Juliano em Antioquia
Fernando Pessoa ¹
Agir, sabendo
Que a acção é vil e o esforço nada.
Ir para a frente por dever, mas vendo
Que não há estrada.
Tomar a pôr altares, templos mortos
Aos deuses reerguer, sem ignorar
Que as almas são de Cristo já, e há outros
Homens (…)
O esforço inútil feito por dever
E o amor à verdade inaceitável,
A teimosia estóica em dever ser.
Venceste, Galileu. Mas nada prova
Da verdade de ti teres vencido.
Constantemente o mundo se renova
Um dia é o dia do mal (…)
¹ Fernando Antonio Nogueira Pessoa
* Lisboa, Portugal – 13 de Junho de 1888 d.C
+ Lisboa, Portugal – 30 de Novembro de 1935 d.C
Ps. Mantida a grafia do Português de Portugal
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