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Atentado contra Trump é combustível para a extrema-direita

A extrema-direitalha “venceu” mais uma. Entramos em uma zona de um mundo mais sombrio.   Guardadas as devidas proporções, e a se confirmar a aparência de plausibilidade deste atentado contra Trump, estaríamos presenciando algo similar ao que representaram os atentados de 11 de setembro como virada de chave na estratégia global dos EUA. Nesta perspectiva, a vitória da facção mais extremista do establishment americano nos reserva um sombrio estado de exceção planetário que certamente afetará os rumos e os desdobramentos da atual disputa interna brasileira, para pior. O atentado contra Trump não muda o cenário das eleições americanas: ele já venceria sem esse evento. Mas é pólvora para extrema direita e afetará eleições mundo afora, incluindo as do Brasil em 2026, pois alimenta teorias estapafúrdias e reacende os ânimos dos extremistas.

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Eleições USA; Por baixo do tapete de Hillary Clinton

Fase republicana? Os episódios pouco conhecidos da trajetória de Hillary. Hillary Clinton é a primeira mulher com chances de chegar à Casa Branca Image copyrightGETTY IMAGES Primeira-dama dos Estados Unidos, senadora de Nova York e secretária de Estado, Hillary Clinton foi confirmada na noite desta terça-feira como a candidata à presidência americana pelo Partido Democrata. Esses são os quatro pontos altos que podem resumir a trajetória de Hillary Diane Rodham Clinton. Nascida no dia 26 de outubro de 1947 em uma família de classe média de Chicago, Hillary é a primeira mulher a ser candidata presidencial por um dos grandes partidos americanos durante a Convenção Democrata, que será concluída na quinta-feira na Filadélfia. Confira alguns detalhes menos conhecidos da trajetória daquela que poderá se transformar na primeira mulher a governar os Estados Unidos: 1. De republicana a democrata Hillary Clinton quando estava no Wellesley College Image copyrightWESLLELEY COLLEGE ARCHIVES Apesar de ter uma trajetória de mais de 40 anos no Partido Democrata, Hillary nem sempre foi desse grupo político. Durante sua juventude, chegou a ser filiada ao Partido Republicano e chegou até a participar ativamente da campanha eleitoral de Barry Goldwater, aspirante presidencial pelo partido em 1964. Ela também foi líder da seção local da Juventude Republicana quando ainda era estudante no Wellesley College. Essa proximidade com o partido vinha de família – seu pai, um veterano da 2ª Guerra Mundial, sempre foi republicano. Na universidade, Hillary foi se aproximando aos poucos do movimento pelos direitos civis e dos ativistas contra a Guerra do Vietnã. Em 1968, participou da Convenção Republicana em Miami para apoiar a candidatura do então governador de Nova York Nelson Rockefeller. Ele foi derrotado por Richard Nixon. Foi neste momento que Hillary abandonou os republicanos. 2. Astronauta Em seu livro de memórias, Living History, ela conta que queria ser astronauta quando adolescente. Hillary Clinton chegou à Nasa, mas como primeira-dama Image copyrightGETTY IMAGES “O presidente Kennedy acabava de iniciar sua campanha para chegar à Lua, estávamos em 1961, e eu tinha 14 anos… escrevi essa carta para a Nasa perguntando quais eram os requisitos para ser astronauta e contei algumas coisas a meu respeito”, afirmou no livro. “Eles me responderam dizendo que não estavam aceitando meninas para ser astronautas, o que me deu muita raiva.” Em um discurso de 2012, Clinton contou que, depois do mal-estar causado pela rejeição pela Nasa, percebeu que não passaria no teste mesmo se a agência espacial aceitasse mulheres, já que tinha problemas de visão e não era muito atlética. “Provavelmente não teria sido possível ser a primeira mulher astronauta.” 3. Hillary Rodham Hillary se casou em 1975 com Bill Clinton, que viria a ser seria eleito presidente dos Estados Unidos em 1993. Eles se uniram apenas depois de três pedidos de Clinton – o primeiro deles em 1973. Os dois se conheceram na Universidade de Yale, onde estudavam Direito. Ela e Bill Clinton se conheceram na Universidade de Yale Image copyrightWILLIAM J. CLINTON PRESIDENTIAL LIBRARY No anúncio de casamento publicado no jornal Arkansas Gazette, o destaque era que ela continuaria usando seu nome de solteira, Hillary Rodham – argumentando que queria manter sua vida profissional separada da de seu marido. “Precisava manter minha própria identidade”, afirmou depois. Mas essa decisão foi usada contra seu marido quando ele se candidatou pela primeira vez ao governo do Arkansas. Para evitar mais prejuízos à imagem dele, ela decidiu adotar seu sobrenome no início da década de 1980 – quando passou a ser chamada de Hillary Rodham Clinton. No início dos anos 2000, seu nome de solteira começou a ser esquecido. Na campanha por uma vaga no Senado por Nova York, ela se apresentava apenas como Hillary. Em outubro de 2001, registrou na web o domínio hillaryclinton.com. 4. Carreira jurídica Apesar de ter ficado famosa mundialmente como a primeira-dama dos Estados Unidos, Hillary teve uma carreira de sucesso, iniciada antes mesmo de casar com Bill Clinton. Hillary participou da equipe de advogados que investigou o presidente Richard Nixon – Image copyrightAP Como jurista, ela se destacou em trabalhos acadêmicos e chegou a publicar artigos sobre direitos das crianças e políticas públicas sobre a infância em revistas especializadas respeitadas, como a Harvard Educational Review e a The Yale Law Journal. Também trabalhou como advogada em escritórios famosos – durante anos, ganhou mais do que seu marido recebia como governador do Arkansas. Um dos pontos de maior destaque de sua carreira jurídica foi a participação na equipe de advogados que investigou o então presidente Richard Nixon na década de 1970. Esse grupo tinha como missão encontrar provas sobre a participação de Nixon na trama de espionagem e corrupção do escândalo de Watergate. Ele renunciou ao cargo antes de ser submetido ao processo de impeachment – a investigação é considerada um elemento fundamental nessa decisão. 5. Obamacare e Hillarycare Em um comício durante as primárias em Iowa, em janeiro, Hillary lembrou sua participação no seguro-saúde obrigatório posto em marcha pelo presidente Barack Obama. “Se chamava Hillarycare antes de ser chamado de Obamacare”, disse aos presentes. Em 1993, Hillary liderou uma tentativa fracassada de reformar o sistema de saúde americano – Image copyrightAP Com essa frase, a aspirante presidencial trazia à tona uma de suas iniciativas políticas mais arriscadas e, ao mesmo tempo, um de seus maiores fracassos. Quando Bill Clinton chegou à Casa Branca em 1993, ele encarregou a primeira-dama de criar um plano de reforma do sistema de saúde. Ela liderou uma iniciativa considerada por especialistas em políticas públicas como muito mais ambiciosa que o atual seguro-saúde obrigatório estabelecido por Barack Obama (o chamado Obamacare). Mas ela não conseguiu que o plano sequer fosse levado a votação no Congresso, apesar de os democratas estarem em maioria em ambas as Casas na época. A iniciativa custou muito caro em termos políticos para Hillary e Bill Clinton. Durante a campanha legislativa de 1994, os republicanos usaram o Hillarycare como uma arma contra o governo e contra os democratas, que perderam o controle do Senado e da Câmara dos Representantes.

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Eleições USA: Trump revela como pretende forçar o México a pagar por muro na fronteira

Pré-candidato republicano diz que pretende cortar fluxo de dinheiro enviado ao México por mexicanos que moram nos EUA. Medida pode gerar crise com um aliado diplomático crucial para os EUA  O pré-candidato republicano Donald Trump anunciou que, se for eleito presidente, vai forçar o México a construir um muro na fronteira com os Estados Unidos sob a ameaça de cortar o fluxo de dinheiro que imigrantes mexicanos enviam aos familiares no México. A medida pode dizimar a economia mexicana e criar uma crise sem precedentes com um aliado diplomático crucial para os EUA. Em um comunicado de duas páginas enviado ao jornal Washington Post, Trump detalhou, pela primeira vez, seus planos para a criação de uma barreira de 1.600 km na fronteira entre os dois países, uma de suas maiores promessas de campanha ridicularizada por várias lideranças mexicanas antigas e atuais.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] No comunicado, intitulado “Obrigando o México a pagar pelo muro”, Trump diz que basearia a medida no Ato Patriota, lei estabelecida após o 11 de setembro para reforçar medidas de segurança antiterrorismo. Desta forma, ele cortaria parte dos fundos enviados ao México via transferência bancária por mexicanos que moram nos Estados Unidos. O corte seria suspenso caso o governo mexicano pagasse uma cota única de US$ 5 bilhões aos EUA destinados a construir um muro na fronteira entre os dois países. “É uma decisão fácil para o México”, diz Trump no comunicado, cujo papel continha seu lema de campanha “Make America Great Again” (Faça a América Grande Novamente). No comunicado, Trump diz que após a construção do muro, “as transferências voltarão a ser liberadas para entrar no México ano após ano”. Segundo o banco central mexicano, quase US$ 25 bilhões foram enviados ao México em 2015 por cidadãos do país que moram no exterior. Em seu comunicado, Trump diz que “a maior parte desta soma é proveniente de imigrantes ilegais”, embora a quantia represente a verba enviada por mexicanos residentes em vários países do mundo, não apenas nos EUA. O comunicado de Trump é o mais recente esforço do pré-candidato republicano para detalhar suas propostas no momento em que enfrenta duros obstáculos em sua campanha, incluindo a ameaça de perder as primárias republicanas no estado de Wisconsin para o adversário Ted Cruz nesta terça-feira, 5. Fontes: The Washington Post-Trump reveals how he would force Mexico to pay for border wall

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As raízes germânicas de Donald Trump

Apesar de negar sua descendência alemã Donald Trump herdou uma das características dos habitantes da cidade natal do seu avô na Alemanha: a fanfarronice. Trump é descendente de imigrantes alemães que chegaram nos Estados Unidos (Foto: Flickr) Muitos ingredientes contribuíram para a formação da personalidade de Donald Trump. Um deles, apesar de subestimado, é a origem alemã de sua família. Trump é descendente de imigrantes alemães que chegaram nos Estados Unidos sem dinheiro e logo foram bem-sucedidos com muito trabalho, compromisso com a verdade, oportunismo, estratégias de negócios espertas e um grande senso de lealdade familiar.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Fred Trump, pai de Donald, deu uma educação rígida aos seus cinco filhos, e aconselhou aos três filhos homens que fossem “assassinos”. O pai de Fred Trump, Friedrich Trump, nasceu em Kallstadt, um vilarejo no estado da Renânia-Palatinado, um lugar conhecido pelos vinhos e pela especialidade local do estômago de porco recheado, e imigrou para os Estados Unidos em 1885 aos 16 anos. Depois de trabalhar alguns anos como barbeiro em Nova York, Friedrich Trump abriu um restaurante em uma cidade da região de mineração do estado de Washington, onde os trabalhadores se alimentavam bem, bebiam bebidas alcoólicas e tinham encontros amorosos com mulheres nos quartos dos fundos do restaurante. Depois de ganhar algum dinheiro com seu negócio, Friedrich voltou para Kallstadt e casou com Elisabeth Christ, uma jovem que morava em uma casa vizinha à da sua família, e a levou para os EUA. Mas Elisabeth sentiu saudades de seu vilarejo natal e o casal voltou para a Alemanha. Mas as autoridades alemãs não permitiram que voltasse a morar em Kallstadt, porque segundo as leis do país, Friedrich por ser um cidadão americano não se alistara no serviço militar. Os jovens Trump foram então obrigados a retornar para os EUA. Em 1905 o primeiro filho deles, Fred, nasceu em Nova York. Quando Fred Trump tinha 11 anos os EUA declararam guerra aos alemães e aos seus aliados na Primeira Guerra Mundial e o sentimento de profundo antagonismo contra a comunidade alemã aumentou. Após o período de paz a hostilidade contra os alemães manifestou-se de novo na Segunda Guerra Mundial. Friedrich morreu de gripe espanhola em 1918 aos 49 anos e depois de concluir seus estudos no ensino médio em 1923, Fred começou a trabalhar em tempo integral na área de construção civil. Logo percebeu que suas origens alemãs prejudicariam sua carreira e, então, fingiu que seus pais eram suecos, embora a mãe falasse inglês com um forte sotaque alemão e servisse apfelstrudel nas reuniões de família. Donald era o filho predileto de Fred Trump e continuou os negócios do pai no setor de construção civil e no mercado imobiliário. Assim como o pai, achou que suas origens alemãs poderiam ser um obstáculo à obtenção de possíveis financiamentos para seus projetos. E, fiel à história do pai, escreveu em sua autobiografia Trump: The Art of the Deal que o pai era descendente de suecos. Mas, apesar de negar suas origens, o arrogante e vaidoso Donald Trump herdou pelo menos uma das características atribuídas às pessoas nascidas em Kallstadt, apelidadas de Brulljesmacher, palavra do dialeto regional que significa fanfarrão. Caso seja eleito presidente dos EUA, Trump não será o primeiro ocupante da Casa Branca de origem alemã. Um antepassado de Dwight Eisenhower, Hans Eisenhauer nascido em Karlsbrunn, perto da fronteira com a França, imigrou com a família para os EUA. Os antepassados de Herbert Hoover chamavam-se Huber e eram originários de Baden-Baden no sul da Alemanha. Apesar dos poucos comentários a respeito de sua descendência alemã, nenhum dos dois inventou novas origens. Fontes: The Economist-Kallstadt’s king

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