Boa noite
Violetas brancas
Bárbara Lia ¹
Sigo teus passos, feito asteca, sonhando
a terra eterna e rica — tua pele.
Pele de diários, onde leio a lua.
A maré suave que me enlaça nua,
écharpe de brisa e aurora, corais gris.
Adeus soledade de pedra. Paloma triste
em vôo riste, ao longe.
O deus-do-sol-do-meio-dia, colibri azul
da era atômica, é um sopro de luz e sons.
Sonhos delineados na tela fria.
O mundo sangra e transforma a garça em íbis rubro.
Leio um salmo antigo,
acordo em manhãs violetas. Tenho por companhia
um pequeno vaso de violetas brancas.
¹ Bárbara Lia
* Assai, PR