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Agricultura, sementes e genética: mundo melhor?

As sementes geneticamente modificadas e o decálogo para um mundo melhor. A atuação das grandes empresas de industrialização de produtos de alimentação nos Estados Unidos é o tema do documentário Food, Inc., de Robert Kenner, baseado no livro Fast Food Nation, do jornalista, Eric Schlosser. [ad name=”Retangulo – Anuncios – Esquerda”]A organização que apoiou a realização do filme tem uma grande atuação na campanha pela saúde alimentar dos americanos. Sua campanha está sintetizada numa petição que afirma: “Acreditamos que os programas de nutrição financiados pelo governo federal deverão prover todas as crianças com a alimentação saudável que merece. Isto inclui diariamente, de maneira segura, leite com baixa gordura, frutas frescas, vegetais e cereais integrais. As escolas deveriam ser zonas livre de refrigerantes e comida de baixa qualidade e servir alimentos que complemente e reforce os esforços dos pais para alimentar seus filhos saudavelmente”. O documentário Food, Inc. além de mostrar como a indústria de alimentos manipula o conceito de alimentação saudável, ele descreve, através de depoimentos de fazendeiros, o modus operandi da empresa multinacional Monsanto, no uso de todas as medidas para legais contra os agricultores que não aceitem usar a sua semente geneticamente modificada. A semente da Monsanto está associado ao uso de um poderoso herbicida, vendido sob a marca Roundup. Desde que a corte suprema americana autorizou o registro de patentes de sementes geneticamente modificadas, nos EUA, a Monsanto registrou a patente desta semente e submete os fazendeiros a um contrato leonino que os prende para sempre aos interesses da companhia. Para se ter uma ideia, em 1996, quando a Monsanto começou a vender a semente de soja resistente ao Roundap, somente 2% da soja nos EUA, continham seu gene patenteado. Em 2008, mais de 90% da soja nos EUA contém o gene patenteado pela Monsanto. O fazendeiro não tem chances de se defender diante da poderosa força de advogados e lobista que a Monsanto mantém. Assim, tal como a Microsoft, a Monsanto explora os direitos patrimoniais de suas sementes geneticamente modificadas e com isso submete os agricultores à uma espécie de escravidão consentida. Se a Monsanto descobrir que um fazendeiro tem sua produção contaminada com os genes da semente geneticamente modificado ele tem que provar que ele não violou a patente, mesmo que esta contaminação tenha ocorrido pelo fato de que seus vizinhos terem usado a semente da Monsanto. O poder da Monsanto e das corporações multinacionais como a Sodexo e outras assemelhadas, no campo da produção de alimentos, é ainda desconhecido no Brasil, mas no EUA eles provocaram o quase desaparecimento das sementes públicas, aquelas produzidas pelos institutos de pesquisas públicas e que eram disponibilizadas para os agricultores. No Brasil, já se tem notícias de que a Monsanto tem ampliado o seu poder junto à agroindústria e mais recentemente com um acordo de cooperação com a USP, onde algumas cláusulas são consideradas secretas. É também conhecido o fato de a ANP – Agência Nacional do Petróleo ter contratado a Halliburth, a famosa companhia dos Bush, para gerenciar o seu banco de dados. O filme Food, Inc. é uma narrativa exemplar de como é possível mobilizar corações e mentes para cumprir a proclamação de Danny Glover, “nós estamos nos movendo para promover algumas mudanças reais e positivas”. E você, caro leitor, o que está fazendo para mudar a qualidade da sua alimentação. Para auxiliar na sua reflexão, os autores do documentário prepararam um decálogo que você pode seguir, no seu cotidiano. As palavras marcadas são links para artigos e notícias relacionados com o tema, na realidade brasileira: DECÁLOGO PARA UM MUNDO MELHOR 1. Ação: Parar de beber refrigerantes ou outras bebidas adoçadas artificialmente. –> Razão: Se você substituir 600 ml. de refrigerantes por dia por bebidas não calóricas (de preferência água), você poderá ter uma vida mais saudável. 2. Ação: Fazer suas refeições em casa, não comer fora! –> Razão: As crianças consomem quase o dobro de calorias quando comem comidas feitas fora de casa. 3. Ação: Apoiar a aprovação de leis locais e estaduais que exijam das cadeias de restaurantes e lanchonetes para mencionar informação sobre as quantidades de calorias nos seus menus e nos cardápios de mesa. –> Razão: Metade das grandes cadeias de restaurantes e lanchonetes não fornece nenhuma informação nutricional para os consumidores. 4. Ação: Pressionar as escolas para encerrar a venda de refrigerantes, comida industrializada e bebidas energéticas. –> Razão: Nas últimas duas décadas, o índice de obesidade triplicou em crianças e adolescentes com idade entre 6 e 19 anos. 5. Ação: Segunda Sem Carne… Passe, pelo menos um dia, sem comer carne! –> Razão: Cerca de 70% dos antibióticos vendidos nos Estados Unidos, são dadas aos animais de criação para abate. 6. Ação: Compre comida orgânica e sustentável com baixo uso ou nenhum pesticida. –> Razão: De acordo com as agência de fiscalização americanas, mais de 500 toneladas de pesticidas são usadas, em cada ano, na agricultura dos Estados Unidos.Você sabe quantas toneladas de pesticidas são usadas, em cada ano, no Brasil? 7. Ação: Proteja a agricultura familiar, visite os mercados dos produtores locais. –> Razão: Os mercados de produtores locais permitem que estes produtores forneçam produtos mais baratos, com até 80% de economia para o consumidor. 8. Ação: Faça questão de saber de onde vem a sua comida – LEIA AS ETIQUETAS. –>Razão: De modo geral as comidas viajam, em média, 2.500 km. do produtor ao consumidor. 9. Ação: Pressione o Congresso Nacional para que ele reconheça que a comida saudável é importante para você. –> Razão: A cada ano, comida contaminada é a causa de milhões de doenças e centenas de mortes. 10. Ação: Exija proteção para os trabalhadores rurais e para os trabalhadores em empresas processadoras de alimentos. –> Razão: A pobreza entre os trabalhadores rurais é quase o dobro da média dos salários dos demais trabalhadores. Como aplicar este decálogo no Brasil? Temos agências de fiscalização que realmente atuem na defesa do consumidor? Temos organizações civis que representem um forte movimento de pressão dos consumidores para garantir alimentação saudável? Releia o decálogo, reflita e se mova para tornar possível as mudanças que tragam um mundo cada vez mais saudável para nós e para as

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Quatro cenários de ‘fim do mundo’ previstos por Stephen Hawking

A humanidade corre o risco de ser extinta graças a perigos criados por ela mesma, segundo o físico britânico Stephen Hawking. Hawking já alertou várias vezes para a possibilidade de a própria humanidade desencadear o fim do mundo – Image copyright PA Hawking foi o convidado deste ano das chamadas Reith Lectures – evento que desde 1948 convida pessoas de projeção pública para uma série anual de palestras transmitida pela emissora de rádio BBC Radio 4. Segundo o cientista, existem quatro cenários possíveis para um fim do mundo criado pela própria humanidade. E o progresso na ciência e tecnologia criará “novas formas de as coisas darem errado”. “Apesar de serem baixas as possibilidades de um desastre no planeta Terra em um ano qualquer, isso vai se acumulando com o tempo e se transforma em uma quase certeza para os próximos mil ou dez mil anos”, disse Hawking.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Hawking já fez vários alertas antes a respeito dos perigos que a humanidade estava criando. Veja abaixo os quatro possíveis motivos para um fim do mundo, segundo a opinião do cientista. 1) Inteligência artificial O clássico de Kubrick, ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’ já previa um computador com inteligência artificial que saía de controle Foto: Moviestore/Rex/Shutterstock Stephen Hawking acredita que os esforços para criar máquinas que pensem sozinhas são uma ameaça à nossa existência. “O desenvolvimento de uma inteligência artificial total (AI) pode levar ao fim da raça humana”, disse o físico à BBC em 2014. Segundo ele, as formas primitivas de inteligência artificial desenvolvidas até o momento já provaram ser úteis, mas Hawking teme as consequências de se criar algo que possa se igualar ou até superar os humanos. “(As máquinas) iriam evoluir sozinhas, refazer o próprio projeto a uma velocidade cada vez maior. Humanos, que são limitados por uma evolução biológica lenta, não poderiam competir e seriam substituídos.” Hawking não é o único que teme a inteligência artificial. O cinema americano já tratou a questão como uma ameaça em vários filmes como 2001: Uma Odisseia no Espaço (de 1968), Bladerunner (de 1982), a série de filmes O Exterminador do Futuro, entre outros. 2) Guerra nuclear O poder das armas nucleares aumentou muito desde os primeiros testes na década de 1950 (Foto: Nasa) Se as máquinas não nos matarem, nós poderemos fazer isso por conta própria. “O fracasso humano que eu mais gostaria de corrigir é a agressão”, disse Hawking em uma palestra no Museu da Ciência de Londres, em 2015. “Pode ter sido uma vantagem para a sobrevivência na época dos homens das cavernas, para conseguir mais comida, território ou parceiros para reprodução, mas agora é uma ameaça que pode destruir todos nós.” As armas de destruição em massa atuais são capazes de acabar com a vida na Terra, e a proliferação dos arsenais nucleares é uma grande preocupação mundial. “Uma grande guerra mundial significaria o fim da civilização e talvez o fim da raça humana”, disse Hawking. 3) Vírus criado por engenharia genética Segundo Hawking, vírus criados em pequenos laboratórios podem dar grande dor de cabeça futura à humanidade (AP/Arquivo) E as armas nucleares podem não ser a pior ameaça entre as invenções da humanidade. Em 2001, Hawking disse ao jornal britânico Daily Telegraph que a raça humana enfrenta a perspectiva de ser exterminada por um vírus criado por ela mesma. “No longo prazo, fico mais preocupado com a biologia. Armas nucleares precisam de instalações grandes, mas engenharia genética pode ser feita em um pequeno laboratório. Você não consegue regulamentar cada laboratório do mundo. O perigo é que, seja por um acidente ou algo planejado, criemos um vírus que possa nos destruir”, disse o cientista ao jornal. “Não acho que a raça humana vai sobreviver aos próximos mil anos, a não ser que nos espalhemos pelo espaço. Há muitos acidentes que podem afetar a vida em um único planeta.” Novamente, temores como esse já foram retratados por Hollywood. Filmes como12 Macacos, Eu Sou A Lenda e a série Resident Evil são apenas alguns dos que mostram um cenário no qual vírus feitos pelos homens destroem a sociedade. 4) Aquecimento global Para o cientista, se aquecimento global continuar, a Terra corre o risco de ficar parecida com Vênus (Foto: Nasa) Stephen Hawking descreveu um cenário futurístico apocalíptico no documentário A Última Hora, de 2007. “Uma das consequências mais graves de nossas ações é o aquecimento global, causado pela emissão de crescentes níveis de dióxido de carbono resultantes da queima de combustíveis fósseis. O perigo é que o aumento da temperatura se transforme em (um processo) autossustentável, se é que já não está assim.” “Secas e devastação de florestas estão reduzindo a quantidade de CO2 que é reciclada na atmosfera”, afirmou. “Além disso, o derretimento das calotas polares vai reduzir a quantidade de energia solar refletida de volta para o espaço e assim aumentar ainda mais a temperatura. Não sabemos se o aquecimento global vai parar, mas o pior cenário possível é que a Terra se transforme em um planeta como Vênus, com uma temperatura de 250 graus na superfície e chuvas de ácido sulfúrico.” “A raça humana não pode sobreviver nestas condições”, acrescentou. BBC

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