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Estados Unidos rejeitam rendição do Talibã. Por quê?

O Talibã já tentou se render, os Estados Unidos rejeitaram e guerra no Afeganistão não tem fim. Combatentes talibãs que queriam se render mostram armas a repórteres em Herat, Afeganistão (04/11/2010). Foto: Majid Saeedi/Getty Images  VOCÊ SABIA QUE o Talibã tentou se render pouco tempo depois de os Estados Unidos invadirem o Afeganistão?[ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”] Segundo a tradição afegã, há séculos, quando uma força rival vence, os derrotados depõem as armas e se integram à nova estrutura de poder. Claro, com muito menos poder – às vezes, sem poder nenhum. É o que tem que ser feito para que a convivência entre vizinhos continue a ser possível. Não é que nem jogo de futebol, os times não voltam para suas respectivas cidades depois que tudo acaba. Para os norte-americanos, pode ser difícil lembrar que é assim que as coisas funcionam, já que os Estados Unidos não vivem uma guerra prolongada sobre o próprio território desde a Guerra Civil. Quando o Talibã quis se entregar, os Estados Unidos recusaram a rendição repetidas vezes, em uma série de trapalhadas arrogantes, relatadas por Anand Gopal em seu livro “No Good Men Among the Living”, uma investigação sobre a guerra do Afeganistão. Só a completa aniquilação do inimigo interessava ao governo Bush. O que eles queriam era empilhar mais e mais corpos de terroristas. O problema é que os talibãs já tinham parado de lutar: tinham fugido para o Paquistão ou se reinserido na vida civil. E a Al Qaeda se resumia a um punhado de combatentes. Mas se não há mais terroristas, como matá-los? Fácil: afegãos que colaboravam com os Estados Unidos entenderam o dilema do aliado militar e inventaram vilões. A demanda sempre acaba gerando oferta, e os Estados Unidos passaram a pagar por informações que levassem à morte ou à captura de soldados talibãs. De repente, havia talibãs por todos os lados e a vingança correu solta: para matar um vizinho ou mandá-lo para Guantânamo, bastava dizer aos Estados Unidos que se tratava de um membro do Talibã. Invadiam-se casas e arrombavam-se portas sem nem precisar explicar por quê. Os que foram poupados se tornaram senhores da guerra, enriqueceram e mandaram sua fortuna para o exterior. “Não estamos construindo novamente uma nação”, afirmou o presidente Donald Trump na segunda-feira. Bem, na verdade, nós, americanos, nunca construímos nada por lá – a menos que erguer arranha-céus em Dubai à base de dinheiro sujo conte. Depois de anos vivendo essa farsa e vendo seus esforços de rendição serem ignorados, o antigo Talibã voltou a pegar em armas. Na época em que foram derrubados do poder, a população tinha ficado feliz em vê-los partir. Mas os Estados Unidos conseguiram torná-los novamente populares. Os liberais passaram a campanha presidencial de 2008 reclamando que os EUA tinham “ignorado” o Afeganistão — quando, na verdade, as regiões sem a presença de tropas eram as únicas em paz, sem nenhum tipo de insurgência contra o governo afegão. Aí o então recém-empossado presidente Barack Obama resolveu aumentar o efetivo militar, ao mesmo tempo em que anunciava a retirada das tropas. Além disso, ampliou bombardeios noturnos, confiando no mesmo sistema questionável de inteligência que já tinha custava a vida a tantos inocentes. E agora Trump vem dizer que tem uma estratégia nova e melhor. Segundo ele, os Estados Unidos precisam fazer com que o Paquistão se envolva mais – só que, claro, o serviço de inteligência paquistanês sustenta o Talibã há decadas. O livro de Gopal é o relato cabal de um conflito que saiu dos trilhos. Parece um livro de ficção, mas é o perfil bem real de três afegãos que viveram a guerra: um senhor da guerra pró-Estados Unidos, um comandante talibã e uma dona de casa. Eu recomendaria a leitura a Trump. O livro traz uma grave advertência ao tipo de esforço de guerra que o presidente está prestes a intensificar. O problema é que tem mais de uma página – e, de acordo com seus assessores, esse é o máximo que ele consegue processar. No mais, a única coisa que interessa mesmo a Trump é o fato de o Afeganistão ter um monte de minerais – que ele acha que o país deve aos Estados Unidos. Antes de sair gastando os lucros que pretende fazer com os minérios afegãos, Trump deveria parar para pensar na dura realidade: os Estados Unidos estão perdendo a guerra para um inimigo que já tinha se entregado. É uma proeza para poucos. Ryan Grim/Tradução: Carla Camargo Fanha

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Arte – Fotografia

Jovem do Afeganistão se liberta da burca – Foto Yannis Behrakis/Reuters [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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Saara e Afeganistão

Sei não. Quer dizer, penso que sei. Pelo andar da carruagem quer dizer dos beduino$, o Saara equatorial caminha para ser um novo Afeganistão. Haverá petróleo sob as escaldantes areias? Divaga Zé Bêdêu, o derradeiro abestado crédulo da Praça do Ferreira em Fortaleza. A angelical criatura acredita até que o senador boiadeiro é vítima de campanha insidiosas de adversários políticos. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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A marcha da insensatez – Afeganistão

O Império conta-ataca. Helicóptero CH 47 CHinook dos USA no Afeganistão. Falta saúde para o povo nos USA e 47% da população está abaixo da linha de pobreza. [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Aviões-robôs dos EUA são infectados por vírus

Aviões-robôs dos EUA são infectados por vírus, diz site. Ameaça não impediu que máquinas continuassem em missões militares. ‘Tentamos limpar, mas o vírus continua voltando’, diz fonte. Aviões-robôs militares dos Estados Unidos, que são usados em missões no Afeganistão e em outras zonas de guerra, foram infectados por um vírus, segundo o site da revista “Wired”. A ameaça foi inicialmente detectada há duas semanas e não impediu que as máquinas continuassem em suas missões. O malware infectou o cockpits dos aviões conhecidos como Predator e Reaper, gravando as teclas que os pilotos usam para comandar os robôs à distância, diz a “Wired”. Ainda não ficou confirmado se houve algum incidente ou alguma informação secreta foi perdida. “Nós estamos trabalhando para limpar o computador, mas o vírus continua voltando. Achamos que é benigno, mas ainda não sabemos”, disse uma fonte ouvida pela “Wired”. Os especialistas não sabem se a ameaça entrou no sistema por acidente ou como ele se espalhou. De acordo com o site, o uso dos sistemas de aviões-robô já é conhecido pelas falhas de segurança, já que muitos deles não conseguem encriptar o vídeo que é transmitido para as tropas norte-americanas. G1

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