Pais não participaram do enterro para fugir do assédio da imprensa.
Eluana teve morte induzida após 17 anos em coma e gerou polêmica.
Eluana Englaro, a italiana que morreu após permanecer 17 anos em estado vegetativo e que morreu na segunda-feira depois que sua alimentação artificial foi suspensa, foi enterrada nesta quinta-feira (12) no túmulo da família na localidade de Paluzza (Udine, nordeste italiano), após uma cerimônia fechada e da qual seus pais não participaram.
Apesar de a família ter expressado de início seu desejo de não realizar um funeral, mas apenas uma bênção, uma cerimônia religiosa acabou sendo realizada. Os pais não apareceram para evitar o assédio da imprensa.
Paluzza, povoado de origem da família Englaro com cerca de 2.500 habitantes, foi invadida por jornalistas que esperavam poder contar com algumas declarações de Giuseppe Englaro.
A cerimônia e o enterro foram totalmente privados, com a participação de cerca de 200 pessoas entre familiares e amigos.
O corpo de Eluana, que morreu aos 38 anos, repousa no túmulo da família do cemitério de San Daniele de Paluzza junto a seus avôs paternos, como sempre desejou seu pai durante a longa batalha legal empreendida para ajudar sua filha a morrer.
Segundo a imprensa, o pároco de Paluzza, Tarcisio Puntel, afirmou durante a homilia que a Igreja não se sentiu alheia ao sofrimento da família, lembrando das freiras da clínica de Lecco (perto de Milão) que cuidaram de Eluana durante anos.
Puntel também lembrou daqueles que rezaram pela mulher, “porque a oração sempre é a favor de alguém e não contra alguém”.
A Igreja Católica se opôs firmemente ao fato de a família de Eluana ter ajudado em sua morte, por considerar o ato um “homicídio”.
Os resultados preliminares indicam que a italiana morreu por uma parada cardíaca após uma crise provocada pela desidratação, mas os resultados definitivos, incluindo os do exame toxicológico, ficarão prontos em alguns dias.
Eluana morreu na segunda-feira depois que, três dias antes, teve a alimentação e ahidratação artificiais retiradas por desejo da família.
Segundo fontes médicas, os primeiros resultados indicam que a morte de Eluana foi compatível com o previsto no protocolo médico, elaborado de acordo com o tribunal de Milão, que permitiu a interrupção da alimentação.
Durante a autópsia, os médicos retiraram amostras de tecido e de órgãos, incluindo do cérebro, para análise no laboratório.
do G1