Sebastião Nery – Tribuna da Imprensa
Desde que começou, no dia 15, o horário da televisão (tão esperado pelos candidatos) representa fonte inesgotável de baixaria. E não apenas entre os presidenciáveis.
Ninguém tem projeto de governo, ninguém assume compromisso, ninguém apresenta plataforma, como se dizia até 1930.
Lula afirma: “Serra vomita preconceito”.
Nem importa se for ou não for verdade, essa é uma das palavras mais feias e mais desprezíveis da língua.
E Serra nem é o adversário de agora, será que estão tentando destruir quem quase impediu seu primeiro mandato e talvez seja obstáculo para o terceiro?
Alckmin, que nem tem o apoio de Serra, responde ao presidente, diz que “ele é arrogante, se relacionou com mensaleiros e sanguessugas”.
O que pode até ser verdade, mas não tira votos de Lula nem garante o crescimento do ex-governador de São Paulo. E por que ninguém assume compromissos? Nenhum candidato fala na criminosa “dívida” interna (e lógico, na externa).
Não explicam que o “superávit primário” não é economia coisa nenhuma, é mais um ultraje (a rigor?) contra o cidadão-contribuinte-eleitor.
Os candidatos deveriam ser proibidos de citar adversários, o obrigatório: apresentar PROGRAMA de governo e garantir que irá CUMPRI-LO.