Adélia Prado – Poesia – 23/04/24
Boa noite Contramor Adélia Prado¹ O amor tomava a carne das horas e sentava-se entre nós. Era ele mesmo a cadeira, o ar, o tom da voz: Você gosta mesmo de mim? Entre pergunta e resposta, vi o dedo, o meu, este que, dentro de minha mãe, a expensas dela formou-se e sem ter aonde ir fica comigo, serviçal e carente. Onde estás agora? Sou-lhe tão grata, mãe, sinto tanta saudade da senhora… Fiz-lhe uma pergunta simples, disse o noivo. Por que esse choro agora? ¹Adélia Luzia Prado Freitas * Divinópolis, MG. – 13 de Dezembro de 1935 d.C