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Indústria do Açúcar manipula a Ciência

Estudos que relacionam o açúcar a doenças cardiovasculares chegaram a ser interrompidos no passado A indústria do açúcar ocultou durante cerca de 50 anos estudos efetuados com animais que sugeriam os efeitos negativos que a sacarose tem na saúde. Foto MARK R. CRISTINO EFE Durante a história da humanidade morrer de câncer de pulmão era uma verdadeira raridade. No entanto, o consumo em massa de tabaco, que começou no final do século XIX, causou uma epidemia mundial. A relação entre o hábito de fumar e o câncer começou a ser demonstrada nos anos 40, e no final dos 50 as provas já eram irrefutáveis. Em 1960, porém, somente um terço dos médicos dos Estados Unidos acreditavam que o vínculo entre a doença e o tabagismo fosse real. Para essa confusão dos médicos e da população a ciência também contribuiu. Em 1954, o pesquisador Robert Hockett foi contratado pelo Comitê de Investigação da Indústria do Tabaco, dos EUA, para pôr em dúvida a solidez dos estudos sobre os malefícios dos cigarros. Apesar dos esforços daquela indústria, a acumulação de provas conseguiu fazer com que a consciência sobre os perigos de fumar seja quase universal e que as campanhas tenham reduzido significativamente o número de fumantes. Mas o negócio do tabaco não é o único que manipulou a ciência para proteger seus lucros. Como o tabagismo, o consumo desenfreado de açúcar é um hábito doentio moderno. E embora a consciência sobre os danos do açúcar seja algo muito mais recente, parece que a própria indústria está ciente deles há muito tempo. De fato, Hockett, antes de buscar a proteção do tabaco por meio da confusão, tinha feito o mesmo com o açúcar. Nesse caso, ao não poder negar a relação entre a sacarose e as cáries, tentava promover intervenções de saúde pública que reduzissem os dados no açúcar em vez de restringir seu consumo. Companhias como Pepsi deixaram de financiar estudos ao observar que podiam demonstrar o dano de seus produtos Esta semana, uma equipe da qual participam Cristin Kearns e Stanton Glantz, pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco conhecidos por apontar as maracutaias do negócio açucareiro, recuperou antigos documentos que mostram sua forma de trabalhar. Segundo explicam em um artigo publicado na revista PLOS Biology, a Sugar Research Foundation (SRF), conhecida agora como Sugar Association, financiou em 1965 uma revisão no New England Journal of Medicine na qual eram descartados indícios que relacionavam o consumo de açúcar, os níveis de gordura no sangue e doenças cardíacas. Essa mesma fundação também realizou estudos em animais em 1970 para analisar esses vínculos. Seus resultados encontraram um maior nível de colesterol em ratos alimentados com açúcar em relação a outros alimentados com amido, uma diferença que atribuíam a distintas reações dos micróbios de seu intestino. Quando a SRF conheceu os dados, que indicavam uma relação entre o consumo de açúcar e as doenças cardíacas, e até um maior risco de câncer de bexiga, interrompeu as pesquisas e nunca publicou seus resultados. Glatz e seus colegas comentam que este tipo de trabalho propagandístico, direcionado a semear dúvidas sobre qualquer relação entre o consumo de sacarose e as doenças crônicas, continua hoje. Como exemplo citam uma nota à imprensa divulgada pela Sugar Association em 2016 como resposta a um estudo publicado na revisa Cancer Research. Nela, eram questionados os dados obtidos por uma equipe do Centro para o Câncer MD Anderson da Universidade do Texas, nos quais se observou em ratos que o consumo de açúcar favorecia o crescimento de tumores e a metástase. Estratégias em vigor As estratégias da indústria açucareira do passado continuam vigentes. Como quando Hockett propunha mitigar o impacto do consumo do açúcar nas cáries sem reduzir seu consumo, hoje, empresas como a Coca-Cola focam na necessidade de se fazer exercícios para reduzir a obesidade, deixando de lado a de diminuir o consumo de açúcar. Em uma entrevista a El País, Dana Small, uma cientista da Universidade Yale que trabalha para entender a maneira como o entorno moderno, desde a alimentação à poluição, favorece a obesidade, comentou sua experiência colaborando com a Pepsi. Apesar de reconhecer que os dirigentes da empresa tinham boas intenções quando começaram a financiar projetos sobre alimentação e saúde, conta que tudo andou bem até que tiveram “resultados que indicavam que seus produtos poderiam estar causando danos”. Não podiam assumir que conheciam os perigos de seus produtos para a saúde porque essa informação poderia ser utilizada contra eles em futuras ações judiciais. “Deixaram de financiar-me na semana seguinte e confiscaram os computadores dos cientistas com os quais estava trabalhando”, relatou. Glanz considera que a atitude das entidades açucareiras “questiona os estudos financiados pela indústria do açúcar como uma fonte confiável de informação para a elaboração de políticas públicas”. Small, no entanto, considera que a indústria do açúcar e a da alimentação em geral são grandes demais para serem ignoradas. Em sua opinião é necessário buscar meios de proteger este tipo de colaboração de tal maneira que ambas as partes possam trabalhar de forma honesta “sem ter que se preocupar com segredos comerciais ou ser alvo de ações judiciais”.

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Hortas Urbanas

Annie Novak, uma agricultora no telhado Ela pertence a uma nova geração de agricultores urbanos que não quis se isolar do mundo em uma propriedade longe da cidade Se Karen Blixen tinha “uma fazenda na África, ao pé das colinas de Ngong” –o que era totalmente possível–, Annie Novak possui sua fazenda orgânica particular em um terraço de Eagle Street, no bairro nova-iorquino do Brooklyn, a cinco andares de altura – o que não deixa de ser surpreendente.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] O chamado da terra – “a minha epifania”, como diz, não chegou a Novak no território americano, mas em Gana, onde estava realizando um projeto de tese universitária sobre chocolate, agricultura e desenvolvimento, sendo “chocolate” a palavra-chave. Um colega de classe se ofereceu então para mostrar a ela a plantação de cacau do pai, “que, além de homem de negócios, era o sacerdote vodu da aldeia”, lembra a jovem de 34 anos –que aparenta 25. Novak conta que depois de mais de três horas de caminhada sob o sol começou a ficar impaciente –“mas não a me queixar, hein! Sou católica!”– pois não via nenhum rastro do desejado chocolate, e perguntou quanto faltava para chegar. “Aí está ele”, foi a resposta tranquila do anfitrião. O chocolate estava diante dos seus olhos, ao seu redor, plantado em toda a colina e além de onde a vista alcançava. Mas ela não o via. Não podia vê-lo. “Foi a primeira vez que pensei que não sabia de onde vinha a comida”, confessa Novak. “Percebi que nunca tinha visto uma semente ou a árvore do cacau. Foi como uma iluminação que se tornou uma obsessão”. Por incrível que pareça, os membros das novas gerações urbanas nos Estados Unidos não tiveram acesso a frutas ou verduras frescas –de preços absurdos. São milhares e milhares de pessoas que não relacionam uma maçã a uma árvore, que acreditam que os já aspargos crescem com o elástico em torno do maço, tudo limpinho de terra. Embora hoje esteja em Madri dando uma palestra por ser pioneira no cultivo em larga escala nos telhados dos edifícios, as mãos de Novak mostram os efeitos de passar muito tempo trabalhando a terra. E isso a faz feliz. Seu lema é que qualquer um pode fazer uma horta em um telhado. Hoje, em Nova York, devem existir mais de 900 hortas nas alturas. E fornece um dado sobre a Europa: “Em Munique, os novos edifícios devem reservar espaço no telhado para uma horta”. Novak escapa ao rótulo que qualifica essas iniciativas de “moda”. “É um movimento global”, afirma. E não é novo. Desde os jardins da Babilônia, cinco séculos antes de Cristo, até as “hortas para pobres” nas cidades industriais do século XIX, por prazer ou necessidade, a agricultura entrou nas áreas urbanas. Yolanda Monge/El País

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“O pão branco é uma bomba que estamos dando às pessoas”

Professor visitante de Harvard, Miguel Ángel Martínez-González alerta sobre as táticas agressivas de algumas empresas de alimentos. Martínez-González, no campus do IESE Business School de Barcelona, em janeiro passado VANESSA MONTERO Demora-se menos de dois minutos para se dar conta de que o doutor espanhol Miguel Ángel Martínez-González ensina pelo exemplo. Ele sobe a pé as escadas da faculdade até o segundo andar, onde dá aula de bioestatística a futuros médicos, toma o café sem açúcar e, em um cardápio de restaurante que oferece como opções lentilhas, massa e carne, escolhe sem hesitar os grãos. Está há mais de duas décadas em busca de evidências científicas para respaldar as benesses atribuídas pela tradição à dieta mediterrânea.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O catedrático de Saúde Pública da Universidade de Navarra, e desde junho também professor visitante de Harvard, é um dos cérebros do relatório Predimed, o mais amplo realizado até agora sobre os efeitos da dieta mediterrânea, originária do sul da Europa: o acompanhamento de um coorte formado por 7.500 participantes recrutados em toda a Espanha durante uma década demonstrou que esta reduz em 66% os problemas circulatórios, em 30% os infartos e derrames e em 68% o risco de câncer de mama. “O pão branco é um dos principais problemas que temos. Quando já se tem sobrepeso é uma bomba” No corredor ao lado de sua sala no campus de Pamplona, onde é realizada esta entrevista, estão pregados em uma cortiça os trabalhos que seu departamento publicou recentemente em revistas científicas. “É o muro da autoestima”, brinca. O médico malaguenho, de 59 anos, colabora desde os anos noventa com diversas pesquisas da Escola de Saúde Pública de Harvard, referência mundial em nutrição. Dali tirou a inspiração e os conhecimentos para contribuir para criar não só o projeto Predimed —suas descobertas já estão incluídas nos guias nutricionais oficiais dos Estados Unidos— como também o SUN, um programa no qual mais de 22.000 pessoas, 50% delas profissionais de saúde, colocaram à disposição dos pesquisadores —de forma continuada desde 1999— dados sobre sua saúde e estilo de vida que serviram para dezenas de trabalhos de pesquisa. Também começou recentemente outro projeto, Predimed Plus, que tenta demonstrar por meio do acompanhamento de quase 7.000 pacientes obesos durante quatro anos que com a dieta mediterrânea melhorarão sua dieta, aumentarão sua atividade física e perderão peso. Já é um fato científico: a dieta mediterrânea é saudável. Então, por que há tanto sobrepeso nesses países? Muita gente diz que conhece e segue a dieta mediterrânea. Mas a realidade é que as gerações jovens incorporaram a dieta norte-americana. Come-se carne vermelha e processada demais. Não quero dizer que temos de nos tornar vegetarianos. Mas a evidência científica indica que, à medida que aumenta a porcentagem de proteínas vegetais sobre as animais, cai brutalmente a mortalidade cardiovascular e por câncer. A dieta mediterrânea, sobretudo o consumo de azeite de oliva extra-virgem, frutas secas, frutas, verduras e legumes, é a melhor opção. Depois, melhor comer peixe do que carne e, esta, preferencialmente de aves ou coelho. Também convém reduzir o consumo de açúcar e sal, e levar uma vida menos sedentária. Usar mais as escadas e menos o elevador. Por que é tão difícil emagrecer? Primeiro, porque é preciso ter muita força de vontade para perder quilos e não recuperá-los. Mas é que, além disso, certa indústria alimentícia exerce grande pressão para colocar muitos alimentos a nossa disposição a toda hora, a um custo muito baixo e em grandes quantidades. O que está mais acessível nas prateleiras dos supermercados? Alimentos ultraprocessados, com grande densidade energética, porque têm muita gordura, açúcar e sal, às vezes contra a natureza do produto, como acontece com o ketchup. O que ele tem a ver com molho de tomate? E é vendido e consumido em quantidades industriais. Além disso, as porções grandes e baratas incham as pessoas. Vivemos em uma cultura de sobrealimentação. As opções mais saudáveis deveriam estar mais disponíveis. Por mais que a indústria queira tentar as pessoas, elas sabem que tudo isso não é muito saudável. Ninguém as obriga a comer. “Algumas empresas alimentícias usaram táticas similares às usadas pela indústria do tabaco” A maior parte das escolhas que fazemos não são muito racionais. O economista Richard H. Thaler, referência na teoria das finanças comportamentais, e Cass R. Sunstein, outro especialista em economia comportamental, explicam isso muito bem em um de meus livros favoritos, O empurrão para a escolha certa (Ed. Campus). As pessoas costumam optar pela decisão mais fácil, e há um certo tipo de indústria que lhes dá esse empurrãozinho. Por isso, acredito que é preciso tornar o saudável mais acessível, dar pistas de que se deve escolher para comer bem. São estratégias de saúde pública para construir uma sociedade mais saudável. De tal maneira que, como padrão, lhe ofereçam pão integral. O suco, sem açúcar. Thaler e Sustein chamam isso de paternalismo libertário. As pessoas devem ser livres para escolher, mas acredito que é preciso informar e proteger contra escolhas impensadas e prejudiciais. Sem forçar. Isso é o que ensino em medicina preventiva. O Governo espanhol acaba de anunciar a criação de um imposto que penaliza o consumo de refrigerantes. O que o sr. acha? Sou partidário de que se subvencione o azeite de oliva extra-virgem, as frutas e as verduras e que se sobretaxe o consumo de carne vermelha e processada, as trash foods e as bebidas açucaradas. Assim se lança uma mensagem clara do que é sadio ou não. O sr. falava antes do pão. Faz parte da dieta mediterrânea? Debatemos muito sobre esse tema. A conclusão a que chegamos é que o pão branco é um dos problemas mais graves que temos na Espanha. A grande maioria o consome e assim engorda. É preciso saber que é fundamentalmente um amido, e nosso corpo é super eficiente em transformar amido em açúcar. É como tomar glicose. Basta colocar um pouco de miolo na boca e na hora se sente um gosto doce. E por que

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Alimentação: o açúcar que você não vê

As fotos que mostram o açúcar oculto em sua comida Projeto denuncia a quantidade de açúcar presente em produtos industrializados Aviso: um iogurte “de frutas” pode conter até quatro cubos de açúcar.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Um iogurte de frutas da marca Danone “0%” tem quatro cubos de açúcar. Uma caixa de 200 mililitros de molho de tomate, a mesma quantidade. Um copo de suco “veggie”, sete cubos. E um café Mocha Branco Venti do Starbucks, com chantili e calda de chocolate, a prodigiosa quantidade de 20 cubos de açúcar. Quando consumimos qualquer um desses alimentos, raramente temos ideia da grande quantidade de açúcar que estamos ingerindo, açúcar que pode criar dependência e cujo abuso leva ao excesso de peso, diabetes, cárie dentária ou risco cardiovascular. Ou não lemos os rótulos onde a quantidade é indicada, ou não entendemos exatamente as quantidades indicadas. Essa cegueira é o que levou Antonio Rodríguez Estrada a criar o SinAzúcar.org, uma iniciativa para divulgar imagens nas quais os produtos são acompanhados pela quantidade de açúcar que contêm, medida em uma unidade familiar e compreensível para todos: o cubo de açúcar. “Uma das causas da atual epidemia de obesidade é o abuso de produtos industrializados na alimentação diária”, afirma este fotógrafo, entusiasta da alimentação saudável. “O SinAzúcar.org pretende visualizar o açúcar oculto nesses alimentos processados de uma forma simples e gráfica para que possam ser facilmente compartilhados por meio das redes sociais. É meu grãozinho de areia para melhorar os hábitos de consumo.” Embora a ideia não seja muito original — o site norte-americano Sugar Stacks e a conta de Instagram @dealerdesucre vêm fazendo algo semelhante há um tempo—, o projeto apresenta duas novidades: os produtos são vendidos no mercado espanhol e as imagens, brilhantes e polidas, imitam deliberadamente a estética publicitária com a qual costumam ser anunciados. “A indústria alimentícia apresenta seus produtos de forma brilhante para seduzir o consumidor. Se quisermos lutar contra este marketing, devemos ser capazes de nos nivelarmos a eles e usar suas próprias armas para criar imagens atraentes que comuniquem de forma eficaz”, disse o fotógrafo, que terminou há alguns meses um curso de nutrição esportiva no Instituto de Ciências da Nutrição e Saúde. Rodríguez Estrada começou postando fotos de produtos com grandes quantidades de açúcar, tais como bebidas açucaradas. Mas então percebeu que os alimentos que mais surpreendiam eram aqueles nos quais este ingrediente é mais inesperado, como um molho de tomate ou iogurte para bebês. Por isso, decidiu dar prioridade à denúncia desse tipo de alimentos em relação aos que o consumidor baixa a guarda mais facilmente, especialmente quando alegam ser saudáveis, como “0%”, ou são recomendados por sociedades médicas sem muitos escrúpulos. Para calcular a quantidade de açúcar, o fotógrafo utiliza a informação fornecida pelo próprio fabricante no rótulo. No caso de alimentos mais genéricos como torradas, bolo de queijo, donuts de chocolate ou doces, escolhe uma marca de referência e aplica o mesmo padrão. Cada um dos cubos de açúcar das fotos pesa quatro gramas. Algumas imagens da iniciativa nos levam a pensar duas vezes antes de dar certos alimentos prontos para crianças ou ingerirmos uma bebida “energética”, alguns biscoitos ou cereais. Mas como nos tornamos tão insensíveis a tais quantidades de sacarose? “Uma das consequências do abuso do açúcar é o aumento do limiar de sabor doce”, explica Rodríguez Estrada. “Precisamos cada vez mais para que o sabor nos agrade. Se educamos nosso paladar desde pequenos com vitaminas, iogurtes açucarados ou refrigerantes, quando somos adultos um café com 20 com cubos de açúcar parece delicioso.” Como era previsível, o SinAzúcar.org tem sido apoiado por vários nutricionistas nas redes sociais, os quais o fotógrafo espera ajudar na luta por uma melhor alimentação e contra as práticas nocivas da indústria de alimentos. Por outro lado, entre as marcas representadas nas imagens, por enquanto reina o silêncio. “Nenhuma ainda me contatou”, disse Rodríguez Estrada, ironicamente, “mas, cada vez que entro no Starbucks, noto que fazem cara feia”. El Pais

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Diabetes e dietas

Uma nova dieta com pequenos ciclos de jejum consegue fazer o pâncreas afetado pelo diabetes recuperar suas funções, afirmam pesquisadores americanos. Direito de imagemSPLO diabetes surge com a destruição das células beta do pâncreas, órgão responsável pela produção de insulina e pelo controle do açúcar no sangue Experimentos com cobaias mostraram que quando o órgão – que ajuda a controlar a taxa de açúcar no organismo – se regenerou, os sintomas da doença desapareceram.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] O estudo, feito por um grupo da Universidade do Sul da Califórnia, foi publicado na revista científica Cell. Segundo os cientistas, a dieta consegue “reiniciar” o corpo e a descoberta é “potencialmente animadora” porque pode converter-se num novo tratamento do diabetes. Eles afirmam, no entanto, que as pessoas não devem experimentar a dieta sem acompanhamento médico. No experimento, ratos foram submetidos a um “regime que simula o jejum”, explicam os pesquisadores. Durante cinco dias, as cobaias receberam alimentos com poucas calorias, poucas proteínas, pobres em carboidratos e ricos em gordura insaturada como azeite de oliva, óleo de milho e de canola, castanha do Pará, amêndoa, salmão, sementes de linhaça e abacate, entre outros. É um regime parecido com uma dieta vegetariana à base de nozes e sopas – mas com 800 a 1.100 calorias diárias. Depois, as cobaias passaram 25 dias comendo de tudo, sem restrições. Estudos anteriores já haviam indicado que esta dieta pode também retardar o ritmo do envelhecimento. Direito de imagemTHINKSTOCKA dieta testada pelos pesquisadores americanos não deve ser seguida sem a supervisão de um médico Reprogramação Os ratos submetidos ao experimentos apresentaram regeneração em um tipo especial de célula no pâncreas: as células beta. São elas que detectam o açúcar no sangue e, se este nível estiver muito alto, liberam insulina, o hormônio que pode controlá-lo. “Nossa conclusão é de que ao levarmos os ratos a um estado extremo e trazê-los de volta – ou seja, ao deixá-los famintos e depois alimentá-los novamente – as células no pâncreas são levadas a uma reprogramação, que recupera parte do órgão que não estava mais funcionando”, disse Valter Longo, um dos participantes do estudo. O testes com ratos tiveram bons resultados tanto para diabetes do tipo 1 como para o tipo 2. O tipo 1, ou diabetes mellitus, é caracaterizado pela destruição parcial ou total das células beta do pâncreas, que resulta na incapacidade progressiva de o organismo produzir insulina. Este tipo aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. É sempre tratado com insulina, medicamentos, dieta e atividades físicas para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue. Já o tipo 2 se manifesta mais frequentemente em adultos, e está associado principalmente a um estilo de vida que faz com que o organismo não consiga usar adequadamente a insulina que produz ou deixe de produzir insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o tipo 2, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes. Dependendo da gravidade, a doença pode ser controlada com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e outros medicamentos. “Em termos médicos, estas descobertas são potencialmente muito importantes porque mostramos – em modelos com ratos – que se pode usar a dieta para reverter os sintomas da diabete”, diz Longo. “Em termos científicos, as descobertas talvez sejam ainda mais importantes porque mostramos a dieta pode servir para reprogramar as células sem que se tenha de fazer nenhuma alteração genética nelas.” O repórter Peter Bowes testou a dieta com ciclos de jejum Como é a dieta? O repórter Peter Bowes, da BBC, participou de uma experiência com o Dr. Valter Longo. “Durante cada ciclo de cinco dias de jejum eu comia um quarto da quantidade que as pessoas consomem em média e perdi entre dois e quatro quilos”, explica. “Antes de fazer o ciclo seguinte de jejum, os 25 dias em que comi normalmente devolveram o meu peso original. Mas nem todas as consequências da dieta sumiram tão rapidamente.” A pressão sanguínea de Bowes baixou, assim como o hormônio IGF-1, que está relacionado a alguns tipos de câncer. “As refeições muito pequenas que eu fiz durante os cinco dias de jejum não tinham nada de gourmet, mas eu ficava feliz de ter algo para comer”, relembra. Para saber se a dieta pode ajudar também o ser humano, os cientistas a aplicaram em 71 pessoas durante três meses e constataram melhora do nível de açúcar no sangue delas. No entanto, Valter Longo diz que as pessoas não devem se apressar em adotar o novo regime. “Não é uma boa ideia tentar isso em casa. A dieta é muito mais sofisticada do que se imagina.” Ele adverte que as pessoas podem “ter problemas” de saúde se fizerem o regime sem supervisão médica. Segundo Emily Burns, da organização britânica Diabetes UK, a notícia é “potencialmente muito boa, mas precisamos ver se os resultados são verdadeiros para os seres humanos antes de sabermos o que significam para os diabéticos”. “Pacientes com diabetes dos tipos 1 e 2 vão se beneficiariam imensamente de tratamentos que possam reparar ou regenerar as células produtoras de insulina no pâncreas”, afirma. BBC

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Câncer, a maioria dos casos é devido ao seu estilo de vida

Especialistas reforçam que só 10% dos tumores têm origem genética; os demais dependem de fatores socioambientais e de hábitos de vida Especialistas reforçam que só 10% dos tumores têm origem genética. Os demais tipo de câncer dependem de fatores socioambientais e de hábitos de vida. No entanto, as partes do corpo mais suscetíveis à doença diferem para homens e mulheres, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para a região Sudeste. Para compor o quadro dos pontos fracos para os dois sexos, o presidente da Fundação Antonio Prudente, do Hospital do Câncer A.C. Camargo, Ricardo Bretasni, propõe excluir da análise os cânceres de pele não melanoma, campeões de incidência. “Nessa classe são contabilizados também tumores benignos, daí a incidência tão alta, o que relativiza os resultados”, diz Bretasni. Assim, o tipo de câncer que mais atinge as mulheres é o de mama, seguido pelo câncer de cólon e reto e, em terceiro, o de colo do útero. Pelo autoexame se pode detectar um tumor de mama de 2 cm. Já o médico é capaz de detectar o tumor com 1 cm. Tumores ainda menores podem ser identificados pela mamografia, elevando as chances de cura. Segundo os médicos, toda mulher deve fazer a mamografia a partir dos 40 anos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Entre os homens, os hábitos podem ajudar a prevenir o câncer. Segundo o Inca, seria possível reduzir em até 40% as mortes por câncer por medidas de comportamentais, como evitar o álcool, deixar de fumar, manter uma nutrição natural e balanceada, além de praticar atividades físicas. O tipo de câncer mais comum no sexo masculino é o de próstata, seguido pelo de pulmão e de cólon e reto. Para Brentani, a incidência de câncer de mama e dos tumores de cólon e reto reflete o padrão alimentar atual da dieta feminina. “Os dois tumores têm relação com a dieta rica em gordura, como a da carne vermelha, que passou a ser mais consumida após o Plano Real”, diz. Ricardo Antunes, diretor do Instituto Paulista de Cancerologia e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia (SBC), reforça afirmando que a vida moderna favorece a exposição aos fatores de risco para o câncer. A relação entre fumo e câncer de pulmão é direta: “98% dos pacientes com câncer de pulmão são fumantes”, sentencia Brentani. Outros tipos de tumores também são associados ao tabaco. “O tabagismo também favorece o câncer de esôfago, laringe, faringe, boca e mama”, afirma o coordenador de Prevenção e Vigilância do Inca, Claudio Noronha. Já o câncer que mais acomete homens no Sudeste, o de próstata, está relacionado ao envelhecimento. “O desafio é fazer com que o homem se despoje da vergonha e adote a prevenção. Por meio dos exames de sangue para dosar a enzima PSA e do toque retal a chance de se detectar o tumor é de quase 100%”, diz Antunes.

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Leite e sexo

Olhe essa! Leite é melhor que sexo para uma boa noite de sono Um copo de leite antes de dormir ajuda a pegar no sono, mas fazer sexo só beneficia os homens e prejudica as mulheres nesse sentido, segundo estudo. O orgasmo acelera o descanso no sexo masculino, enquanto o estímulo feminino possui maior duração. Já o leite ajuda o cérebro a secretar melatonina, substância fundamental para o sono. Nas últimas décadas se aceleraram as pesquisas sobre a melatonina – hormônio produzido pela glândula pineal, responsável pelo sono -, principalmente a partir da observação científica dos ciclos de sono de alguns mamíferos.[ad name=”Retangulo – Anuncios – Direita”] Os morcegos, que dormem de dia e vivem de noite, e a longa hibernação dos ursos foram grandes alvos de observação dos cientistas na hora de pesquisar os níveis de melatonina nos animais e como estes a dosam. Ritmo circadiano Pesquisadores do Brigham and Women’s Hospital de Boston (Estados Unidos) e da Monash University, da Austrália, experimentaram um tratamento com tasimelteon, substância equivalente à melatonina. O tasimelteon demonstrou eficácia na hora de mudar o relógio interno do ser humano e assim evitar a insônia transitória produzida pelos turnos noturnos de trabalho ou o chamado “jet lag”, cansaço de viagem devido à mudança de fuso horário. A substância ajudou a dormir melhor e a mudar os ciclos circadianos – oscilações de variáveis biológicas em intervalos regulares de tempo – dos pacientes tratados. As desordens do ritmo circadiano são a causa mais comum da insônia e afetam milhões de pessoas, sobretudo as que trabalham de noite ou cruzam várias faixas horárias quando viajam em avião. Tais desordens se caracterizam por alterações persistentes e recorrentes do sono, dificuldade para ficar adormecido e excessiva inércia quando se está acordado. Leite e sexo Mas se você prefere recorrer a substâncias naturais em vez de remédios para conseguir pegar no sono, o doutor Eduard Estivill, diretor da Unidade de Alterações do Sono do Hospital Geral da Catalunha (nordeste da Espanha), recomenda um bom copo de leite antes de ir para a cama, ao mesmo tempo em que alerta para o risco de insônia para as mulheres que optam por manter relações sexuais nessa hora em vez de um gole de leite. Na recente apresentação de um estudo sobre os hábitos do sono no mundo todo, Estivill concluiu que o sexo é positivo para o homem antes de dormir porque, após chegar ao orgasmo, tem acelerado seu processo de descanso. Já a mulher permanece estimulada por mais tempo e chega mais tarde ao relaxamento indutor do sono. Por outro lado, o leite é bom antes de ir para a cama porque contém um aminoácido que ajuda o cérebro a secretar a quantidade necessária de melatonina para o sono. Segundo o citado relatório, a insônia crônica – que representa a perda de sono durante mais de três semanas – é uma das patologias que tem maior prevalência nas mulheres por causa do ciclo menstrual, da gravidez, da maternidade e da menopausa. Tal perda pode ser causada também pela síndrome do ovário policístico (SOP), um transtorno que afeta uma em cada 15 mulheres no mundo e que é consequência de um excesso de hormônios masculinos. Do sono leve ao profundo À margem das patologias, quando homem e mulher conseguem pegar no sono reparador, a melhor forma de se despertar chega após terem passado da etapa do sono profundo para a do leve. A luz ajuda nesse sentido, já que com ela a melatonina desaparece, até o ponto de “despertadores de luz” já serem fabricados. Os beijos e as carícias também ajudam nesse processo de transição e, de acordo com o relatório apresentado por Estivill, brasileiros, argentinos e espanhóis são os que mais despertam com esses estímulos suaves, enquanto apenas dois em cada dez japoneses possuem esse hábito. Aprender a pegar no sono depende quase mais de técnica e habilidade do que de uma decisão espontânea, sobretudo quando se chega a uma certa idade. Por isso, o estresse e a ansiedade para dormir imediatamente favorecem a insônia. Antes de ir para a cama para dormir é preciso saber preparar o sono e se desligar mentalmente de forma paulatina de todas as preocupações que nos espreitam. Ver TV ou tomar um banho podem ajudar. Também é recomendável aplicar cremes antes de dormir, pois seu efeito costuma ser relaxante. Espanhóis e italianos são os europeus que em maior percentagem o fazem. Estivill dá um argumento científico para sustentar esse costume: quando deitamos na cama, o cérebro secreta o hormônio que repara os tecidos da pele. Esse hormônio é o mesmo que favorece o crescimento nas crianças, que, quanto mais dormem, mais crescem física e mentalmente, já que nesse momento é quando são criadas as conexões neuronais que determinam o coeficiente intelectual. do Yahoo notícias

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Consumo de Alimentos. O que o mundo come

As fotos abaixo mostram o consumo semanal de alimentos por famílias de diversas partes do mundo. O levantamento foi feito pela escritora Faith D’Aluisio e o fotógrafo Peter Menzel. Durante cinco anos, eles visitaram famílias em 24 países, investigando que tipo de comida e quanto consumiam. O resultado foi publicado no livro Hungry Planet: What the World Eats (sem tradução para o português). Família Melander, de Bargteheide, Alemanha – 375,39 euros R$ 970,00 Família Revis – Carolina do Norte – USA – 342,98 dólares 581 reais Família Sobczynscy, de Konstancin-Jeziorna, Polônia – 582 zlotys 438 reais Família Ahmed, do Cairo, Egito – 387 pounds 120 reais Família Manzo da Sicília, Itália – 214 Euros 571 Família Casales, de Cuernavaca, México – 1862 pesos 294 reais Família Ayme, de Tingo, Equador – 31,55 dólares 53 reais Família Namgay, da Vila de Shingkhey, Butão – 224 ngultrum 8,57 reais Família Aboubakar, do Campo de Refugiados de Breidjing, Chade – 685 francos africanos 2,09 reais [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Dieta e dietéticos

Refrigerantes dietéticos não ajudam na perda de peso. Metabolismo é a ação do organismo acumular ou queimar gorduras. Jillian Michaels, autora do livro “A Dieta do Metabolismo“, explica que “estamos consumindo menores quantidades de refrigerante comum. A má notícia? “Estamos consumindo cada vez mais dietéticos.” De acordo com a famosa e respeitada preparadora física, os adoçantes artificiais são antinutrientes muito perigosos e que enganam muitas pessoas com sua propaganda, e na bem da verdade são um perigo metabólico maior até que o próprio açúcar. A autora usa como base um estudo com 950 pessoas realizado ao longo de nove anos, e que apontava o refrigerante diet, ao lado de carnes e frituras, como os fatores de risco mais proeminentes para uma crise metabólica. “Normalmente, quando ingerimos açúcar, nosso corpo registra a doçura e até chega a compreender que coisas muito doces significam muitas calorias. Entretanto, quando continuamente tomamos refrigerantes diets, essa compreensão se distorce.”[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] Seja diet ou não, refrigerante algum faz bem à saúde. Ou seja, da próxima vez seu corpo não reconhecerá a quantidade de calorias que há ali, de modo que você ingere demais. “Então, ao contrário das pessoas que consumiram açúcar, você não compensa as calorias em excesso comendo menos em refeições posteriores,” escreve. Os outros antinutrientes descritos pela autora são grãos refinados, gorduras hidrogenadas, conservantes e colorantes artificiais. De acordo com a especialista, para perder peso rapidamente as pessoas devem ter em mente que a história toda não está somente ligada às calorias, e que os hormônios são fundamentais nessa tarefa, por isso, é importante reeducar seu corpo e seus costumes para fazer corretamente o trabalho. Folha de S.Paulo

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Estatísticas mundiais atualizadas em tempo real: População, governo, economia, educação, ambiente, alimentação, água e energia

Worldometers é parte do Projeto Estatísticas em Tempo Real, que é gerido por uma equipa internacional de programadores, pesquisadores e voluntários com o objetivo de tornar ao mundo as  estatísticas disponíveis relevantes  de um grande público ao redor do mundo. Fontes são selecionados cuidadosamente para incluir apenas os dados publicados pelas mais reputadas organizações e estatística no mundo. Os contadores que são apresentados em tempo real os números são baseados em Worldometers‘ algoritmo que transforma as mais recentes e mais precisos os dados estatísticos disponíveis, juntamente com a sua progressão estimada para computar o número atual em milisegundo para ser exibido em cada contador baseado no tempo específico fixado em cada relógio do computador do visitante.

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