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Adélia Prado – Poesia – 23/04/24

Boa noite Contramor Adélia Prado¹ O amor tomava a carne das horas e sentava-se entre nós. Era ele mesmo a cadeira, o ar, o tom da voz: Você gosta mesmo de mim? Entre pergunta e resposta, vi o dedo, o meu, este que, dentro de minha mãe, a expensas dela formou-se e sem ter aonde ir fica comigo, serviçal e carente. Onde estás agora? Sou-lhe tão grata, mãe, sinto tanta saudade da senhora… Fiz-lhe uma pergunta simples, disse o noivo. Por que esse choro agora? ¹Adélia Luzia Prado Freitas * Divinópolis, MG. – 13 de Dezembro de 1935 d.C

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Adélia prado – Versos na tarde – 13/06/2016

Poema Adélia Prado¹ Os diamantes são indestrutíveis? Mais é meu amor. O mar é imenso? Meu amor é maior, mais belo sem ornamentos do que um campo de flores. Mais triste do que a morte, mais desesperançado do que a onda batendo no rochedo, mais tenaz que o rochedo. Ama e nem sabe mais o que ama. ¹ Adélia Luzia Prado Freitas * Divinópolis, MG. – 13 de Dezembro de 1935 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Adélia Prado – Versos na tarde – 07/08/2014

Poema esquisito Adélia Prado 1 Dói-me a cabeça aos trinta e nove anos. Não é hábito. É rarissimamente que ela dói. Ninguém tem culpa. Meu pai, minha mãe descansaram seus fardos, não existe mais o modo de eles terem seus olhos sobre mim. Mãe, ô mãe, ô pai, meu pai. Onde estão escondidos? É dentro de mim que eles estão. Não fiz mausoléu pra eles, pus os dois no chão. Nasceu lá, porque quis, um pé de saudade roxa, que abunda nos cemitérios. Quem plantou foi o vento, a água da chuva. Quem vai matar é o sol. Passou finados não fui lá, aniversário também não. Pra quê, se pra chorar qualquer lugar me cabe? É de tanto lembrá-los que eu não vou. Ôôôô pai Ôôôô mãe Dentro de mim eles respondem tenazes e duros porque o zelo do espírito é sem meiguices: Ôôôôi fia. ¹ Adélia Luzia Prado Freitas * Divinópolis, MG. – 13 de Dezembro de 1935 d.C >>biografia de Adélia Prado [ad name=”Retangulo – Anuncios – Duplo”]

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