AFrança quer projeto para se opor à biblioteca do Google.
France Press – Le Monde.
A França está fazendo campanha em favor de um projeto para disponibilizar obras literárias na internet – e dessa maneira se contrapor ao crescente domínio cultural dos Estados Unidos no mundo.
A iniciativa de criar uma biblioteca virtual foi divulgada depois que a empresa americana Google tornou 15 milhões de obras acessíveis por meio de seu site.
O chefe da Biblioteca Nacional Francesa, Jean-Noël Jeanneney, recentemente defendeu um “contra-ataque” europeu contra o projeto do Google.
O presidente da França, Jacques Chirac, vai discutir o projeto com ministros da União Européia em maio. Herança cultural Chirac disse em um comunicado que “um grande movimento para tornar o conhecimento acessível na internet por todo o mundo está ocorrendo agora”.
Ele participou nesta quarta-feira de uma reunião com o ministro francês da Cultura, Renaud Donnedieu de Vabres, e Jeanneney para discutir o assunto.
Chirac pediu a eles que avaliem maneiras pelas quais as grandes bibliotecas da França e da Europa “poderiam ser tornadas mais amplamente e rapidamente acessíveis na internet”.
Para ele, a França e a Europa “precisam ter um papel central” no desenvolvimento da internet por causa de sua “excepcional herança cultural”.
Em janeiro, Jeanneney disse que o projeto do Google, estimado em US$ 200 milhões (cerca de R$ 531 milhões), poderia resultar no “domínio esmagador dos Estados Unidos na moldagem da forma como as futuras gerações vêem o mundo”.
O plano da Google consiste na disponibilização de 15 milhões de volumes que fazem parte de quatro renomadas bibliotecas americanas – as das Universidades de Stanford, Michigan, Harvard e Nova York – e da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, a partir de 2015.
Donnedieu de Vabres negou, porém, que o projeto francês seja uma “operação anti-Google”. O Google disse que recebe com braços abertos o projeto francês.
“Nós apoiamos todos os esforços para tornar a informação acessível por todo o mundo”, disse a empresa ao jornal francês Le Monde.