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Twitter e Bots

O Twitter tá testemunhando no Congresso americano agora e admitiu que há cerca de 50 MILHÕES de bots. Entenda de uma vez por todas o que é um bot e como ele funciona. Depois do experimento da Microsoft com o Tay, bot que interagia com usuários pelo Twitter e que acabou sendo transformado em um robô nazista e ignorante no início deste ano, muita gente começou a questionar como que a tecnologia tem o poder de criar uma máquina capaz de aprender novas coisas e interagir com outras pessoas sem ser controlada por qualquer indivíduo. Bom, trata-se de um bot e chegou a hora de explicar, de uma vez por todas, o que é isso. Primeiro, entenda que um bot é um programa de computador que foi fabricado para automatizar procedimentos, geralmente repetitivos, em ordem de ajudar as pessoas. A palavra “bot” vem de “robot”, que, em inglês, significa “robô”. Ou seja, um bot nada mais é do que um robô, mas que existe apenas em formato digital. Os bots não são exatamente uma novidade tecnológica. Jogadores de videogame e computador estão acostumados a encontrarem bots principalmente em jogos clássicos como “Counter-Strike” e “StarCraft”, por exemplo. Lá, eles nada mais são do que os inimigos controlados pelo computador. Contudo, esses bots não são lá muito inteligentes como os atuais porque contam apenas com comandos já programados anteriormente – o que não significa que eles não sejam difíceis de serem enfrentados durante as jogatinas. A novidade da Microsoft consistiu em criar um mecanismo que funciona em tempo real e é capaz de aprender novas coisas e aplicá-las de forma dinâmica. Ou seja, além dos comandos já programados, o robô poderia ser educado por qualquer pessoa. Eles não são tão bonzinhos assim Os fãs de “Exterminador do Futuro” não precisam começar a se desesperar. Pelo menos, por enquanto. Os bots atuais não são tão malignos como a Skynet, mas eles já são usados para o mal há alguns anos. Quem nunca recebeu um e-mail de spam que atire a primeira pedra. Além das irritantes mensagens perguntando se você precisa de um remédio para disfunção erétil ou informando-o sobre “garotas incríveis na sua área”, os bots também são usados para ataques que visam a coleta de informações pessoais e de dados financeiros. Ameaça profissional Se você está confortável no seu emprego e achando que não irá perder seu cargo nos próximos anos, é melhor repensar seu plano de aposentadoria. Assim como os robôs, os bots prometem roubar muitos trabalhos em um futuro próximo. Funções com movimentos repetitivos e de fácil execução são as mais ameaçadas.A rede de restaurantes Taco Bell, por exemplo, já criou um bot capaz de anotar o pedido e receber o pagamento da refeição. Tudo isso diretamente em uma janela de chat. A franquia Domino’s, por sua vez, está trabalhando para a criação de um programa que receba pedidos bastando que o internauta utilize um emoji da pizza no Twitter. Mas, calma, nem tudo está perdido. Ao mesmo tempo em que vagas serão preenchidas pela automação computacional e robótica, outros empregos já estão sendo sendo criados. Veja cinco motivos pelos quais não devemos lamentar os trabalhadores robóticos. Os pais da tecnologia Não é apenas a Microsoft que está apostando nessa inovação para tentar dominar o mercado na próxima década. Outras gigantes do ramo também estão de olho nas novidades para ingressarem em peso no setor. Google e Facebook, por exemplo, já trabalham com bots há algum tempo. Quando você busca algo na internet e essa busca aparece em sua rede social, foi porque um bot posicionou ela para você. Geralmente isso acontece com a pesquisa por artigos comerciais. Por isso, não tenha a inocência de acreditar que se trata de uma (in)feliz coincidência o fato de que um produto que você buscou simplesmente apareceu em sua linha do tempo no Facebook alguns minutos depois. Guerra com aplicativos Há discussões em andamento sobre o futuro da tecnologia após a invasão dos bots que facilitam a execução de tarefas antes realizadas por aplicativos. A principal alteração os robôs virtuais podem ser controlados pelo usuário sem a necessidade de utilizar a interface de um aplicativo específico. Já vivemos um tempo em que transações financeiras, compras online e até pedidos de táxi podem ser feitos diretamente pelo Messenger ou pelo WhatsApp, bastando apenas abrir uma conversa com o seu atendente virtual. Os bots não competem pelo domínio nos dispositivos móveis para acabar com os aplicativos, mas sim para facilitar o uso dessas plataformas. Afinal, escrever (ou até mesmo usar comandos de voz) “gostaria de uma pizza de atum” seria muito mais prático do que abrir um aplicativo, procurar a pizza de atum, informar o endereço e preencher os dados do cartão de crédito que será usado para pagar.

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Robôs e Internet: uma dor de cabeça

O problema dos robôs na internet Desde a eleição americana, manipulação da informação virou tema no ambiente político atual. Mas, com tantos “bots” nas redes sociais, como é possível encontrar a verdade na web? Com o aumento da importância das redes sociais na formação da nossa visão de mundo, o modo pelo qual websites como Facebook e Twitter levam a informação aos usuários nunca foi tão significante.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Onde antes cidadãos comuns estavam acostumados a julgar a importância, a popularidade ou a credibilidade de políticos, modelos econômicos ou movimentos ideológicos baseados em reportagens profissionais, em pesquisas de opinião pública ou simplesmente através da propaganda de boca, eles estão agora à mercê daquilo que é tendência ou considerado aceito em seus feeds da rede social. Perigosos falsos seguidores É aqui que os bots (da palavra inglesa robots), os robôs das redes sociais, entram em ação. Usando bots pré-programados de uma variedade de empresas, da BMW a Spotify, é possível criar um software próprio para salvar todas as canções que se recomendou num aplicativo de música, para postar automaticamente fotos no Instagram ou numa conta do Twitter ou mesmo abrir o portão da garagem. No entanto, alguns criam seus bots com softwares maliciosos, os malwares. A manifestação mais óbvia de tais projetos pode ser vista no Facebook e no Twitter, onde contas falsas estão configuradas com milhares de seguidores inexistentes para dar uma ilusão de veracidade. Aliada a um software de certo tipo de bot, tais contas podem alcançar pessoas por meio de tuítes e postagens com mensagens específicas ou até mesmo retuitar ou curtir os tuítes de alguém, aumentando assim a popularidade desse usuário. Notícias falsas A manipulação de dados é um tema quente no ambiente político atual. O ministro alemão da Justiça, Heiko Maas, afirmou, em fins do ano passado, temer que notícias falsas possam espalhar desinformação antes das eleições parlamentares no final deste ano. E ele tem bons motivos para se preocupar. Ainda que as notícias falsas sejam escritas e publicadas por seres humanos, muitas vezes, elas são distribuídas e apoiadas por milhões de contas-fantasma em sites populares como Twitter, Facebook, Reddit e através de email. Um estudo realizado pelo portal Buzzfeed News logo após a vitória eleitoral de Donald Trump mostrou que mentiras sobre a votação conseguiram movimentar mais as plataformas de mídia social que as histórias verídicas de 19 grandes meios de comunicação juntos. Uma reportagem realizada pelo Political Bots, uma equipe de pesquisadores das principais universidades do mundo, constatou que mais de 30 milhões de contas do Twitter pertenceriam a perfis falsos. Descobriu-se também que, antes das eleições presidenciais americanas, o número de bots pró-Trump, que promoviam notícias falsas, foi cinco vezes maior que os pró-Hillary Clinton. “Bots – programas de computador comandados através de algoritmos para fazer tarefas online específicas – invadiram as conversas políticas em todo o mundo”, advertiu a reportagem. “O uso generalizado de tais híbridos de softwares e humanos, como também a natureza obscura e muitas vezes discriminatória dos algoritmos por trás deles, ameaçam minar o potencial político – organizacional, comunicativo, entre outros – de sistemas de mídia social.” Na internet, os bots são usados para realizar ataques DDos, que podem derrubar sistemas inteiros. Combatendo o problema Companhias como a Hoaxmap combatem as notícias falsas desde fevereiro de 2016, mas empresas de mídia social, autoridades e governos ainda tentam recuperar o tempo perdido. Recentemente, o Facebook anunciou uma iniciativa para combater as notícias falsas em sua plataforma, por meio de novas ferramentas que tornarão mais fácil para os usuários marcar tais histórias em sua linha do tempo. Em parceria com a empresa berlinense Correctiv, um coletivo de jornalismo investigativo independente, apartidário e sem fins lucrativos, o Facebook espera usar um terceiro rosto avaliando o material marcado. O governo alemão quer enfrentar o problema de frente, com um novo órgão ligado ao Ministério do Interior em Berlim, o chamado “Centro de Defesa contra a Desinformação.” Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no entanto, dizem que uma “vacina psicológica” protege as pessoas contra notícias falsas – mas, como acontece com outras vacinas, pode levar décadas até ser elaborada. Com dados da DW

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Manipulação e redes sociais: Cuidado com os “bots”

As pessoas interessadas em distorcer informações para favorecer objetivos pessoais ou institucionais estão usando recursos cada vez mais sofisticadas, o que obriga os jornalistas a serem também mais sofisticados na identificação da manipulação de notícias. Por Tom Trewinnard em 15/03/2016 na edição 894 Publicado originalmente no site First Draft News, 12/2/2016 sob o título “Source Verification: Beware of the Bots“. Tradução de Jo Amado. Checar suas fontes é fundamental para qualquer investigação online. Quando você encontra vídeos ou imagens irresistíveis, chegar ao “quem” as fez ou de “onde” vieram é essencial. E os Guias de Checagem Visual do First Draft News fornecem uma excelente visão de conjunto dos itens que devem ser levados em consideração quando se pretende checar uma fonte. Há guias especiais para checagem de fotos e para vídeos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O cenário ideal, evidentemente, é poder falar diretamente com uma fonte, se possível, pelo telefone ou pessoalmente. Mesmo assim, podem ocorrer erros, principalmente quando a fonte está fingindo ser alguma coisa ou alguém que não é. Muitas vezes, essas pessoas são apenas farsantes, mas há uma tendência crescente de casos de pessoas que usam identidade falsa para fins fraudulentos [sockpuppets]: identidades falsas online criadas para atrapalhar determinadas pautas políticas ou sociais. No entanto, as fontes podem não responder quando você tenta falar com elas. Talvez estejam ocupadas, ou talvez não queiram falar com jornalistas. Outro motivo poderia ser que a sua fonte que a sua fonte não seja uma pessoa coisa nenhuma: muitos casos que acontecem em redes sociais são bots [softwares concebidos para simular ações humanas repetidas vezes de maneira padrão, da mesma forma que o faria um robô]. Sockpuppets e bots colocam alguns desafios interessantes para checagem, principalmente em regiões do mundo onde governos os usam para manipular redes sociais (e isso significa uma parte do mundo maior do que você poderia imaginar) e sabendo como localizá-los pode poupar tempo e esforços. Localizando um bot Expor um caso de um bot pode ser de uma facilidade trivial ou ilusoriamente difícil. Veja, por exemplo, estas duas contas do Twitter: No caso do primeiro usuário, inúmeras bandeiras vermelhas aparecem instantaneamente. O nome incompreensível do usuário, a foto do perfil do Twitter com um ovo, o único e breve tweet – este usuário rapidamente se choca com as principais dicas para localizar contas falsas do First Draft. No entanto, a segunda conta, cujo último tweet fala de um preso paquistanês que fugiu de uma prisão em Gidá, na Arábia Saudita, é um desafio mais importante. Um número razoavel de seguidores (embora poucos) , uma boa amostragem de tweets, uma foto da pessoa real no perfil, nomes de usuário e de visualização aparentemente corretos e um conjunto de conteúdos (incluindo foto e vídeo) numa linguagem que poderíamos esperar. Precisamos trabalhar um pouco mais. Primeiramente, vamos checar a foto do perfil. Trata-se de uma imagem original? Tentemos fazer uma busca reversa das imagens : Uma bandeira vermelha que surge imediatamente sugere que a foto do perfil seja, na verdade, de um homem chamado Khalaf Al-Ali, um diplomata saudita assassinado em Bangladesh em 2012. Portanto, talvez este usuário tenha postado sua imagem como uma recordação do diplomata. Continuemos investigando. O segundo passo é ver se conseguimos encontrar uma pessoa chamada Rahi Al-Msalkhe procurando no Google pelo seu nome no idioma árabe. Qual o objetivo dos bots? Não há qualquer retorno senão a conta do Twitter que estamos investigando e outra bandeira vermelha. Talvez esta pessoa tenha posto um nome falso na conta? Não é tão incomum. Como terceiro passo, examinemos com mais cuidado os tweets da conta. Parecem ser, em sua maioria, compartilhamento de links no idioma árabe com dois ou três tweets em inglês. Nada de extraordinário. Após uma breve busca, este tweet parece o mais pessoal e possivelmente dá uma localização: Tradução: “Qual é a melhor loja de chocolate em Gidá?????” É uma boa pergunta, mas parece que ninguém respondeu. Vejamos se alguém mais fez a mesma pergunta no Twitter. Puxa vida! Parece que às 22:15 (horário da Costa Oeste dos Estados Unidos) do dia 14 de janeiro, cerca de 100 contas fizeram exatamente o mesmo tweet. É difícil imaginar uma situação em que isso acontecesse na vida real e, se repetirmos a busca em dois outros tweets de @almsalker881, descobriremos que se trata de um padrão repetido. A esta altura, podemos dizer com segurança que, na melhor das hipóteses, esta conta está comprometida e que muito provavelmente se trata de um bot. Ao clicar em qualquer das contas que tenha feito tweets do conteúdo duplicado, obtemos resultados semelhantes. Qual será o objetivo deste exército de bots? Desconhecendo quem está por trás dele, é difícil dizer. Mas algumas das maneiras que já vimos contas serem usadas por bots e sockpuppetsforam para mandar mensagens não desejadas pela internet e para caluniar ativistas, para apagarhashtags e criticar autoridades e para disseminar desinformação. Consciência das possibilidades Esses esforços por parte de Estados podem ser mais elaborados do que você imagina. Em 2015, o repórter Adrian Chen, do New York Times, publicou uma matéria fascinante com uma visão aprofundada de uma “fábrica de trolls” russa [um departamento aparentemente voltado para disseminar notícias e opiniões pró-Putin nas redes sociais]. Chen rastreia algumas campanhas de desinformação extremamente complexas que o levam de volta à fábrica de trolls. Num exemplo, autoridades e moradores de uma cidade no estado de Louisiana receberam mensagens com advertências sobre uma explosão numa fábrica química e a disseminação de vapores tóxicos. Pelo Twitter, dúzias de contas começaram a enviar mensagens sobre a explosão, citando jornalistas importantes com screengrabs [captura de tela] da CNN.com mostrando as notícias “em cima da hora”. Surgiram vídeos mostrando imagens semelhantes às do Estado Islâmico em que era reivindicada a responsabilidade pela explosão. Rapidamente, apareceu uma página na Wikipedia descrevendo a explosão e fazendo o link entre os vídeos. Tudo isto era falso, inclusive clones que funcionavam como websites do noticiário local e divulgavam a matéria. Esse ataque de desinformação fez-se seguir por

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