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Aumento de lucros: Bancos brasileiros desfrutam da crise de forma notável

 Ao contrário de quase todos os setores do país, bancos vivem uma ótima fase, garantida pelo aumento da taxa de juros. Porém, a boa fase não vai durar para sempre (Foto: contrafcut.org) A escolha de Usain Bolt para ilustrar anúncios do banco Original não poderia ser mais acertada. Assim como o velocista jamaicano, os lucros do banco, que tem apenas cinco anos, apresentaram um desempenho meteórico. Somente no ano passado, o Original teve um aumento de lucro de 50%, ficando em R$ 111 milhões. Além disso, os empréstimos concedidos pelo banco cresceram dois terços, chegando a R$ 4,25 bilhões. Tudo isso em pleno momento que o país passa por uma forte recessão. O desempenho do Original exemplifica como os bancos brasileiros vêm desfrutando da crise de forma notável. No ano passado, os quatro maiores bancos do país registraram um lucro somado de 61,948 bilhões, um aumento de 27% em relação ao ano anterior. Em parte, essa boa fase pode ser explicada pela alta taxa de juros, atualmente em 14,25%. Com a taxa mais alta, os empréstimos ficam mais caros, aumentando o lucro dos bancos. Mas os bancos têm reagido com sensatez à boa fase. Isso prova que aprenderam a lição da crise bancária ocorrida entre 1995 e 1998, quando a perda das receitas inflacionárias gerada pelo Plano Real obrigou o setor a passar por uma intensa reestruturação. Os bancos têm consciência de que a boa fase não vai durar para sempre. Isso porque junto com a recessão ocorre o aumento da inadimplência, prevista para crescer este ano. Para completar, é improvável que haja um novo aumento da taxa de juros. Fontes: Opinião e notícia The Economist-Defying gravity

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Sob o espectro de uma nova crise financeira

Altas expressivas nas ações e imóveis, em meio a estagnação econômica, sugerem: desigualdade é inédita; excesso de dinheiro em poucas mãos está gerando “bolhas” insustentáveis. Se há uma lição a se tirar da história de obsessões, pânicos e quebras no setor financeiro é que os banqueiros nunca resolvem suas próprias crises: eles apenas giram em círculo, sempre passando a batata quente da catástrofe iminente para os outros e transferindo sistematicamente o fardo do ajuste para os membros mais fracos da sociedade. O resultado é que a maneira com que uma crise em particular é “solucionada” inevitavelmente acaba lançando as sementes da próxima. Desta vez não está sendo diferente. Nos últimos meses, em meio a um crescente entusiasmo sobre uma incipiente recuperação econômica global, alguns investidores e reguladores começaram a expressar sua preocupação com o crescimento de um conjunto de grandes bolhas de ativos espalhadas pela economia mundial. Seja pela disparada dos preços dos imóveis em Londres, pela alta recorde no mercado de ações de Wall Street ou por investidores se estapeando para emprestar para governos europeus altamente endividados ou disputando ações de empresas recém-lançadas (start-ups) de energia e tecnologia nos Estados Unidos, uma coisa é clara: estamos em meio a um novo frenesi especulativo de grandes proporções.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] TEXTO-MEIO Essa observação pode parecer estranha para alguns. Não era para estarmos ainda nos estágios finais da última crise? Por que alguém ia querer apostar seu capital se as oportunidades de investimentos lucrativos são ainda tão poucas e distantes entre si? Bem, este é precisamente o problema: os preços dos ativos agora se desvincularam completamente dos seus fundamentos da economia. Em anos recentes, a crise do capitalismo de cassino foi retardada com sucesso por meio da inflação, induzida pelos bancos centrais, de um conjunto de bolhas monstro nos imóveis, nas ações e nos títulos. Enquanto as vastas maiorias das sociedades arrastam-se em uma estagnação que parece interminável, os especuladores estão tirando vantagens. Em outras palavras: as causas profundas da crise financeira de 2008 nunca foram realmente solucionadas – os formuladores de políticas simplesmente contornaram alguns dos sintomas (e nem mesmo todos eles!). Os governos socorreram bancos insolventes com dinheiro de impostos, endividando-se pesadamente no processo, enquanto os bancos centrais ligaram as impressoras para injetar trilhões de dólares no sistema financeiro. O resultado, trocando em miúdos, foi a acumulação de um grande excesso de dinheiro no setor financeiro e uma aguda escassez em todas as outras áreas. O que temos aqui, portanto, é o clássico exemplo do que David Harvey chama de problema de absorção do excedente de capital: um excesso de capital ocioso convive com um excesso de força de trabalho – e de algum modo o sistema não consegue combinar ambos para gerar resultados produtivos. Como disse um banqueiro para o Financial Times, “o que de fato está conduzindo toda essa atividade é mais a disponibilidade de capital do que os fundamentos da economia. Ele apenas chega às pessoas que precisam dispender capital”. Os investidores lidaram com esse problema da mesma maneira que sempre fizeram: varrendo a superfície da Terra em uma busca frenética pelos rendimentos mais altos possíveis. Enquanto a demanda continua baixa e o crescimento estagnado, os rendimentos nos chamados investimentos “produtivos” não serão muito atraentes para o apostador médio. De modo que os investidores estão retornando ao mesmo tipo de apostas especulativas de alto risco/alto retorno que causaram o início do derretimento financeiro de 2008. Os resultados foram gritantes. Apenas três anos depois de a Grécia concluir a maior reestruturação de sua dívida soberana na história do capitalismo, os mercados de títulos globais estão novamente em chamas. Numa enquete no Reino Unido, quase quatro em cada cinco gestores de fundos das grandes empresas negociadoras de títulos expressaram uma preocupação de que os títulos estão hoje “mais sobrevalorizados do que nunca e que os títulos dos governos são a categoria de ativos mais sobrevalorizada de todas”. John Plender do Financial Times acusou o Banco Central Europeu de estar alimentando diretamente essa bolha por meio da chamada “flexibilização quantitativa” — a impressão de dinheiro, para comprar antecipadamente títulos da dívida pública. Os mercados de títulos de governos deveriam ser espaços sedados, desprovidos das emoções e entusiasmos que caracterizam as ações. Não é mais assim. Desde que os bancos centrais começaram a ampliar suas planilhas de balanço, os títulos das dívidas soberanas tornaram-se atraentes a ponto de investidores comprarem mais de US$ 2 trilhões deles com rendimento negativo, sobretudo na Europa. Nem na Depressão dos anos 1930 as taxas de juros caíram abaixo de zero. Será este um estranho caso – uma bolha do mercado de títulos? Não são apenas as dívidas dos governos que estão florescendo. Só no ano passado, empresas estadunidenses emitiram impressionantes US$ 1,43 trilhão em títulos corporativos; 27% mais que venderam no pico da última bolha em 2007. De fato, um argumento razoável poderia ser que a suposta recuperação dos Estados Unidos dos últimos anos tenha se baseado inteiramente numa bolha do setor energético – que já teria explodido devido à queda do preço do petróleo – e uma bolha ainda maior do setor de tecnologia. O investidor bilionário Mark Cuban advertiu recentemente que a atual é “ainda pior que a bolha de tecnologia de 2000”, e que agora também está prestes a explodir. Quando esse superexcitado mercado de títulos corporativos entrar em colapso, ele vai inevitavelmente derrubar as bolsas junto. Os preços das ações têm crescido continuamente desde que chegaram ao fundo do poço, em março de 2009, após a última quebra. O índice S&P 500, da bolsa de valores de Nova York, disparou surpreendentes 200% desde então, e o Nasdaq — outro índice, que mede a evolução das ações de empresas de tecnologia — recentemente ultrapassou os 5 mil pontos pela primeira vez desde o estouro da bolha das empresas “pontocom”. O fato de esses seis anos de mercado em alta coincidirem com a mais profunda crise econômica desde a Grande Depressão deveria ser suficiente para suscitar uma pausa para

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Folha de S.Paulo ataca quem investiga a gatunagem na Operação Zelote

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) respondeu à crítica do jornal Folha de S. Paulo, que o acusa de “inflar” a operação Zelotes. Segundo o jornal, em texto do colunista Leonardo de Souza, o parlamentar quer que a Zelotes seja um contraponto à operação Lava Jato, com o intuito de abafar esta última. Pimenta rebateu. “A imprensa brasileira trabalha os casos de corrupção não a partir do ato em si, mas, sim, a partir de quem praticou a corrupção e quem está envolvido nesses escândalos. Só depois desse filtro, dessa censura prévia, e só depois de verificar se não irá atingir interesses dos grupos econômicos influentes, é que a imprensa decide qual o tamanho da cobertura jornalística que dedicará, ou, então, se irá varrer os acontecimentos para debaixo do tapete, sumindo com esses fatos do noticiário. A mídia conhece, mais do que ninguém, os limites da sua liberdade de expressão, até onde pode ir e sobre o quê e quem falar. Nesse sentido, e parafraseando o próprio colunista Leonardo Souza, “é uma pena que o ímpeto apurativo da imprensa brasileira não se dê pela vontade genuína de ver um Brasil limpo da corrupção””, afirma o petista.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Folha de S.Paulo ataca quem investiga a Zelotes Para minha surpresa, nesta quinta-feira (21), o colunista da Folha de S.Paulo Leonardo Souza iniciou uma “cruzada” contra todos aqueles que lutam para que não haja uma operação abafa sobre a Operação Zelotes. Acuada que está, a mídia faz diversas tentativas para desqualificar tanto a Zelotes quanto o episódio das contas secretas do HSBC na Suíça, conhecido como escândalo Swissleaks, pois ela não sabe QUEM as investigações poderão “pegar”. O que se sabe é que nesses dois escândalos bilionários de sonegação há empresas de mídia e nomes ligados a grupos de comunicação envolvidos. Como a imprensa não controla esses episódios, ela busca estratégias para retirar a autoridade do trabalho investigativo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, ou daqueles que buscam dar visibilidade à Operação Zelotes. A imprensa, basicamente, não se ocupa da Operação Zelotes por três motivos: o escândalo bilionário não envolve a classe política (os envolvidos são empresas privadas, anunciantes da própria mídia); há grupos de mídia investigados; e porque parte da imprensa sustenta que sonegar é um ato aceitável, e que não se trata, portanto, de corrupção. Chama atenção que o colunista Leonardo Souza jamais se deteve em profundidade ao assunto para informar à sociedade o que é o Carf, o que é a Operação Zelotes, como é que agiam as quadrilhas que se apropriaram de uma estrutura como o Carf para defesa dos seus próprios interesses. Pelo que se sabe, o colunista não moveu até agora uma palha para tentar esmiuçar o assunto. Quando não cala sobre a Zelotes, o colunista Leonardo Souza prefere fazer juízo de valor sobre a minha atuação, tentando colocar sob suspeita as reais intenções do nosso trabalho. Lamento que, mesmo tendo gasto grande quantidade de papel e tinta acompanhando a Operação Zelotes e a nossa atividade parlamentar, o colunista da Folha de S.Paulo o faça sem reconhecer a realidade dos fatos, sob a frágil alegação de que os esforços engendrados por nosso mandato tenham a única finalidade de desviar a publicidade da operação Lava Jato. Qual o motivo de tratar a Lava Jato e a Zelotes como concorrentes, e não como casos de corrupção de forma semelhante, respeitando o direito que a sociedade tem de ser informada? Se o raciocínio do tal colunista procedesse, seria possível afirmar que a mídia só cobre a Lava Jato com objetivo de ofuscar a Zelotes. Sim, Leonardo, que as autoridades investiguem a fundo a Lava Jato, a Zelotes, o HSBC, o Mensalão Tucano, o Trensalão Tucano de São Paulo e todos os casos de corrupção do país, bem diferente do que ocorria até o final dos anos 1990, quando muitos casos de corrupção eram engavetados. E que a imprensa, por sua vez, noticie todos os casos de corrupção do país. E quando for cobrada de que não está cumprindo com o papel de informar e servir ao cidadão, de que está agindo como a quadrilha que atuava no Carf defendendo apenas seus próprios interesses, que a imprensa não busque o caminho dos ataques, da desqualificação e das suposições baseadas em ufanismos editoriais ideológicos. Que não seja autoritária como os censores da ditadura! Que não tente calar e sufocar a voz daqueles que buscam chamar atenção para a roubalheira que foi feita no Carf. Que não censure! Que não faça o que justamente critica. Combata a censura, a si próprio, e não quem defende a liberdade para se falar da Zelotes e de todos escândalos de corrupção. Por respeitar e confiar na independência do poder judiciário é que buscamos tratamento isonômico a todas as investigações criminais envolvendo o desvio de verbas públicas. Acreditamos que entre os excessos a Operação Lava Jato e a negligência dedicada à Operação Zelotes deve existir um caminho do meio. As estratégias da mídia são velhas conhecidas. O que há de novo é que, agora, não há mais como impedir que o público tenha acesso às informações de que os grandes grupos de comunicação estão envolvidos tanto no Swissleaks quanto na Zelotes, que apuram sonegação fiscal, corrupção, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Infelizmente, a imprensa brasileira trabalha os casos de corrupção não a partir do ato em si, mas, sim, a partir de quem praticou a corrupção e quem está envolvido nesses escândalos. Só depois desse filtro, dessa censura prévia, e só depois de verificar se não irá atingir interesses dos grupos econômicos influentes, é que a imprensa decide qual o tamanho da cobertura jornalística que dedicará, ou, então, se irá varrer os acontecimentos para debaixo do tapete, sumindo com esses fatos do noticiário. A mídia conhece, mais do que ninguém, os limites da sua liberdade de expressão, até onde pode ir e sobre o quê e quem falar. Nesse sentido, e parafraseando o próprio colunista Leonardo Souza, “é

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Edgar Morin integra frente de intelectuais franceses contra a ‘barbárie da sonegação’

‘Devemos resistir a uma forma de barbárie que é gelada: a barbárie do cálculo e dos juros. Sou contra a sonegação e os procedimentos do HSBC’ Desde o dia 12 de fevereiro, o inquérito sobre o “furto coletivo” de oito cadeiras da agência do HSBC em Bayonne (na parte francesa do País basco) enfrenta dificuldades aparentemente intransponíveis. No dia 18 de fevereiro, três destas cadeiras foram encontradas durante uma ação de busca e apreensão na sede da organização ambientalista Bizi (“Viver” em basco). A associação havia realizado, em plena luz do dia e com rostos descobertos, uma “requisição cidadã” de móveis daquela agência em protesto contra o esquema de evasão fiscal organizada pelo banco HSBC, no montante de 180 bilhões de euros – o crime financeiro revelado alguns dias antes, no chamado caso Swissleaks.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Até hoje, cinco das cadeiras ainda não foram encontradas, apesar dos esforços da polícia: ativistas do Bizi foram intimados, sofreram duros interrogatórios e tiveram que fazer exames de DNA. “Recursos inacreditáveis” para encontrar as cadeiras Em 31 de março, Txetx Etcheverry, um dos fundadores da associação basca, foi ouvido pela terceira vez pela polícia sobre a ocultação das cinco cadeiras, de que são acusados outros militantes como Thomas Coutrot, co-presidente da associação Attac, Florent Compain, presidente dos Amigos da Terra, Vincent Drezet, secretário-geral do sindicato Solidárias Finanças Públicas (primeiro sindicato da direção geral das finanças públicas) e Patrick Viveret, presidente do Movimento SOL – “por uma apropriação cidadã do dinheiro”. No depoimento, o militante basco declarou: “Os inacreditáveis recursos utilizados na busca das cinco cadeiras torna ainda mais cínica e escandalosa a falta de medidas para recuperar os muitos bilhões de euros sonegados a cada ano dos cofres europeus, de acordo com o ex-comissário europeu Michel Barnier”. A partir de então, a causa e a ação da Associação Bizi ganharam o apoio de um grande número de associações. E atraíram a atenção de algumas personalidades, que decidiram declarar publicamente sua “cumplicidade” com os ambientalistas bascos. No dia 8 de abril, Patrick Viveret, filósofo, ex-auditor do Tribunal de Contas e ex-assessor do ex-primeiro ministro Michel Rocard, organizou uma reunião em Paris, na casa do sociólogo Alain Caillé. Estiveram presentes, entre outros, o filósofo e ex-membro da Resistência francesa Edgar Morin, o financista e também antigo resistente Claude Alphandéry e a ensaísta franco-americana Susan George. Todos fizeram questão de se sentar na cadeira do HSBC levada por Patrick Viveret. “Resistir contra duas barbáries” Edgar Morin, feliz e cheio de energia aos 93 anos, comentou que tanto ele quanto seu amigo Claude Alphandéry estavam presentes com o mesmo espírito que os levou à Resistência francesa durante a Segunda Guerra, “mas também de outras resistências bem menos perigosas, mas que nos mobilizam da mesma forma”. “Contra o que devemos resistir hoje? Há duas formas de barbárie. Aquela que todos conhecemos, cometida pelo Estado Islâmico e por diversos grupos fanáticos. Mas também há outra barbárie, que é fria, gelada: é a barbárie do cálculo, do dinheiro e dos juros. Devemosresistir a ambas”, afirmou, com entusiasmo. Descrevendo sua solidariedade com a associação Bizi de “ato de resistência”, Morin completou: “Quando éramos contra a ocupação nazista, era em nome da liberdade. Hoje, pelo bem da França e o bem-estar dos franceses, sou contra a sonegação e os procedimentos de bancos como o HSBC”. Antoine Peillon, do La Croix – Tradução de Clarisse Meireles – Créditos da foto: Paolo Sacchi

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Senador Randolfe: “Diante das informações divulgadas, vamos chamar Armínio Fraga para depor na CPI do HSBC”

A  Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigará as contas dos 8.667 clientes brasileiros no HSBC da Suíça  está pronta para ser instalada no Senado. Nessa quarta-feira 18,  foram anunciados no plenário os nomes dos parlamentares que a integrarão. Os trabalhos devem começar até a próxima terça, 24 de março. “Esta CPI tem de acesso à toda lista do HSBC”, frisa o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) em entrevista ao Viomundo.”Ter conta no exterior não é crime, mas em torno desse caso existem indícios muito suspeitos.” Randolfe foi quem propôs a criação dessa CPI. “Nós vamos solicitar a colaboração da Receita Federal e do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]“, expõe o senador. “Nós temos de saber como tantas contas foram registradas em outro país e se esses órgãos têm controle delas. Nós pretendemos também ter contato com as autoridades francesas e suíças.” O senador já tem alguns requerimentos para começar os depoimentos na CPI. A sua intenção é chamar os nomes de maior repercussão. “Obviamente o nome do senhor Armínio Fraga se encaixa entre os que chamaremos para depor”, diz. Fraga é ex-presidente presidente do Banco Central (BC). Se o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tivesse ganho a eleição presidencial de 2014, seria o seu ministro da Fazenda.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Mas, primeiro,vamos confirmar a existência, a natureza e o motivo dessa conta no HSBC da Suíça, para saber se houve alguma irregularidade”, prossegue. “Agora, diante das informações divulgadas hoje [18 de março], seguramente vamos chamar o senhor Armínio Fraga para depor na CPI do HSBC.” Nessa quarta-feira 18, em reportagem publicada no R7  e reproduzida no Viomundo, o repórter Amaury Ribeiro Jr. revelou que um fundo de investimento nas Ilhas Cayman administrado por Fraga está sob investigação nos EUA. As Ilhas Cayman é notório paraíso fiscal no Caribe. Amaury Ribeiro denuncia: O fundo, intitulado Armínio Fraga Neto-Fundação Gávea, é suspeito de distribuir para a Suíça e outros paraísos fiscais dinheiro sem origem comprovada. As autoridades norte-americanas chegaram ao fundo após investigar a lista dos clientes de todo mundo que mantinham contas no HSBC da Suíça. O tucano e seu fundo, isento de impostos no Brasil por ser uma organização filantrópica, deixaram rastros bem detalhados na lista do HSBC. De acordo com uma fonte do FBI (a Polícia Federal dos EUA) ligada a operações de lavagem de dinheiro, em 2004 o fundo nas Ilhas Cayman enviou U$ 4,4 milhões para outra conta da mesma fundação no HSBC da Suíça. Os dados apurados apontam que a conta beneficiada era uma conta de compensação. Conhecida como conta-ônibus, esse tipo de conta só serve para transportar dinheiro de um paraíso fiscal para outro. É uma conta, por exemplo, onde não se pode fazer nenhum tipo de investimento. Os documentos levantados pelas autoridades norte-americanas mostram ainda que antes de cair no HSBC o dinheiro foi transferido para outra conta-ônibus do ex-ministro no Credit Bank da Suiça. No mundo da lavagem de dinheiro há uma premissa: quanto mais rodar em conta-ônibus, mais limpo fica o dinheiro até chegar ao seu destino final. As investigações apontam que após ser lavado na Suíça o dinheiro voltou limpo para a conta de Fraga no America Bank de Nova York. A papelada comprova ainda que, para se livrar da tributação de impostos, Armínio declarou à Receita que a Fundação Gávea era filantrópica, ou seja, isenta de tributos. Mas, num lapso de memória, enviou o dinheiro para o Caribe por meio de sua conta pessoal no HSBC. Os investigadores pediram a quebra de sigilo do fundo. Ou seja, serão revelados os nomes dos tucanos e de outros brasileiros que usaram esse duto para enviar dinheiro ao Exterior. Ao R7, que publicou originalmente a matéria de Amaury Ribeiro Jr, Armínio Fraga disse que a investigação nos EUA é “100% ficção”, mas admitiu que o fundo existiu. A lista completa dos senadores que integrarão a CPI do  HSBC é esta: Titulares Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) Paulo Rocha (PT-PA) Fátima Bezerra (PT-RN) Regina Souza (PT-PI) Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) Blairo Maggi (PR-MT) Ricardo Ferraço (PMDB-ES) Waldemir Moka (PMDB-MS) Sergio Petecão (PSD-AC) Acir Gurgacz (PDT-RO)  Suplentes Ciro Nogueira (PP-PI) Paulo Paim (PT-RS) Aloysio Nunes (PSDB-SP) José Medeiros (PPS-MT) Wellington Fagundes (PR-MT) por Conceição Lemes/Viomundo

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SwissLeaks: Fortunas secretas brasileiras na Suíça

Responsáveis por alguns dos maiores escândalos de corrupção no país têm contas no HSBC. Envolvidos em escândalos de corrupção milionários no Brasil estão entre as milhares de pessoas que guardaram dinheiro em contas secretas na Suíça. No acervo de 8.687 brasileiros que foram correntistas do HSBC em Genebra, surgem ao menos 23 personagens de dez casos de suspeita de desvio de dinheiro público ou fraudes em instituições financeiras, incluindo o caso Alstom, a operação Lava-Jato e fatos mais antigos, como a máfia que desviou US$ 310 milhões entre 1989 e 1991 da Previdência Social. A revelação dos nomes, que faz parte de uma detalhada apuração conduzida nas últimas semanas pelo GLOBO em parceria com o UOL, é o ponto de partida de uma série de reportagens sobre as contas secretas do HSBC, que ficaram conhecidas no mundo como SwissLeaks (vazamentos na Suíça). Os personagens foram descobertos em consulta a um conjunto de dados vazados em 2008 de uma agência do “private bank” da sede da instituição financeira em Genebra. O acervo contém informações, que datam de 2006 e 2007, sobre 106 mil clientes de 203 países. Juntos, eles movimentar valor superior a US$ 100 bilhões. Como as informações vazadas são incompletas, não se sabe precisamente o montante do dinheiro que circulou por essas contas. O levantamento, com base nos valores disponíveis, encontrou saldos de brasileiros que variaram de US$ 1,3 mil a US$ 6,9 milhões. Ter uma conta numerada na Suíça não pressupõe, a princípio, nenhum crime, desde que haja declaração à Receita Federal e ao Banco Central. Mas a natureza das contas garante a seus donos anonimato, o que chamou a atenção de autoridades brasileiras que investigam o caso.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Na lista de antigos correntistas aparece o nome do empresário Henry Hoyer de Carvalho, ex-dirigente da Associação Comercial e Industrial da Barra da Tijuca, citado em fevereiro em depoimentos tomados pela Operação Lava-Jato como operador do esquema de pagamento de propinas por contratos da Petrobras para parlamentares do PP. De acordo com os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef, Hoyer, ex-sócio do empresário e ex-senador Ney Suassuna, passou a atuar como repassador do dinheiro ao partido após a morte de José Janene, em 2010. Outro escândalo recente com personagens no acervo do HSBC é o caso Alstom, suposta formação de cartel para licitações no Metrô de São Paulo e do Distrito Federal e na Companhia Paulistana de Trens e Metrô (CPTM). Dois ex-engenheiros, que foram dirigentes do Metrô, Paulo Celso Mano Moreira da Silva e Ademir Venâncio de Araújo, abriram contas na Suíça na época em que a estatal assinou um controverso contrato com a multinacional francesa Alstom. Três personagens-chave de um esquema que ficou marcado como a maior fraude já cometida contra a Previdência Social no Brasil também aparecem na lista: o juiz Nestor José do Nascimento, o advogado Ilson Escossia da Veiga e o procurador do INSS Tainá de Souza Coelho (os dois últimos já falecidos). O escândalo foi revelado em 1992 e, segundo cálculos da época, houve um rombo de pelo menos US$ 310 milhões aos cofres públicos. O grupo transformou pequenas indenizações trabalhistas em quantias vultuosas, que eram divididas pelos fraudadores. Casos de supostas fraudes no mercado financeiro também têm personagens com contas no HSBC. É o caso do banqueiro Ezequiel Nasser, do Excel, que adquiriu em 1996 o Banco Econômico, vendido numa crise de liquidez em 1998. Em seguida, passou a ser alvo da Justiça, ao lado de outros membros da família Nasser. Até hoje, Ezequiel e Jacques devem à Comissão de Valores Mobiliários multas que, somadas, passam de R$ 45 milhões. Recentemente, Ezequiel foi condenado pelo TRF da 1º Região a cinco anos, dois meses e 12 dias de reclusão por supostas fraudes na gestão do banco, mas ainda cabe recurso. O ex-gerente do Excel nas Bahamas, denunciado pelo Ministério Público Federal mas absolvido, Alain Bigio, também aparece na lista do HSBC. Cinco outros correntistas brasileiros figuram em esquema de fraude em licitações do Ministério da Saúde investigado, entre 2005 e 2011, pelo Ministério Público e PF, nas operações Roupa Suja e Sexta-Feira 13: os empresários Vittorio Tedeschi e Ettore Reginaldo Tedeschi, e os doleiros Henoch Zalcberg, Dario Messer e Rosane Messer. Os escândalos na saúde incluem ainda Joaquim Pizzolante, ex-presidente da Fundação Pró-Into, acusado pelo MP de integrar a quadrilha que fraudou licitações entre 1997 e 2001 no Into (Instituto de Traumatologia e Ortopedia). Fazem parte da lista dos correntistas envolvidos em casos de fraude e desvio de recursos três ex-diretores do fundo de pensão complementar do Serpro (Ministério da Fazenda), José Pingarillho Neto, Jorge da Costa Ponde e Ricardo José Marques de Sá Freire, condenados administrativamente por gestão temerária. Eles abriram contas no mesmo dia, em 8 de dezembro de 2005, apresentando como titulares empresas sediadas nas Ilhas Virgens, paraíso fiscal. A Justiça Eleitoral aparece com o escândalo protagonizado, em 1998, pelo casal Marco Tulio Galvão Bueno e Alexandrina Formagio, assessores do então presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio, que valeu-se de sua influência para fraudar licitações. O Caso Portocred, banco de crédito no RS, completa a lista com José Alexandre Guilardi de Freitas, acusado de fraudes. Fernando Rodrigues e Bruno Lupion/UOL

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Informante do caso HSBC diz que ainda há ‘um milhão’ de dados por vir

O ex-funcionário do HSBC em Genebra, Herve Falciani, é o homem por trás do maior vazamento de dados na história dos bancos. Oito anos depois, ele disse, em entrevista à BBC, que se sente “vingado” e “aliviado”, já que os dados revelados por ele finalmente vieram à tona e o escândalo vem sendo investigado em várias partes do mundo. Segundo Falciani, estamos longe do fim da história, já que ainda há muitas informações sobre o esquema do HSBC. Aliás, para ser bem preciso, há um milhão de bits em dados, afirma o ex-funcionário. Ele diz que o trabalho de análise desses dados deve começar em breve e que uma grande empresa de petróleo pode ser a próxima a sentir os efeitos de um vazamento em massa de informações. Estrelas do showbiz e traficantes O esquema revelado por Falciani permitiu que, entre 2005 e 2007, centenas de bilhões de euros transitassem, em Genebra, por contas secretas de 106 mil clientes, entre eles, empresários, políticos, estrelas do showbizz e esportistas, mas também traficantes de drogas e armas e suspeitos de ligações com atividades terroristas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os documentos vazados por ele também incluem dados sobre 5,5 mil contas secretas de brasileiros, entre pessoas físicas e jurídicas, com um saldo total de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 19,5 bilhões). A BBC teve acesso a um e-mail, obtido pelo jornal francês Le Monde, que foi enviado por Falciani em 2008 ao órgão britânico que equivale à Receita Federal no Brasil (Her Majesty’s Revenue and Customs ou HMRC), no qual ele dava detalhes do esquema. “Mas como não obtive resposta, eu também liguei para denunciar o caso para um telefone de denúncia de evasão fiscal. Também sem sucesso.” Ainda não está claro por que o HMRC não respondeu aos contatos do ex-funcionário do HSBC e por que levou tanto tempo para que a informações se tornasse pública. O HSBC afirma que o banco passou por reformas e que agora há menos clientes e um controle mais rígido. Mas para Falciani, o banco tem de ser punido de qualquer jeito. “A punição tem que ocorrer, não importa o quão grande eles são”, diz ele, acrescentando que talvez haja centenas de outros bancos envolvidos em esquemas para ajudar os ricos e fugir do pagamento de impostos. Segundo ele, é crucial que agências europeias, americanas e asiáticas trabalhem em conjunto para combater a corrupção em bancos. Proteção aos informantes As pessoas que se dispõem a denunciar esses esquemas também deveriam, segundo Falciani, receber maior proteção para que possam revelar o que sabem. Mas seus críticos – e há muitos – dizem que é preciso ter cuidado com o informante e o acusam de ter tentado vender as informações. Ele nega a acusação. “Isso é mentira. É exatamente isso que eles tentam fazer, minar sua reputação, assim como a máfia faz”, disse. “Mas já está sendo provado que eu estava certo. Eu nunca pedi dinheiro em troca das informações e agora estou podendo provar isso.” Falciani diz que enfrentou diversos problemas nos últimos sete anos, por ter vazado as informações. Ele afirma que não tem uma casa e que viaja com o apoio de uma rede de pessoas que também estão envolvidas na luta contra o sigilo bancário. “Foi imenso o impacto negativo que esse caso teve na minha vida, seja na pessoal ou na profissional, e também na minha reputação.” Para ele, denunciantes tem de estar dispostos a enfrentar uma longa luta. “Isso prova o quanto é difícil e complicado fazer denúncias como essa. Certamente, tudo isso levou muito anos mais do que eu esperava que levaria. É uma grande jornada.” Kamal Ahmed/BBC News

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Informante do caso HSBC diz que ainda há ‘um milhão’ de dados por vir

Oito anos depois, ele disse, em entrevista à BBC, que se sente “vingado” e “aliviado”, já que os dados revelados por ele finalmente vieram à tona e o escândalo vem sendo investigado em várias partes do mundo. Segundo Falciani, estamos longe do fim da história, já que ainda há muitas informações sobre o esquema do HSBC. Aliás, para ser bem preciso, há um milhão de bits em dados, afirma o ex-funcionário. Ele diz que o trabalho de análise desses dados deve começar em breve e que uma grande empresa de petróleo pode ser a próxima a sentir os efeitos de um vazamento em massa de informações. Estrelas do showbiz e traficantes O esquema revelado por Falciani permitiu que, entre 2005 e 2007, centenas de bilhões de euros transitassem, em Genebra, por contas secretas de 106 mil clientes, entre eles, empresários, políticos, estrelas do showbizz e esportistas, mas também traficantes de drogas e armas e suspeitos de ligações com atividades terroristas. Os documentos vazados por ele também incluem dados sobre 5,5 mil contas secretas de brasileiros, entre pessoas físicas e jurídicas, com um saldo total de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 19,5 bilhões). A BBC teve acesso a um e-mail, obtido pelo jornal francês Le Monde, que foi enviado por Falciani em 2008 ao órgão britânico que equivale à Receita Federal no Brasil (Her Majesty’s Revenue and Customs ou HMRC), no qual ele dava detalhes do esquema. “Mas como não obtive resposta, eu também liguei para denunciar o caso para um telefone de denúncia de evasão fiscal. Também sem sucesso.”[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ainda não está claro por que o HMRC não respondeu aos contatos do ex-funcionário do HSBC e por que levou tanto tempo para que a informações se tornasse pública. O HSBC afirma que o banco passou por reformas e que agora há menos clientes e um controle mais rígido. Mas para Falciani, o banco tem de ser punido de qualquer jeito. “A punição tem que ocorrer, não importa o quão grande eles são”, diz ele, acrescentando que talvez haja centenas de outros bancos envolvidos em esquemas para ajudar os ricos e fugir do pagamento de impostos. Segundo ele, é crucial que agências europeias, americanas e asiáticas trabalhem em conjunto para combater a corrupção em bancos. Proteção aos informantes As pessoas que se dispõem a denunciar esses esquemas também deveriam, segundo Falciani, receber maior proteção para que possam revelar o que sabem. Mas seus críticos – e há muitos – dizem que é preciso ter cuidado com o informante e o acusam de ter tentado vender as informações. Ele nega a acusação. “Isso é mentira. É exatamente isso que eles tentam fazer, minar sua reputação, assim como a máfia faz”, disse. “Mas já está sendo provado que eu estava certo. Eu nunca pedi dinheiro em troca das informações e agora estou podendo provar isso.” Falciani diz que enfrentou diversos problemas nos últimos sete anos, por ter vazado as informações. Ele afirma que não tem uma casa e que viaja com o apoio de uma rede de pessoas que também estão envolvidas na luta contra o sigilo bancário. “Foi imenso o impacto negativo que esse caso teve na minha vida, seja na pessoal ou na profissional, e também na minha reputação.” Para ele, denunciantes tem de estar dispostos a enfrentar uma longa luta. “Isso prova o quanto é difícil e complicado fazer denúncias como essa. Certamente, tudo isso levou muito anos mais do que eu esperava que levaria. É uma grande jornada.” Kamal Ahmed/BBC News

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Se o Youssef é doleiro, o que é o HSBC?

Todo este caso da “Lava Jato” começou, todos sabem, com a investigação de operações de lavagem de dinheiro que envolviam o doleiro Alberto Youssef, já antes condenado (e perdoado por delação premiada) em episódios da mesma natureza. Foi daí que se descobriram que parte das remessas era de dinheiro obtido através de empreiteiras que prestavam serviços a Petrobras. O escândalo do HSBC partiu das revelações de um ex-funcionário do banco, Hervé Falciani, que não é ladrão e muito menos um criminoso condenado (e perdoado) como Youssef. Ele diz que o dinheiro depositado na sede suíça do banco era proveniente da Máfia, de traficantes de drogas, de atividades criminosas e de sonegação de impostos. Dinheiro, entre outros, de oito mil  brasileiros que eram  titulares de contas ali. É evidente que estes brasileiros, assim como dezenas milhares de outros cidadãos que mantinham contas secretas ali,não resolveram depositar o seu – limpo ou sujo – dinheirinho naquele banco por estarem passando por uma simpática avenida de Zurique  e achado casualmente o banco, nem porque o gerente local era um bom sujeito, muito camarada com os clientes. Existe, como existia Youssef, uma rede de operadores que levava estas fortunas pelo “caminho das pedras”  para lá.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Mesmo as pessoas que colocaram dinheiro ali de origem e por meios lícitos – embora não necessariamente morais – têm de ser chamadas para esclarecer quem eram os dutos de captação deste imenso “volume morto” de dinheiro, porque o dinheiro pode vir de atividades diferentes, mas transformado em moeda, todo ele é igual. Por que houve uma rede de captação para estes bilhões e é absolutamente procedente a indagação, feita hoje por Ion de Andrade, no GGN, de quem integrava  “tal rede de corresponsabilidades, e de solidariedades recíprocas,(que) poderia ter motivado a participação do HSBC Brasil na trama que permitiu recrutar milhares de “super-ricos” de norte a sul do país, e que exigiu equipe numerosa, treinada e fluente em português, de agentes que atuaram despudoradamente para lesar o erário público? Estamos falando de uma empresa com sede no Brasil, que capta dinheiro do público brasileiro, que pratica aqui suas atividades. Imagine por um segundo se alguma empresa com relações com os funcionários da Petrobras envolvidos em falcatruas – os chamados “ladrões de carreira” poderia pretender não ser arguida sobre seus contratos e a origem dos valores recebidos? Talvez esteja aí a maior diferença entre Hervé Falciani e Sérgio Moro, de resto até parecidos. Um, abre todas as operações e entrega todos os dados suspeitos, sejam de quem for. Outro, da mesma forma que faz o “dono da lista do HSBC” no Brasil, o UOL, revela partes, pedaços, fragmentos, sobre aqueles que “interessam” ou que atendem aos seus critérios de “interesse público”. Só num ambiente absolutamente viciado como o que temos na mídia brasileira é que se pode separar os que praticaram crimes – como os descritos por Falciani e mais o de evasão de divisas – da instituição através do qual ela ocorreu. Porque é isso o que se faz no caso HSBC. E o inverso disso o que se faz com a Petrobras. Por:Fernando Brito

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