens da campanha de Trump “Make America Great Again” (Tornem os EUA grandioso de novo). Trump minimizou sua aparição no vídeo do grupo jihadista em uma entrevista dada à rede CBS no último sábado, 2. “O que posso fazer? Eu digo o que tenho que dizer. Eles usaram outras pessoas também”. Há duas semanas, a pré-candidata democrata à presidência Hillary Clinton disse em um debate que o grupo Estado Islâmico estava usando imagens de Trump em seus vídeos. No entanto, a declaração foi desmentida, já que não foi encontrada qualquer evidência que a sustentasse. Blog  Opinião e Política

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Monarquias do Golfo se negam a abrigar os refugiados de guerra

Países fazem doações ao ACNUR e enviam ajuda, mas não oferecem asilo O rei saudita Salman bin Abdulaziz em Washington na passada sexta-feira Foto: GARY CAMERON (REUTERS As monarquias petrolíferas da península Arábica estão na alça de mira. Estão entre os países mais ricos do mundo. Têm a mesma língua e religião que a maioria daqueles que fogem da guerra na Síria. Não abrigaram, entretanto, um só refugiado. Suas generosas doações ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e as ações de suas organizações de caridade são pouco diante dos quatro milhões de sírios recebidos no Líbano, Jordânia, Turquia e até mesmo no Iraque e no Egito. Causas políticas e suas próprias estruturas demográficas dificultam a abertura de suas fronteiras.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Recebemos alguns refugiados no Catar e além disso eu mesmo participei de várias visitas aos acampamentos da Jordânia, Líbano e Turquia nos quais entregamos tendas, material educacional e dinheiro”, afirma Khalid Al-Mohannadi, um empreendedor social com vocação humanitária. Al-Mohannadi estima em “8.000” os sírios aceitos em seu país, ainda que admita que “não são chamados derefugiados” e indique o Ministério do Trabalho para obtenção do número exato. O Catar —com uma renda per capita de 93.000 dólares (361.000 reais), segundo o Banco Mundial—, e os outros estados membros do Conselho de Cooperação do Golfo (Arábia Saudita, Kuwait, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Omã) não assinaram a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados da ONU de 1951, na qual se define quem é refugiado, seus direitos e as responsabilidades com eles. As permissões de residência são vinculadas ao trabalho e este, por sua vez, ao perverso sistema dekafala ou patrocínio. “Esqueçam as convenções: todos os países têm obrigação moral de ajudar os refugiados sírios”, repete insistentemente Peter Sutherland, representante especial da ONU para a migração internacional. Isso parece ter sido entendido por muitos árabes que se lançaram às redes sociais para pedir aos governos das monarquias petrolíferas que abriguem os que fogem da guerra. A hashtag em árabe “dar as boas-vindas aos refugiados da Síria é um dever do Golfo” foi uma das mais numerosas no Twitter. Alguns destacados comentaristas da região, como o blogueiro dos Emirados Árabes Sultan Al-Qassemi, também defendem que esses estados devem abrir suas portas aos sírios. “É o caminho responsável, ético e moral que deve ser seguido”,escreveu Al-Qassemi, que argumenta que isso melhoraria sua imagem ruim em relação aos direitos humanos e frearia a perda da cultura árabe da qual frequentemente se queixam. As monarquias do Golfo já escancararam suas portas aos kuwaitianos quando Saddam Hussein invadiu o emirado em 1991, oferecendo-lhes moradias e toda a espécie de facilidades. As considerações hoje, entretanto, são diferentes. “Suspeito que temem a chegada de um grande número de árabes politicamente ativos que possam de alguma forma influenciar sociedades tradicionalmente passivas”, explica Al-Qassemi. Em uma inusitada crítica, o jornal catariano Gulf Times condenou na semana passada “o silêncio ensurdecedor” dos “ricos países do Golfo [que] ainda não emitiram uma declaração sobre a crise, muito menos alguma proposta de estratégia para ajudar os imigrantes que são majoritariamente muçulmanos”. Fontes oficiosas argumentaram que deram refúgio seguro a milhares de sírios e palestinos com documentos sírios que pediram o reencontro com suas famílias. Andreas Needham, porta-voz do ACNUR para a região, confirma em um e-mail que esses países “respeitam os padrões internacionais em relação à proteção de refugiados, em particular o princípio de não devolução”. Destaca a decisão do Kuwait em facilitar permissões de residência de longa duração aos 120.000 sírios que vivem no emirado, “o que os permitirá permanecer ali até mesmo se perderem seu atual estatuto legal”. Solicitações pendentes Ainda que os países do Golfo não aceitem refugiados, os escritórios do ACNUR abertos nesses lugares recebem solicitações. Atualmente existem 12.500 pendentes, das quais 7.000 são de sírios, 3.500 deles estão no Kuwait, 2.250 nos Emirados Árabes Unidos e 1.250 na Arábia Saudita. “Aqui não há lugar para os refugiados sírios. Não é suficiente que os estados do Golfo deem dinheiro e trabalhos inseguros”, afirma Kenneth Roth, da Human Rights Watch. Seus colegas de várias organizações de direitos árabes também denunciaram “o abandono pelos estados árabes, e em particular os do Golfo, de sua responsabilidade em proteger e dar acesso seguro aos refugiados”. Mas nem esses gestos e “as generosas doações” que, segundo Needham, fazem ao ACNUR (nos últimos dois anos e meio, somente para a Síria, 500 milhões de dólares (1,94 bilhão de reais) entregues e até 1,2 bilhão de dólares (4,66 bilhões de reais) prometidos), calam as censuras. “É muito pouco comparado com sua capacidade”, declara ao EL PAÍS Khalid Ibrahim, codiretor do Gulf Center for Human Rights. “O Líbano é um pequeno país sem recursos e abrigou mais de um milhão de sírios; o mesmo na Jordânia. Dizem que estão financiando os acampamentos nesses países, mas vá lá ver em que situação estão. Não podem trabalhar, de modo que não veem futuro. Somente na Turquia estão um pouco melhor porque têm certa liberdade de movimentos e quando podem, tentam chegar à Europa”. O ativista denuncia que, além de não gastar o necessário para resolver a crise, os países do Golfo são responsáveis por seu prolongamento “por sua ajuda aos grupos extremistas”. Ibrahim pede, entretanto, “que se diferencie os governantes e os governados”. “São governos não eleitos e as pessoas não têm liberdade de expressão”, acrescenta convencido de que a maioria está disposta a ajudar os refugiados. El País

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Google censura buscas sobre como se unir ao ‘EI’

Google alterou sugestões dadas em buscas depois de ser alertada pela BBC. Grupo extremista controla áreas no Iraque e na Síria. Na manhã desta sexta-feira, o Google oferecia o complemento automático “Isis” às pessoas – no Reino Unido e Estados Unidos – que iniciavam uma busca escrevendo “como posso me unir”. A sugestão “Isis” – sigla em inglês do grupo extremista autodenominado “Estado Islâmico” (EI), organização jihadista que controla grandes áreas no Iraque e na Síria – vinha em quarto lugar, atrás de “à polícia”, “aos iluminati” e “a um sindicato”. Leia mais: O Estado Islâmico vai substituir o Talebã no Afeganistão? Alertado pela BBC, o Google eliminou a sigla de suas sugestões automáticas uma hora e meia depois. Mas, se o Google censura termos em sua busca, por que não o fazia com este? O Google diz que as sugestões oferecidas aos usuários são baseadas em “uma série de fatores, entre eles a popularidade de um termo usados nas buscas”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ainda avalia “200 sinais ou pistas que permitem averiguar o que possivelmente esteja sendo buscado”, inclusive a posição geográfica do usuário. Os termos que outros usuários buscaram no passado também influem nas opções oferecidas. O Google já eliminou anteriormente alguns termos de suas sugestões, como insultos ou palavras de conteúdo sexual, por motivos legais ou por considerá-los de mau gosto. Leia mais: Quanto avançou a luta contra o ‘Estado Islâmico?’ “Atualizamos periodicamente nossos sistemas para melhorar as buscas, por isso os termos sugeridos podem mudar com o tempo”, diz um porta-voz da companhia. “Excluímos apenas um pequeno grupo de buscas, como as relacionadas com pornografia, violência, discurso de ódio e infrações de direitos autorais.” Ideologia No mês passado, o Reino Unido e os Estados Unidos prometeram trabalhar conjuntamente para evitar a disseminação de ideologias extremistas. O “EI” é conhecido por usar redes sociais, como Twitter, Facebook e Instagram, para difundir mensagens, fotos e clipes, estimulando seus seguidores a fazerem o mesmo. Acredita-se que o grupo e seus apoiadores tenham usado também videogames, panfletos e vídeos para recrutar combatentes. Mas nem sempre uma busca com o nome de um grupo extremista é um sinal de que uma pessoa concorda com suas ideias ou propostas, explica Danny Sullivan, fundador e editor do site Search Engine Land, dedicado a ferramentas de buscas. “Pode ser que uma pessoa faça esta busca como parte de uma investigação, para averiguar sobre o ‘EI’, e não por que eles querem se unir ao grupo”, afirma Sullivan. “Mas a razão pela qual Isis (ou ‘Estado Islâmico’) aparecia como uma das primeiras opções era o grande número de pessoas que escreviam ‘Como posso me unir ao Isis’ na caixa de busca.” No entanto, os jihadistas em potencial não conseguiriam aprender muito com estas buscas. Os resultados traziam basicamente reportagens sobre o ‘EI’ e suas formas de recrutamento.

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‘Não se esqueçam de nós’, diz arcebispo nigeriano sobre massacres no país

Em meio à comoção gerada pelos atentados terroristas em Paris, na França, um arcebispo nigeriano acusou países ocidentais de ignorarem a ameaça representada pelo grupo extremista Boko Haram. Para Kaigama, Nigéria está desamparada e não conseguirá conter militantes sozinha O Arcebispo da cidade de Jos, Ignatius Kaigama, ainda pediu que a mesma atenção dada aos atentados na França seja dada aos militantes que atuam com cada vez mais violência no nordeste do país africano. Segundo ele, o mundo precisa agir de forma mais determinada para conter o avanço do Boko Haram na Nigéria. No último fim de semana, 23 pessoas foram mortas por três mulheres-bomba, uma das quais tinha apenas 10 anos de idade. Outras centenas de mortes foram registradas na semana passada, segundo relatos, durante a captura pelo Boko Haram da cidade de Baga, no Estado de Borno, no nordeste do país. Participe da discussão no Facebook: Haveria dois pesos e duas medidas na cobertura internacional de atentados? Em entrevista ao programa Newsday, da BBC, o arcebispo nigeriano disse que o massacre em Baga é a prova de que o Exército do país não consegue conter o grupo extremista.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “É uma tragédia monumental. Deixou a todos na Nigéria muito tristes. Mas parece que estamos desamparados. Porque, se fossemos capazes de deter o Boko Haram, já o teríamos feito. Eles continuam a atacar, matar e a tomar territórios impunemente”, disse Kaigama. Segundo ele, a luta contra o extremismo no país requer o mesmo apoio internacional e espírito de unidade que foi demonstrado após os ataques de militantes na França. “Precisamos que este espírito se multiplique, não apenas quando isso ocorre na Europa, mas também na Nigéria, no Níger ou em Camarões.” Leia mais: Por que a violência extremista cresceu em 2014? Mulheres-bomba Captura de Baga, na Nigéria, pelo Boko Haram deixou centenas de mortos, segundo relatos No domingo passado, duas mulheres-bomba mataram quatro pessoas e deixaram mais de 40 feridas na cidade de Potiskum. Um dia antes, uma menina realizou outro ataque suicida em Maiduguri, a principal cidade do nordeste do país, matando ao menos 19 pessoas. No último mês, mais de 30 pessoas foram mortas em ataques suicidas simultâneos na cidade de Jos, que tem cristãos e islâmicos em sua população. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, condenou os ataques do Boko Haram, que classificou como “atos depravados”. Leia mais: Homem-bomba que matou 46 em escola na Nigéria estava ‘disfarçado de aluno’ Em junho, o Reino Unido disse que intensificaria sua ajuda ao país nas áreas militar e de educação, para conter o Boko Haram. Essa ajuda também inclui treinamento das tropas do país, assim como vêm fazendo os Estados Unidos. No entanto, a Nigéria criticou o governo americano por sua recusa de vender armas ao país alegando que as tropas nigerianas estavam cometendo abusos de direitos humanos. Uma iniciativa liderada pelo governo francês pediu que Nigéria, Níger, Camarões e Chade contribuíssem com 700 soldados cada para uma força internacional contra o Boko Haram, mas nenhum país implementou o plano. Violência chocante Violência de militantes tornou-se cotidiana no nordeste da Nigéria O Exército nigeriano informou que está tentando retomar a cidade de Baga, que está sob o controle de militantes, mas não deu detalhes da operação. Também disse que, no último sábado, conseguiu impedir que o Boko Haram assumisse o controle de Damaturu, outra grande cidade do nordeste nigeriano. Will Ross, correspondente da BBC News em Lagos, a principal cidade da Nigéria, diz que a violência no país não tem fim e é cada vez mais chocante, citando o uso de uma criança em um dos ataques do último fim de semana. “As Forças Armadas nigerianas tiveram algumas vitórias, mas têm uma tarefa muito difícil, de proteger civis de homens-bomba e atiradores que estão espalhados por uma grande área no nordeste do país. Por isso, com frequência, são dominadas pelos militantes e falham em sua missão. As autoridades do país não gostam de ouvir isso, mas é verdade”, afirma Ross. “O mundo está lentamente começando a manifestar indignação com a recente violência, mas, além disso, e de uma ajuda limitada, não parece haver vontade de se envolver mais profundamente no conflito.” Leia mais: O que aconteceu com as jovens sequestradas pelo Boko Haram? BBc

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