Blog do José Meirelles Passos
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“Me desculpe amorzinho, mas… guerra é guerra!”
Becky foi sincera. Ela achou que seria melhor contarlogo, do que aguardar John voltar do Iraque para saberentão que ela arranjara outro namorado. Por isso a garotalhe enviou uma carta contando a novidade. Sentira-sesózinha. A distância e os meses de separação acabaramcom o relacionamento.”Por favor, John, me devolva aquela foto que eulhe mandei”, pediu a moça, no final da carta.
John ficou doido. Doido e doído. Sentiu-se traído. Os soldados de seu batalhão o consolaram. Sugeriram que escrevesse para outras mulheres; quem sabe não conseguiria umanova namorada, assim mesmo, por correspondência?
Ele se animou e pediu aos colegas que lhe dessem endereço e fotos de amigas, primas, irmãs, mulheres disponíveis que conhecessem. Eles pediram fotografias à elas. John as colecionou pacientemente ao longo de dois meses. Quando tinha nada menos do 57 ele decidiu escrever – mas apenas para uma delas: para Becky.
Ele tirou de sua carteira a foto da agora ex-namorada, e a colocou no envelope junto com uma folha de papel, onde escrevera: “Olá Becky. Recebi a sua carta, mas… me desculpe, eu não consigo me lembrar quem é você. Estou mandando essas fotos: por favor, veja qual é a sua, fique com ela, e me devolva as outras 57, tá bom?”