Claudia Roquete Pinto – Versos na tarde – 29/11/2016
Blefe Claudia Roquette-Pinto ¹ pois esse é o mês bastardo, azinhavre engole o que há de doce nos metais silêncio embaça a pele dos diários lençóis têm cor de áridos lençóis existe azul, mas é um azul de asma que a nitidez da tarde faz em cápsula espelhos só devolvem olheira e pragas um gesto que de fácil despedaça catódica essa luminosidade estranha o sol repele o sol. intacto o tique que quedou meus dias gagos a rima fica lívida nos lábios e dor sem voz passeia o seu contágio um gato eletrifica. arrisco maio. ¹ Claudia Roquette-Pinto * Rio de Janeiro, RJ. – 1963 d.C Formou-se em tradução literária pela PUC-RJ. Durante cinco anos, dirigiu o jornal cultural Verve. Publicou cinco livros de poesia: Os Dias Gagos em1991; Saxífraga em 1993; Zona de Sombra em 1997; Corola em 2001 e Margem de Manobra em 2005. Claudia está em diversas antologias nacionais em internacionais e com o livro Corola, ganhou o prêmio Jabuti em 2002.