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Como o HSBC ‘ajudou’ milionários a sonegar impostos

O banco britânico HSBC “ajudou” clientes ricos a evitar o pagamento de milhões de dólares em impostos por meio de sua filial na Suíça. Filial do HSBC na Suíça foi usada para evitar o pagamento de impostos. O programa de TV Panorama, da BBC, teve acesso a informações sobre contas de 106 mil clientes em 203 países vazadas em 2007 por um ex-funcionário do banco em Genebra, Herve Falciani. O HSBC disse ser “responsável por falha de controle no passado” e que clientes se aproveitaram do sigilo bancário para manter contas não declaradas, mas afirmou ter mudado suas práticas e estar colaborando com as autoridades. “Reconhecemos que os padrões e cultura de diligência no banco privado suíço do HSBC, assim como na indústria como um todo, eram significantemente mais baixos do que hoje”, a instituição acrescentou. O banco agora é alvo de investigações nos Estados Unidos, na França, na Bélgica e na Argentina. Mas nenhuma medida foi tomada até agora contra o banco no Reino Unido, onde está sua sede. Ajuda Manter contas em outros países não é ilegal, mas muitas pessoas as usam para esconder dinheiro das autoridades fiscais de seus países. E, apesar de existirem formas legais para se pagar menos impostos, é ilegal esconder dinheiro para sonegar impostos. Segundo as acusações, o banco não somente fez vista grossa para a evasão de impostos como também ajudou ativamente alguns clientes a violarem a lei. Quando foram introduzidas novas leis na Europa em 2005 obrigando bancos suíços a recolher impostos de contas não declaradas e repassá-los às respectivas autoridades fiscais, o banco escreveu aos clientes oferecendo formas de contornar os tributos. Em um caso mostrado no Panorama, o HSBC deu a uma família abastada um cartão de crédito internacional para fazer saques de dinheiro não declarados em caixas automáticos no exterior. O HSBC nega que os donos das contas listadas estavam evadindo impostos, mas autoridades francesas concluíram em 2013 que 99,8% de seus cidadãos na lista vazada provavelmente praticavam evasão fiscal. Richard Brooks, ex-inspetor fiscal e autor de The Great Tax Robbery, disse: “Acredito que o banco tenha oferecido serviços de evasão fiscal. Eles sabiam muito bem que as pessoas os procuravam para evitar o pagamento de impostos”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Investigação conjunta Lista traz 106 mil clientes de 203 países com contas não declaradas no HSBC na Suíça As milhares de páginas de dados foram obtidas pelo jornal francês Le Monde. Em uma investigação conjunta, os documentos foram repassados para o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ, na sigla em inglês), ao jornal The Guardian, ao Panorama da BBC e a mais de 45 veículos de mídia ao redor do mundo. Estes documentos incluem dados sobre 5.549 contas secretas de brasileiros, entre pessoas físicas e jurídicas, com um saldo total US$ 7 bilhões (R$ 19,5 bilhões). O HM Revenue and Customs, departamento governamental do Reino Unido equivalente à Receita Federal, recebeu os dados em 2010 e identificou 7 mil clientes britânicos que não pagaram impostos. Mas, quase cinco anos depois, apenas um deles foi processado. Segundo o departamento, cerca de 135 milhões de libras (R$ 540 milhões) foram pagos até o momento em impostos, juros e multas por aqueles que esconderam dinheiro na Suíça. O executivo que chefiava o banco na época do esquema, Stephen Green, foi nomeado secretário para Comércio e Investimento do Reino Unido oito meses depois de o departamento do governo britânico ter recebido os documentos vazados e ficou nesta função até 2013. “Por princípio, não comentarei sobre o passado do HSBC”, ele disse ao BBC Panorama. ‘Personalidades renomadas’ Na Argentina, a Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP, na sigla em espanhol) denunciou a filial local do HSBC em novembro de 2014 por supostamente ajudar 4.040 cidadãos do país a evadir impostos. A informação foi obtida pelo governo argentino por meio de um acordo de colaboração com a França. O diretor da AFIP, Ricardo Echegaray, disse na época que entre os suspeitos havia “personalidades renomadas”, mas não revelou suas identidades. Entre os supostos beneficiados pela ajuda do HSBC suíço a clientes de mais de 200 países estão políticos, empresários, estrelas do esporte, celebridades, além de criminosos e traficantes, segundo a investigação. O ICIJ diz que o banco tirou proveito de negociações com “comerciantes de armas…, assistentes de ditadores do Terceiro Mundo, traficantes de diamantes de sangue e outros delinquentes internacionais”. Segundo analistas, as recentes revelações certamente multiplicarão os pedidos por maior controle dos sofisticados esquemas usados por milionários e empresas multinacionais para evadir impostos. BBC

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Sistema bancário contribui para a exclusão social no Brasil

Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostra que o esvaziamento do Estado no mercado financeiro e a redução da quantidade de bancos em operação nos últimos onze anos contribuir para promover mais desigualdade regional. “Nos últimos dez anos houve uma transferência de recursos que serviam de crédito para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil para uma maior concentração na região Sudeste”, destaca Marcio Pochmann, presidente do instituto. A íntegra deste estudo está disponível na página do IPEA. O Brasil tem um sistema bancário incompleto, que contribui para a concentração de riqueza e aumento da exclusão social. É o que mostra o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgado por meio do Comunicado da presidência do instituto apresentado pelo presidente em coletiva à imprensa na sede do Ipea em Brasília. Denominado “Transformações na indústria bancária brasileira e o cenário de crise” o estudo mostra que o esvaziamento do Estado no mercado financeiro brasileiro em nada beneficiou a inclusão social e a popularização bancária.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] A redução da quantidade de bancos em operação nos últimos onze anos contribuiu ainda para promover mais desigualdade regional. “Nos últimos dez anos houve uma transferência de recursos que serviam de crédito para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil para uma maior concentração na região Sudeste”, apontou Pochmann. Segundo o estudo, “ao contrário dos Estados Unidos, que combinou a redução na quantidade de bancos com ampliação do número de agências bancárias, o Brasil apresentou diminuição na quantidade tanto de bancos como no número de agências.” Em 2007, por exemplo, o país possuía somente 156 instituições bancárias, enquanto a Alemanha registrou 2.130 bancos e os Estados Unidos 7.282 bancos. A principal fase de redução da presença dos bancos públicos no Brasil ocorreu entre 1995 e 2001, com uma breve interrupção entre 2001 e 2003, quando voltou novamente a perder importância relativa no total de ativos bancários. Em 2007, o Brasil tinha menos agência por brasileiro do que na década de 80, quando havia, para cada agência, cerca de 8 mil brasileiros. A diferença regional indicada no estudo é alarmante quando se pensa em desenvolvimento de médio e longo prazo no país. “Nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, a relação da população por agência chega a ser quase três vezes maior do que nas regiões Sul e Sudeste”. Entre 1996 e 2006 as três regiões acumulam uma perda de 41,4% na participação relativa no total de crédito. O estudo observa que houve avanço da experiência brasileira de popularização de serviços bancários por intermédio das operações de correspondentes não bancários. “No ano de 2008, por exemplo, o Brasil registrou a presença de 84,3 mil correspondentes bancários operados em locais não bancários como padarias, postos lotéricos, correios, farmácias, entre outros”. Esses avanços, no entanto, não são ideais. “O Brasil precisa avançar rapidamente do ponto de vista da popularização dos bancos”. Ele considera que a constituição de novos bancos, “bancos comunitários como existem nos Estados Unidos e Alemanha, por exemplo, ajudaria não apenas a difundir o crédito, mas torná-lo mais acessível à população que se encontra fora do sistema bancário”. do IPEA.

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Crise Mundial – Os Robôs de Wall Street, eles foram os culpados!

Softwares de inteligência artificial já controlam 40% das ações; e podem ter agravado a crise mundial Os investidores não são os únicos culpados pela crise financeira. Parte da responsabilidade cabe a outro grupo, que pouca gente conhece: os robôs de Wall Street. É isso mesmo. Os principais bancos e corretoras dos EUA entregaram seus investimentos a softwares de inteligência artificial, capazes de raciocinar e agir muito mais rápido que os investidores humanos – tudo para tentar levar vantagem no dia-a-dia do mercado. Segundo a consultoria especializada Aite Group, quase 40% de todas as negociações realizadas nas bolsas americanas já são controladas por esses softwares, que são capazes de tomar sozinhos as decisões de compra e venda e também já controlam parte das operações realizadas em mercados internacionais. Ao todo, as máquinas fazem quase 1 bilhão de transações por dia. Cada empresa do mercado financeiro desenvolve seus próprios softwares, cuja lógica é mantida em segredo. Ninguém sabe exatamente como eles funcionam, mas suas principais táticas são o processamento neural e os robôs têm liberdade para fazer experiências por conta própria até descobrir as melhores estratégias para ganhar no mercado – nem sempre obedecendo aos parâmentros definidos por seus criadores, os investidores humanos. [ad#Retangulo – Anuncios – Esquerda]É aí que entra o problema. Há quem diga que a tecnologia piorou as coisas – confrontados com uma situação inédita, durante o pico da crise financeira, os robôs teriam reagido de maneira agressiva demais. “Os softwares intensificaram as ondas de pânicos no mercado”, diz o analista americano Matthew Samelson, autor de um estudo a respeito. Vários dos bancos que detonaram a crise usavam softwares de inteligência artificial: Citigroup, Lehman Brothers e Bear Sterns, entre outros, haviam delegado parte de suas operações aos robôs financeiros. Mas as finanças computadorizadas vieram para ficar. No ano que vem, mais de 50% das operações em Wall Street serão feitas pelos robôs, que agora estão aprendendo a ler antes de tomar decisões: as agências Reuters e Bloomberg já oferecem notícias financeiras escritas em linguagem de máquina, que os softwares conseguem ler e analisar em frações de segundo. Fonte: Superinteressante

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Banco central a serviço dos banqueiros

O BC vai bem, a serviço da banca O Banco Central está com um parafuso solto. Seu diretor de administração, Altamir Lopes, recomendou à patuleia que, caso ela receba notas manchadas ao sacar dinheiro nos caixas eletrônicos à noite, deverá procurar uma delegacia e registrar um Boletim de Ocorrência. A proposição é absurda, impertinente e facciosa. É absurda porque, se dois irmãos, João e José, saírem pela madrugada e um assaltar uma padaria enquanto o outro vai a um caixa eletrônico para sacar R$ 20, João colocará o butim num envelope de depósitos automáticos e irá para a noite. José, tendo recebido a nota manchada, deverá ir à delegacia registrar o ocorrido. Pelo menos um delegado, em Santo André, com razão, reteve a cédula. É impertinente, porque não há norma que ampare a recomendação desse ritual. Procurando inibir as explosões de caixas eletrônicos, a banca passou a usar um dispositivo que mancha as cédulas. Para impedir que essas notas circulem, o Conselho Monetário Nacional baixou uma Resolução (n 003981). Ela diz que “as instituições financeiras, ao receberem cédulas inadequadas (…) deverão retê-las e recolhê-las ao Banco Central”. Portanto, eles não podem colocar essas notas nos seus caixas eletrônicos, repassando-as a clientes que pagam taxas de R$ 1,30 a R$ 2 pelo saque.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Se os diretores do Banco Central lidam com assuntos da alta finança com a mesma ligeireza com que opinam sobre a baixa poupança, vai-se mal. Querem impor à clientela a obrigação de batalhar numa delegacia pela recuperação de um valor que lhe pertence. A recomendação é demófoba. É no andar de baixo que estão pessoas para quem perder R$ 20 ou R$ 50 significa uma refeição. Levada ao pé da letra, a recomendação deveria pedir que se fizesse um B.O. para que o banco explicasse por que colocou notas manchadas no seu caixa. Parece que a proposta também é inócua, pois a polícia informa que a bandidagem já teria aprendido a limpar a tinta derramada nas notas. Existem no Brasil 180 mil caixas eletrônicos. Estima-se que as chances de uma pessoa receber notas manchadas sejam de três em 100 mil. Admitindo-se que sejam de três em dez milhões as chances de o freguês receber uma nota dessas fora do horário de expediente, o montante de cédulas bichadas que os caixas eletrônicos despejam diariamente dificilmente passaria dos R$ 10 mil. Se os bancos resgatassem as notas no dia seguinte, nenhum deles faliria. Sairia mais barato do que uma consultoria companheira. A troca da nota deve ser feita mediante a exibição do extrato do caixa, registrando-se a transação no cadastro do freguês. Se um cidadão recebe vinte notas manchadas num mês, será possível suspeitar que se trata de um cambista dos assaltantes. A Febraban endossou a recomendação demófoba do BC. Perdeu uma oportunidade de defender os depositantes. Em abril do ano passado, quando o Estado do Rio estava submerso numa enchente que matou perto de mil pessoas, a veneranda guilda da banca teve um apagão moral e informou à patuleia que nenhuma conta ou dívida teria seu vencimento prorrogado. Nos dias seguintes, voltou atrás e desculpou-se. Parecia ter tomado jeito, mas teve uma recaída. Elio Gaspari/O Globo

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Depósitos na poupança não param de crescer

Enquanto a boa e velha caderneta de poupança engorda, os fundos de investimento conservadores oferecidos pelos principais bancos de varejo encolhem. É o que mostra relatório do site financeiro Fortuna, especializado em fundos de investimento. De acordo com os dados compilados no levantamento, o total depositado na poupança não para de crescer desde dezembro de 2006. Na época, a caderneta somava depósitos de R$ 188 bilhões, que subiram para R$ 235 bilhões em dezembro de 2007, R$ 270 bilhões em dezembro de 2008, alcançando R$ 275 bilhões no fechamento de abril deste ano. O salto foi de 46% nos últimos dois anos e quatro meses.    O resultado foi o oposto entre os fundos conservadores (de renda fixa, curto prazo e referenciados DI) oferecidos pelos principais bancos de varejo aos investidores pessoa física, compilados na Seleção AE Fortuna de Fundos Populares. No mesmo período, o patrimônio total depositado nas 189 carteiras da seleção recuou quase 8%: eram R$ 203 bilhões em dezembro de 2006, R$ 195 bilhões em dezembro de 2007, R$ 182 bilhões em dezembro de 2008 e R$ 187 bilhões registrados em abril. No mês passado, destaca o relatório do Fortuna, os depósitos na poupança superavam o patrimônio dos fundos conservadores populares em 47%. “O avanço da poupança sobre os fundos de investimento ocorreu tanto entre as contas com menor volume de aplicação quanto entre as contas com maiores saldos”, segundo o levantamento. Os depósitos da poupança superam o patrimônio dos fundos até determinado nível de aplicação. Em dezembro, as cadernetas com saldos de até R$ 100 mil somavam depósitos totais de R$ 201 bilhões, mais que o dobro dos R$ 99 bilhões de patrimônio acumulados pelos fundos populares de renda fixa, curto prazo e DI com aplicação mínima de até R$ 100 mil. Quando se consideram as contas de poupança com saldo mais polpudo, acima de R$ 100 mil, as cadernetas somavam depósitos de R$ 70 bilhões em dezembro, enquanto os fundos com aplicação mínima de R$ 100 mil tinham patrimônio de R$ 83 bilhões – diferença de 20% em favor dos fundos. Com a proposta de passar a cobrar Imposto de Renda sobre os rendimentos das poupanças de grandes investidores (com saldo na caderneta superior a R$ 50 mil), o governo pode reverter o fluxo para as contas com mais de R$ 100 mil e redirecioná-lo para os fundos que exigem aplicações iniciais mais altas, conclui o relatório. “No entanto, ao não alterar a remuneração mínima da poupança (de 6,17% ao ano mais Taxa Referencial, a TR), o fluxo de recursos para contas com saldo de até R$ 100 mil deve continuar.” Sendo assim, a avaliação é de que a opção pela tributação a partir de 2010 não deverá afetar a dinâmica dos fundos voltados a investidores pessoa física, tampouco a evolução dos depósitos na poupança. Na visão do diretor do Fortuna, Marcelo DAgosto, uma alternativa que não está sendo considerada pelo governo deveria ser a primeira a ser tomada: a unificação das alíquotas de Imposto de Renda dos fundos de investimentos e outras aplicações financeiras. “Hoje há muita distorção nas taxas de administração cobradas pelos bancos e uma das razões são as alíquotas diferenciadas”, afirma. Atualmente, os rendimentos dos fundos de renda fixa, por exemplo, estão sujeitos a uma tabela regressiva de IR, com alíquotas entre 22,5% e 15%, a depender do prazo da aplicação, enquanto os fundos de ações têm uma alíquota fixada em 15%. “A unificação das alíquotas permitiria saber o valor justo da taxa de administração de um fundo.” do Estadão

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Caderneta de poupança, a pior decisão

Pois bem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preocupado com os efeitos políticos na mudança do cálculo dos rendimentos da caderneta de poupança, pode optar pelo pior caminho. Em vez de enfrentar tecnicamente o problema, tende a tomar medidas paliativas em seu governo, deixando a resolução final para o próximo presidente. Uma decisão que contrasta com aquele presidente do primeiro mandato, que não se cansava de repetir não ter receios de tomar medidas impopulares em nome da estabilidade econômica. Agora, parece se curvar às pressões politiqueiras. Pior ainda é que o caminho que vem sendo desenhado como preferido pelo presidente pode acabar beneficiando exatamente aquela turma que alguns petistas adoram atacar, mesmo muitos fazendo parte dessa galera: os rentistas. Isso mesmo, Lula pode isentar de alguns impostos as aplicações financeiras em fundos de investimentos. Objetivo: torná-los mais atraentes que a caderneta de poupança. Dentro do governo, auxiliares de Lula culpam a oposição de ter transformado o caso da poupança numa bandeira política. Com isso, teria ficado impossível seguir pelo caminho mais racional. Qual seja? Acabar com aquela parcela de juros tabelados para o rendimento da caderneta de poupança. Se um dia isso fez sentido, no cenário que se desenha para o Brasil perdeu totalmente a razão de existir. Com a taxa básica de juros do Banco Central caindo, caminhando para ficar abaixo dos dois dígitos, esse rendimento tabelado trabalha contra o bom funcionamento da economia. Bem, explicando um pouco melhor o caso, hoje a poupança rende 6% de juros garantidos todo ano, mais a variação da TR (Taxa Referencial) –calculada com base na média dos juros cobrados por bancos na negociação de CDBs. Com os juros do BC caindo, os fundos de investimentos –aplicação preferida da classe média para cima– estão perdendo competitividade. Resultado: há o risco de uma migração de dinheiro dos fundos para a caderneta de poupança. E risco porque, nesse caso, o governo poderia ter dificuldades em rolar sua dívida, financiada pela grana dos rentistas aplicada nos fundos de investimento. O governo deveria enfrentar de frente o caso e propor o fim dos juros tabelados de 6% anuais, deixando que cada banco ofereça a remuneração mais apropriada de acordo com as força do mercado. Mas só que a oposição disse que isso poderia representar um confisco ao estilo Fernando Collor –o que é uma grande mentira, mas na guerra política, infelizmente, tudo vale–, o suficiente para o governo Lula balançar e, pelo visto, optar pelo caminho mais fácil. Só que não o mais correto. da FOLHA

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Semana Santa – O que funciona no Feriado

Veja agora o que irá funcionar e o que não abre durante a Semana Santa a partir desta quinta-feira (9) até domingo (12). NÃO FUNCIONAM Quinta-feira Escolas e universidades Sexta-feira Comércio, shoppings centers e bancos Domingo Escolas e universidades, comércio e shoppings centers FUNCIONAM Sexta-feira Supermercados, praças de alimentação e cinemas Domingo Supermercados, praças de alimentação e cinemas

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Sistema bancário próximo do colapso

Paul Krugman* O camarada Greenspan deseja que nos apoderemos do alto comando econômico. Tudo bem, não é exatamente isso o que está acontecendo. O que Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve (o BC americano) – e aguerrido defensor do livre mercado – disse foi: “Pode ser necessária a estatização temporária de alguns bancos para facilitar uma rápida e ordenada reestruturação do sistema”. Eu concordo. Os defensores da estatização levam em consideração três observações. Em primeiro lugar, alguns grandes bancos estão perigosamente perto do abismo – na verdade, já teriam falido se os investidores não esperassem um resgate governamental caso surgisse a necessidade. Em segundo, os bancos precisam de resgate. O colapso do Lehman Brothers quase destruiu o sistema financeiro mundial, e não podemos correr o risco de deixar que instituições muito maiores, como o Citigroup, implodam. Em terceiro lugar, embora os bancos precisem de resgate, o governo dos EUA não pode bancar, tanto fiscal quanto politicamente, a distribuição de imensos presentes entre os acionistas. Sejamos concretos. Há uma chance considerável – não é uma certeza – de que o Citi e o Bank of America (BofA), juntos, percam centenas de bilhões de dólares nos próximos anos. E o capital deles, o excedente dos seus ativos em relação aos passivos, está muito aquém de poder cobrir essas perdas em potencial. O único motivo pelo qual essas instituições ainda não faliram é a atuação do governo, que age como anteparo, garantindo implicitamente suas obrigações. Mas se trata de bancos zumbis, incapazes de proporcionar o crédito do qual a economia necessita. Para pôr um fim a esse estado de morte em vida, os bancos precisam de mais capital. Mas esse não pode ser obtido com os investidores privados. Assim, o governo precisa fornecer os fundos necessários. Mas é aí que está o problema: os fundos necessários para devolver esses bancos à vida excedem em muito o valor dos mesmos. Citi e BofA têm juntos um valor de mercado inferior a US$ 30 bilhões, e mesmo esse valor tem por base a esperança de que os acionistas recebam parte da oferta do governo. Se o governo vai entrar com todo o dinheiro, deveria ficar com a propriedade dos bancos. Ainda assim, a estatização é antiamericana? Não, é tão americana quanto a torta de maçã.

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Karl Marx era melhor que Nostradamus

Que centúrias que nada! Nostradamus, Mãe Dinah, Irmã Jurema, Pai Ambrósio, como videntes e advinhos, não dão nem pro começo diante do velho, e sempre atual, Karl Marx. Olha só o que o barbudo alemão escreveu em 1867 no célebre “O Capital”: “Os donos do capital vão estimular a classe trabalhadora a comprar bens caros, casas e tecnologia, fazendo-os dever cada vez mais, até que se torne insuportável. O débito não pago levará os bancos à falência, que terão que ser nacionalizados pelo Estado”. A bola de cristal, quer dizer, os neurônios do filósofo do socialismo, deviam ser mesmo de alta resolução.

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Fórum de Davos – Brasil passa de vidraça a estilingue

O Brasil, zil,zil, que nas outras edições do Fórum Econômico Mundial foi saco de pancada dos países desenvolvidos. agora, em Davos, passa a ser cortejado como se fosse a “última Coca Cola do deserto”. Na matéria abaixo, fica claro que, tirando os catastrofistas contumazes e os oposicionistas empedernidos, que torcem pelo pior, a política econômica herdado de FHC e incrementada pelo governo Lula começa a dar frutos. da Folha de São Paulo Maria Cristina Frias – Enviada especial a Davos José Sergio Gabrielli, o presidente da Petrobras, foi escolhido por seus pares das empresas do ramo para presidir a “Cúpula da Energia”, que faz anualmente seu encontro em Davos. Passará, pois, a coordenar as reuniões do grupo, que conta com as grandes petrolíferas do planeta, estatais ou privadas. A escolha de Gabrielli é uma óbvia homenagem à empresa que preside, especialmente em foco depois das descobertas no pré-sal. Mas é também um homenagem ao Brasil, que, neste ano, no encontro do Fórum Econômico Mundial, passou nitidamente da velha condição de vidraça para a de estilingue. Tanto é assim que Ricardo Villela Marino, executivo-chefe para a América Latina do banco Itaú e eleito um dos jovens líderes globais deste ano pelo Fórum, estufou o peito para dizer que “o Brasil e os bancos brasileiros não são parte do problema, são parte da solução”, sendo o mal, como é óbvio, a crise. Marino lembrou os “bilhões” despejados pelo mundo rico para evitar a quebra de seus bancos e emendou: “Nada disso aconteceu no Brasil”. Logo depois, Gabrielli tomou a palavra para fazer outra comparação representativa da troca de vidraça por estilingue. Afirmou que não era só no setor bancário que o Brasil tinha algo a ensinar ao mundo rico. “Também em matéria de política fiscal sadia estamos melhor que os Estados Unidos” [cujo déficit cresce a cada hora]. O bordão “política fiscal sadia” foi usado pelo mundo rico anos a fio para passar sermões em empresários e autoridades brasileiros. Que Gabrielli o use agora tem sabor de vingança. Na sua vez, o chanceler Celso Amorim lembrou, por exemplo, dos US$ 20 bilhões que as empresas brasileiras investiram no exterior, quando, em anos anteriores, empresários e autoridades brasileiras usavam Davos para uma espécie de passada de chapéu, implorando por investimentos externos.

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