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Dick Cheaney: um vice-presidente alucinado

por Maureen Dowd* Colunista do New York Times e recebeu o Prêmio Pulitzer por artigos sobre o escândalo Monica Lewinsky Em uma audiência realizada a portas fechadas na terça-feira, Dick Cheaney depôs na Comissão de Inteligência do Senado, que investiga as técnicas “avançadas” de interrogatório aplicadas em prisioneiros “valiosos”. Esta colunista teve “acesso” exclusivo ao depoimento confidencial do ex-vice-presidente. A presidente da comissão, Dianne Feinstein, começou a audiência dizendo a Cheney que tinha ficado “pessoalmente chocada” com o que descobriu sobre a brutalidade do tratamento dado aos prisioneiros. “Aqueles insetos nem sequer eram venenosos”, rosnou Cheney. “Tapas na cara? Socos na barriga? Arremessar um homem nu contra a parede? Coisa de criança. Esses métodos funcionaram. Eles nos mantiveram em segurança durante sete anos. Muito mais seguros do que sob o olhar daquela delicada florzinha havaiana na Casa Branca.” Cheney prosseguiu. “Os EUA estão passando uma imagem fraca e indecisa aos olhos do exterior. Justamente quando eu e Rummy (Donald Rumsfeld) conseguimos acabar com aquela cultura hippie de ?culpar os EUA antes de mais nada?, (Barack) Obama trouxe de volta essa tendência, desculpando-se a todo o mundo por causa do país que governa, afagando ditadores sebosos, puxando o saco daquelas fuinhas na Europa, continente que só é livre hoje graças ao nosso Exército. Aliados e adversários se aproveitarão rapidamente da oportunidade de obter vantagens se acharem que estão lidando com um frouxo.” O senador John McCain, mostrando-se enojado, começou a gritar com Cheney, dizendo a ele que submeter uma pessoa a 183 simulações de afogamento num único mês era contra a lei: “Os japoneses que fizeram isto durante a 2ª Guerra foram julgados e enforcados.” “Cale a boca”, respondeu Cheney. “Todos estão cansados de ouvi-lo fazer apologia da tortura. Por que você não se junta àquele vira-casaca do (Arlen) Specter no time adversário, que é seu lugar?” O senador Russ Feingold entrou na briga, perguntando a Cheney com sarcasmo: “Pode nos dizer quais foram os complôs terroristas que a tortura evitou?” “Certamente”, respondeu Cheney. “Pouco depois do 11 de Setembro, frustramos a tentativa de assassinato de um senador, conseguimos nos infiltrar em duas células terroristas e desvendamos uma trama sérvia. Nosso interrogador fez uso do estrangulamento, ameaçou confiscar o remédio de um detento que sofria de doença cardíaca e violou algumas leis, mas o resultado valeu a pena.” Feingold o interrompeu: “Está nos dizendo que os sérvios têm relação com a Al-Qaeda?” “É claro”, disse Cheney. “No ano seguinte, obtivemos uma pista que nos levou ao terrorista Syed Ali e impedimos a detonação de uma bomba nuclear em Los Angeles. É verdade que um combatente inimigo levou um tiro no peito. Sim, em certo momento foi usada uma serra ortopédica. Houve alguns arremessos contra a parede, estrangulamentos e, quando o terrorista se recusava a falar, tivemos de simular o assassinato de seu filho. No fim, evitamos a 3ª Guerra contra três países do Oriente Médio e protegemos os EUA de uma bomba em uma valise.”

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Osama Bin Laden pode estar morto

Segundo declarações do presidente do Paquistão Asif Ali Zardari, Osama Bin Laden pode estar morto. Ali Zardari afirmou, ontem (27), que suas agências de inteligência acreditam na morte do terrorista. Ainda não há provas concretas que confirmem a morte do chefe da Al-Qaeda, mas todas as investigações não trazem “nem vestígios de Bin Laden”. Contudo, agentes paquistaneseso que atuam no contraterrorismo discordam do presidente e afirmaram que o chefe da Al-Qaeda está vivo. Para as agências de inteligência é provável que Bin Laden esteja se escondendo nas montanhas ao longo da fronteira do Paquistão com o Afeganistão, especificamente em regiões tribais onde o governo não tem domínio. Não se tem notícias de Bin Laden desde uma gravação, divulgada em março, na qual ele se referia à ofensiva israelense ocorrida entre dezembro e janeiro na Faixa de Gaza.

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Barack Obama ordena o fim das atividades em Guantánamo

O xodó da mídia mundial, o afro americano presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, cumpre a primeira promessa de campanha. Obama assina ordem para fechar a prisão de Guantánamo em um ano e acabar com tortura O novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta quinta-feira uma ordem executiva determinando o fechamento da prisão de Guantánamo no prazo de um ano. Obama também exigiu a suspensão de interrogatórios violentos contra suspeitos de terrorismo, nos quais autoridades dos EUA já admitiram o uso de tortura. Segundo o “New York Times”, o presidente também ordenou o fechamento de prisões secretas da CIA (agência central de inteligência americana) que ainda estejam em funcionamento. ” Nós vamos fazer isso efetivamente e de maneira coerente com nossos valores e ideais. – A mensagem que estamos mandando para o mundo é de os Estados Unidos pretendem persistir na luta em andamento contra a violência e o terrorismo e nós vamos fazer isso de modo vigilante – disse Obama na cerimônia no Salão Oval da Casa Branca em que assinou a ordem executiva. – Nós vamos fazer isso efetivamente e de maneira coerente com nossos valores e ideais.” Obama já pediu, em seu primeiro dia de governo, a suspensão dos julgamentos em Guantánamo por 120 dias , e foi atendido por juízes militares. A ordem assinada nesta quinta inclui, segundo o “NYT”, a revisão imediata da situação dos 245 prisioneiros que ainda estão na base militar americana em Cuba. Será necessário determinar se eles serão transferidos, soltos ou se enfrentarão processos judiciais. ( Presidente despacha no Salão Oval pela primeira vez ) O jornal afirma, entretanto, que as ordens executivas ainda deixarão questões complexas sem solução. Entre elas, onde e quantos prisioneiros de Guantánamo serão julgados. ( Veja as imagens do segundo dia de Obama na Casa Branca ) A medida, segundo o “NYT”, não impedirá Obama de restabelecer os procedimentos de detenção e interrogatório de suspeitos de terrorismo no futuro. Alguns argumentam que as políticas de Bush podem vir a ser necessárias caso Osama bin Laden ou outros líderes da Al-Qaeda sejam presos. Parentes de vítimas do 11 de Setembro criticam; europeus elogiam. A promessa de Obama de ordenar o fechamento da prisão de Guantánamo já havia causado polêmica. Alguns parentes das vítimas do 11 de Setembro estavam consternados com a ordem de suspensão dos processos contra acusados de terrorismo que estão detidos na prisão em Cuba. Eles acreditam que os processos de comissões militares já existentes são justos e que Guantánamo fica em uma localização segura para manter os suspeitos de terrorismo. Grupos de direitos humanos, no entanto, ficaram satisfeitos com a notícia. Aliados europeus dos EUA, que há muito tempo se preocupam com Guantánamo, elogiaram a ação de Obama. Alguns, incluindo Portugal e Alemanha, já disseeram que vão ajudar a fechar a prisão. A prisão de Guantánamo foi aberta em 2002, como parte da “guerra contra o terrorismo” iniciada pelo governo de George W. Bush depois dos atentados de Nova York e Washington. Os tribunais de exceção foram criados em 2006 e atualmente são responsáveis por 21 casos, 14 deles já atribuídos a um juiz, em um total de 245 detentos, de acordo com dados do Pentágono. O Globo Online

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