Os cinco homens mais ricos que terão seus nomes brilhando na tela da urna eletrônica em 1º de outubro acumulam um patrimônio de R$ 1,1 bilhão.
São donos de quase 15% do conjunto de bens dos 19 mil candidatos que disputarão a eleição. Se doassem o que têm aos miseráveis, poderiam sustentar, sozinhos, as dezenas de milhões de inscritos no programa Bolsa Família por pelo menos dois meses.
O perfil dos cinco mais ricos é bem balanceado.
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há um candidato ao Senado;
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dois candidatos a governador;
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um candidato a deputado federal;
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e um a deputado estadual.
Distribuídos por cinco Estados diferentes, no Nordeste, Sudeste e Sul: Rio de Janeiro, Alagoas, São Paulo, Paraná e Pernambuco.
Há self-made man e há herdeiros.
Urbanos e rurais.
A lista dos candidatos mais ricos é encabeçada pelo tucano Ronaldo Cézar Coelho, candidato ao Senado pelo Rio de Janeiro. Com uma fortuna originada no mercado financeiro, o irmão do ex-árbitro de futebol Arnaldo Cézar Coelho foi um dos principais financiadores da campanha do prefeito do Rio, César Maia, de quem se tornou secretário municipal.
O candidato do PSDB tem um patrimônio de R$ 493 milhões.
O candidato do PSDB tem um patrimônio de R$ 493 milhões.
O segundo da lista tem um perfil bastante diferente.
O usineiro João Lyra (PTB) saiu dos bastidores da política alagoana para assumir uma posição de protagonista na política do Estado.
Herdeiro do poder de uma tradicional família alagoana, alimentou sua fortuna com os rendimentos de antigos engenhos transformados em usinas através de gerações.
Com o excedente, investiu em empresas de mídia, jatinhos e transportes.
Declarou bens no valor total de R$ 236 milhões.
O deputado federal Odílio Balbinotti, do PMDB do Paraná, também tem sua fortuna baseada em propriedades agrícolas.
Mas, diferentemente do usineiro alagoano, o paranaense amealhou seus milhões na fronteira agrícola do Centro-oeste, cultivando grãos no Mato Grosso.
É um milionário de nova geração, com R$ 124 milhões declarados à Justiça eleitoral.
Candidato a voltar ao governo do Estado de São Paulo, Orestes Quércia (PMDB) também saiu de uma origem pobre no interior paulista para juntar um patrimônio multimilionário.
Seus bens estão distribuídos entre propriedades agrícolas e meios de comunicação.
Nos últimos anos, mesmo longe de cargos eletivos, praticamente dobrou sua fortuna ao vender um jornal.
Mesmo omitindo o valor de alguns bens em sua declaração, chega a R$ 111 milhões.
O quinto mais rico e o terceiro peemedebista da lista é um candidato a deputado estadual em Pernambuco.
Paulo Pereira da Costa também tem sua riqueza baseada em propriedades agrícolas, concentradas na região de São Bento do Una, no interior pernambucano.
Ele declarou bens no valor total de R$ 107 milhões.
A lista dos mais ricos tem algumas exclusões, por motivos diversos.
Não entraram no ranking candidatos que não receberão votos em 1º de outubro, como vice-governadores e suplentes de senador.
Isso exclui Beto Studart, vice na chapa de Lúcio Alcântara (PSDB) no Ceará, com patrimônio de R$ 519 milhões, bem como o vice de José Roberto Arruda no Distrito Federal, o senador Paulo Octavio (PFL), dono de bens no valor de R$ 323 milhões.
Também foram excluídos da lista candidatos cuja declaração de bens apresentam inconsistências.
Foi o caso de Israel Cajaí, candidato a deputado federal pelo PTB em São Paulo, que declarou apenas cinco bens à Justiça eleitoral, mas que, somados, chegam a R$ 4,3 bilhões.
Entre seus bens bilionários estão títulos centenários de companhias de estradas de ferro que não existem mais.