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Energia do lixo abasteceria 18 milhões de casas no Brasil

Parodiando Hamlet, há muito mais em comum entre o lixo e a energia do que supõem nossos parcos conhecimentos. Até quanto a problemas. Tanto o lixo como a energia fazem parte de discussões ambientais e econômicas. Aquele por que está sendo gerado em excesso, essa por não estar sendo gerado em quantidade suficiente para atender a demanda. No Brasil, dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), 70,77% da matriz energética do país, é produzida por hidrelétricas, mas fica-se na dependência da ocorrência de chuvas para se manter o nível dos reservatórios. Estudos revelam que no Brasil há grande potencial para geração de energia elétrica a partir de resíduos sólidos – lixo – o qual se devidamente aproveitado poderia aumentar a oferta de energia em torno de 50 milhões de megawatt-hora por ano, o que representa mais de 15% do total. Isso é 1/4 do que é gerado atualmente pela usina de Itaipu. O Editor Para que o metano presente nos lixões e aterros desativados não gere riscos, como está ocorrendo no Shopping Center Norte, em SP, é preciso que o terreno possua um sistema de captação de gás. Esse gás pode ter dois fins: a queima simples, que gera créditos de carbono, e a produção de energia por meio de motores a combustão. Levantamento realizado pela consultoria Andrade & Canellas revela que o Brasil deixa de produzir entre 3.050 e 3.660 GW/hora de energia todos os anos com base no biogás gerado pela decomposição do lixo urbano. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2010 as cidades foram responsáveis pelo descarte de 61 milhões de toneladas de resíduos em lixões e aterros sanitários em todo o País. A energia gerada com base nesse montante seria suficiente para abastecer até 18,3 milhões de casas, considerando o consumo médio residencial de 200 kW/h por mês. Quando aproveitada adequadamente, cada tonelada de resíduo pode gerar entre 50 e 60 kW/hora de energia elétrica.[ad#Retangulo – Anuncios – Direita] “Os empreendedores optam pela queima pura e simples, em vez de escolherem a geração de energia, porque o investimento inicial é pesado”, diz a gerente do núcleo de energia térmica e fontes alternativas da Andrade & Canellas, Monica Rodrigues de Souza. “Se fôssemos comparar a energia obtida por meio de queima de biogás com a gerada com base no vento, do gás natural ou da biomassa, a energia do lixo não seria competitiva. Mas a energia do biogás tem desconto na tarifa de transmissão, o que pode compensar sua desvantagem no mercado livre (venda direta)”, explica Monica. O Estado de São Paulo

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