Estando o TSE sem ferramentas legais para coibir, esperamos que não as obtenha, a campanha presidencial visando as eleições de 2010 já ocupa todos os espaços do território livre, esperemos que continue assim, da internet. Fica patente, assim, que a corja é uma só! Petralhas e Tucanalhas só diferem no tipo de poleiro. Aqueles, na generosa árvore do governo, estes na superlotada floresta do cinismo.
O editor
PSDB entra no jogo de Lula e abre campanha de 2010
O PSDB decidiu subverter à lógica embutida numa das máximas cunhadas pelo avô de Aécio Neves.
Dizia Tancredo Neves: “Ninguém tira o sapato antes de chegar ao rio, mas também ninguém vai ao Rubicão para pescar”.
Depois de criticar Lula por empurrar Dilma Rousseff prematuramente para as margens de 2010, os tucanos decidiram, também eles, tirar o sapato antes da hora.
Deu-se num evento realizado na sede do PSDB do Recife. Lá estavam Aécio Neves e José Serra, os dois presidenciáveis da legenda.
Enrolados na bandeira de uma pretensa “unidade“, ambos discorreram sobre a necessidade de erigir uma mensagem que sensibilize o eleitorado.
A certa altura, Serra disse que o tucanato precisa livrar-se do “complexo de pata“.
“Mesmo pondo ovos maiores e mais nutritivos do que a galinha, a pata não faz estardalhaço. A galinha põe um ovo menor e faz barulho”.
Aécio disse que o tucanato não pode dar de barato que a eleição será fácil.
Retomando um lengalenga que persegue o PSDB desde a surra que Lula impôs a Geraldo Alckmin, em 2006, Aécio disse que o partido precisa de um novo projeto.
“Um projeto de desenvolvimento, ousado, que tenha a coragem de assumir reformas que não foram feitas por esse governo”.
Coube a Sérgio Guerra, presidente do PSDB, desferir os ataques mais duros ao PT e ao governo Lula.
Começou alvejando o MST –“Faz política financiado com recursos públicos”.
Escalou em direção ao petismo –“Hoje, as campanhas do PT são as mais caras, as mais suntuosas. Todas elas em cima do aparelho público”.
E terminou na jugular de Lula –“Não se incomoda de mentir, de falsear […]. Não faz uma semana dizia que ia construir 1 milhão de casas…”
“…Nos últimos tres, quatro anos, construiu, se não me engano, 140 mil [casas]. Não vai construir 1 milhão em uma ano. Não tem dinheiro, não tem orçamento”
Tasso Jeiressati (CE) não deixou dúvidas quanto à natureza do encontro: “Estamos começando a nossa marcha”.
Sem mencionar o nome de Dilma, pôs-se a ironizar a plástica facial a que se submeteu a ministra e as aulas de marketing que estaria recebendo.
“Não vai ter ninguém capaz de transformar a cara do Serra. O Aécio vai falar com sotaque mineiro porque ele é mineiro mesmo”.
De resto, ficou boiando na atmosfera do Recife uma pergunta incômoda? Quem diabos bancou a viagem de Serra e Aécio?
O governador mineiro disse ter voado em jato alugado pelo partido. Quanto a Serra, nada foi dito.
blog do Josias de Souza