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Linguagem de programação: o novo curso de idioma das escolas

São José dos Campos entra na corrida global para atrair alunos para o novo campo Alunos em escola de São José dos Campos. PMSJC  Considerado um dos maiores inimigos do aprendizado na escola, o celular é geralmente banido da sala de aula por causar dispersão e falta de atenção. Mas é cada vez mais difícil separar os jovens de seus aparelhos móveis, dispositivos que manejam com destreza desde os primeiros anos escolares. Para aproveitar a proximidade dos estudantes com as novas tecnologias, algumas escolas estão incentivando o aprendizado de programação em sala. A escola municipal Elizabete de Paula Honorato, na periferia de São José dos Campos, vem implementando um laboratório de robótica, games e realidade aumentada a pedido dos próprios alunos, com recursos levantados por meio do Projeto Escola Interativa, programa da prefeitura que tem como objetivo equipar as 119 escolas da rede com infraestrutura tecnológica.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A iniciativa busca aproveitar o potencial econômico da cidade, que abriga um dos maiores parques tecnológicos do país, onde se localizam mais de 300 empresas e instituições do setor. Por meio do projeto, a escola já recebeu o kit de notebooks, tablets, projetores interativos e acesso a rede wi-fi, para que alunos e professores acessem o conteúdo de bibliotecas virtuais públicas no mundo todo. Um dos alunos que motivaram a criação do laboratório na escola é Leonardo Henrique Garcia, de 12 anos, que na sétima série começou a programar jogosporque, um dia, descobriu um link diferente dentro do site gratuito que os professores lhe indicaram como referência de estudos, a plataforma Khan Academy (que reúne uma vasta biblioteca virtual de conteúdo referente ao ensino fundamental e médio). Navegando pela plataforma, entrou em um link sobre computação e, em seguida, sobre linguagem de programação, como Scratch (do MIT) e Java Script. Quando se deu conta, estava criando jogos de raciocínio lógico, pois matemática é a aula que ele mais gosta. “Passo bastante tempo jogando no computador. Desenvolver jogos virou um hobby para mim. Ainda não sei se quero trabalhar com isso, mas gosto muito”, conta o tímido aluno. Os professores perceberam que Leonardo tinha talento para tecnologia quando conseguiu resolver, com linguagem de programação, um problema técnico que impedia que o blog da escola, criado por um grupo de alunos há alguns anos, fosse atualizado Os professores perceberam que Leonardo tinha talento para tecnologia quando conseguiu resolver, com linguagem de programação, um problema técnico que impedia que o blog da escola, criado por um grupo de alunos há alguns anos, fosse atualizado. Hoje, o aluno coordena o conteúdo da página, atividade que realiza em paralelo a outro blog que mantém, de dobraduras. Ele também foi escolhido para ser um dos monitores do Laboratório de Educação Digital e Interativa (Ledi), um projeto desenvolvido pela prefeitura da cidade que reúne, em um prédio exclusivo no centro, atividades de computação, programação, audiovisuais e robótica. Aos 12 anos, Leonardo começou a desenvolver jogos de computador PMSJC  O Ledi também faz parte do projeto Escola Interativa e foi inaugurado este ano. O centro é aberto para a comunidade e para os 60 mil alunos da rede de ensino, e oferece aulas gratuitas de programação e oficinas de computação. Lá, Leonardo colaborou, junto com um grupo de alunos da rede e de estagiários, todos vindos de graduações tecnológicas de universidades do local, para o desenvolvimento de um jogo educativo que será utilizado em sala nas escolas da cidade, o Sanja Runner – Sanja é como os habitantes se referem a São José dos Campos. O jogo ensina história, geografia e até matemática por meio de um roteiro elaborado pelos desenvolvedores do Ledi. “Um menino faz a lição de casa, que é sobre os pontos históricos de Sanja, e, cansado, acaba dormindo sobre as anotações. Quando acorda, nota que o trabalho sumiu. Seu cachorro pegou e saiu correndo pela cidade. O personagem precisa recuperar a lição. A cada folha recuperada, uma informação sobre a história do município aparece na tela para o jogador. Para passar para uma nova fase, o aluno precisa responder a um quiz sobre aquilo que aprendeu”, explica Yoji Kojio, de 24 anos, aluno de ciências da computação da Unifesp e estagiário do Ledi. O game, lançado no final de junho, é uma espécie de Sonic e Mário World educativo e já virou sucesso entre os alunos. Cenário do Sanja Runner. PMSJC  “A tecnologia está presente na vida dos jovens e já mudou a forma como os alunos interagem e aprendem em sala. Nada mais razoável do que incentivar essas habilidades e aproveitá-las em um modelo de ensino que se torna cada vez mais multidisciplinar”, afirma o vice-diretor da escola Elizabete Honorato, Pablo Jacinto de Oliveira. No colégio, estão matriculados hoje 1.200 alunos do ensino fundamental e da EJA, ensino de jovens e adultos. Segundo o gestor, a maioria tem até mais de um celular. “As escolas precisam se adaptar às novas demandas de ensino, treinando professores e abrindo oportunidades de aprendizado com ferramentas interativas. Não apenas por causa do mercado de trabalho, mas também porque os alunos se sentem mais motivados quando utilizamos ferramentas que já fazem parte do dia a dia deles”, complementa. ElPaís

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Eleições 2016:O voto não é tão racional. Veja como alguns vieses influem na sua decisão

Todos somos vítimas de vieses cognitivos, que são interpretações ilógicas da informação disponível.  GETTY IMAGES “Mais que erros, são atalhos, mecanismos que usamos todos os dias e funcionam muito bem para tomar decisões rápidas, mas, às vezes, nos conduzem ao erro”, explica Helena Matute, psicóloga espanhola da Universidade de Deusto, em Bilbao. MAIS INFORMAÇÕES Celso Russomanno lidera corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo As pesquisas não devem acertar quem será o prefeito da sua cidade. E não estarão erradas Quem ainda está no páreo para a disputa pela Prefeitura de São Paulo? Não é fácil corrigi-los, sobretudo porque na maior parte do tempo nem sequer estamos conscientes deles. A única coisa que podemos fazer é “estar alerta e ser mais críticos”, diz Matute. Em política, a situação se agrava porque se adicionam elementos como emoção e sentimento de pertencimento. Estes são alguns dos vieses que podem influir em nosso voto: 1. Viés de confirmação: só fazemos isso com os dados que endossam nossas ideias e somos céticos com a informação que as contradiz. Como explica Michel Shermer em The Believing Brain, primeiro nos identificamos com uma posição política e, a partir daí, interpretamos a informação para que se encaixe em nosso modelo de realidade. 2. Efeito auréola: confundimos aparência com essência. Quando nos chama a atenção um aspecto positivo de alguém (seu atrativo físico, por exemplo), tendemos a generalizá-lo para toda a pessoa. Também acontece quando escutamos opiniões políticas de atores e cantores: estendemos sua influência a áreas que não têm nada a ver com seus dotes artísticos. 3. Efeito de enquadramento: tendemos a extrair conclusões diferentes conforme o modo como os dados são apresentados. Matute nos dá um exemplo: “Se você diz que a carne tem 30% de gordura, ninguém a comprará. Mas os resultados mudam se você disser que é 70% magra, apesar de dar na mesma”. 4. A correlação ilusória: é a tendência a assumir que há relação de causa e efeito entre duas variáveis, embora não haja dados que confirmem isso. Ocorre especialmente no caso dos estereótipos e nos leva, por exemplo, a subestimar a proporção de comportamentos negativos em grupos relativamente pequenos. 5. Efeito Barnum ou Forer: é comum os candidatos se dirigirem a “esses cidadãos honrados e trabalhadores que enfrentam as adversidades e estão fartos da corrupção”. É fácil se identificar, mas somente porque tendemos a tratar as descrições vagas e genéricas como se fosse específicas e detalhadas. Os horóscopos parecem críveis por causa desse viés. 6. Custo irrecuperável: é difícil para nós mudar o voto quando estamos há anos apostando nos mesmos. Por isso as ideologias são tão rígidas. Em relação a esse viés, Matute acrescenta o efeito de ancoragem, que se dá quando opinamos em voz alta. “Já nos posicionamos, por isso custa mais mudar de opinião.” 7. Viés de atribuição: nós definimos nosso voto porque somos inteligentes e estamos informados, mas os demais não têm nem ideia e estão cheios de preconceitos. 8. Viés de autoridade: nós nos fixamos mais em quem diz algo do que em quem não diz. Este é um exemplo de viés que funciona com frequência. Faz sentido confiar em um médico, por exemplo, mas o que acontece quando dois especialistas sustentam opiniões contrárias, como ocorre atualmente em política? 9. Efeito arrastão: nós nos deixamos levar pelo que o nosso entorno opina. Se todos os nossos amigos são de esquerda, será mais difícil dizer que somos de direita (a não ser que gostemos de ser do contra). 10. Falso consenso: superestimamos o grau em que outras pessoas estão de acordo conosco. 11. O ponto cego: não estamos conscientes de nossos próprios vieses, embora os dos outros pareçam evidentes. El País/Jaime Rubio Hanckoc

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Sindicatos argentinos mostram seu poder com grande manifestação contra Macri

Se existe algo que diferencia a Argentina do resto da América Latina e até mesmo da Europa, é a enorme força de seus sindicatos. Marcha das cinco centrais sindicais da Argentina. Ricardo Ceppi Líderes eternos, polêmicos, com passados obscuros, há 30 anos chefiando suas centrais, como Hugo Moyano, líder dos caminhoneiros. São tão fortes que todos os governos se aproximam deles. É o que fez Mauricio Macri assim que chegou ao poder. Mas as boas relações iniciais de Macri com os sindicalistas acabaram. Os sindicatos peronistas, historicamente divididos (só a CGT, o mais importante, tem três versões, a CGT Azopardo, CGT Oficial, CGT Azul e Branca) se uniram temporariamente para realizar uma exibição de força em uma grande manifestação contra Macri com milhares de trabalhadores nas ruas.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] MAIS INFORMAÇÕES Macri sofre a primeira derrota no Parlamento Argentina paga os 9,3 bilhões de dólares que devia aos fundos abutre Macri anuncia medidas sociais para conter protestos contra o ajuste ‘Tarifaço’ faz aprovação de Mauricio Macri cair mais de 10 pontos desde dezembro Obama admite que EUA “demoraram a defender os direitos humanos” na América Latina Protestam pelas demissões de funcionários públicos – o Executivo admite 20.000 – pela destruição dos empregos que começa a ocorrer no setor privado – o Governo nega – e os aumentos de tarifas em transporte, luz, gás, e a inflação disparada. Mas são movidos principalmente por um motivo político: lembrar Macri do que ele já sabia; que governar a Argentina não é nada fácil e eles estão ali para contestar o poder. Buenos Aires ficou completamente parada com sindicalistas vindos de todas as províncias. A batalha de poder entre o Governo e os sindicatos peronistas acaba de começar. Não quiseram fazer uma greve, que poderia fracassar porque existe muita divisão sindical enquanto Macri ainda conserva muito apoio popular. Mas os sindicatos e a oposição perceberam que o humor da sociedade começa a mudar, e por isso prepararam essa exibição de força que, mais do que uma declaração de guerra, é um aviso. Ao mesmo tempo em que uma lei antidemissões era aprovada no Senado, que irá proibi-las durante seis meses – se também for aprovada na Câmara dos Deputados Macri será obrigado a vetá-la – os sindicatos mobilizavam as ruas. Tudo coordenado. E também pensado para tomar o controle da oposição a Macri e não deixar todo esse espaço a Cristina Kirchner, que estava começando a lutar para ser a líder dos protestos. “Nunca existiu uma lua-de-mel do sindicalismo com Macri. Existiam expectativas”, afirmou Hugo Yasky, rodeado de apoiadores, também eterno líder da CTA dos trabalhadores. “Agora pedimos a ele que aprove a lei antidemissões. Macri aprovou medidas para todos, menos aos trabalhadores. Espero que caiam os tampões que o presidente tem nos ouvidos. Macri falou sobre respeitar a independência dos poderes, se não cumprir com a palavra e vetar a lei respaldada pelas cinco centrais sindicais vamos dobrar a aposta”, disse. O líder da outra CTA, Pablo Micheli, inimigo eterno de Yasky, estava no mesmo lugar com a mesma mensagem: “Essa união é para defender os trabalhadores. É preciso que nos juntemos para impedir esse enorme ajuste que está aumentando as tarifas, diminuindo os salários. O presidente diz que a inflação irá baixar, mas na realidade a economia vai de mal a pior. Isso não é um problema de fé. Se Macri vetar a lei antidemissões vamos direto a uma paralisação nacional”, ameaçou. Macri deve lidar com um fardo muito importante. Nenhum presidente não peronista conseguiu terminar seu mandato desde o retorno da democracia em 1983. O radical Raúl Alfonsín sofreu 13 greves gerais e acabou adiantando as eleições e dando lugar ao peronista Carlos Menem em 1989. Fernando de la Rúa também sofreu a oposição dos sindicatos peronistas e acabou saindo de helicóptero da Casa Rosada em dezembro de 2001. Quando um peronista está no poder quase não ocorrem greves. Macri está convencido de que ele é diferente. E há pouco tempo parecia intocável. Um mês atrás recebeu Barack Obama, conseguiu a aprovação do pacto dos fundos abutres no Congresso, e o mundo o aplaudia. Agora o sindicalismo, uma de suas principais inquietações, tenta enfraquecê-lo. A maioria dos sindicalistas admite que Macri não estava no céu há um mês e não está no inferno agora. Se for observada de certa distância, a situação argentina oscila muito, mas com linha de continuidade: se Macri conseguir resolver os problemas econômicos, parar a inflação, atrair investimentos e criar empregos, os sindicatos se submeterão ao seu poder. Se os problemas econômicos persistirem, agravados pela situação do Brasil, os sindicalistas atacarão cada vez mais forte. É a lógica que sempre moveu o poder na Argentina, onde ninguém sabe quanto os governos podem durar. Tudo na marcha se refere a essa longa tradição de luta nas ruas. Do clássico cheiro de choripán (tradicional sanduíche argentino) e os bumbos de toda concentração peronista, até o cenário, muito planejado: de um lado, as letras da CGT, o grande sindicato, com a foto do general Perón. Do outro, as letras da CTA, outro dos grandes – também dividido – e a foto de Evita Perón. 70 anos depois da primeira vitória eleitoral do peronismo esse movimento, agora fora do poder, continua reivindicando sua força. Mas está dividido como sempre, e esse foi o ponto fundamental para a vitória de Macri e para que consiga governar. As duríssimas guerras internas do peronismo têm uma longa história de violência. O líder da CGT em 1973, José Ignacio Rucci, foi assassinado em plena rua por membros dos Montoneros, uma organização político-militar argentina e guerrilha urbana. Agora as divisões não chegam a tanto, mas persistem, por isso é tão significativo que todos tenham se unido contra Macri. Enquanto os sindicalistas exibiam seu poder e Moyano avisava Macri – “o tempo está acabando”, disse mostrando sua impaciência – o presidente respondeu em um ato em Tucumán, no norte do país. Primeiro lhes mostrou respeito: “todo mundo tem o direito de se expressar”.

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Racionamento de energia elétrica gera protestos e saques na Venezuela

Mais de 100 pessoas foram detidas e 70 estabelecimentos comerciais foram saqueados Protesto em Maracaibo, Venezuela, contra o racionamento da energia elétrica. EFE País se encontra à beira do colapso energético devido a um somatório de fatores Saque. A palavra foi retirada do léxico do Governo da Venezuela, mas se fez realidade em sete Estados do país – Zulia, Miranda, Bolívar, Trujillo, Lara, Vargas e Carabobo — em decorrência das dificuldades provocadas pelo severo racionamento de energia elétrica. O regime não admite oficialmente a existência dos distúrbios. MAIS INFORMAÇÕES Venezuela reduz a semana de trabalho para quatro dias para economizar energia A propaganda: “Antes de Chávez comíamos comida de cachorro” Maracaibo, capital do Estado petrolífero de Zulia, no oeste da Venezuela, sentiu nesta terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, a fúria dos habitantes de uma região que se vê forçada a enfrentar as altas temperaturas do úmido calor caribenho sem eletricidade. Segundo o jornal Versión Final, os zulianos passaram 30 horas sem eletricidade desde a madrugada de segunda-feira, quando entrou em vigor o severo plano de cortes de energia. O mesmo jornal registrou a realização de saques em pelo menos 12 estabelecimentos, entre padarias, lojas de eletrodomésticos, supermercado e instituições do Governo. O governador chavista, Francisco Arias Cárdenas, fez nesta quarta-feira um balanço mais preciso: mais de 70 estabelecimentos comerciais destruídos ou saqueados em sete áreas de Maracaibo, assim como na cidade de Machiques e na costa leste do lago de Maracaibo, e 103 pessoas detidas. O governante qualificou os atos de “uma ação de desestabilização que se aproveita da crise de energia elétrica e que não ajudam em nada na busca de uma solução”. Arias admitiu que alguns dos protestos têm origem numa insatisfação real, mas logo relativizou suas próprias palavras: “Setores da extrema direta querem assumir o poder”. Colapso Em Valencia, no Estado de Carabobo, região central do país, estradas foram fechadas e fogo foi ateado em pneus pelo mesmo motivo. Nesta quarta-feira, em Los teques, capital do Estado de Miranda, houve tentativas de assalto a alguns estabelecimentos comerciais e os proprietários fecharam suas portas às pressas. Protestos semelhantes, embora menos intensos, foram registrados na cidade andina de Valera e em Puerto Ordaz, a mais importante do Estado de Bolívar. País se encontra à beira do colapso devido à seca provocada pelo El Niño e ao fracasso dos investimentos no setor elétrico A Venezuela se encontra à beira do colapso, devido a um somatório de fatores: a longa seca provocada pelo fenômeno meteorológico conhecido como El Niño, a falta de investimentos no setor elétrico (controlado pelo Estado desde 2007) e o fracasso do programa de criação de termoelétricas que ajudariam a diminuir a dependência em relação à geração de energia hidrelétrica proveniente do sul do país, no quadro da emergência decretada para o setor em 2010 pelo então presidente Hugo Chávez. Uma parte dos equipamentos adquiridos não funciona. Há suspeitas, além disso, de que o dinheiro designado pelo Estado para a aquisição desses equipamentos foi desviado. Também não foram concluídas obras de grande porte como a represa de Tocoma, igualmente localizada no sul do país, que atenuaria a demanda ao gerar metade da energia atualmente produzida pela Central Hidrelétrica Simón Bolívar. O ministro da Energia Elétrica, Luis Motta Domínguez, admitiu que a Central Hidrelétrica Simón Bolívar, que gera 70% da energia utilizada pelo país, está a 1,60 metro do nível considerado de colapso. Essa admissão revela que as medidas adotadas pelo Governo não surtiram o efeito desejado. No começo do ano, reduziu-se a jornada de trabalho em duas horas; em seguida, decretou-se a sexta-feira como dia de folga; foram definidos como feriados todos os dias úteis da Semana Santa; e, por fim, decidiu-se que o funcionalismo público, durante pelo menos 15 dias, trabalharia apenas nas segundas-feiras e terças-feiras até uma hora da tarde. Nada disso conseguiu deter a diminuição constante dos níveis de água na represa. André Meza/El Páis

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Alimentos: Agrotóxicos: o veneno que o Brasil ainda te incentiva a consumir

Brasil permite uso de pesticidas proibidos em outros países e exonera os impostos dessas substâncias. Plantação de morangos em Brasília. Mary Leal Agência Brasília O morango vermelho e carnudo e o espinafre verde-escuro de folhas largas comprados na feira podem conter, além de nutrientes, doses altas demais de resíduos químicos. Estamos em 2016 e no Brasil ainda se consomem frutas, verduras e legumes que cresceram sob os borrifos de pesticidas que lá fora já foram banidos há anos. A quantidade de agrotóxicos ingerida no Brasil é tão alta, que o país está na liderança do consumo mundial desde 2008. A boa notícia, é que naquele mesmo ano, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou a reavaliação de 14 pesticidas que podem apresentar riscos à saúde. A má notícia é que até agora os estudos não terminaram.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] A essa morosidade somam-se incentivos fiscais. O Governo brasileiro concede redução de 60% do ICMS (imposto relativo à circulação de mercadorias), isenção total do PIS/COFINS (contribuições para a Seguridade Social) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) à produção e comércio dos pesticidas, segundo listou João Eloi Olenike, presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O que resta de imposto sobre os agrotóxicos representam, segundo Olenike, 22% do valor do produto. “Para se ter uma ideia, no caso dos medicamentos, que não são isentos de impostos, 34% do valor final são tributos”, diz. Recentemente, o consumo de agrotóxicos esteve novamente no centro da discussão. A apresentadora Bela Gil, que tem mais de 590.000 seguidores no Facebook, liderou um movimento para que a população se mostrasse contrária ao uso do carbofurano, substância usada em pesticidas em lavouras de algodão, feijão, banana, arroz e milho. Isso ocorreu quando a Anvisa colocou em seu site uma consulta pública sobre essa substância. Antes de Bela Gil publicar um texto engajando seus seguidores, o resultado se mostrava favorável à continuação do uso desse agrotóxico. Mas em poucas horas, a apresentadora conseguiu reverter o resultado da consulta, mostrando que os brasileiros querem que essa substância seja proibida também no Brasil, assim como já é em países como Estados Unidos, Canadá e em toda a União Europeia. Por e-mail, a chefe de cozinha adepta da culinária natureba disse por que liderou a campanha. “Já existem estudos revelando a toxicidade e os perigos do carbofurano”, disse. “Essa substância é cancerígena, desregula o sistema endócrino em qualquer dose relevante e afeta o sistema reprodutor”. Na bula do produto consta a informação de que essa substância é “muito perigosa ao meio ambiente e altamente tóxica para aves”. Orienta o usuário a não entrar nas lavouras que receberam o produto por até 24 horas após a aplicação “a menos que se use roupas protetoras”. 2,4-D E A POLÊMICA DO ‘AGENTE LARANJA’ Há exatos dez anos, desde 2006, a Anvisa está reavaliando os riscos à saúde que o herbicida 2,4-D pode causar. De nome estranho, essa substância era uma das que formavam o chamado Agente Laranja, uma química que foi amplamente utilizada pelas Forças Armadas norte-americanas durante a guerra do Vietnã. Seu uso, naquele momento, era para destruir plantações agrícolas que eram usadas como esconderijo pelos inimigos. Mas, segundo a Cruz Vermelha, cerca de 150.000 crianças nasceram com malformação congênita em consequência dessa substância. Os Estados Unidos contestam esse número. Por meio de nota, a Anvisa afirmou que o parecer técnico de reavaliação do 2,4-D foi recentemente finalizado e deverá ser disponibilizado para consulta pública no portal da Anvisa nos próximos meses. A consulta pública faz parte do processo de reavaliação das 14 substâncias realizado pela Anvisa (veja o quadro abaixo). Desde o início dos estudos, em 2008, seis pesticidas foram banidos e dois foram autorizados a permanecer no mercado sob algumas restrições. Resta a conclusão dos estudos de outras seis substâncias – dentre elas o carbofurano. O glifosato, usado para proteger lavouras de milho e pasto, e que no ano passado foi considerado cancerígeno pela Organização Mundial da Saúde, também está nesta lista que aguarda conclusões. A demora para finalizar essa reavaliação fez o Ministério Público entrar com uma ação, em junho do ano passado, pedindo maior agilidade no processo. Na época, a Justiça acatou o pedido e estabeleceu um prazo de 90 dias para que todos os estudos fossem concluídos. Mas o setor do agronegócio também se moveu. O Sindicato Nacional das Indústrias de Defesa Vegetal (Sindivag) entrou com um recurso alegando que o prazo não era suficiente. Em nota, o Sindivag afirmou ser “favorável ao procedimento de reavaliação”, mas que “o prazo concedido para conclusão da reavaliação não era suficiente para que fossem adotados todos os procedimentos previstos nas normas vigentes”. O processo está agora na Justiça Federal, que informou não haver prazo para o julgamento. Fonte: Anvisa Apesar da demora, as reavaliações dos agrotóxicos são um passo importante para a discussão do consumo dessas substâncias no Brasil. “A consulta pública da Anvisa sobre o carbofurano foi importante para que o órgão e os especialistas envolvidos obtivessem conhecimento do que a população pensa”, diz Bela Gil. “A Anvisa pode se sentir mais inclinada a tomada de decisão de realmente banir esse agrotóxico”. MAIS INFORMAÇÕES OMS: Carne processada e embutidos aumentam risco de câncer A agricultura salva novamente a economia brasileira Câmara aprova lei que dispensa símbolo da transgenia em rótulos Se você compra comida orgânica, isto é o que você precisa saber Para Wanderlei Pignati, professor de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), a lentidão desse processo ocorre porque há uma forte pressão de setores interessados na comercialização dessas substâncias. “As empresas querem fazer acordo, mas não deveria caber recurso”, diz. “Queremos proibir todos os [agrotóxicos] que são proibidos na União Europeia”, afirma. “Por que aqui são consumidos livremente? Somos mais fortes que eles e podemos aguentar, por acaso?”. Segundo João Olenike, do IBPT, os agrotóxicos deveriam ter altos tributos, e não ser isentos. “Existe uma coisa chamada extra-fiscalidade, que significa que, além da arrecadação, o tributo tem também uma função social”, explica.

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Pela primeira vez, Justiça argentina condena empresário por crimes na ditadura militar

Marcos Levín foi condenado a 12 anos de prisão por ter participado, em 1977, do sequestro e tortura de um sindicalista que trabalhava em sua empresa. A Justiça da Argentina condenou, nesta segunda-feira (28/03), o empresário Marcos Levín, ex-dono da empresa de transportes La Veloz del Norte, a 12 anos de prisão por ter participado do sequestro de Víctor Cobos, em 1977, então funcionário e sindicalista de sua empresa. Foi a primeira condenação de um empresário como coautor ou cúmplice de crimes de lesa-humanidade referentes à ditadura militar do país (1976-1983).[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Formalmente, Levín foi condenado por privação ilegal da liberdade e tortura. O Tribunal Federal de Salta, cidade no noroeste do país, também considerou culpados no mesmo caso os ex-policiais Víctor Hugo Almirón, Víctor Hugo Bocos e Víctor Cardozo. Os dois primeiros receberam a mesma pena, e o último foi condenado a 8 anos de prisão. Cobos, sequestrado em 22 de janeiro de 1977, integrava a direção local da UTA (Unión Tranviarios Automotor), sindicato argentino do setor de transportes. Ele havia sido acusado de cometer supostas fraudes na empresa de Levín. Sob tortura, Cobos foi forçado a assinar um termo em que acusava ter roubado a La Veloz del Norte com a participação de colegas. Com o documento, ele foi formalmente levado a uma prisão, de onde foi liberado três meses depois. Outros funcionários da empresa foram vítimas dos mesmos crimes. Atualmente, outros nove empresários enfrentam processos na Justiça sob a acusação de terem sido cúmplices de crimes da ditadura militar da Argentina. O dono da empresa agroindustrial Ledesma, Carlos Pedro Blaquier, e o diretor do jornal La Nueva Provincia, Vincente Massot, são acusados por crimes de lesa-humanidade no período do regime militar. Blaquier é investigado por sua suposta participação nas chamadas “noites dos apagões”, em julho de 1976, em que ocorreram cerca de 400 sequestros no país. Já Massot é acusado de ter participado do sequestro, tortura e assassinato de dois funcionários do jornal. De acordo com o Ministério Público, um dos trabalhadores havia protagonizado um forte conflito sindical com o jornal em 1975. Os demais acusados são ex-diretores ou acionistas das seguintes empresas: Acindar (siderúrgica), Ford e Mercedes-Benz (automóveis), Las Marías (ervas e chás), Loma Negra (cimento), Molinos Río de la Plata (alimentos, na época pertencente à multinacional Bunge & Born) e a Comissão Nacional de Valores (órgão do governo). Na última quinta-feira (23/03), o golpe militar na Argentina completou 40 anos. Milhares de manifestantes foram às ruas nas marchas anuais que pedem memória, verdade e memória. O protesto na Praça de Maio, no centro da capital Buenos Aires e em frente à Casa Rosada, reuniu cerca de 300 mil pessoas. Outro lado O advogado de defesa de Levín, Marcelo Arancibia, disse que não há elementos que comprove que seu cliente tenha instigado as torturas ou que tenha tramado um plano sistemático para prender seu empregado. Já Federico Petrina, advogado de Bocos e Almirón, concordou com a defesa do colega e pediu absolvição dos defendidos por falta de provas. Fonte:ÓperaMundi

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Usina de Belo Monte, e como não produzir energia no século XXI

Em 12 de dezembro de 2015, a represa de Belo Monte, no Brasil, começou a ser enchida.*O projeto mais importante do programa energético da presidenta Dilma Rousseff também é um monumento a como não se deve produzir energia no século XXI. Além de seu alto custo, a represa está associada a casos de corrupção e a grandes impactos socioambientais. Belo Monte seria a terceira maior represa do mundo. Foi construída no norte do Brasil, no rio Xingu, um afluente importante do Amazonas. Produziria, em média, apenas um terço da sua capacidade máxima. Vai inundar 516 km2 (o tamanho da cidade de Chicago) de floresta amazônica, áreas cultiváveis e zonas urbanas de Altamira, Pará.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] “…o governo e a sociedade brasileiros não toleram e não vão tolerar a corrupção. A democracia brasileira se fortalece quando a autoridade assume o limite da lei como seu próprio limite. Muitos de nós lutamos para isso justamente quando as leis e os direitos foram atacados durante a ditadura…”, disse Rousseff na Assembleia Geral da ONU em setembro passado. Ela falou de incluir os “problemas das comunidades indígenas” nos compromissos climáticos do país. Também em setembro, a casa da Dona Antônia Melo, em Altamira, foi demolida pela Norte Energia, consórcio construtor de Belo Monte. Antônia lidera o Movimento Xingu Vivo para Sempre que defende os direitos dos moradores da bacia do Xingu. A de Antônia é uma das cerca de 3.000 famílias deslocadas por uma represa que afetará 40.000 pessoas no total, muitas delas indígenas. No dia 24 de novembro de 2015, a autoridade ambiental autorizou a operação de Belo Monte, apesar do descumprimento de condições socioambientais essenciais e ignorando pareceres técnicos ambientais e da autoridade de proteção dos indígenas. Desde 2011, quando começou a construção, várias comunidades indígenas sofreram graves danos à saúde, integridade, território e cultura. Isso piorou com a proximidade da operação da represa. Os serviços públicos, incluindo centros de saúde e cuidados infantis – já em si precários –, entraram em colapso. A violência cresceu exponencialmente: os assassinatos dobraram, acidentes de trânsito aumentaram 144% e a violência sexual e a prostituição explodiram, afetando crianças e adolescentes, sem que as denúncias sejam atendidas. Embora tenham sido entregues mais de 2.600 casas para as famílias deslocadas, elas denunciam defeitos estruturais, falta de transporte público e serviços essenciais. As casas não têm esgoto, uma das condições da licença. O discurso de Rousseff é um paradoxo com a realidade. Ela foi vítima da ditadura, mas agora usa recursos desse regime para implementar Belo Monte. O Ministério Público Federal entrou com mais de 20 ações judiciais contra o projeto e juízes ordenaram a suspensão de suas obras em pelo menos seis ocasiões. Essas decisões foram anuladas a pedido do governo de Rousseff, aplicando a suspensão de segurança, instrumento legal ironicamente criado pela ditadura. A última vez foi em janeiro, quando a Justiça Federal suspendeu o enchimento da represa por descumprimento de obrigações relativas à proteção das comunidades indígenas. A decisão foi anulada dias depois. A corrupção também atingiu o projeto. Segundo confessaram executivos das empresas Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, milionários subornos foram pagos para a sua implementação. A questão é parte da Lava Jato, a maior investigação contra a corrupção da história do Brasil. Os impactos de Belo Monte foram denunciados à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e às Nações Unidas. As respostas foram lentas ou inexistentes. Em abril de 2011, a CIDH pediu que o Brasil suspendesse as obras por falta de consulta livre, prévia e informada com as comunidades indígenas. A reação brasileira foi contundente: retirou seu candidato para a CIDH, seu embaixador junto à OEA, parou de enviar suas contribuições anuais a esse organismo e começou um processo de “fortalecimento” do Sistema Interamericano que terminou reformando o regulamento da Comissão. A CIDH deixou de pedir a suspensão das obras, mas apenas ações urgentes para proteger as comunidades indígenas afetadas. Em 2011, estas comunidades processaram o Brasil e quatro anos depois, em dezembro de 2015, a Comissão começou a avaliar o caso. Este organismo poderia priorizar o caso, tomar uma decisão logo e evitar mais danos. Como diz dona Antônia, a luta continua. Rousseff ainda pode demonstrar que seu governo não vai tolerar a corrupção e que, ao contrário da ditadura, não despreza as normas. A CIDH e outras autoridades têm a oportunidade histórica de exigir o respeito pelos direitos humanos e ajudar que os países consigam um desenvolvimento que não sacrifique pessoas. Devem fazer isso logo, porque Belo Monte já está enchendo. * Astrid Puentes Riaño é codiretora da AIDA, Associação Interamericana para a Defesa do Ambiente. @AIDAespanol, @astridpuentes.

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Maduro acelera o ‘golpe judicial’ para retomar o poder na Venezuela

Maduro – enquanto não cai de podre – vis se mostrando um ditadorzinho de m***a, tal e qual seu mento, o maluquete das Caraíbas, Hugo Chaves, que já faz moradia nos subterrâneos de Hades. E que queime por lá até o fim dos tempos. Maduro deita e rola na Venezuela, persegue opositores, manda bala sem dó nos mesmos, revoga credenciais, dispara bravatas sem limites. Mas vem as eleições, a oposição conquista vitória significativa e…. nada acontece. A Venezuela é democrata, semi-democrata, ditadura, ou super-democrata? José Mesquita Chavismo manobra boicote a formação de Parlamento em que a oposição é maioria. O atordoamento que parece ter produzido no chavismo a derrota nas eleições parlamentares de 6 de dezembro deixa o país apreensivo diante de uma situação inédita. Por um lado, o Supremo Tribunal deve decidir se permite a posse de três deputados opositores depois de ter aceito a impugnação apresentada pelo Governo de Nicolás Maduro. O chavismo manobra para boicotar nos tribunais a formação de um Parlamento com maioria oposicionista em 5 de janeiro. A oposição já anunciou que não aceitará a decisão e que comparecerá à Assembleia com seus 112 deputados.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] MAIS INFORMAÇÕES “Ganhamos! Queremos paz e reconciliação”, diz Lilian Tintori Venezuela dá as costas ao chavismo Desfecho de eleição na Venezuela é encruzilhada diplomática para Brasil Na última hora de quarta-feira, véspera de ano novo, o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) acatou sete recursos apresentados pelo chavismo para impugnar os resultados eleitorais em três Estados. Para respaldar um desses recursos, o STJ – controlado pelo Governo – acatou como medida cautelar a suspensão da proclamação dos deputados eleitos no Estado do Amazonas, três da oposição e um do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). O efeito prático da medida cautelar é impedir a posse desses deputados na terça-feira 5 de janeiro, dia em que deve ser instalada a nova Assembleia Nacional. A oposição agrupada na Mesa da Unidade Democrática (MUD) já anunciou que não acatará a decisão judicial, e que na terça-feira irá ao Parlamento com todos os seus 112 deputados eleitos. A MUD já denunciou a organismos internacionais o que qualifica como “golpe de estado judicial” e, em carta assinada pelo dirigente do partido Primeiro Justiça (PJ), Julio Borges, solicitou às Forças Armadas que ajudem a respeitar a “vontade popular”. Se forem acatados os recursos quando a Sala Eleitoral do STJ estudar os casos, pode ser ordenada a repetição das eleições em todas as circunscrições em questão, o que afetaria 10 cadeiras. O propósito do chavismo é abortar a maioria absoluta de dois terços obtida pela oposição que, com essa maioria, poderia a partir de terça-feira promover votos de censura contra ministros e vice-presidentes, reformas na Constituição e referendos. A apenas 72 horas da instalação oficial da nova assembleia, o país acompanhava apreensivo a evolução do xadrez judicial jogado desde 6 de dezembro. Mas essa não é a única incógnita a solucionar. Também falta saber quem integrará o gabinete ministerial, depois de quase um mês desde que o presidente Maduro pediu a renúncia de seus titulares anteriores. Organizações da sociedade civil como o Centro de Direitos humanos da jesuíta Universidade Católica Andrés Bello de Caracas, advertem de que, segundo as disposições da Constituição vigente, algumas medidas adotadas pelo presidente Maduro nos últimos dias carecem de legalidade por não terem sido referendadas pelo Conselho de ministros. As atuações do Executivo compreendem, por exemplo, a promulgação de leis no marco das faculdades para legislar outorgadas pela Assembleia Nacional a Maduro mediante uma lei habilitante, ou a recente extensão por 60 dias do estado de exceção vigente em municípios fronteiriços com a Colômbia do Estado do Amazonas. Na segunda-feira iniciará suas funções o inédito Parlamento Comunal, um organismo que o regime tirou da cartola das leis comunais que Hugo Chávez fez aprovar em 2010. O Governo de Maduro não escondeu a intenção de utilizar esse Parlamento paralelo – formado em sua totalidade por representantes de comunas chavistas – como contrapeso à “assembleia burguesa”, assim como de destinar a ele recursos e competências. El País

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