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Tecnologia para reverter aquecimento global pode ser um desastre para a astronomia

A geoengenharia – isto é, a injeção de partículas na atmosfera terrestre para reverter o aquecimento global – é uma daquelas ideias que parece boa em teoria, mas que poderia dar extremamente errado.  Se a perspectiva de mergulhar os sistemas meteorológicos da Terra no caos não for suficiente para convencer os cientistas, talvez isso seja: a geoengenharia pode ser um desastre para a ciência. Isso é de acordo com novos modelos de Charlie Zender, físico atmosférico da Universidade da Califórnia em Irvine. Basicamente, ele descobriu que injetar partículas na estratosfera para dispersar luz  – uma das estratégias mais amplamente discutidas para o resfriamento rápido da Terra – teria o efeito não-intencional de alterar a luz que vem de estrelas e planetas distantes.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Como você pode imaginar, esta seria uma notícia muito ruim para os cientistas que estudam as estrelas e os planetas. “Se nós fizermos geoengenharia globalmente, isso afetaria todos os telescópios ao redor do mundo”, diz Zender ao Gizmodo. Os perigos da SAI A ideia por trás da injeção de aerossóis estratosféricos (SAI) é simples: se colocarmos um monte de partículas de sulfato suficientemente altas no céu, elas se espalharão pela Terra e agirão como um protetor solar, refletindo a luz de volta ao espaço e produzindo um efeito de resfriamento. (A SAI foi inspirada em parte por erupções vulcânicas, que fazem essencialmente a mesma coisa.) Embora nosso planeta precise atualmente de alguma ajuda para se resfriar, a SAI foi criticada por uma razão óbvia: realizar um experimento global em nossa única atmosfera compartilhada entre diferentes países é algo inerentemente perigoso. Entre as possibilidades mais assustadoras levantadas pelos críticos, a SAI poderia alterar os padrões climáticos, suprimindo as monções de verão em partes do mundo onde as plantações são totalmente dependentes dessas chuvas. Ou, se a SAI funcionar bem demais, ela poderia desencadear um cenário de refrigeração além do desejado (como no filme Expresso do Amanhã). Há outro efeito secundário bastante óbvio da SAI que recebeu pouca atenção: o impacto na luz que vem das estrelas. Os modelos do Zender, que ainda não foram publicados, sugerem que esse efeito pode ser grande. Quando ele acrescentou alguns megatons de dióxido de enxofre a um modelo computacional da estratosfera – uma quantidade que pode ser necessária para resfriar a Terra de volta a temperaturas pré-Revolução Industrial – Zender descobriu que o céu noturno sobre as áreas urbanas ficaria aproximadamente 25% mais brilhante. Isso acontece porque nosso escudo estratosférico espalharia a luz de fontes terrestres – isto é, a eletricidade. “É como quando você dirige através da névoa com o farol alto ligado”, diz Zender. O efeito na astronomia Claro, a maior parte da astronomia não ocorre perto das cidades: os melhores observatórios do mundo estão localizados em montanhas remotas, muito acima da poluição atmosférica e longe da poluição luminosa. Nesses locais, os modelos de Zender mostram um efeito diferente, mas igualmente ruim: a SAI deixaria o céu mais escuro. “Nossos telescópios estão em posições onde a maior parte da luz [da noite] vem das estrelas”, explica Zender. “Lá, os aerossóis retroespalham a luz do espaço exterior. Isso significa que você não recebe tanta luz das estrelas, e a que você recebe é menos intocada. As estrelas pareceriam mais embaçadas.” De acordo com os cálculos de Zender, a uma “elevação de telescópio” aproximada de 3.000 metros, a quantidade de luz difusa ou dispersa no céu seria mais ou menos dobrada caso a SAI seja aplicada para reverter o aquecimento global. Dado que os astrônomos dependem de feixes de luz com o tamanho de um lápis para capturar informações espectrais precisas sobre estrelas e exoplanetas, isso seria uma grande dor de cabeça. E claro, a chance de a SAI provocar uma fome global também seria ruim, então talvez devêssemos tentar reduzir nossas emissões de carbono antes de recorrer a uma solução tecnológica. Maddie Stone Foto: a chuva de meteoros Perseidas 2010 sobre o Very Large Telescope (ESO/Flickr)

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Tecnologia: Não poderemos viver mais mil anos na Terra, diz Hawking

Stephen Hawking: cientista britânico ressaltou que há muitos experimentos ambiciosos programados para o futuro. Da EFE O físico Stephen Hawking afirmou nesta quarta-feira que a exploração espacial deve continuar, já que o futuro da humanidade depende disso, pois os homens não conseguirão sobreviver mais mil anos sem ir “além de nosso frágil planeta”. Hawking participou da terceira jornada do Festival Starmus que reúne cientistas e músicos em Tenerife e La Palma, nas Ilhas Canárias, na Espanha, entre eles 11 prêmios Nobel, em uma edição que se desenvolve sob o lema: “Além do horizonte, um tributo a Stephen Hawking”.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O cientista britânico ressaltou que há muitos experimentos ambiciosos programados para o futuro, como mapear a posição de bilhões de galáxias, além de utilizar os supercomputadores para compreender melhor “nossa posição” no Universo. Talvez, algum dia, seja possível utilizar as ondas gravitacionais para olhar para trás, em direção à origem do próprio Big Bang, afirmou o premiado físico, que se mostrou convencido de que a humanidade deve “continuar explorando o espaço para seu futuro”. Hawking fez um balanço emotivo de sua vida em uma conversa intitulada “Minha breve história” – em referência a seu famosíssimo livro “Uma breve história do tempo” – e assegurou que viveu um tempo glorioso realizando pesquisas sobre física teórica. “Nossa imagem do Universo mudou bastante nos últimos 50 anos e fico feliz de ter feito uma pequena contribuição”, disse aquele que é considerado um dos cientistas mais influentes do mundo. Para Hawking, nós humanos não somos mais do que conjuntos de partículas que, no entanto, estão próximas de compreender as leis que nos governam, “e isso é uma grande vitória”. A cosmologia se transformou em uma ciência de precisão em 2003 com os resultados do satélite Wmap, que produziu “um mapa maravilhoso das temperaturas do fundo cósmico a um centésimo de sua idade atual”. Nele, é possível perceber como a atração gravitacional desacelera a expansão de uma região do Universo, até que eventualmente colapsa sobre si mesma para formar galáxias e estrelas. Esse mapa “é a pegada da estrutura de tudo o que há no Universo”, opinou Hawking, que afirmou que agora o satélite ESA Planck produziu outra imagem com uma resolução muito mais alta e que, com ela, talvez seja possível detectar a marca das ondas gravitacionais, algo como “ter a gravidade quântica escrita no céu”. Stephen Hawking nasceu em 8 de janeiro de 1942, justo 300 anos depois do nascimento de Galileu, mas calcula que nesse mesmo dia devem ter nascido outras 200 mil pessoas no planeta, e lembrou que, apesar de sua péssima caligrafia, os companheiros de escola o chamavam de Einstein. Hawking já falava no colégio sobre a origem do Universo e se nisso havia intervenção divina. Quando entrou na Universidade de Cambridge, a cosmologia em geral não era algo ainda muito desenvolvido e o jovem Hawking se dedicou a ler a teoria geral da relatividade “sem chegar a compreendê-la a fundo”. Foi naquela época que ele começou a perceber que algo não estava bem com seu corpo, já que não tinha facilidade para remar, nem para patinar sobre o gelo e ficou deprimido ao ver como seu estado de saúde piorava rapidamente e não sabia se viveria o suficiente para finalizar sua tese. Este foi o início da esclerose lateral amiotrófica da qual padece, uma doença que o ajudou a ver que “cada novo dia era uma recompensa”, conforme ele mesmo destacou, e que o encorajou a ter curiosidade e, por mais difícil que a vida possa parecer, a estar consciente de que “sempre há alguma coisa que alguém pode fazer bem feito: o que importa é não se render jamais”.

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Nasa anuncia descoberta de planeta semelhante à Terra e com condições de ser habitado

‘Devem existir todas as condições necessárias para a vida existir neste planeta’, afirmou o chefe da missão; Kepler-452b tem 6 bi de anos, 1,5 bi a mais que a Terra. Comparação entre a Terra e o Sol, e Kepler-452b e sua estrela-mãe Reprodução/ Nasa Após anos de pesquisas espaciais em busca da existência de um planeta que pudesse abrigar vidas, a Nasa informou, nesta quinta-feira (23/07), que o telescópio espacial Kepler finalmente encontrou um que seja semelhante à Terra. Batizado de Kepler-452b e distante 1.400 anos-luz de nós, o planeta está sendo chamado de Terra 2.0, por ser uma espécie de primo maior e mais velho do planeta azul. Ele possui, também, características que levam a crer que pode ser habitável. Kepler-452b tem um diâmetro 60% maior que a Terra, tem grande chance de possuir um solo rochoso, mas sua massa e composição não foram determinadas. “Devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta”, afirmou o chefe do projeto do satélite Kepler, Jon Jenkis.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “É inspirador considerar que esse planeta já vive há seis bilhões de anos na área habitável dessa estrela, mais do que a Terra. Isso é uma oportunidade substancial para a vida surgir, devem existir todos os ingredientes e as condições necessárias para a vida existir neste planeta”, disse Jenkis. A condição que faz com que o 1030º planeta conhecido pelos terráqueos seja parecido com a Terra é o fato de que ele orbita em uma “zona habitável”, em torno de uma estrela semelhante ao sol. Além disso, a distância a que se encontra desta estrela permite que seja possível que a água não evapore e permaneça na superfície. A contagem de anos também seria diferente no Kepler-452b porque ele demora 20 dias a mais para completar a volta em torno de sua estrela (385 dias e não 365, como a Terra). Além disso, ela é um pouco mais velha do que o Sol (“apenas” 1,5 bilhão de anos a mais), tem a mesma temperatura, possui um diâmetro 10% maior e é mais brilhante. SETI Institute Concepção da superfície de Kepler-452b, um planeta que pode estar se superaquecendo, algo que acontecerá à Terra em 1 bi de anos.Outra diferenciação do novo planeta é que a estrela em torno da qual ele orbita é 10% maior e um pouco mais velha que o sol (cerca de 1,5 bilhão de anos a mais), tem a mesma temperatura e é mais brilhante. Outras descobertas A missão Kepler, lançada em 2009, tem como objetivo encontrar um planeta com características similares à Terra orbitando estrelas distantes próximas da zona habitável. Reprodução/ Nasa Comparação dos sistemas Kepler-186, Kepler-452 e o Solar Além do Kepler-452b, foram descritos também outros 11 pequenos planetas que estão em zonas consideráveis habitáveis – ou seja, têm potencial de ter água em estado líquido. Antes desta última descoberta, o planeta que mais próximo chegou das condições da Terra foi o Kepler-186f, descoberto em 2014. Ele, no entanto é menor e orbita ao redor de uma estrela anã vermelha que é significativamente mais fria que o sol. Via OperaMundi  

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O revolucionário projeto de viagem interestelar apoiado por Stephen Hawking para tentar ‘salvar a humanidade’

O físico Stephen Hawking anunciou apoio a um projeto que pretende enviar uma pequena nave espacial – do tamanho de um chip usado em equipamentos eletrônicos – para uma viagem interestelar daqui a uma geração. Para Hawking, ‘avanços tecnológicos das últimas duas décadas tornarão (viagem interestelar) possível dentro de uma geração’ O veículo viajaria trilhões de quilômetros, muito mais distante do que qualquer outra nave. Um programa de pesquisa de US$ 100 milhões (cerca de R$ 350 milhões) para o desenvolvimento das “naves estelares” do tamanho de pequenos chips eletrônicos foi lançado pelo milionário Yuri Milner e apoiado pelo fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. A viagem interestelar tem sido um sonho para muitos, mas ainda enfrenta barreiras tecnológicas. Entretanto, Hawking disse à BBC News que a fantasia pode ser realizada mais cedo do que se pensa.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “Para que nossa espécie sobreviva, precisamos finalmente alcançar as estrelas”, disse. “Os astrônomos acreditam que haja uma chance razoável de termos um planeta parecido com a Terra orbitando um estrelas no sistema Alfa Centauri. Mas saberemos mais nas próximas duas décadas por intermédio de dados dos nossos telescópios na Terra e no espaço.” Ainda de acordo com Hawking, “os avanços tecnológicos das últimas duas décadas e os avanços futuros tornarão (a viagem interestelar) possível dentro de uma geração”. O físico está apoiando um projeto da Fundação Mr. Milner’s Breakthrough, uma organização privada que financia iniciativas de pesquisas científicas consideradas muito ambiciosas por fundos governamentais. Grupo de trabalho A organização reuniu um grupo de cientistas especialistas no assunto para avaliar a possibilidade de desenvolver naves espaciais capazes de viajar para outros sistemas estelas dentro de uma geração e ainda enviar informações de volta à Terra. O sistema estelar mais próximo está distante 40 trilhões de quilômetros. Com a tecnologia disponível atualmente, chegar lá levaria cerca de 30 mil anos. O grupo concluiu que com um pouco mais de pesquisa e desenvolvimento seria possível projetar uma aeronave espacial que reduziria esse tempo para somente 30 anos. O físico acredita que a viagem interestelar será possível em 30 anos “Eu disse anteriormente que até poucos anos atrás viajar para outras estrelas nesse tipo de velocidade seria impossível”, disse o cientista Pete Worden, que lidera o projeto. Ele é o presidente da Fundação Breakthrough Prize e ex-diretor do centro de pesquisas Nasa Ames, no Vale do Silício, na Califórnia. “Mas o grupo de especialistas descobriu que, por causa dos avanços em tecnologia, parece haver um conceito que pode funcionar.” Esse conceito é reduzir o tamanho da aeronave para o de um chip usado em equipamentos eletrônicos. A ideia é lançar milhares dessas “mininaves” na órbita da Terra. Cada um teria um navegador solar. Seria como uma vela em um barco – mas o sistema seria impulsionado pela luz, em vez do vento. Um laser gigante na Terra daria a cada uma das naves um poderoso empurrão que as ajudaria a alcançar 20% da velocidade da luz. Tudo isso soa como ficção científica, mas Yuri Milner acredita que é tecnicamente possível desenvolver essa nave espacial e chegar a outro sistema estelar ainda nos próximos anos. “A história humana tem grandes saltos. Há exatos cinquenta anos, Yuri Gagarin se tornou o primeiro homem no espaço. Hoje estamos nos preparando para o próximo salto: as estrelas”, disse o milionário. Trabalho desafiador Mas antes de projetar naves espaciais capazes de chegar a outras estrelas, há muitos problemas a serem superados. Uma prioridade é desenvolver câmeras, instrumentos e sensores em miniatura capazes de caber em um chip, assim como projetar um navegador solar forte o suficiente para ser atingido por um laser poderoso por vários minutos e encontrar uma forma de captar imagens e informações do novo sistema estelar para serem enviados de volta à Terra. O professor Martin Sweeting, pesquisador do Centro espacial de Surrey, na Inglaterra, e presidente da empresa de engenharia espacial especializada em pequenos satélites Surrey Satellite Technology, quer se envolver no projeto. Ele fundou a empresa há 30 anos e foi responsável pela redução de custo e de tamanho dos satélites. “Muito do que fizemos nos anos 80 foi considerado muito maluco, mas agora pequenos satélites estão na moda. Esse projeto (de viagem interestelar) parece uma ideia de maluco, mas novas tecnologias surgiram e agora isso não é mais maluquice, é só difícil”, disse ele à BBC News. Andrew Coates, do laboratório de ciência espacial Mullard, que é parte da Universidade de Londres, concorda que o projeto é desafiador, mas não impossível. “Teríamos muitas dificuldades a resolver, como mecanismos de resistência à radiação espacial e ao ambiente empoeirado, a sensibilidade dos instrumentos, a interação entre o poder dos lasers que impulsionariam as naves e atmosfera da Terra, a estabilidade na nave espacial e o fornecedor de energia”, afirma. Mas, segundo ele, “devemos olhar com atenção para esse conceito se realmente quisermos alcançar outro sistema estelar dentro de uma geração”. Stephen Hawking acredita que o que antes era um sonho distante epode e deve se tornar uma realidade dentro de três décadas. “Não há alturas mais altas a serem alcançadas do que as estrelas. Não é sábio manter todos os novos ovos em uma cesta frágil”, disse ele. “A vida na Terra enfrenta perigos astronômicos como asteroides e supernovas.” Pallab Ghosh/BBC News

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Por que ninguém viu ‘bola de fogo’ de energia similar à bomba atômica perto da costa do Brasil?

A Agência Espacial Americana, Nasa, anunciou ter detectado a maior “bola de fogo” registrado na Terra desde 2013, com localização a pouco mais de mil quilômetros da costa do Brasil. Explosão “perto” da costa brasileira liberou energia equivalente a 13 mil toneladas de TNT – Image copyright Thinkstock O termo é usado para descrever meteoros de brilho incomum e, consequentemente, mas fáceis de serem visto. Pouco se sabe sobre o evento, que até agora parece ter sido detectado apenas pela Nasa, como parte de um programa de mapeamento de asteroides – conhecido como NEO e que inclui uma rede de satélites militares previamente usado para monitorar testes nucleares. Até porque a agência estima que o objeto tenha explodido a 31km de altura, em 6 de fevereiro. Pelos cálculos da agência, a explosão liberou o equivalente a 13 mil toneladas de dinamite, força de dimensões relativamente semelhantes à da bomba atômica.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O meteoro se desintegrou, mas algumas perguntas ficaram. Quão perigoso foi o evento? Segundo a Nasa, objetos espaciais com menos de 100m de extensão e feitos primariamente de rochas tendem a se romper em grandes altitudes ao entrar na atmosfera da Terra. Dados fornecidos pelos satélites americanos revelam que a maioria deles se desintegra sem sequer atingir o solo, o que explicaria por que muitas vezes não os vemos. O problema são os asteroides compostos por metal, que podem resistir à entrada na atmosfera. Mas a última vez em que um objeto causou danos significativos foi em 1908, quando um asteroide ou cometa medindo de 60m a 190m explodiu a cerca de 10km de altura sobre a região da Sibéria, na Rússia, liberando energia mil vezes maior que a da bola de fogo deste mês. Tunguska, na Sibéria, teve área devastada por explosão em 1908. Image copyright AP Felizmente, a explosão ocorreu sobre uma região pouquíssimo habitada na época. Não há relato de vítimas. Mas cientistas estimam que uma área de 2.000km quadrados (e 80 milhões de árvores) foi devastada pela energia liberada, e que as ondas de choque derrubaram pessoas a 60km do epicentro. O potencial, segundo astrônomos, seria suficiente para arrasar Londres e seus subúrbios, causando milhões de mortes. A destruição poderia ser bem pior caso houvesse choque com a superfície: uma hipótese científica alega que o impacto de um meteoro possa ter sido responsável pela extinção dos dinossauros, há 65 milhões de anos. Mas acredita-se que o objeto medisse pelo menos 10km de diâmetro. Quais são as chances de impacto? Astrônomos se fiam em estatísticas para estimar que asteroides de pelo menos 50m de diâmetro podem atingir a terra uma vez a cada século. Corpos com mais de 1km têm probabilidade de colidir com planeta uma vez a cada 100 mil anos. Ao mesmo tempo, segundo a Nasa, a Terra é constantemente atingida por asteroides – pelo menos 100 toneladas de objetos. Mas a maioria deles é pequena demais para passar pela atmosfera terrestre. As “bolas de fogo” ocorrem pelo menos uma vez por ano. E ainda não existe registro oficial de mortes por asteroides. Meteoros são mais comuns do que imaginamos Image copyright SCIENCE PHOTO LIBRARY Podemos rastrear asteroides? Existem diversas redes ao redor do mundo rastreando e catalogando possíveis ameaças espaciais. O programa NEO, da Nasa, por exemplo, iniciou em 1998 um inventário de rochas espaciais com diâmetro maior que 1km cuja órbita possa aproximá-los da Terra, mas desde 2005 o trabalho passou a englobar também asteroides a partir de 140m. O programa tem como objetivo encontrar 90% deles até 2020. Image caption“Bola de fogo” assustou tailandeses no ano passado Mas a missão é árdua: em 2012, o asteroide BX34 passou a 61 mil km da Terra, uma distância considerada próxima em termos astronômicos. O objeto espacial tinha sido descoberto apenas DOIS dias antes. A “bola de fogo” que explodiu sobre os céus da Rússia em 2013 e deixou 100 pessoas feridas não tinha sido detectada. O que fazer se descobrirmos um objeto “endereçado” à Terra? Uma estratégia já é conhecida por quem viu o filme Armagedon, com Bruce Willis: um asteroide pode ser desviado de seu curso com a explosão de uma bomba nuclear carregada por uma nave espacial. O problema aqui é que a explosão poderia mandar pedaços múltiplos em direção ao planeta se algo desse errado. A Agência Espacial Europeia (ESA) tem um projeto conhecido como Dom Quixote, com o qual planeja colidir uma espaçonave com um asteroide e estudar os efeitos. Mas ainda não há cronograma para nenhuma missão. BBC

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Quatro cenários de ‘fim do mundo’ previstos por Stephen Hawking

A humanidade corre o risco de ser extinta graças a perigos criados por ela mesma, segundo o físico britânico Stephen Hawking. Hawking já alertou várias vezes para a possibilidade de a própria humanidade desencadear o fim do mundo – Image copyright PA Hawking foi o convidado deste ano das chamadas Reith Lectures – evento que desde 1948 convida pessoas de projeção pública para uma série anual de palestras transmitida pela emissora de rádio BBC Radio 4. Segundo o cientista, existem quatro cenários possíveis para um fim do mundo criado pela própria humanidade. E o progresso na ciência e tecnologia criará “novas formas de as coisas darem errado”. “Apesar de serem baixas as possibilidades de um desastre no planeta Terra em um ano qualquer, isso vai se acumulando com o tempo e se transforma em uma quase certeza para os próximos mil ou dez mil anos”, disse Hawking.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Hawking já fez vários alertas antes a respeito dos perigos que a humanidade estava criando. Veja abaixo os quatro possíveis motivos para um fim do mundo, segundo a opinião do cientista. 1) Inteligência artificial O clássico de Kubrick, ‘2001: Uma Odisseia no Espaço’ já previa um computador com inteligência artificial que saía de controle Foto: Moviestore/Rex/Shutterstock Stephen Hawking acredita que os esforços para criar máquinas que pensem sozinhas são uma ameaça à nossa existência. “O desenvolvimento de uma inteligência artificial total (AI) pode levar ao fim da raça humana”, disse o físico à BBC em 2014. Segundo ele, as formas primitivas de inteligência artificial desenvolvidas até o momento já provaram ser úteis, mas Hawking teme as consequências de se criar algo que possa se igualar ou até superar os humanos. “(As máquinas) iriam evoluir sozinhas, refazer o próprio projeto a uma velocidade cada vez maior. Humanos, que são limitados por uma evolução biológica lenta, não poderiam competir e seriam substituídos.” Hawking não é o único que teme a inteligência artificial. O cinema americano já tratou a questão como uma ameaça em vários filmes como 2001: Uma Odisseia no Espaço (de 1968), Bladerunner (de 1982), a série de filmes O Exterminador do Futuro, entre outros. 2) Guerra nuclear O poder das armas nucleares aumentou muito desde os primeiros testes na década de 1950 (Foto: Nasa) Se as máquinas não nos matarem, nós poderemos fazer isso por conta própria. “O fracasso humano que eu mais gostaria de corrigir é a agressão”, disse Hawking em uma palestra no Museu da Ciência de Londres, em 2015. “Pode ter sido uma vantagem para a sobrevivência na época dos homens das cavernas, para conseguir mais comida, território ou parceiros para reprodução, mas agora é uma ameaça que pode destruir todos nós.” As armas de destruição em massa atuais são capazes de acabar com a vida na Terra, e a proliferação dos arsenais nucleares é uma grande preocupação mundial. “Uma grande guerra mundial significaria o fim da civilização e talvez o fim da raça humana”, disse Hawking. 3) Vírus criado por engenharia genética Segundo Hawking, vírus criados em pequenos laboratórios podem dar grande dor de cabeça futura à humanidade (AP/Arquivo) E as armas nucleares podem não ser a pior ameaça entre as invenções da humanidade. Em 2001, Hawking disse ao jornal britânico Daily Telegraph que a raça humana enfrenta a perspectiva de ser exterminada por um vírus criado por ela mesma. “No longo prazo, fico mais preocupado com a biologia. Armas nucleares precisam de instalações grandes, mas engenharia genética pode ser feita em um pequeno laboratório. Você não consegue regulamentar cada laboratório do mundo. O perigo é que, seja por um acidente ou algo planejado, criemos um vírus que possa nos destruir”, disse o cientista ao jornal. “Não acho que a raça humana vai sobreviver aos próximos mil anos, a não ser que nos espalhemos pelo espaço. Há muitos acidentes que podem afetar a vida em um único planeta.” Novamente, temores como esse já foram retratados por Hollywood. Filmes como12 Macacos, Eu Sou A Lenda e a série Resident Evil são apenas alguns dos que mostram um cenário no qual vírus feitos pelos homens destroem a sociedade. 4) Aquecimento global Para o cientista, se aquecimento global continuar, a Terra corre o risco de ficar parecida com Vênus (Foto: Nasa) Stephen Hawking descreveu um cenário futurístico apocalíptico no documentário A Última Hora, de 2007. “Uma das consequências mais graves de nossas ações é o aquecimento global, causado pela emissão de crescentes níveis de dióxido de carbono resultantes da queima de combustíveis fósseis. O perigo é que o aumento da temperatura se transforme em (um processo) autossustentável, se é que já não está assim.” “Secas e devastação de florestas estão reduzindo a quantidade de CO2 que é reciclada na atmosfera”, afirmou. “Além disso, o derretimento das calotas polares vai reduzir a quantidade de energia solar refletida de volta para o espaço e assim aumentar ainda mais a temperatura. Não sabemos se o aquecimento global vai parar, mas o pior cenário possível é que a Terra se transforme em um planeta como Vênus, com uma temperatura de 250 graus na superfície e chuvas de ácido sulfúrico.” “A raça humana não pode sobreviver nestas condições”, acrescentou. BBC

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Astrônoma chilena de 25 anos descobre novo planeta

Aos 25 anos de idade, a doutoranda chilena Maritza Soto realizou o sonho de todo astrônomo: descobrir um novo planeta. A chilena Maritza Soto diz que não esperava fazer uma descoberta notável tão cedo O HD 110014c, que orbita a estrela HD 110014, está a 293 anos-luz da Terra e tem uma massa pelo menos três vezes maior que a de Júpiter. A descoberta foi publicada na revista científica da Royal Astronomical Society (Real Sociedade Astronômica) em Londres, após uma pesquisa de oito meses. “Normalmente, para descobrir um planeta temos que usar métodos indiretos, porque não é como olhar para o céu e, de repente, reparar numa pequena mudança e, pronto, lá está um planeta”, disse Soto à BBC Mundo.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Ela diz que, em geral, esses planetas são difíceis de se enxergar, dada a proximidade com a estrela que orbitam. A massa do novo planeta é ‘no mínimo’ três vezes maior do que a de Júpiter (acima) “Para poder realmente enxergá-los, têm que ser planetas que sejam muito grandes e que estejam muito longe da estrela, ou seja, é muito difícil”, disse. “O que fazemos é medir a estrela e ver as mudanças que acontecem quando há um planeta. ” Velocidade radial Soto empregou o método da velocidade radial, que consiste em medir o movimento da estrela para poder concluir se há algum objeto ao redor dela. Foi assim que Soto e a sua equipe, integrada por James Jenkins e Matías Jones, da Universidade do Chile, descobriram o novo planeta, o segundo daquele Sistema Solar. A jovem chilena diz que sabia que queria ser astrônoma desde os 11 anos de idade. O objeto tem pelo menos três vezes a massa de Júpiter, mas Soto diz que este é “um valor mínimo”, já que não é possível calcular a massa real. A jovem estudante destacou que o planeta está muito próximo da estrela que orbita – bem mais que a Terra do Sol. “É um planeta gasoso gigante que está muito quente, porque está muito perto de sua estrela”, afirmou. ‘Sucesso’ O planeta, segundo a astrônoma, corre grande risco de ser engolido pelo seu sol, por causa da proximidade e da enormidade daquela estrela vermelha. Soto, que desde os 11 anos sabia que queria seguir carreira na astronomia, diz que não esperava alcançar um sucesso tão grande tão cedo. O Chile é chamado de ‘olhos do mundo’ por concentrar 40% da observação astronômica mundial “Sempre estudei astronomia com a ideia de que ‘talvez… alguma vez… pode ser… encontre algo novo’. Mas nunca pensei que fosse conseguir tão cedo”, disse. O grupo de Soto vai continuar a investigar o novo planeta para tentar entender a dinâmica entre ele e os outros planetas que orbitam aquele sol. A equipe também tenta detectar novos planetas ao redor de outros tipos de estrelas que não são muito estudadas. “Tomara que isso leve a descobertas ainda maiores”, afirmou Soto, que comemora o fato de cientistas da América Latina hoje dividirem descobertas com astrônomos de países desenvolvidos. BBC

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Opinião: O mundo vai acabar? Mantenha o otimismo!

Cientistas disseram que o universo está morrendo lentamente. Mas isso não é motivo para pessimismo, afirma o jornalista científico Fabian Schmidt, que encontrou uma resposta ao seu dilema existencial nos hamsters. Fabian Schmidt é jornalista da redação de ciência da DW A ideia de que o universo em breve poderá se dissolver, virando um grande nada, pode estragar o humor de qualquer um. Em algumas centenas ou mesmo já em 10 bilhões de anos, nada mais vai restar das muitas estrelas que vemos – ou imaginamos ver – no céu noturno.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Todos os incontáveis sóis ​vão ter queimado toda sua energia. Estrelas brilhantes se tornarão primeiro gigantes vermelhas, depois anãs brancas e, no final, restarão apenas um pouco de poeira e gelo num nada infinito, escuro e sem energia. Isso vale também para o nosso pequeno sistema solar, que não tem sequer 5 bilhões de anos. E o pior é que, nesse nada, não haverá mais vida inteligente. Ninguém que possa lembrar do que já houve e de tudo que se perdeu. Não haverá memória nem história, nem mesmo consciência. Sequer haverá um nada. É frustrante: todos os arquivos, coleções, todo o Patrimônio Mundial da Unesco, todo o esforço para o desenvolvimento sustentável, nosso conhecimento científico, a ciência e a educação, minhas estantes cheias de livros, meu diploma do ensino médio e da graduação, meus certificados de natação da juventude – tudo em vão? Por que eu estou escrevendo isso aqui, afinal? Por que eu corro como um louco todos os dias nessa rodinha de hamster se tudo já está mesmo condenado ao fim? Felizmente, acaba de chegar uma notícia científica que oferece uma resposta convincente para esse meu pessimismo existencial: hamsters que vivem em gaiolas de luxo têm uma atitude mais otimista perante a vida do que aqueles que vivem em gaiolas mais pobres. Os pesquisadores Emily Bethell e Nicole Koyama, da Universidade John Moores, em Liverpool, descobriram que os hamsters são mais dispostos a experimentar novos sabores de comida quando seu habitat é mais bonito. As habitações que estimulam o otimismo nos hamsters têm mais palha e material para se aconchegar do que as do outro grupo. Elas dispõem de casinhas de plástico colorido, artigos de madeira, redes, barras para roer e até mesmo uma super roda de luxo para os exercícios. Ou seja: vamos manter o otimismo! Podemos nos instalar de forma confortável em nossa gaiola galática chamada Terra. E eu me sinto muito bem dentro da minha rodinha de luxo. Por mim, tudo pode continuar como está no mínimo pelos próximos 1 milhão ou 2 milhões de anos. DW

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Dicas do editor – Astronomia e espaço

Clique na imagem para ampliar Um grande acervo de fotos e vídeos para quem gosta de “viajar” pelo espaço interplanetário. Tudo sobre missões espaciais e história da astronáutica. Além do acervo da Nasa, tem também dos Russos, Japoneses e material da Agência espacial da Europa. Material excelente para pesquisa com grande acervo de conteúdo histórico e educativo. E tudo de graça em International Space Archives.

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