Em filme, Chomsky explica como governantes passam por cima de direitos
Foto: A Requiem for the American Dream
O que é uma situação muito parecida como a que vivemos no Brasil, um dos intelectuais mais importantes do século XX explica em documentário como governantes iguais aos que temos, utilizam da máquina do Estado para enfraquecer direitos trabalhistas, sem qualquer resistência dos trabalhadores.
Assista ao oitavo tópico do documentário legendado:
E essa resposta drástica dura até os dias de hoje.
Divido em dez princípios, o documentário mostra em seu oitavo tópico como os governantes conseguem “manter a ralé na linha”. Ou seja, como 1% da população controla os direitos dos demais 99% da sociedade, para impedir avanços trabalhistas e conquistas.
Na realidade, o discurso de Chomsky no filme se parece com um modelo pré-moldado pela maioria dos países que hoje passam por crises de austeridade, onde a economia já não parece mais sustentável, e a única forma de “solucionar” tal situação seria passando por cima da classe trabalhadora e da população em geral — principalmente a marginalizada.
Trata-se da mesma lógica apresentada recentemente pelos políticos no Brasil.
Nesta parte do documentário, Chomsky cita a importância dos sindicatos trabalhistas na luta por direitos e igualdade ao redor do mundo — apesar de suas diversas falhas. Por exemplo, o fato dos Estados Unidos não contarem com sindicatos fortalecidos e regulamentados, o que implicou na grande perda de trabalhos na Indústria, que até os anos 70 se consolidava como a maior força econômica do país, sendo ultrapassada pelos “bancos de investimento” posteriormente — o que explica o aumento do desemprego e a precarização de cidades ao redor do país.
“Um dos motivos principais dos ataques concentrados, quase fanáticos, a sindicatos e movimentos trabalhistas, é que eles são uma força democratizante”, diz o linguista. No Brasil, com projetos como a PEC 241, a Reforma Trabalhista e da Previdência, além da ampliação da terceirização, os principais atingidos são os sindicatos - e claro, a própria classe trabalhadora.
Segundo Chomsky, o início do movimento trabalhista nos Estados Unidos em meados dos anos 30 “aterrorizou os empresários”: “A imprensa comercial falava, em meados dos anos 30, sobre o ‘perigo que ameaçava os industrialistas’ e o ‘crescente poder político das massas’, que tinha de ser reprimido”.
Algo parecido com o lobby praticado pelos grandes meios de comunicação, que fazem pressão atualmente no Brasil em defesa das reformas, como uma forma de “estancar a crise”, ou seja, algo que inicialmente pode atingir negativamente a maior parcela da população, mas que seria necessário para o país voltar a crescer.
O linguista ainda retrata como é uma sociedade despolitizada entre a classe trabalhadora, como se tornou os Estados Unidos após a “financeirização” de sua economia: “Agora, se você tem uma posição de poder, é melhor manter sua consciência de classe para você, e eliminá-la em todos os outros locais”.
Algo parecido com o objetivo dos setores mais conservadores em aprovar nacionalmente o projeto Escola sem Partido, que visa limitar a discussão política e ideológica nas salas de aula.
Agência Democratize