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O círculo vicioso e vergonhoso da impunidade no Brasil

A impunidade que grassas com uma praga insaciável na Taba dos Tupiniquins, humilha a sociedade e causa prejuízo a todos. Estamos atolados no perigoso sentimento de que as penas, a aplicação das penas, a morosidade da justiça e as leis demasiadamente protecionistas ao criminoso estão destruindo o que ainda resta de esperança no povo brasileiro. Não é possível que o braço pesado da lei aplique punição ao indivíduo que pratica um ato ilícito somente aos que habitam a base da pirâmide, e não seja aplicada com rigor e efetividade para todos, sem distinção de cor, raça, sexo, condição social, origem, religião ou idade. O Editor   Há um padrão criminoso no Brasil que desmoraliza os governos, a justiça e a democracia. É o poder dos chefões do tráfico de drogas e de outras organizações criminosas, ao comandar suas quadrilhas de dentro dos presídios. Esses bandidos continuam administrando seus negócios, ganhando dinheiro, desfrutando mordomias, debochando da justiça e ameaçando e mandando eliminar adversários. Este mesmo padrão se repete na política brasileira. Quando um chefão graúdo da política é flagrado e denunciado por corrupção, a punição que recebe é ser afastado do cargo. E sempre com homenagens e agradecimentos pelos relevantes serviços prestados. Depois, o que acontece com o chefão da corrupção? Ele continua no poder, fazendo os mesmos negócios escusos, ganhando mais dinheiro, instalado em gabinetes e hotéis de luxo, apoiando correligionários e perseguindo adversários. E zombando da justiça, rindo da nossa cara, das pessoas que trabalham e pagam impostos. Ah! Tem uma diferença! Tem uma diferença importante! Eles nem chegam a ser julgados, nem condenados e muito menos são presos. Vivem livres e soltos, mandando e desmandando, adulados por seus partidos e outros beneficiários da corrupção. São até mesmo nomeados para outras funções de destaque e outros cargos públicos. Depois são apoiados com propaganda e com todo o dinheiro que precisam para se reeleger. E o pior de tudo: os chefões da corrupção indicam, promovem, impõem a nomeação de juízes para os tribunais que deveriam julgá-los e condená-los.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Este é o círculo vicioso e vergonhoso da corrupção e da impunidade no Brasil. Corrupção – em escala menor ou maior – existe em todo lugar e desde que o mundo é mundo. A diferença no Brasil de hoje é que a corrupção se tornou uma pandemia disseminada como estratégia de poder, que contaminou todos os níveis e todas as esferas do governo e dos serviços e políticas públicas. A corrupção passou a ser imposta à sociedade como a única forma de fazer política no Brasil e de governar. Tudo e todos têm de pagar o imposto da corrupção, que rouba o dinheiro da saúde, da segurança, da merenda escolar e da educação. É para lutar contra isso que estão sendo organizadas manifestações nesta quarta-feira, dia 12 de outubro em todo o país. É para construir um sistema político melhor, que puna a corrupção e combata a impunidade. É por isso, que a agenda dos movimentos contra a corrupção começa pela aplicação da Lei da Ficha Limpa, pelo fim do voto secreto no Congresso Nacional, pelo limite à imunidade parlamentar, pela agilidade de julgamento nos casos de corrupção e pelo aumento das penas para corruptos e corruptores. É por isso que não basta demissão. Tem de ter prisão! Esta será uma campanha dura e longa. Há uma grande inércia política no país. Milhões de pessoas são beneficiárias desse sistema de poder corrupto. Muitos querem manter a qualquer preço empregos, bolsas, contratos e privilégios. Outros tantos temem sofrer retaliações. Mas nós vamos perseverar, vamos aumentar a grande onda contra a corrupção e a impunidade. Vamos mobilizar mais gente e organizações, vamos convocar entidades independentes como a ABI, a OAB e a CNBB, que fizeram um manifesto no dia 7 de setembro, mas precisam se envolver mais nesta luta. Vamos em frente na rede e nas ruas! Vamos vencer os chefões da corrupção e afirmar a democracia no Brasil! Vamos por cada vez mais pressão nos bandidos do poder! Por Altamir Tojal

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Bispo brasileiro troca a Teologia da Libertação pela Teologia da Inseminação e apóia Lugo, o fornicador de batina

Dom Tomás Balduino, bispo emérito de Goiás, é presidente da CPT (Comissão Pastoral da Terra). A CPT segue os ensinamentos da Escatologia da Libertação e é parceira do MST em alguns de seus crimes – além de apoiar todos os outros. A versão rural da Escatologia da Libertação é o que já batizei aqui de “Teologia Babuínica” – com todo respeito àqueles nossos parentes que têm a cara feia e o traseiro colorido. Pois bem. Balduíno teve a coragem de enviar uma carta de solidariedade ao grande “pai” do Paraguai, o presidente rompedor Fernando Lugo. Assim, como a gente vê, Balduíno troca a Teologia da Libertação dos pobres pela Teologia da Inseminação (como disse um leitor) das “pobras”. Acompanho política há um bom tempo. Lembro-me de poucos picaretas da estirpe deste tal Lugo. Ontem, como viram, distorceu o sentido de uma frase de Terêncio – “Sou homem: nada do que é humano me é estranho” – para tentar justificar as próprias imposturas. O dramaturgo e poeta latino nos deu um emblema de tolerância com as diferenças, não uma licença para a amoralidade. Mais: Lugo mergulhou fundo na canalhice: “pessoa humana imperfeita, resultado de processos históricos, perfil da minha cultura, assumirei com todas as responsabilidades as situações que me concernem”. Essa glossolalia quer dizer que o ex-bispo fornicador considera que todo o Paraguai – quiçá as “veias abertas” da América Latina… – é responsável por aquilo que ele faz com o seu bigolim, com a sua minhoquinha descuidada. Esse cara-de-pau, já coroa, já bispo, fez sexo com uma garota de 16 anos que ele havia crismado – ou que crismou depois… Não sei o que consegue ser pior. A carta de Balduíno é pura pornografia moral. Elogia Lugo por ter reconhecido o filho (um deles…) e recomenda: “Continue assim, caro Irmão, coerente com a inspiração evangélica, ao testemunhar, com clarividência e humanidade, o inestimável valor do relacionamento entre o homem e a mulher”. Os bispos paraguaios pediram perdão à população do país pelos atos de Lugo – que, afinal de contas, era um deles. Balduíno trata assim a hierarquia católica: “receio que este pedido de perdão não se refira às omissões da Igreja com relação aos poderosos da política e ao sofrimento do povo durante os anos de tirania do governo paraguaio.” E, claro, culpa a “mídia” por tudo – sobra até para a “mídia brasileira”… Os inimigos que estão fora de nossas fileiras inimigos são. Os que estão dentro são demônios. Balduíno se coloca como inimigo da Igreja e está dentro dela. Como se vê, as sandices do MST e da CPT no Brasil se explicam também pelas palavras de seu pastor. Essa gente corrói a Igreja por dentro. Segue a carta de Balduíno a Lugo, a quem ele abraça com “fraterna amizade” (cuidado com o estômago): do blog do Reinaldo Azevedo Caro Amigo Presidente Fernando Lugo,

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Igreja pega leve com Fernando Lugo

Palpiteira e dogmática em todo e qualquer assunto — até dos que não entende, por não praticar, como o casamento — a igreja católica, qual um PSDB teológico, opta pela dissimulação quando é chamada a se manifestar a respeito do seu (dela) ex-bispo. Nada contra, mas até que entre em vigor algum novo decreto canônico o celibato é questão fechada na taba de Herr Ratzinger. Os Tupiniquins, que não perdem a chance de uma gaiatice, já apelidam o país vizinho de Pairaguai. O editor Igreja pega leve com Lugo Filhos fora do casamento, todos nós os temos, não é mesmo? É o tipo de “acidente de percurso” que pega até os mais cautelosos na curva e que não faz distinção entre pessoas de bom ou mau caráter. E, muitas vezes, pela graça de Deus, o rebento não planejado acaba se tornando uma bênção na vida dos pais. Neste nosso canto de mundo, não damos muita bola para o que as pessoas fazem entre os lençóis. Arrisco dizer que, se Bill Clinton tivesse sido presidente do Brasil ou do Paraguai, seu maior problema em relação ao affair Monica Lewinsky teria sido renovar a fleuma ao abrir o jornal a cada café da manhã, a fim de digerir as piadas do Zé Simão. Vejo em uma pesquisa informal realizada por um site de notícias que a maioria dos internautas tapuias que se dispuseram a responder não vê nada de mais no fato de o presidente do Paraguai, o ex-bispo da Igreja Católica Fernando Lugo, 57, ser pai de um número até agora incerto de filhos bastardos. Apenas 5,36% acham que ele deveria perder seus direitos políticos. A maioria, 34,18%, acredita que Lugo deve ser obrigado a pagar pensão e não se fala mais nisso. Bem, só faltaria o presidente, que está sendo chamado de “o pai do Paraguai”, não se ter conscientizado de que terá de fazer muita hora extra se quiser ver toda a prole na universidade. Acontece que, além de presidente, Fernando Lugo é ex-clérigo. E que os filhos (aparentemente, existiriam até seis reivindicações conhecidas de paternidade até o momento) foram gerados quando ele ainda era representante da igreja. Na quarta-feira, a terceira mulher veio a público para revelar que teve um filho com ele. A ex-coordenadora de uma pastoral paraguaia, Damiana Morán, 39, disse que um de seus meninos, de um ano, é fruto de “uma explosão de sentimento” perpetrada em sintonia com o ex-bispo. O nome do rebento? Juan Pablo, em homenagem ao papa João Paulo 2º. Não é irônico que o bebê com o nome do santo padre tenha sido concebido no que a Igreja Católica define como pecado? De minha parte, folgo em saber que um ex-bispo e uma mulher aparentemente mais devota do que a média são tão falíveis quanto o resto de nós, que, por mais que nos esforcemos, estamos sempre operando aquém das expectativas da igreja. Essa mesma igreja que, na quarta-feira, por meio de dom Orani Tempesta, um dos porta-vozes da CNBB, emitiu a seguinte opinião sobre o caso: “Cada pessoa responde à fidelidade ou à infidelidade daquilo que promete. Acho que não cabe à igreja julgar ninguém, mas a cada um de nós, vendo as coisas, dizer se está sendo fiel àquilo com que se comprometeu”. Êpa, ôpa! Sinto aí um certo corporativismo em defesa do ex-colega. Se entendi direito, o bispo que virou presidente pode errar e se arrepender e não caberá a ninguém julgá-lo. Mas, quando os africanos decidem ser fiéis à ideia de usar preservativos para se defenderem de doenças sexualmente transmissíveis, aí a danação do inferno cai sobre eles. Ou, quando a mãe de uma menina estuprada pelo padrasto decide que a filha deve abortar, ela corre o risco de ser excomungada. E, quando os gays… Bem, deixa para lá, não é preciso ser teólogo para entender que existe tratamento VIP para uns e cadeira na geral do inferno para os menos privilegiados. blog da Barbara Gancia

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CNBB considera excomunhão ligada ao aborto ‘excepcionais’

Suas (deles) Eminências parecem estar sendo iluminadas pelo Espírito Santo. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil,CNBB, se manifestade forma mais “branda” sobre o caso do aborto que envolveu a criança de nove anos que foi estuprada. ‘Excomunhões ligadas ao aborto de PE foram excepcionais’ Sem desautorizar o arcebispo de Recife, membros da CNBB classificam o caso como ‘dramático’ Apesar de terem apoiado a manifestação do bispo de Recife e Olinda sobre a excomunhão das pessoas envolvidas no aborto de uma menina de nove anos, estuprada pelo padrasto, duas autoridades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) destacaram que o caso foi “excepcional” e “dramático”. Sem desautorizar o arcebispo de Recife, o secretário-geral da CNBB, D. Dimas Lara da Rosa, disse que não considera que os pais da menina, que autorizaram o aborto, estão excomungados. Afirmou ainda que “não há elementos para dizer que qual médico esta excomungado e que qual não está”. Segundo D. Dimas, só estarão excomungados os profissionais “conscientes e contumazes” da prática do aborto. De Luciana Nunes Leal, de O Estado de S. Paulo

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Bento XVI, excomunhão, má jornalismo,eleições 2010 e corrupção

Notas “pescadas” do sempre lúcido e incisivo jornalista Hélio Fernandes. Embaixo da rua ladrilhada com brilhantes pela mídia subserviente, o grande jornalista mostra que subsiste o lodo. A depressão dos católicos diante da excomunhão determinada pelo Vaticano assustadora. Não há explicação para a imprudência e a subserviência. O mundo capitalista se ajoelha diante da China “comunista” e pede socorro. Não estão satisfeitos com o pacote de 585 BILHÕES, que serviriam principalmente para a importação. A China prometeu rever o total, até agora, nada. Os “capitalistas” pedem muito. O governo da China não está “irritado ou revoltado” com a insatisfação capitalista. Pelo contrário. Gosta de se sentir “fiel da balança”, desculpem a rotina. Mas é assim mesmo. A China poderosa e se fortalecendo com a crise. Warren Buffet para o “New York Times”: “Os Estados Unidos levarão 5 anos para a recuperação”. Nota mil. Venho dizendo isso há muito tempo, antes da posse de Obama. Seria ilógico e não compreensível que essa “crise colossal” pudesse se recuperar em apenas 1 ano, ou seja, até o fim de 2009. Em 2015 a crise ainda estará visível. Bento XVI em reuniões longas e incessantes, por causa da excomunhão de médicos e da mãe da menina estuprada. Falou pelo telefone com membros da CNBB, não há solução. Larry Rother, que foi correspondente do “New York Times”, no Brasil, diz em entrevista: “O governo Lula é o mais corrupto da História”. Pelo visto, Rother não aprendeu nada aqui e esqueceu o pouco que sabia. O governo mais corrupto dos 509 anos do Brasil (vá lá, excluídas as ditaduras) é o de FHC. Não quero defender o governo Lula. Mas cada uma das DOAÇÕES-PRIVATIZAÇÕES de FHC representa o roubo do nosso patrimônio. I-n-c-o-m-p-a-r-á-v-e-l. O jornalista dos EUA, visivelmente, quer se vingar do equívoco colossal do governo Lula, ao tentar expulsá-lo. Faz jornalismo com ódio, devia fazer com informação e opinião. Brasília parece o futebol, uma “caixinha de surpresa”. Agora é oficial: a capital tem a renda per capita, desculpem, mais alta do País. Centro da corrupção, da mordomia e do desperdício, talvez isso tudo impulsione os números. Surpreendente: Serra mais preocupado com a sua própria sucessão em SP do que com a condição de presidenciável. Motivo: quem comandará a máquina administrativa em 2010? Não tem a menor confiança no ex-stalinista Goldman, que assumirá em 31 de março de 2010. O que fazer com Kassab e Alckmin, um favorecido o outro prejudicado? E queria José Anibal?

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CNBB bate duro no Ministro Gilmar Mendes

Comissão da CNBB acusa Gilmar Mendes de ser “parcial” Nota distribuída pela Secretaria Nacional da Comissão Pastoral da Terra da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil: “Ai dos que coam mosquitos e engolem camelos” (MT 23,24) A Coordenação Nacional da CPT diante das manifestações do presidente do STF, Gilmar Mendes, vem a público se manifestar. No dia 25 de fevereiro, à raiz da morte de quatro seguranças armados de fazendas no Pernambuco e de ocupações de terras no Pontal do Paranapanema, o ministro acusou os movimentos de praticarem ações ilegais e criticou o poder executivo de cometer ato ilícito por repassar recursos públicos para quem, segundo ele, pratica ações ilegais. Cobrou do Ministério Público investigação sobre tais repasses. No dia 4 de março, voltou à carga discordando do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para quem o repasse de dinheiro público a entidades que “invadem” propriedades públicas ou privadas, como o MST, não deve ser classificado automaticamente como crime.O ministro, então, anunciou a decisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do qual ele mesmo é presidente, de recomendar aos tribunais de todo o país que seja dada prioridade a ações sobre conflitos fundiários. Esta medida de dar prioridade aos conflitos agrários era mais do que necessária. Quem sabe com ela aconteça o julgamento das apelações dos responsáveis pelo massacre de Eldorado de Carajás, (PA), sucedido em 1996; tenha um desfecho o processo do massacre de Corumbiara, (RO), (1995); seja por fim julgada a chacina dos fiscais do Ministério do Trabalho, em Unaí, MG (2004); seja também julgado o massacre de sem terras, em Felisburgo (MG) 2004; o mesmo acontecendo com o arrastado julgamento do assassinato de Irmã Dorothy Stang, em Anapu (PA) no ano de2005, e cuja federalização foi negada pelo STJ, em 2005. Quem sabe com esta medida possam ser analisados os mais de mil e quinhentos casos de assassinato de trabalhadores do campo. A CPT, com efeito, registrou de 1985 a 2007, 1.117 ocorrências de conflitos com a morte de 1.493 trabalhadores. (Em 2008, ainda dados parciais, são 23 os assassinatos). Destas 1.117 ocorrências, só 85 foram julgadas até hoje, tendo sido condenados 71 executores dos crimes e absolvidos 49 e condenados somente 19 mandantes, dos quais nenhum se encontra preso. Ou aguardam julgamento das apelações em liberdade, ou fugiram da prisão, muitas vezes pela porta da frente, ou morreram. Causa estranheza, porém, o fato desta medida estar sendo tomada neste momento. A prioridade pedida pelo CNJ será para o conjunto dos conflitos fundiários ou para levantar as ações dos sem terra a fim de incriminá-los? Pelo que se pode deduzir da fala do presidente do STF, “faltam só dois anos para o fim do governo Lula”… e não se pode esperar, “pois estamos falando de mortes” nos parece ser a segunda alternativa, pois conflitos fundiários, seguidos de mortes, são constantes. Alguém já viu, por acaso, este presidente do Supremo se levantar contra a violência que se abate sobre os trabalhadores do campo, ou denunciar a grilagem de terras públicas, ou cobrar medidas contra os fazendeiros que exploram mão-de-obra escrava? Ao contrário, o ministro vem se mostrando insistentemente zeloso em cobrar do governo as migalhas repassadas aos movimentos que hoje abastecem dezenas de cidades brasileiras com os produtos dos seus assentamentos, que conseguiram, com sua produção, elevar a renda de diversos municípios, além de suprirem o poder público em ações de educação, de assistência técnica, e em ações comunitárias. O ministro não faz a mesma cobrança em relação ao repasse de vultosos recursos ao agronegócio e às suas entidades de classe. Pelas intervenções do ministro se deduz que ele vê na organização dos trabalhadores sem terra, sobretudo no MST, uma ameaça constante aos direitos constitucionais. O ministro Gilmar Mendes não esconde sua parcialidade e de que lado está. Como grande proprietário de terra no Mato Grosso ele é um representante das elites brasileiras, ciosas dos seus privilégios. Para ele e para elas os que valem, são os que impulsionam o “progresso”, embora ao preço do desvio de recursos, da grilagem de terras, da destruição do meio-ambiente, e da exploração da mão de obra em condições análogas às de trabalho escravo. Gilmar Mendes escancara aos olhos da Nação a realidade do poder judiciário que, com raras exceções, vem colocando o direito à propriedade da terra como um direito absoluto e relativiza a sua função social. O poder judiciário, na maioria das vezes leniente com a classe dominante é agílimo para atender suas demandas contra os pequenos e extremamente lento ou omisso em face das justas reivindicações destes. Exemplo disso foi a veloz libertação do banqueiro Daniel Dantas, também grande latifundiário no Pará, mesmo pesando sobre ele acusações muito sérias, inclusive de tentativa de corrupção. O Evangelho é incisivo ao denunciar a hipocrisia reinante nas altas esferas do poder: “Ai de vocês, guias cegos, vocês coam um mosquito, mas engolem um camelo” (MT 23,23-24). Que o Deus de Justiça ilumine nosso País e o livre de juízes como Gilmar Mendes! Goiânia, 6 de março de 2009. Dom Xavier Gilles de Maupeou d’Ableiges, Presidente da Comissão Pastoral da Terra

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A igreja excomunga o médico e a mãe, mas não o padrasto estuprador, no caso da menina de 9 anos

A Igreja precisa rever os seus (dela) conceitos. Este arcebispo parece ter emergido das trevas da idade média. O Torquemada(*) pernambucano queria que uma criança de apenas 9 anos — a criança pesa somente 33 quilos, tem 1,36 metros de altura, e não tem ainda o aparelho reprodutor totalmente formado — , levasse adiante uma gestação de gêmeos que é comprovadamente uma gravidez de alto risco até em mulheres adultas? O religioso, caso a excomunhão não seja anulada pelo Vaticano, demonstra ser um fiel escudeiro de Herr Ratzinger. No momento em que a sociedade atravessa momentos de angústia, em virtude principalmente da violência, atitudes obscurantistas como esta, “empurram” os católicos, cada vez mais, para os templos evangélicos, inclusive, tornando-os presas fáceis para os muitos dos “negociantes da fé”. Religioso condenou mãe e médicos envolvidos em aborto. Imprensa italiana diz que Vaticano apoia decisão. O caso da menina de 9 anos que interrompeu a gravidez de gêmeos causou comoção e revolta. A repercussão foi ainda maior pela reação da Igreja Católica ao aborto provocado pelos médicos. O arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, excomungou a mãe e a equipe médica envolvida no procedimento. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]Nesta sexta-feira (6), o arcebispo disse que o padrasto, suspeito de violentar a menina e ser pai dos bebês, não pode ser excomungado. “Ele cometeu um crime enorme, mas não está incluído na excomunhão”, afirmou Sobrinho. “Esse padrasto cometeu um pecado gravíssimo. Agora, mais grave do que isso, sabe o que é? O aborto, eliminar uma vida inocente.” A equipe que participou do aborto está recebendo e-mails de médicos do país inteiro. Foram mais de 500 mensagens de apoio até a manhã desta sexta. Para os especialistas, não havia dúvida sobre a necessidade de interromper a gravidez e, sobre essa conduta, não cabe intervenção da Igreja. O médico Rivaldo Albuquerque, que participou do atendimento, já havia sido excomungado antes. Ele entrou em choque com a Igreja Católica desde que participou da criação de um serviço de atenção às mulheres violentadas, que faz o aborto nos casos previstos por lei. Católico praticante, ele disse que não vai deixar de assistir à missa. Quem é excomungado fica proibido de receber sacramentos como batismo, comunhão, crisma e casamento. Repercussão A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou nota em que destaca o mandamento “não matarás” e reforça as críticas feitas ao aborto. A imprensa italiana publicou, nesta sexta, reportagens afirmando que o Vaticano apóia a decisão do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, de excomungar os envolvidos na interrupção da gravidez de uma menina de 9 anos.

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