Poema
Egito Gonçalves ¹
Por aqui andamos a morder as palavras
dia a dia no tédio dos cafés
por aqui andaremos até quando
a fabricar tempestades particulares
a escrever poemas com as unhas à mostra
e uma faca de gelo nas espáduas
Por aqui continuamos ácidos cortantes
a rugir quotidianamente até ao limite da
respiração
enquanto os corações se vão enchendo de areia
lentamente
lentamente
¹ José Egito de Oliveira Gonçalves
* Matosinhos, Portugal – 8 de Abril de 1920 d.C
+ Porto, Portugal – 29 de Janeiro de 2001 d.C
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