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Eduardo Galeano: como funciona a ditadura do consumo

A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todo lado as suas pautas obrigatórias de consumo.  Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar.O sistema fala em nome de todos, dirige a todos as suas ordens imperiosas de consumo, difunde entre todos a febre compradora; mas sem remédio: para quase todos esta aventura começa e termina na tela do televisor. A maioria, que se endivida para ter coisas, termina por ter nada mais que dívidas para pagar dívidas as quais geram novas dívidas, e acaba a consumir fantasias que por vezes materializa delinquindo. Os donos do mundo usam o mundo como se fosse descartável: uma mercadoria de vida efémera, que se esgota como se esgotam, pouco depois de nascer, as imagens disparadas pela metralhadora da televisão e as modas e os ídolos que a publicidade lança, sem tréguas, no mercado. Mas para que outro mundo vamos mudar-nos? A explosão do consumo no mundo atual faz mais ruído do que todas as guerras e provoca mais alvoroço do que todos os carnavais. Como diz um velho provérbio turco: quem bebe por conta, emborracha-se o dobro. O carrossel aturde e confunde o olhar; esta grande bebedeira universal parece não ter limites no tempo nem no espaço. Mas a cultura de consumo soa muito, tal como o tambor, porque está vazia. E na hora da verdade, quando o estrépito cessa e acaba a festa, o borracho acorda, só, acompanhado pela sua sombra e pelos pratos partidos que deve pagar. A expansão da procura choca com as fronteiras que lhe impõe o mesmo sistema que a gera. O sistema necessita de mercados cada vez mais abertos e mais amplos, como os pulmões necessitam o ar, e ao mesmo tempo necessitam que andem pelo chão, como acontece, os preços das matérias-primas e da força humana de trabalho. O direito ao desperdício, privilégio de poucos, diz ser a liberdade de todos. Diz-me quanto consomes e te direi quanto vales. Esta civilização não deixa dormir as flores, nem as galinhas, nem as pessoas. Nas estufas, as flores são submetidas a luz contínua, para que cresçam mais depressa. Nas fábricas de ovos, as galinhas também estão proibidas de ter a noite. E as pessoas estão condenadas à insônia, pela ansiedade de comprar e pela angústia de pagar. Este modo de vida não é muito bom para as pessoas, mas é muito bom para a indústria farmacêutica. Os EUA consomem a metade dos sedativos, ansiolíticos e demais drogas químicas que se vendem legalmente no mundo, e mais da metade das drogas proibidas que se vendem ilegalmente, o que não é pouca coisa se se considerar que os EUA têm apenas cinco por cento da população mundial. “Gente infeliz os que vivem a comparar-se”, lamenta uma mulher no bairro do Buceo, em Montevideo. A dor de já não ser, que outrora cantou o tango, abriu passagem à vergonha de não ter. Um homem pobre é um pobre homem. “Quando não tens nada, pensas que não vales nada”, diz um rapaz no bairro Villa Fiorito, de Buenos Aires. E outro comprova, na cidade dominicana de San Francisco de Macorís: “Meus irmãos trabalham para as marcas. Vivem comprando etiquetas e vivem suando em bicas para pagar as prestações”. Invisível violência do mercado: a diversidade é inimiga da rentabilidade e a uniformidade manda. A produção em série, em escala gigantesca, impõe em todo lado as suas pautas obrigatórias de consumo. Esta ditadura da uniformização obrigatória é mais devastadora que qualquer ditadura do partido único: impõe, no mundo inteiro, um modo de vida que reproduz os seres humanos como fotocópias do consumidor exemplar. O consumidor exemplar é o homem quieto. Esta civilização, que confunde a quantidade com a qualidade, confunde a gordura com a boa alimentação. Segundo a revista científica The Lancet, na última década a “obesidade severa” aumentou quase 30% entre a população jovem dos países mais desenvolvidos. Entre as crianças norte-americanas, a obesidade aumentou uns 40% nos últimos 16 anos, segundo a investigação recente do Centro de Ciências da Saúde da Universidade do Colorado. O país que inventou as comidas e bebidas light, os diet food e os alimentos fat free tem a maior quantidade de gordos do mundo. O consumidor exemplar só sai do automóvel par trabalhar e para ver televisão. Sentado perante o pequeno écran, passa quatro horas diárias a devorar comida de plástico. Triunfa o lixo disfarçado de comida: esta indústria está a conquistar os paladares do mundo e a deixar em farrapos as tradições da cozinha local. Os costumes do bom comer, que veem de longe, têm, em alguns países, milhares de anos de refinamento e diversidade, são um patrimônio coletivo que de algum modo está nos fogões de todos e não só na mesa dos ricos. Essas tradições, esses sinais de identidade cultural, essas festas da vida, estão a ser espezinhadas, de modo fulminante, pela imposição do saber químico e único: a globalização do hambúrguer, a ditadura do fast food. A plastificação da comida à escala mundial, obra da McDonald’s, Burger King e outras fábricas, viola com êxito o direito à autodeterminação da cozinha: direito sagrado, porque na boca a alma tem uma das suas portas. O campeonato mundial de futebol de 98 confirmou-nos, entre outras coisas, que o cartão MasterCard tonifica os músculos, que a Coca-Cola brinda eterna juventude e o menu do MacDonald’s não pode faltar na barriga de um bom atleta. O imenso exército de McDonald’s dispara hambúrgueres às bocas das crianças e dos adultos no planeta inteiro. O arco duplo desse M serviu de estandarte durante a recente conquista dos países do Leste da Europa. As filas diante do McDonald’s de Moscou, inaugurado em 1990 com fanfarras, simbolizaram a vitória do ocidente com tanta eloquência quanto o desmoronamento do Muro de Berlim. Um sinal dos tempos: esta empresa, que encarna as virtudes do mundo livre, nega aos

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Uber prepara sua frota de helicópteros nos Estados Unidos

Empresa concorrente dos táxis se alia à Airbus para oferecer transporte aéreo Travis Kalanick, fundador e executivo-chefe do Uber. REUTERS MAIS INFORMAÇÕES General Motors investe na Lyft, concorrente do Uber Sem chefe e sem garantia: assim será nosso trabalho no futuro Haddad propõe cobrar Uber com a venda inédita de ‘créditos em quilômetros’ Colômbia, o laboratório do Uber na América Latina O Uber não quer mais se limitar à terra firme. O ar é o seu próximo objetivo. O aplicativo de transporte sob demanda quer ter uma frota própria de helicópteros, e para isso fechou um acordo com o fabricante europeu Airbus para que forneça e gerencie os aparelhos. Os Uberchoppers, como são chamados pela empresa (fusão do nome Uber com a palavra inglesa choppers, helicópteros), já foram oferecidos durante a última edição da feira tecnológica CS, em Las Vegas. Por 99 dólares, era possível sobrevoar a Vegas Strip, principal avenida da cidade.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O primeiro teste, porém, havia sido feito antes, durante o festival musical Coachella de 2014. A diferença com o serviço comum do Uber é que Travis Kalanick, fundador da start-up de San Francisco, não quer terceirizar o serviço a empresas locais, geralmente dedicadas a voos turísticos. No próximo fim de semana, durante o festival de cinema de Sundance, o Uber voltará a oferecer esse transporte que evita congestionamentos, num trajeto fixo entre o aeroporto de Salt Lake City e Park City, onde o evento acontece. Segundo o Uber, o deslocamento irá durar 15 minutos e custará 200 dólares se for de dia, e 300 à noite (813 e 1.219 reais, respectivamente). Como cortesia, a empresa oferecerá um veículo 4 x 4 para o trecho entre o heliporto e o hotel ou outro destino desejado. É uma tarifa muito mais acessível do que na primeira vez em que o Uber tentou decolar. Foi numa viagem de Nova York à sofisticada região litorânea dos Hamptons, no feriado norte-americano de 4 de julho de 2013. Na época, a viagem custou 3.000 dólares, com a possibilidade de levar até cinco passageiros. O novo movimento marca uma mudança de estratégia da companhia, avaliada em mais de 50 bilhões de dólares. Com os carros, muito mais econômicos, ela compartilha a tarifa com os motoristas, que são donos dos veículos; no ar, a divisão será com o fabricante. A Airbus, por sua vez, pretende alavancar sua imagem nos Estados Unidos, onde a indústria aeronáutica se considera mais ligada ao setor armamentista do que à produção comercial de aeronaves. O Uber não oferece apenas uma alternativa ao táxi, embora esse seja o seu produto mais popular. A empresa começa a prestar serviços de entregas – é comum, durante as manhãs, ver seus carros distribuindo compras feitas on-line. Na hora do almoço, em vários bairros de San Francisco a empresa oferece um menu com poucas opções, mas com preços fixos e entrega quase imediata. Periodicamente, o Uber também oferece gatos para adoção ou sorvete para acompanhar um filme. Durante a feira ArtBasel, de Miami, o aplicativo foi adaptado para disponibilizar lanchas, algo que acontece também na Turquia. Na Índia, ele inclui os famosos riquixás, além de bicitáxis. Na Colômbia, sua base de operações para a América Latina, oferece um leque de serviços que transformou Bogotá em seu laboratório. Rosa Ximenes/El País

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Mujica: ‘essa cultura nos transforma em compradores compulsivos’

Durante viagem à Guatemala, Mujica fez um apelo em favor do combate à desigualdade e atacou o consumismo na América Latina Durante viagem à Guatemala, o ex-presidente do Uruguai, José Mujica (2010-2015), fez um apelo em favor do combate à desigualdade e atacar o consumismo na América Latina, em seu discurso no VI Fórum Centro-americano Esquipulas, em um debate sobre a integração regional. “A liberdade é o ponto de vista individual, quando nós tomamos as rédeas das nossas vidas e a orientamos, não o que as demandas do mercado impõem a elas”, expressou o carismático ex-governante, em sua intervenção de mais de uma hora, num hotel da capital guatemalteca.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Para José Mujica, “(os mercados) tentam se apropriar do tempo, das nossas vidas, e transformar esse tempo de vida numa mercadoria, numa corrida infinita”. “Estamos rodeados, por um lado, de injustiça social, por outro lado, de ofertas que nos empurram dia e noite, essa cultura nos transforma em compradores compulsivos”, insistiu. O famoso político também criticou a falta de recursos fiscais e a negativa dos empresários em pagar impostos para que os governos invistam nos setores mais vulneráveis. “A integração é uma necessidade estratégica desde o ponto de vista político, e só haverá integração se houver vontade política. Na América Latina, os partidos de esquerda só serão realmente progressistas se são capazes de lutar com todas as suas forças pela integração”, afirmou. Finalmente, o ex-tupamaro guardou algumas palavras para aqueles que insistem em qualificá-lo como o “presidente pobre”. “Dizem por aí que sou o presidente pobre, e eu não sou pobre, caramba!”, sentenciou Mujica, despertando os aplausos do público presente.

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Para salvar o mundo, precisaremos de uma ‘economia de guerra’?

O dia 13 de agosto marcou a data em que a conta da humanidade com a natureza entrou no vermelho em 2015. Foi ali que nós esgotamos todos os recursos que nosso planeta deveria oferecer durante todo o ano. Desabrigados fazem fila por alimentos após perderem suas casas por enchentes no Paquistão – Image copyright EPA De agora em diante, vamos começar a usar alimentos, terra arável e outros recursos naturais que deveriam estar guardados para as próximas gerações. Foi o momento mais cedo ao longo de um ano em que esse limite foi ultrapassado. O centro de estudos americano Global Footprint Network é quem calcula anualmente o que chama de “Earth Overshoot Day” (algo como “dia em que se ultrapassa os limites da Terra”). A data é determinada a partir da comparação entre nossas demandas pelo que vem da natureza – para atividades como construção, manufatura e absorção do lixo e do gás carbônico liberados por nós – e o que pode ser realmente gerado e reposto pelas florestas, mananciais, reservas pesqueiras e terras cultiváveis.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Nossa superexploração dos recursos da Terra começou em 1970, quando a capacidade total do planeta para aquele ano foi esgotada no fim de dezembro. Isso significa que hoje, a cada ano, o ser humano usa mais do que 150% do que o planeta oferece. E o Earth Overshoot Day tem acontecido cada vez mais cedo. Cientistas afirmam que esse desequilíbrio já leva ao desmatamento, a secas e à extinção de espécies. Isso sem falar no acúmulo de poluentes no ar e no mar, porque os mecanismos naturais do planeta para lidar com toda essa pressão estão sobrecarregados. Cada país contribui de maneira diferente para esses dados, dependendo de seu modo de vida. A Grã-Bretanha, por exemplo, precisa de três vezes mais recursos naturais do que é capaz de suprir. Se o resto do mundo vivesse assim, a data limite teria sido rompida em maio, em vez de agosto. Economia de guerra? Durante Segunda Guerra Mundial, países europeus sofreram extrema falta de recursos – Image copyright Getty A última vez que os britânicos sofreram uma extrema falta de recursos foi durante a Segunda Guerra Mundial. O governo foi obrigado a implementar um racionamento para poder controlar a distribuição de alimentos, combustível e outros bens, com cotas individuais rígidas. Será, então, que deveríamos embarcar em algum esquema semelhante para compartilhar de maneira justa os recursos que nos restam? “Racionar implica em limitar. É uma restrição à autonomia. E sabemos que a autonomia é fundamental para o bem-estar, então essa não parece ser uma solução sustentável a longo prazo”, afirma Saamah Abdallah, pesquisador sênior da New Economics Foundation, centro de estudos britânico que defende que o sucesso econômico deveria ser medido com base em parâmetros como a felicidade das pessoas. Mas, por causa da gravidade da situação atual de muitos dos recursos, ele defende algum tipo de medida mais rígida. “Uma possível solução é o comércio de emissões – isso estabeleceria uma quantidade de carbono que cada pessoa pode emitir durante um ano. Como seria possível comprar ou vender partes dessas ‘cotas’, é um sistema com mais flexibilidade”, explica. “Em vez disso, no entanto, estamos criando impostos sobre as emissões de carbono. É uma ferramenta útil, mas que não evita que as pessoas continuem consumindo, além de não ter um impacto sobre a população mais rica. Precisamos ter uma solução entre esses dois extremos.” Consumo controlado O consumo exagerado e desnecessário é um dos motores da escassez de recursos Image copyright Getty A New Economics Foundation realizou estudos comparando o nível médio de saúde e bem-estar de alguns países com o uso que cada um faz dos recursos naturais à sua disposição. A Costa Rica foi o mais bem colocado, com níveis de qualidade e expectativa de vida iguais aos da Grã-Bretanha, mas utilizando metade dos recursos gastos pelos britânicos. Como o consumo é normalmente provocado por desejos competitivos, talvez fosse interessante mudarmos nosso hábito de nos compararmos com outras pessoas. “Se você troca de celular todo ano ou enche o armário de roupas que só usa uma vez, ou compra mais comida do que precisa e acaba jogando o resto fora, não está contribuindo para o bem-estar geral e sim aumentando o alto nível de consumo”, afirma Abdallah. E quanto mais rica uma pessoa, mais ela tende a ter casas e carros grandes, e a viajar mais e para lugares mais distantes. “Os 10% mais ricos da Grã-Bretanha, por exemplo, respondem por quase o dobro das emissões de carbono das pessoas mais pobres”, aponta o especialista. Alguns países incentivam seus cidadãos a diminuir o consumo restringindo a publicidade direcionada a crianças, como a Suécia e a província de Québec, no Canadá. Outros locais restringem a publicidade em espaços públicos, como São Paulo e a cidade francesa de Grénoble. “Nosso desejo de consumir é alimentado por empresas que querem que compremos mais e mais, e isso é promovido pela publicidade”, afirma Abdallah. “A maneira como a propaganda funciona é sugerir que o que temos não é bom o suficiente e que deveríamos substituir tudo por algo novo”. O papel de cada um Se, como nação, é praticamente impossível que aceitemos medidas tão drásticas como o racionamento, há ações menos ameaçadoras que os governos poderiam adotar para incentivar a redução do consumo, como melhorar o transporte público e oferecer alternativas para o uso da bicicleta ou da caminhada. Outra área fundamental é a do uso de energias de fontes renováveis. Então, o que nos impede de tomar as rédeas da situação e reduzir nosso consumo, equilibrando-o o que queremos com o que precisamos? Abdallah afirma que os estudos apontam que a população britânica, por exemplo, se preocupa com o meio ambiente, mas sua disposição para fazer mudanças em seu próprio estilo de vida depende da disposição dos outros. “Há no ar a sensação de que se houver um ‘sim’ coletivo, todos passarão a aderir. Mas na realidade cada um de nós deve pensar no que realmente importa

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Consumo e Tecnologia: internet facilita a compra, a escolha e a economia

Nos dias atuais ninguém quer perder tempo e dinheiro na hora da comprar. Muitas pessoas não querem mais ficar horas andando em busca de produtos e ofertas quando necessitam adquirir algo. Há também aquelas que simplesmente não têm tempo para perder em centros comerciais ou shoppings; outros gostam de pesquisar o melhor preço antes de adquirir ou preferem a comodidade de fazer tudo sem sair do lugar. Por causa deste comportamento, em 2014 houve um crescimento de 200% nos acessos a lojas virtuais via celulares e tablets. Os cinco Estados que mais recorrem à internet para comprar são, respectivamente, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná. Os paulistas são os maiores adeptos a compras online e o Estado sozinho é responsável por 50% do total de pedidos e responde por 45% da movimentação financeira nos sites de comércio eletrônico. É interessante destacar também que as pesquisas e estudos ainda demonstram que os consumidores brasileiros adquiriram o hábito de pesquisar antes de comprar pela internet.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Segundo dados, 58% das vendas foram realizadas após consulta dos compradores a um mecanismo de busca. Pela web, em pouco tempo, dá para conferir preços e produtos em diferentes ferramentas e até mesmo em redes sociais, onde os consumidores trocam informações de ofertas. Há aplicativos que funcionam de forma totalmente gratuita, como é o caso do Dica de Preço, onde as pessoas trocam informações sobre valores e assim comparam o mesmo produto em locais diferentes, escolhendo sempre pela melhor oferta. O mecanismo pode ser acessado em navegadores tradicionais, como Safari e Google Chrome, ou instalado nos sistemas Android e iOS, de smartphones e iPhones. Além disso, a crise tem levado os consumidores a tomar mais cuidado com o que compram e quanto pagam pelos produtos. Mesmo quando estão dentro de lojas de centros comercias, estão consultando valores em aparelhos móveis. Já os que são adeptos à compra pela internet, também avaliam o gasto da locomoção até o comércio e o tempo perdido em filas e trânsito encarecem um pouco mais o produto. Fora isso, na correria da atualidade, principalmente em grandes centros, o tempo é realmente muito precioso e, quando bem administrado, pode ser usado para trabalhar, curtir momentos de lazer com a família, descansar, entre tantas outras atividades JB

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O Futuro Frugal – Neofrugalismo: Modismo ou tendência do consumo?

Em um cenário de crise econômica, recessão e gastos comedidos, David Rosenberg, autor do relatório “O Futuro Frugal”, prevê que a farra consumista dos últimos anos está definitivamente sepultada e em 2009 os consumidores valorizarão cada centavo gasto nos produtos que compram – seja um frasco de xampu, seja num aparelho de TV. Segundo este relatório, o neofrugalismo como tendência de comportamento que começou a ser observada por especialistas americanos em marketing e consumo após a crise das hipotecas podres, no final de 2007, não é algo episódico, mas veio para ficar. Nesta tendência, consumidores têm adotado comportamento semelhante em países europeus em recessão. Por exemplo, os consumidores tornaram-se mais seletivos e passaram a buscar produtos e serviços com diferenciais tangíveis. Seguindo esta lógica, as pessoas devem passar mais tempo em casa como forma de economizar em despesas supérfluas e isso abre uma perspectiva a toda uma gama de produtos voltados para a diversão doméstica – vasta categoria que envolve de computadores que funcionam como central de entretenimento a videogames e sistemas de som digital. Os consumidores neofrugais, ao que parece, deverão fazer com que empresas de todos os ramos, reajustem e repensem suas estratégias de marketing, e ressignifiquem os produtos e serviços que oferecem à seus clientes. Bem, vamos tentar aproximar um pouco mais este conceito do nosso dia-a-dia, pois o fato é que alguns aspectos são fundamentais para o entendimento desta nova tendência de consumo: busca por benefícios tangíveis e maior seletividade. Neste ponto é interessante pensarmos que o conceito de benefício tangível não deve restringir-se apenas ao fato de ser um benefício “palpável”, “corpóreo”, e sim, principalmente um benefício que seja sensível e perceptível ao consumidor. A partir deste entendimento podemos fazer alguns ensaios dos ajustes que empresas de alguns ramos podem fazer para acompanhar esta tendência. Mas independente deste ensaio, é importante que as empresas foquem na resposta à seguinte pergunta: “Qual é o benefício tangível para o meu público?“. Fonte: Omelhordomarketing

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Marketing: a ciência avança sobre o arbítrio do consumidor

Anúncio inteligente ‘lê’ olhos de consumidor em loja Câmeras identificam o movimento de rostos e olhos Cientistas da Universidade de Lancaster inventaram um sistema de personalização de anúncios em lojas baseado no movimento dos olhos do cliente. Chamado de Sideways, o sistema usa um software com câmeras que localiza e identifica o movimento de rostos e olhos, permitindo que monitores de TV troquem anúncios de acordo com os interesses demonstrados pelo cliente na hora de comprar. Notícias relacionadas Cabine ‘escaneadora’ e cabideiro robô: novas tecnologias ajudam a comprar roupas Carro-robô é arma de Cingapura contra congestionamentosAssistir01:45 Conheça a tecnologia por trás dos cremes anti-idadeAssistir04:1 Os responsáveis pelo projeto disseram à BBC que a nova tecnologia poderá ser usada em lojas em até cinco anos. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Os próprios consumidores também serão capazes de usar os olhos para controlar o conteúdo nas telas, checando itens num lista de produtos. “Usamos uma câmera instalada perto da tela e não precisamos de nenhum equipamento extra,” explica o pesquisador Andreas Bulling. “O sistema detecta os rostos das pessoas e mostra onde os olhos estão presentando atenção.” 14 pessoas ao mesmo tempo Bulling desenvolveu o projeto com mais dois colegas da Escola de Computação e Comunicações da Universidade de Lancaster. A maioria dos sistemas de monitoração do olhar existentes até agora eram difíceis de instalar e só podiam ser usados por uma pessoa enquanto o Sideways pode monitorar até 14 pessoas ao mesmo tempo. Em um vídeo de demonstração, o potencial da tecnologia é mostrado com um comprador examinando capas de álbuns em uma loja de discos. A chamada “tecnologia do olhar” está virando lugar comum em muitos produtos. A companhia Tobii, apoiada pela IBM, já apresentou protótipos de uma televisão controlada pelos olhos. Em março, a Samsung lançou o telefone de ponta Galaxy S4, que detecta se o usuário está olhando para o aparelho acompanhando o movimento de seus olhos. “O monitoramento através do olhar é um assunto quente,” disse Bulling. “Espero que a tecnologia esteja disponível em pouco tempo.” A novidade pode ser bem recebida pelos consumidores se ela facilitar a maneira como fazem as compras, mas Bulling advertiu: “Se os consumidores não estiverem cientes de que a nova tecnologia está em funcionamento, questões de privacidade poderão ser levantadas.” BBC Brasil

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Quantos escravos trabalham pra você?

E se eu dissesse que um menino doce e inteligente de 12 anos, recém chegado da Bolívia, mora em uma casa de apenas 90m² no centro de São Paulo com mais 27 pessoas, entre parentes e desconhecidos? Que essa casa velha e úmida mal comporta todas as beliches cobertas com roupas de cama maltrapilhas, porque tem que ceder espaço para colunas babilônicas de tecidos e máquinas de costura? E se eu dissesse que esses 28 trabalham cerca de 13 horas quase ininterruptas por dia, no mesmo lugar em que moram e comem e vão ao banheiro e dormem e acordam e começam tudo outra vez, por R$350,00 mensais? E se eu dissesse ainda que todos os 28, por não terem como pagar pela casa velha e pela comida úmida, contraem dívidas absurdas e infindáveis com o indivíduo que os contratou, e, por isso, tem seus passaportes e pertences apreendidos até que o pagamento venha? E se eu dissesse que quem financia isso tudo é você? Link Youtube | De onde vem esse seu macacão estiloso, brother? Em pleno século 21, enquanto alguns falam de Google Glass e discutem as questões éticas da clonagem terapêutica, os 28 costuram sem parar em instalações insalubres por 4 reais a peça. Essa mesma jaqueta que você comprou por 150 reais ontem na liquidação de verão e correu para chegar em casa, vestir e mostrar para o namorado. Essa jaqueta que você estava procurando, deu a sorte de encontrar e que te caiu como uma luva. Em pleno século 21, aqui, no Brasil, o trabalho escravo não está só na manufatura têxtil. Esse é só o exemplo mais próximo de mim. O trabalho escravo está em todo o país, muito provavelmente na sua cidade, no seu bairro. Nos diversos fornecedores da indústria têxtil, na pecuária, na agricultura, na indústria madeireira, na construção civil, nas carvoarias.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Mas, calma. Você não tem nada a ver com isso. Porque você não sabe, certo? Você não sabia de nada disso. Ou ainda que soubesse, entende que não há o que possa fazer. Claro. Porque você não é o dono da GAP, Cori, da Luigi Bertolli, Emme, Collins, Gregory (…) E não é você quem contrata essas pessoas e as submete a essas condições de trabalho horríveis. E se não for lá, onde é que você vai comprar as suas roupas, não é mesmo? E de que adianta você parar de comprar essas pechinchas incríveis que encontra nas ruas do centro, nas Lojas Marisa, Pernambucanas, C&A, se todo mundo continua comprando? Que diferença vai fazer, não é? Além do mais, aquela bota tinha um ótimo preço, e não te interessa, na verdade, de onde é que ela veio e o que é que foi preciso ser feito para que ela estivesse aí, bonita e confortável no seu pé, certo? Alguém foi mal pago para a sua camiseta custar quinze reais na 25 de Março O bom é que agora você sabe. Vai dormir e acordar sabendo. Vai ter de admitir que sabe, e encarar cada escolha. Sabendo. Que quatro ônibus com 235 trabalhadores em situação análoga a de escravos foram apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal do Piauí. Que imigrantes de 12 anos de idade trabalham 16 horas por dia para fazer a sua camiseta descolada de gola V da Zara. Que é você quem financia cada uma das 28 máquinas de costura. Não precisa ser um fashionista pródigo. Muito pelo contrário. Você, que não se importa muito com o que veste, e só quando precisa recorre a alguma loja de departamento para comprar uma polo descolada a um bom preço. Você, sempre antenado nas últimas tendências ditadas pelo mundo da moda. E você, que vira e mexe vai até o centro de São Paulo atrás daquelas pechinchas no atacado. Que pega carona com a mãe até a Pernambucanas que é para ver se sai de lá com uma bermuda ou 2 camisetas básicas. Não é fácil lavar as mãos. Se você não sabe de onde é quem vem, muito provavelmente, financia o trabalho escravo. São dois os fatores escancarados e objetivos que mantém o trabalho escravo no país. O motor econômico (que alimenta empregadores inescrupulosos e faz com que você vá até o centro da cidade, compre aquela camiseta bacana por vintão e saia se achando esperto), e a impunidade de crimes contra os direitos humanos. Mas há um terceiro, que penso ser o mais importante guarda-chuva dos maiores problemas da humanidade. A desconexão. Pessoas submetem pessoas à condições de escravidão porque, como você e eu, acham que não tem nada a ver com isso. Link Vídeo | Daniel Goleman fala da sua desconexão Sobre esse processo de “desligamento empático”, não tem como não transcrever um trecho da fala do Daniel Goleman no TED Lateral Thinking, em 2007: “Os objetos que compramos e usamos têm consequências ocultas. Somos todos vítimas passivas do nosso ponto cego coletivo. Nós não notamos. E não notamos que não notamos. Somos indiferentes às consequências ecológicas, de saúde pública, sociais e econômicas das coisas que compramos e usamos. De certa forma, a própria sala é o elefante branco na sala, e nós não vemos. E nos tornamos vítimas de um sistema que nos aponta para o outro lado.” O assunto daria milhares de outros textos. Hoje, eu só vim aqui para te fazer notar que você não nota. Que existe trabalho escravo. Aos montes. Agora. Não há 150 anos atrás, em período escravocrata. Aqui, no Brasil, não em Zimbábue. Em Goiás, Minas, Santa Catarina. No Brás, em São Paulo – não só naquela fazenda escondida no sul do Pará. Hoje, eu vim aqui para dizer que você tem tudo a ver com isso. E aí? Quantos escravos trabalham para você? por Anna Haddad/blog Papodehomem

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