França abrigou Battisti por 10 anos

E o “imbroglio” prossegue. Agora fica-se sabendo que durante dez anos o hoje refugiado no Brasil cesare Battisti foi acolhido como refugiado político pelo governo da França.

Naquela ocasião o governo italiano não fez nenhuma gestão nem pressão, tipo chamar o embaixador italiano na França, para que o governo de Miterrant extraditasse o italiano. Agora quando a questão é em relação aos bananeiros sulamericanos…

Battisti – Itália silenciou em caso similar na França

A dura reação da Itália no caso de Cesare Battisti difere em muito da atitude demonstrada em episódio semelhante e recente envolvendo a ex-militante comunista Marina Petrella, na França. A ex-integrante das Brigadas Vermelhas -grupo responsabilizado pelo sequestro e assassinato de Aldo Moro- também teve a extradição pedida pela Itália.

Em vez de fugir, como Battisti, permaneceu na clandestinidade, até ser presa em 2008. O presidente Nicolas Sarkozy chegou a assinar o ato de extradição, mas reconsiderou por pressão de Carla Bruni. Sarkozy explicou ao presidente italiano, Giorgio Napolitano, que a decisão de conceder o refúgio foi motivada por questões humanitárias, devido à frágil saúde da italiana.

Napolitano fez constar a insatisfação quanto ao refúgio, mas compreendeu.

Battisti, como Petrella, também está com sérios problemas de saúde. Mas o ministro Tarso Genro preferiu justificar sua decisão em “fundado temor de perseguição política” e dúvidas quanto à imparcialidade da Justiça italiana.

Essa atitude ofendeu as instituições italianas e provocou a dura reação do governo. A carta do presidente Lula a Napolitano, reafirmando o respeito à democracia italiana, chegou tarde.

Folha de São Paulo

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