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Adalgisa Nery – Versos na tarde – 14/07/2016

Escuro Adalgisa Nery¹ Que estranho terreno inexplorado Na área escura do meu cérebro Impede o conhecimento de mim mesma? Muralha intransponível Que frustra o meu acordar Para retroceder ao princípio do princípio Das coisas irrepetidas. Estranha área do escuro Onde estaria o berço da luz única Fechada em mão intocável, Luz que explicaria a vida na escuridão, e Não vedaria o despertar de mim mesma. Que estranha área de trevas no meu cérebro Impede o meu espírito de receber a luz divina? ¹Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro, RJ. – 29 de outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 7 de junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Adalgisa Nery – Versos na tarde – 04/03/2015

Poema da amante Adalgisa Nery ¹ Eu te amo Antes e depois de todos os acontecimentos, Na profunda imensidade do vazio E a cada lágrima dos meus pensamentos. Eu te amo Em todos os ventos que cantam, Em todas as sombras que choram, Na extensão infinita dos tempos Até a região onde os silêncios moram. Eu te amo Em todas as transformações da vida, Em todos os caminhos do medo, Na angústia da vontade perdida E na dor que se veste em segredo. Eu te amo Em tudo que estás presente, No olhar dos astros que te alcançam E em tudo que ainda estás ausente. Eu te amo Desde a criação das águas, desde a idéia do fogo E antes do primeiro riso e da primeira mágoa. Eu te amo perdidamente Desde a grande nebulosa Até depois que o universo cair sobre mim Suavemente. ¹ Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro, RJ. – 29 de outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 7 de junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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Adalgisa Nery – Versos na tarde – 04/04/2014

Poema Adalgisa Nery ¹ Estou pensando nos que possuem a paz de não pensar, Na tranqüilidade dos que esqueceram a memória E nos que fortaleceram o espírito com um motivo de odiar. Estou pensando nos que vivem a vida Na previsão do impossível E nos que esperam o céu Quando suas almas habitam exiladas o vale intransponível. Estou pensando nos pintores que já realizaram para as multidões E nos poetas que correm indefinidamente Em busca da lucidez dos que possam atingir A festa dos sentidos nas simples emoções. Estou pensando num olhar profundo Que me revelou uma doce e estranha presença. Estou pensando no pensamento das pedras das estradas sem fim Pela qual pés de todas as raças, com todas as dores e alegrias Não sentiram o seu mistério impenetrável, Meu pensamento está nos corpos apodrecidos durante as batalhas Sem a companhia de um silêncio e de uma oração, Nas crianças abandonadas e cegas para a alegria de brincar, Nas mulheres que correm mundo Distribuindo o sexo desligadas do pensamento de amor, Nos homens cujo sentimento de adeus Se repete em todos os segundos de suas existências, Nos que a velhice fez brotar em seus sentidos A impiedade do raciocínio ou a inutilidade dos gestos. Estou pensando um pensamento constante e doloroso E uma lágrima de fogo desce pela minha face: De que nada sou para o que fui criada E como um número ficarei Até que minha vida passe. ¹ Adalgisa Maria Feliciana Noel Cancela Ferreira * Rio de Janeiro, RJ. – 29 de outubro de 1905 d.C + Rio de Janeiro, RJ. – 7 de junho de 1980 d.C [ad#Retangulo – Anuncios – Duplo]

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