Atribuído ao renascentista italiano Pietro di Niccolo da Orvieto, o quadro Virgem Maria e Menino Jesus pertence ao acervo do Museu Fitzwilliam e estava há décadas pendurado, intocado, em um mesmo lugar.
Ao prepará-lo para uma nova exposição de quadros renascentistas – chamada Madonas e Milagres -, restauradores encontraram um segundo trabalho no painel da parte de trás. Especialistas acreditam se tratar de uma representação da ferida adquirida por Jesus Cristo na cruz.
Uma equipe de sete restauradores do Instituto Kerr recuperou a pintura, que estava encardida e havia perdido suas cores.
Acredita-se que o quadro de duas faces tenha sido criado como objeto de devoção para cerimônias privadas de orações e contemplação.
O trabalho de recuperação também revelou, com a ajuda de um equipamento de luz infravermelha, detalhes do véu da Virgem que permaneceram invisíveis ao olho nu por séculos.
Originalmente azul, cor que simboliza o celestial, essa parte da pintura havia sido coberta por tinta preta.
Agora, a pintura está sendo exibida em uma vitrine especial de vidro que permite que seus dois lados sejam apreciados pelo público.
Em cartaz desde a semana passada, a mostra Madonnas e Milagres reúne obras que o museu descreve como “testamentos da devoção religiosa na Itália durante a Renascença”.
O período, do fim do século 14 ao fim do século 16, foi marcado pela revalorização de referências culturais da antiguidade clássica na Europa